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Artigo de Revisão04/08/2023
COVID-19 e pré-eclâmpsia: uma revisão sistemática de interações fisiopatológicas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(6):347-355
Resumo
Artigo de RevisãoCOVID-19 e pré-eclâmpsia: uma revisão sistemática de interações fisiopatológicas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(6):347-355
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Objetivo:
Revisar a literatura e sintetizar evidências sobre interações fisiopatológicas atribuídas à ocorrência simultânea de COVID-19 e pré-eclâmpsia.
Métodos:
Uma revisão sistemática foi conduzida entre novembro (2021) a janeiro (2022) para recuperar estudos observacionais publicados no PubMed, LILACS, SciELO Brasil e Google scholar. A busca foi baseada nos descritores [(eclâmpsia OR pré-eclâmpsia) AND (COVID-19)]. Estudos quantitativos que apontaram interações fisiopatológicas foram incluídos. Estudos de revisão, com participante HIV e apenas com enfoque clínico foram excluídos. A seleção dos estudos foi padronizada com avaliação por duplas de pesquisadores.
Resultados:
Nesta revisão, 155 publicações foram recuperadas; 16 preencheram os critérios de inclusão. Em síntese, a expressão fisiológica de receptores da enzima conversora da angiotensina-2 (ECA-2) é fisiologicamente potencializada em gestantes, especialmente no sítio placentário. Os estudos sugerem que o coronavírus se liga à ECA-2 para entrar na célula humana, ocasionando desregulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona e da razão entre angiotensina-II e angiotensina-1-7, induzindo manifestações sugestivas de pré-eclâmpsia. Ademais, a tempestade de citocinas conduz à disfunção endotelial, vasculopatia e formação de trombos, também presentes na pré-eclâmpsia.
Conclusão:
Os estudos recuperados nesta revisão sugerem que a superposição de alterações fisiopatológicas entre a COVID-19 e a pré-eclâmpsia envolve, principalmente, a ECA-2 e disfunção endotelial. Tendo em vista que a pré-eclâmpsia cursa com alterações clínicas e laboratoriais progressivas, a atenção pré-natal de qualidade pode ser capaz de detectar parâmetros clínicos e laboratoriais importantes para diferenciar a pré-eclâmpsia verdadeira sobreposta por COVID-19, bem como os casos que mimetizam a doença hipertensiva consequente à infecção viral.
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Artigo de Revisão10/07/2023
Tecnologias aplicadas aos cuidados em saúde mental de grávidas: revisão sistemática da literatura
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(3):149-159
Resumo
Artigo de RevisãoTecnologias aplicadas aos cuidados em saúde mental de grávidas: revisão sistemática da literatura
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(3):149-159
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Objetivo:
Este artigo objetiva revisar a literatura quanto ao uso das tecnologias como promotoras de saúde mental de gestantes. Desta forma, compreender quais são as estratégias utilizadas no cuidado da saúde mental dessas mulheres, assim como verificar se há evidências científicas que justifiquem a implementação dessas práticas.
Métodos:
Este estudo segue o protocolo PRISMA para revisões sistemáticas de 27 estudos publicados em 2012-2019, incluindo publicações em português, inglês e espanhol.
Resultados:
Os resultados revelaram diferentes possibilidades de utilização da tecnologia, sendo o uso de mensagens de texto e de aplicativos em smartphones mais os utilizados (22,5%). No que se refere às ferramentas utilizadas, estratégias cognitivo-comportamentais, tais como verificação do humor, exercícios de relaxamento e psicoeducação compreenderam 44,12% do conteúdo.
Conclusão:
Verifica-se a necessidade de mais investimentos nessa área para que se possa compreender as possibilidades de intervenção em saúde mental na era digital.
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Artigo de Revisão10/07/2023
Comparação entre protocolos de acompanhamento da restrição de crescimento fetal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(2):096-103
Resumo
Artigo de RevisãoComparação entre protocolos de acompanhamento da restrição de crescimento fetal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(2):096-103
Visualizações111Resumo
Esta revisão compreensiva compara protocolos clínicos de entidades importantes em relação ao manejo da restrição de crescimento fetal (RCF), publicados desde 2015. Cinco protocolos foram escolhidos para a extração de dados. Não houve diferenças relevantes quanto ao diagnóstico e classificação da RCF entre os protocolos. Em geral, todos os protocolos sugerem que a avaliação da vitalidade fetal deve ser realizada de forma multimodal, associando parâmetros biofísicos (como cardiotocografia e perfil biofísico fetal) aos parâmetros dopplervelocimétricos da artéria umbilical, artéria cerebral média e ducto venoso. Todos os protocolos reforçam que quanto mais grave a condição fetal, mais frequente essa avaliação deve ser feita. A idade gestacional oportuna e o modo de parto para interromper a gravidez nesses casos podem variar muito entre os protocolos. Portanto, este trabalho apresenta, de forma didática, as particularidades de diferentes protocolos de acompanhamento de RCF, a fim de auxiliar os obstetras no melhor manejo dos casos.
Palavras-chave: CardiotocografiaDopplervelocimetriaPrematuridadeprotocolosRestrição de crescimento fetalVer mais -
Artigo de Revisão30/06/2023
Impacto da suplementação materna com ácido fólico no rim dos descendentes na vida adulta
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(4):207-214
Resumo
Artigo de RevisãoImpacto da suplementação materna com ácido fólico no rim dos descendentes na vida adulta
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(4):207-214
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A suplementação com ácido fólico (AF) durante a gestação tem sido recomendada pela sociedade médica em todo o mundo, mas alguns estudos têm mostrado que a ingestão de altas quantidades de ácido fólico na dieta pode desencadear danos aos descendentes. Objetivos: Descrever os efeitos da suplementação materna com AF durante a gestação no rim da prole em fases tardias da vida. Fonte de Dados: Trata-se de uma revisão sistemática realizada através da consulta das seguintes bases de dados: Medline, através da Plataforma Pubmed, Lilacs e Scielo. A pesquisa foi realizada utilizando-se as palavras-chave “Ácido Fólico”, “Gestação” e “Rim”. Seleção dos Estudos: Oito estudos foram considerados para esta revisão sistemática. Coleta de Dados: Foram incluídos estudos que abordaram o consumo de ácido fólico durante a gestação e seus efeitos exclusivamente no rim dos descendentes em diferentes fases da vida. Resultados: O consumo gestacional de AF não alterou o volume renal, a taxa de filtração glomerular e a expressão de alguns genes essenciais no rim dos filhotes de mães suplementadas com AF. A associação de AF e selênio na dieta materna foi eficaz na preservação da atividade de enzimas antioxidantes no rim da prole de mães expostas ao álcool. O consumo de AF diminuiu algumas anomalias importantes nos filhotes causadas por drogas teratogênicas, apesar de não ter sido eficiente na prevenção de alguns danos a arquitetura renal. Conclusão: A suplementação com AF não causou toxicicdade renal, exerceu efeito protetor antioxidante e mitigou algumas desordens renais causadas por agressões severas.
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Artigo de Revisão14/04/2023
Alfacorifolitropina para estimulação ovariana controlada em tecnologias de reprodução assistida: Estado da arte
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(1):43-48
Resumo
Artigo de RevisãoAlfacorifolitropina para estimulação ovariana controlada em tecnologias de reprodução assistida: Estado da arte
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(1):43-48
Visualizações80Resumo
O desgaste físico e emocional durante a jornada de pessoas inférteis pelas tecnologias de reprodução assistida é suficiente para justificar esforços no desenvolvimento de estratégias de tratamento compassivas. Desta forma, a menor duração dos protocolos de estimulação ovariana e a necessidade de menos injeções podem melhorar a adesão, prevenir erros e reduzir custos financeiros. Portanto, a estimulação folicular sustentada da alfacorifolitropina parece ser a característica farmacocinética que melhor a diferencia das gonadotrofinas atualmente disponíveis no mercado. No presente artigo, reunimos evidências sobre seu uso, com o objetivo de fornecer as informações necessárias para considerá-la como primeira escolha quando se deseja uma estratégia amigável ao paciente.
Palavras-chave: alfacorifolitropinaantagonista de GnRHestimulação ovarianaIndução de ovulaçãoReprodução assistidaVer mais -
Artigo de Revisão24/03/2022
Avaliação das desordens do assoalho pélvico decorrentes do diabetes gestacional usando a ultrassonografia tridimensional: Uma revisão narrativa
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2022;44(12):1134-1140
Resumo
Artigo de RevisãoAvaliação das desordens do assoalho pélvico decorrentes do diabetes gestacional usando a ultrassonografia tridimensional: Uma revisão narrativa
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2022;44(12):1134-1140
Visualizações97Resumo
O diabetes gestacional (DG)é uma entidade com nuances conceituais em evolução que merecem total consideração. O DG leva a complicações e efeitos adversos na saúde da mãe e do bebê durante e após a gravidez. As mulheres também apresentam maior prevalência de incontinência urinária (IU) relacionada ao estado hiperglicêmico durante a gravidez. No entanto, o mecanismo fisiopatológico exato ainda é incerto. Realizamos uma revisão narrativa discutindo o impacto do DG no assoalho pélvico das mulheres e utilizamos o exame de ultrassonografia tridimensional para avaliar e predizer a ocorrência de IU.
Palavras-chave: Assoalho pélvicodesordens do assoalho pélvicoDiabetes gestacionalIncontinência urináriaUltrassonografiaVer mais -
Artigo de Revisão24/03/2022
Gestação de substituição comercial: Uma visão global
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2022;44(12):1141-1158
Resumo
Artigo de RevisãoGestação de substituição comercial: Uma visão global
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2022;44(12):1141-1158
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Objetivo
A gestação de substituição é o processo no qual uma mulher engravida e entrega um bebê a outra pessoa ou casal, conhecidos como pais pretendidos. Quando as gestantes são pagas, isto é conhecido como gestação de substituição comercial. O objetivo do presente trabalho é rever os aspectos legais, éticos, sociais e culturais da gestação de substituição comercial, bem como o panorama atual em todo o mundo.
Métodos
Trata-se de uma revisão da literatura publicada no século XXI sobre a gestação de substituição comercial.
Resultados
Um total de 248 artigos foi incluído nesta revisão. A demanda por tratamentos com gestação de substituição por mulheres sem útero ou com distúrbios uterinos importantes, homens solteiros e casais masculinos está aumentando constantemente em todo o mundo. Este tratamento reprodutivo tem dilemas éticos importantes. Além disso, a legislação é amplamente adiada em todo o mundo e está em constante mudança. Portanto, os pacientes procuram cada vez mais por tratamentos no exterior, o que pode levar a importantes problemas legais entre países com leis diferentes. A gestação de substituição comercial é praticada em vários países, na maioria dos quais não há legislação específica. Alguns países tomaram medidas restritivas contra esta técnica por causa de relatos de exploração destas mulheres.
Conclusão
A gestação de substituição comercial é uma prática comum, apesar de importantes dilemas éticos e legais. Como consequência de diversas legislações nacionais, os pacientes frequentemente recorrem a programas de gestação de substituição comercial internacionais. Atualmente, não existe um contexto jurídico internacional padrão e esta prática permanece em grande parte não regulamentada.
Palavras-chave: Bioéticafertilização em vitrogestação de substituiçãolegislação médicaturismo médicoVer mais -
Artigo de Revisão24/03/2022
Exposição materna a mercúrio e distúrbios hipertensivos na gestação: Uma revisão sistemática
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2022;44(12):1126-1133
Resumo
Artigo de RevisãoExposição materna a mercúrio e distúrbios hipertensivos na gestação: Uma revisão sistemática
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2022;44(12):1126-1133
Visualizações83Resumo
Objetivo
A presente revisão busca sintetizar as evidências em relação à exposição ao mercúrio (Hg) e os distúrbios hipertensivos da gestação (DHG).
Fontes Dos Dados
Os bancos de dados PubMed, BVS/LILACS, SciELO e a Biblioteca Digital da UFRJ Pantheon foram sistematicamente pesquisadas durante junho de 2021.
Seleção de estudos
Artigos observacionais analíticos, escritos em inglês, espanhol ou português, sem restrição temporal.
Coleta de Dados
A estratégia PICOS foi seguida e a qualidade metodológica foi avaliada usando o checklist Downs and Black.
Síntese de dados
Foram encontrados 77 artigos, dos quais 6 atenderam aos critérios da revisão. Foram 4.848 participantes, dos quais 80 (16,7%) tinham DHG e 4.724 (97,4%) estavam expostos ambientalmente ao Hg (consumo de peixe e amálgama dental). Os biomarcadores de mercúrio avaliados foram sangue (quatro estudos) e urina (dois estudos). Dois estudos encontraram associação positiva entre Hg e DHG no grupo com maior exposição e os outros quatro não a apresentaram. A avaliação de qualidade metodológica revelou 3 estudos satisfatórios e 3 bons (média: 19,3 ± 1,6 em 28 pontos). A ausência ou não de ajuste adequado para fator de confusão negativo, como consumo de pescado, foi observada em cinco estudos.
Conclusão
Recuperamos apenas seis estudos, embora o Hg seja um metal tóxico generalizado e a gravidez seja um período de maior suscetibilidade a ameaças ambientais e risco cardiovascular. No geral, nossa revisão mostrou resultados mistos, com dois estudos relatando associação positiva no grupo com maior exposição. No entanto, devido à importância do assunto, estudos adicionais são necessários para elucidar os efeitos do Hg sobre DHG, com atenção especial ao ajuste de confundimento negativo.
Palavras-chave: eclâmpsia e hipertensão gestacionalhipertensão induzida pela gestaçãomercúrioPré-eclâmpsiaVer mais