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Review Article15/11/2021
Cuidado expectante versus cuidado intervencionista no tratamento da pré-eclâmpsia grave a distância: uma revisão sistemática
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2021;43(8):627-637
Resumo
Review ArticleCuidado expectante versus cuidado intervencionista no tratamento da pré-eclâmpsia grave a distância: uma revisão sistemática
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2021;43(8):627-637
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Objetivo
Comparar os efeitos dos cuidados expectantes versus intervencionistas no manejo de gestantes com pré-eclâmpsia grave distante do termo.
Fontes de dados
Foi realizada uma busca eletrônica no Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Excerpta Medica Database (EMBASE), Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS, para o espanhol) acrônimo), Plataforma Internacional de Registro de Ensaios Clínicos da Organização Mundial da Saúde (OMS-ICTRP) e bancos de dados OpenGrey. Foram pesquisados os sites da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO, por sua sigla em francês), do Royal College of Obstetricians e Ginecologistas (RCOG), do American College of Obstetricians e Ginecologistas (ACOG) e do Colombian Journal of Obstetrics and Gynecology (CJOG) procedimentos da conferência, sem restrições de idioma, até 25 de março de 2020.
Seleção de estudos
Ensaios clínicos randomizados (RCTs) e estudos controlados não randomizados (NRSs) foram incluídos. A abordagem de Classificação de Recomendações, Avaliação, Desenvolvimento e Avaliação (GRADE) foi usada para avaliar a qualidade da evidência.
Coleta de dados
Os estudos foram avaliados de forma independente quanto aos critérios de inclusão, extração de dados e risco de viés. As discordâncias foram resolvidas por consenso.
Síntese de dados
Quatro RCTs e seis NRS foram incluídos. Evidências de baixa qualidade dos ECRs mostraram que o cuidado expectante pode resultar em uma incidência menor de pontuações de aparência, pulso, careta, atividade e respiração (Apgar) <7 em 5 minutos (razão de risco [RR]: 0,48; intervalo de confiança de 95% [IC 95%]: 0,23% a 0,99) e um peso médio ao nascer superior (diferença média [MD]: 254,7 g; IC 95%: 98,5 ga 410,9 g). Evidências de qualidade muito baixa dos NRSs sugeriram que os cuidados expectantes podem diminuir as taxas de morte neonatal (RR: 0,42; IC de 95% 0,22 a 0,80), doença da membrana hialina (RR: 0,59; IC de 95%: 0,40 a 0,87) e admissão à assistência neonatal (RR: 0,73; IC 95%: 0,54 a 0,99). Nenhuma diferença materna ou fetal foi encontrada para outros resultados perinatais.
Conclusão
Em comparação com o manejo intervencionista, o cuidado expectante pode melhorar os resultados neonatais sem aumentar a morbidade e mortalidade materna.
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Clinical Consensus Recommendation08/03/2021
Pré-eclâmpsia: Rastreamento universal ou prevenção universal para países de baixa e média-renda?
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2021;43(1):61-65
Resumo
Clinical Consensus RecommendationPré-eclâmpsia: Rastreamento universal ou prevenção universal para países de baixa e média-renda?
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2021;43(1):61-65
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A Pré-eclâmpsia (PE) é uma doença grave que acomete ~ 8% das gestações e representa importante causa de morbimortalidade, tanto materna quanto perinatal. O rastreamento da doença émotivo de estudos, porém a complexidade e as incertezas quanto a sua etiologia tornam esse objetivo bastante difícil. Além disso, os custos relacionados com o rastreamento, a heterogeneidade das populações mais afetadas e ainda a falta de métodos de prevenção de grande eficácia reduzem o potencial dos algoritmos de rastreamento. Assim, a Comissão Nacional Especializada sobre Hipertensão na Gravidez da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (CNE Hipertensão na Gravidez da FEBRASGO) considera que não há algoritmos de rastreamento que possam ser aplicados no país nesse momento e defende a utilização dos métodos de prevenção como ácido acetilsalicílico e cálcio de maneira ampla.
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Relato de Caso11/01/2020
Pré-eclâmpsia como manifestação inaugural de hiperparatiroidismo primário: Um caso clínico
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(12):841-844
Resumo
Relato de CasoPré-eclâmpsia como manifestação inaugural de hiperparatiroidismo primário: Um caso clínico
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(12):841-844
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O hiperparatiroidismo primário é umdistúrbio endócrino caraterizado pela elevação do cálcio sérico associada a níveis de paratormona elevados ou inapropriadamente normais. O diagnóstico é baseado em análises bioquímicas, e, na gravidez, o exame de imagem de primeira linha é a ecografia cervical. É uma doença rara na gravidez, e pode se apresentar com complicações ameaçadoras de vida, pelo que o seu diagnóstico é desafiante. O tratamento médico disponível é limitado, havendo poucos dados relativos à sua eficácia e segurança na gravidez. A cirurgia é o único tratamento curativo, e pode ser realizada no segundo ou terceiro trimestres. Tem sido descrita uma relação entre hiperparatiroidismo primário e pré-eclâmpsia. Apresenta-se um caso de uma grávida de 27 semanas com pré-eclâmpsia com critérios de gravidade, o que obrigou ao término da gravidez por cesariana. Verificou-se agravamento clínico no período pós-parto, com aparecimento de complicações graves, tais como hipercalcemia grave e pancreatite aguda. Ecograficamente, constataram-se duas massas paratiróideias sugestivas de adenomas da paratiroide. A doente recebeu tratamento médico, e teve melhora apenas após a correção dos níveis de cálcio sérico.
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Review Article11/01/2020
Atualização sobre trombocitopenia na gravidez
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(12):834-840
Resumo
Review ArticleAtualização sobre trombocitopenia na gravidez
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(12):834-840
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Trombocitopenia, definida como uma contagem de plaquetária < 150.000mm3, é frequentemente diagnosticada pelos obstetras, uma vez que este parâmetro está incluído na vigilância de rotina durante a gravidez, com uma incidência de entre 7 e 12%. Assim, decisões relativas à avaliação e orientação subsequentes são primordiais. Embora a maioria dos casos ocorra devido a alterações fisiológicas, como a trombocitopenia gestacional, outras causas podem estar relacionadas com condições graves que podem levar à morte fetal ou materna. Distinguir entre estas entidades pode ser desafiante: elas podem ser específicas da gravidez (pré-eclâmpsia/síndrome HELLP [hemolysis, elevated liver enzymes, low platelets]) ou não (púrpura trombocitopênica imune, púrpura trombocitopênica trombótica ou síndrome hemolítico urêmico). Compreender os mecanismos e reconhecer os sinais e sintomas é essencial para decidir uma adequada linha de investigação. A severidade da trombocitopenia, a sua etiologia e a idade gestacional ditam regimes de tratamento diferentes.
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Original Article21/12/2020
Distúrbios hipertensivos: Prevalência, resultados perinatais e taxas de cesarianas em gestantes hospitalizadas para o parto
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(11):690-696
Resumo
Original ArticleDistúrbios hipertensivos: Prevalência, resultados perinatais e taxas de cesarianas em gestantes hospitalizadas para o parto
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(11):690-696
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Objetivo:
Avaliar a prevalência dos distúrbios hipertensivos, resultados perinatais (recém-nascidos pré-termo, recém-nascidos de baixo peso, índice de Apgar < 7 no 5° minuto e óbitos fetais) e as taxas de cesarianas nas gestantes internadas para assistência ao parto na Maternidade Hilda Brandão da Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil, no período de 1° de março de 2008 a 28 de fevereiro de 2018.
Métodos:
Foi realizado um estudo analítico, observacional, longitudinal. Os grupos selecionados para comparação foram gestantes com e sem distúrbios hipertensivos. Do total de 36.724 gestantes, 4.464 foram diagnosticadas com distúrbios hipertensivos e 32.260 não apresentavam distúrbios hipertensivos.
Resultados:
A prevalência dos distúrbios hipertensivos foi de 12,16%; Os resultados perinatais e as taxas de cesarianas entre os 2 grupos de gestantes com e sem distúrbios hipertensivos foram: recém-nascidos pré-termo (21,70% versus 9,66%; odds ratio [OR] 2,59; intervalo de confiança [IC] 95%, 2,40-2,80; p < 0,001); recém-nascidos de baixo peso (24,48% versus 10,56%; OR 2,75; IC 95%, 2,55-2,96; p < 0,001); índice de Apgar < 7 no 5° minuto (1,40% versus 1,10%; OR 1,27; IC 95%, 0,97-1,67; p = 0,084); fetos mortos diagnosticados previamente ao parto (1,90% versus 0,91%; OR 2,12; IC 95%, 1,67-2,70; p < 0,001); taxas de cesarianas (60,22% versus 31,21%; OR 3,34; IC 95%, 3,14-3,55; p < 0,001).
Conclusão:
Os distúrbios hipertensivos estão associados a maiores taxas de cesarianas, ao maior risco de recém-nascidos pré-termo, recém-nascidos de baixo peso e a um maior risco de óbitos fetais.
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Relato de Caso21/12/2020
Coronavírus 2019, trombocitopenia e síndrome HELLP: Associação ou coincidência?
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(10):669-671
Resumo
Relato de CasoCoronavírus 2019, trombocitopenia e síndrome HELLP: Associação ou coincidência?
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(10):669-671
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O presente relato descreve o caso de uma gestante de 31 anos, gemelar dicoriônica com 31 semanas, com queixa de mialgia, icterícia e desconforto abdominal. A paciente não apresentava sintomas gripais como febre ou tosse e não tinha conhecimento de exposição ao COVID-19. Pressão arterial e saturação de oxigênio normais. Os exames laboratoriais apresentaram contagem de plaquetas de 218,000 mm3, ALT 558 IU e creatinina 2.3 mg/dl. Doppler compatível com centralização de um dos fetos. Síndrome de hemolysis, elevated liver enzymes, low platelet count (HELLP) parcial foi a hipótese diagnóstica inicial e a cesariana foi realizada. No segundo dia, a paciente apresentou leucócitos de 33.730 com queda do nível de consciência e desconforto respiratório leve. A tomografia revelou opacidade pulmonar em vidro fosco bilateralmente. A pesquisa de COVID-19 por polymerase chain reaction (PCR)/swab teve resultado positivo. Trombocitopenia em pacientes com COVID-19 é multifatorial, semelhante ao que ocorre na pré-eclâmpsia e na síndrome HELLP. Acreditamos que o sinergismo da fisiopatologia das doenças em questão pode acelerar o comprometimento materno e deve servir de alerta para a prática obstétrica.
Palavras-chave: Complicações na gravidezinfecções por coronavírusPré-eclâmpsiaSíndrome HELLPTrombocitopeniaVer mais -
Relato de Caso21/12/2020
Descolamento seroso da retina na pré-eclâmpsia: Um caso clínico e revisão da literatura
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(11):772-773
Resumo
Relato de CasoDescolamento seroso da retina na pré-eclâmpsia: Um caso clínico e revisão da literatura
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(11):772-773
Visualizações84Resumo
A pré-eclâmpsia (PE) é uma doença obstétrica com uma causa multifactorial que afeta ∼ 5% das grávidas. A visão pode ser afetada com uma gravidade variável, sendo o descolamento de retina uma complicação muito rara. Geralmente é bilateral e seroso, e a sua patogênese encontra-se relacionada com a isquemia coroidal, secundária a um intenso vaso espasmo arteriolar. A maioria dos doentes tem recuperação completa da visão com tratamento conservador. No presente artigo, é relatado um caso de uma grávida de 37 anos que desenvolveu PE com critérios de gravidade associada a um quadro de visão turva progressiva, diagnosticada pela oftalmologia como descolamento macular seroso da retina.
Palavras-chave: complicação da gravidezdescolamento da retinadiminuição da acuidade visualPré-eclâmpsiaVer mais -
Original Article21/12/2020
A influência da pré-eclâmpsia, idade materna avançada e obesidade materna em desfechos neonatais entre mulheres com diabetes gestacional
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(10):607-613
Resumo
Original ArticleA influência da pré-eclâmpsia, idade materna avançada e obesidade materna em desfechos neonatais entre mulheres com diabetes gestacional
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(10):607-613
Visualizações123Resumo
Objetivo
O presente estudo tem como objetivo analisar desfechos fetais ou neonatais adversos em mulheres com diabetes gestacional, incluindo morte fetal, partos prematuros, peso ao nascimento, morbilidade neonatal e mortalidade, bem como o efeito sinérgico de fatores de risco e maus desfechos concomitantes da gravidez, como idade materna avançada, obesidade materna e pré-eclâmpsia no seu agravamento.
Métodos
O presente estudo retrospetivo de coorte incluiu todas as gestantes com diabetes gestacional, com vigilância e parto no Hospital da Senhora da Oliveira durante 2017 e 2018. Os dados foram obtidos dos registos clínicos eletrônicos dos programas informáticos de saúde Sclinico e Obscare, e a análise estatística simples e multivariada foi feita utilizando o IBM SPSS Statistics.
Resultados
Os participantes do estudo incluíram 301 gestantes que contribuíram para 7,36% do total de partos da instituição, num total de 300 nados vivos. Foi analisada a influência da coexistência de pré-eclâmpsia na morbilidade neonatal (p = 0,004), na ocorrência de recém-nascidos de baixo e muito baixo peso ao nascimento (p < 0,01) e em partos prematuros (p < 0,01). Também foi analisada a influência da obesidade materna (p = 0,270; p = 0,992; p = 0,684) e da idade materna avançada nesses 3 desfechos (p = 0,806; p = 0,879; p = 0.985).Usando uma análise multivariada, os únicos modelos com significância estatística para predizer os três desfechos neonatais incluíram apenas a pré-eclâmpsia (p = 0,04; p < 0,01; p < 0,01).
Conclusão
Apenas a coexistência de pré-eclâmpsia mostrou associação com desfechos neonatais adversos (morbilidade neonatal, recém-nascidos de baixo e muito baixo peso e partos prematuros) e pode ser utilizada como preditor destes em mulheres com diabetes gestacional.
Palavras-chave: desfechos neonataisDiabetes gestacionalidade materna avançadaobesidade maternaPré-eclâmpsiaVer mais