Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(6):251-258
DOI 10.1590/S0100-720320140004976
Avaliar os efeitos do uso de um suplemento alimentar à base de soja sobre os principais marcadores de risco cardiovascular e compará-los com o uso da terapia hormonal (TH) de baixa dose e grupo placebo em mulheres na pós-menopausa.
Foram selecionadas 60 participantes do ambulatório de menopausa com idade entre 40 e 60 anos, com idade média de 4,1 anos na menopausa para participar de um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado com duração de 16 semanas. As pacientes foram randomizadas em 3 grupos: um grupo que recebeu suplemento dietético à base de soja (isoflavona 90 mg), um grupo que recebeu TH em baixa dose (estradiol 1 mg e noretisterona 0,5 mg) e um grupo placebo. Os seguintes parâmetros foram avaliados no início e ao término das 16 semanas de intervenção: perfil lipídico, glicemia de jejum, índice de massa corpórea, pressão sanguínea arterial e circunferência abdominal. A análise estatística foi realizada usando-se o teste do χ2, teste exato de Fisher, teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, análise de variância (ANOVA), teste t de Student pareado e teste de Wilcoxon.
Ao final do período de intervenção de 16 semanas, houve uma diminuição do colesterol total em 11,3% e do LDL-colesterol em 18,6% no grupo da TH, porém ambos não tiveram mudanças tanto no grupo do suplemento alimentar à base de soja quanto no grupo placebo. Os valores de triglicérides, HDL-colesterol, glicemia de jejum, índice de massa corpórea, pressão sanguínea arterial e circunferência abdominal não mudaram ao longo da intervenção em nenhum dos grupos estudados.
Do ponto de vista cardiovascular, o suplemento alimentar à base de soja não mostrou efeito favorável significativo nos marcadores de risco cardiovascular, quando comparado ao uso da TH.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2009;31(4):196-202
DOI 10.1590/S0100-72032009000400007
OBJETIVO: avaliar a qualidade de vida (QV) de mulheres na pós-menopausa usuárias e São Paulo. MÉTODOS: foi conduzido estudo clínico transversal, com 250 mulheres na pós-menopausa, idade entre 45 a 70 anos, atendidas em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), de setembro de 2007 a agosto de 2008. As participantes foram divididas em dois grupos: usuárias de terapia hormonal (TH, n=70) e não usuárias (n=180). Consideraram-se como usuárias de TH aquelas que faziam uso contínuo dessa terapia há pelo menos seis meses. Foram avaliadas as características sociodemográficas e clínicas. Aplicou-se o Índice Menopausal de Blatt e Kupperman (IMBK), para avaliar a intensidade dos sintomas climatéricos, e o Questionário de Saúde da Mulher (QSM), para a avaliação da QV. A análise estatística foi realizada pelo teste do χ2 ou exato de Fisher, teste de Mann-Whitney e de Kruskal-Wallis. RESULTADOS: não foram encontradas diferenças significativas na comparação entre os grupos quanto à idade, menarca, menopausa, paridade e índice massa corpórea. Observou-se que 67,2% eram casadas, 83,2% com ensino fundamental e 53,2% se ocupavam com os trabalhos domésticos, não diferindo entre os grupos. As usuárias de TH relataram menor frequência de sintomas climatéricos (IMBK) de intensidade moderada e acentuada, comparadas a não usuárias (p<0,001). Na avaliação do QSM, verificou-se, entre as usuárias de TH, menor escore médio quanto ao déficit cognitivo (p<0,001), sintomas vasomotores (p=0,04), problemas com o sono (p<0,001) e atratividade (p=0,02), contudo, sem diferença no escore total quando comparadas a não usuárias. CONCLUSÕES: as mulheres na pós-menopausa usuárias e não usuárias de TH, atendidas em UBS, não apresentaram diferenças na QV global.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2007;29(10):525-531
DOI 10.1590/S0100-72032007001000006
OBJETIVO: avaliar a densidade mamográfica (DM) de mulheres na pós-menopausa submetidas ao tratamento com raloxifeno. MÉTODOS: em estudo aberto prospectivo, não randomizado, avaliaram-se 80 mulheres (média de idade=61,1 anos). Quarenta pacientes receberam 60 mg/dia de raloxifeno e 40 mulheres compuseram o grupo não tratado (controle), pareadas pela idade e tempo de menopausa. O grupo tratado foi composto por pacientes com osteoporose da coluna lombar. Foram excluídas aquelas com história de cirurgia mamária e usuárias de terapia hormonal (TH) até seis meses prévios. A DM foi avaliada de forma qualitativa (subjetiva) e quantitativa (objetiva) em dois momentos: inicial e após seis meses de seguimento. As 320 mamografias (crânio-caudal e oblíqua) foram interpretadas qualitativamente pela classificação do Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS) e quantitativamente pela digitalização computadorizada da imagem. Para análise estatística empregaram-se os testes t, Wilcoxon Mann-Whitney, correlação de Spearman e teste de concordância de kappa. RESULTADOS: na comparação estatística inicial, os grupos foram homogêneos para todas as variáveis analisadas (idade, tempo de menopausa, paridade, amamentação, TH prévia e índice de massa corpórea). Na DM inicial, pelos métodos qualitativo e quantitativo, houve correlação negativa com a idade, em ambos os grupos (p<0,05). Para as demais variáveis analisadas, não houve correlação significativa. Após seis meses não se encontrou alteração na DM em 38 usuárias de raloxifeno e 38 controles pela análise qualitativa, enquanto que pela análise quantitativa, a imagem manteve-se inalterada em 30 usuárias de raloxifeno e em 27 controles (p>0,05). Observou-se fraco valor de concordância (kappa=0,25) entre a classificação de BI-RADS e a digitalização da imagem. CONCLUSÕES: mulheres na pós-menopausa com osteoporose, submetidas ao tratamento com raloxifeno por seis meses, não apresentaram alterações no padrão de DM.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2007;29(1):27-33
DOI 10.1590/S0100-72032007000100005
OBJETIVO: avaliar o estresse oxidativo em tecido cardíaco de ratas ooforectomizadas, com ou sem terapia hormonal. MÉTODOS: ratas Wistar foram divididas em três grupos: grupo controle (GC), grupo ooforectomizada (GO) e grupo ooforectomizada + suplementação hormonal (GOS). A privação estrogênica foi obtida pela ooforectomia bilateral. Uma semana após a ooforectomia, um pellet de 1,5 mg de 17beta-estradiol foi implantado nos animais do grupo GOS. Nove semanas após a ooforectomia, o tecido cardíaco foi obtido para a análise do estresse oxidativo por meio da medida da quimiluminescência e da atividade das enzimas antioxidantes catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GPx). RESULTADOS: a quimiluminescência estava aumentada no GO (7348±312 cps/mg proteína) quando comparado ao GC (6250±41 cps/mg proteína, p<0,01), mas não houve diferença significante entre GC e GOS (6170±237 cps/mg proteína). A ooforectomia reduziu a atividade da SOD (22%, p<0,001) e da CAT (35%, p<0,05) no GO comparado ao GC. A terapia hormonal normalizou a atividade das enzimas antioxidantes no GOS. Não houve significância estatística na atividade da GPx quando os grupos estudados foram comparados. CONCLUSÕES: a privação dos hormônios ovarianos induziu aumento do estresse oxidativo e redução das defesas antioxidantes no tecido cardíaco. No entanto, a terapia hormonal preveniu o estresse oxidativo após a ooforectomia, provavelmente devido a um aumento das enzimas CAT e SOD no músculo cardíaco. Esses achados sugerem uma importante participação do estresse oxidativo nas disfunções cardiovasculares observadas em mulheres após a menopausa, reforçando a importância da terapia hormonal para o manejo dos riscos de doenças cardiovasculares neste grupo de mulheres.