Summary
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(1):35-39
DOI 10.1590/S0100-72032014000100008
O objetivo do presente estudo longitudinal foi avaliar o valor da ultrassonografia Doppler das artérias uterinas no segundo e terceiro trimestres de gestação para a predição de desfecho adverso da gravidez em mulheres de baixo risco.
De julho de 2011 até agosto de 2012, 205 gestantes de feto único atendidas em nossa clínica de pré-natal foram incluídas no presente estudo prospectivo e avaliadas em termos de dados demográficos e obstétricos. As pacientes foram submetidas à avaliação de ultrassom durante o segundo e terceiro trimestres, incluindo avaliação Doppler das artérias uterinas bilaterais, visando determinar os valores do índice de pulsatilidade (IP) e do índice de resistência (IR), bem como a presença de incisura diastólica precoce. O desfecho do presente estudo foi a avaliação da sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo (VPP) e valor negativo preditivo (VNP) da ultrassonografia Doppler das artérias uterinas para a predição de desfechos adversos da gravidez, incluindo pré-eclâmpsia, natimortalidade, descolamento prematuro da placenta e trabalho de parto prematuro.
A média de idade das gestantes foi de 26,4±5,11 anos. Os valores de IP e IR das artérias uterinas para o primeiro (IP: 1,1±0,42 versus 1,53±0,59, p=0,002; IR: 0,55±0,09 versus 0.72±0.13, p=0,000, respectivamente) e para o terceiro trimestre (IP: 0,77±0,31 versus 1,09±0,46, p=0,000; IR: 0,46±0,10 versus 0,60±0,14, p=0,010, respectivamente) foram significativamente maiores em pacientes com desfecho adverso da gravidez em relação às mulheres com desfecho normal. A combinação de IP e IR > percentil 95 e a presença de incisura bilateral apresentou sensibilidade e especificidade de 36,1 e 97%, respectivamente, no segundo trimestre e de 57,5 e 98,2% no terceiro trimestre.
Com base no presente estudo, o Doppler das artérias uterinas parece ser ferramenta valiosa para a predição de uma variedade de desfechos adversos no segundo e terceiro trimestres de gestação.
Summary
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(1):35-39
DOI 10.1590/S0100-72032014000100008
The aim of this longitudinal study was to investigate the value of uterine artery Doppler sonography during the second and third trimesters in the prediction of adverse pregnancy outcome in low-risk women.
From July 2011 to August 2012, a total of 205 singleton pregnant women presenting at our antenatal clinic were enrolled in this prospective study and were assessed for baseline demographic and obstetric data. They underwent ultrasound evaluation at the time of second and third trimesters, both included Doppler assessment of bilateral uterine arteries to determine the values of the pulsatility index (PI) and resistance index (RI) and presence of early diastolic notch. The endpoint of this study was assessing the sensitivity, specificity, positive predictive value (PPV) and negative predictive value (NPV) of Doppler ultrasonography of the uterine artery, for the prediction of adverse pregnancy outcomes including preeclampsia, stillbirth, placental abruption and preterm labor.
The mean age of cases was 26.4±5.11. The uterine artery PI and RI values for both second (PI: 1.1±0.42 versus 1.53±0.59, p=0.002; RI: 0.55±0.09 versus 0.72±0.13, p=0.000 respectively) and third-trimester (PI: 0.77±0.31 versus 1.09±0.46, p=0.000; RI: 0.46±0.10 versus 0.60±0.14, p=0.010 respectively) evaluations were significantly higher in patients with adverse pregnancy outcome than in normal women. Combination of PI and RI >95th percentile and presence of bilateral notch in second trimester get sensitivity and specificity of 36.1 and 97% respectively, while these measures were 57.5 and 98.2% in third trimester.
According to our study, it seems that uterine artery Doppler may be a valuable tool for the prediction of a variety of adverse outcomes in second and third trimesters.