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Artigo Original01/06/2017
Interações medicamentosas potenciais e risco de medicamentos durante a gravidez e amamentação: um estudo observacional em unidade de terapia intensiva
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(6):258-264
Resumo
Artigo OriginalInterações medicamentosas potenciais e risco de medicamentos durante a gravidez e amamentação: um estudo observacional em unidade de terapia intensiva
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(6):258-264
Visualizações81Resumo
Introdução
No ciclo gravídico-puerperal, as mulheres podem desenvolver complicações que necessitam de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Assim, é necessária uma atenção especial à farmacoterapia, particularmente às interações medicamentosas potenciais (IMPs) e ao risco dos medicamentos para o feto e o recémnascido.
Objetivo
Determinar o perfil das IMPs e o risco potencial dos medicamentos utilizados durante a gravidez e a amamentação entre as mulheres internadas em UTI.
Métodos
Foi realizado um corte transversal e prospectivo, observacional, incluindo mulheres grávidas e lactantes internadas na UTI do Hospital da Mulher de uma universidade de Campinas durante um ano. Bases de dados online foram usadas para identificar e classificar as IMPs e o potencial risco de uso de medicamentos durante a gravidez e a amamentação.
Resultados
Foram avaliadas 305 prescrições de 58 mulheres, 31 grávidas e 27 lactantes, e 284 (91%) prescrições apresentaram IMPs, sendo que 175 combinações diferentes de IMPs foram identificadas nas prescrições, e não foram observados efeitos nocivos pelo uso concomitante dos medicamentos na prática clínica. Um total de 26 (1,4%) IMPs foram classificadas como contraindicadas. Foram identificados 15 (13,8%) medicamentos prescritos com risco D, e 2 (1,8%) com risco X para mulheres grávidas, e foram identificados 4 (4,9%) medicamentos prescritos como de alto risco para as mulheres que estavam amamentando.
Conclusões
Este estudo demonstra que há uma alta incidência de IMPs nas prescrições. A maioria dos medicamentos utilizados por mulheres grávidas e lactantes em UTI não apresentou sérios riscos para o feto e o recém-nascido, mas às vezes são necessários medicamentos categorizados como risco D ou X.
Palavras-chave: AmamentaçãoGravidezinterações medicamentosas potenciaissegurança do pacienteUnidades de terapia intensivaVer mais -
Artigo Original01/03/2017
Níveis de íon ferro (Fe) salivar, marcadores séricos de anemia, e atividade de cárie em mulheres grávidas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(3):94-101
Resumo
Artigo OriginalNíveis de íon ferro (Fe) salivar, marcadores séricos de anemia, e atividade de cárie em mulheres grávidas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(3):94-101
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Introdução
A anemia é um evento muito frequente entre mulhres grávidas. Existem evidências de diferenças na incidência de cárie dentária entre mulheres grávidas e não grávidas,mas a relação entre o íon ferro (Fe) salivar, osmarcadores séricos de anemia e o desenvolvimento de cárie não foi investigada.
Objetivo
Avaliar a correlação entre os parâmetros salivares (Fe) e séricos (Fe, ferritina e hemoglobina) em gestantes e o desenvolvimento de cárie dentária.
Métodos
Uma coorte prospectiva foi conduzida com 59 mulheres. O desfecho de interesse foi representado por novas lesões de cárie durante a gravidez, medido pelo critério Nyvad. Mulheres grávidas foram avaliadas em três tempos clínicos: até a 16ª semana de idade gestacional (IG) (T1), no último trimestre de gravidez (T2), e no puerpério (T3), na Unidade Materno-infantil do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão. A amostra de saliva estimulada foi coletada para análise bioquímica de Fe salivar, e a amostra de sangue foi coletada no início da manhã. A correlação entre o Fe salivar e o Fe sérico foi avaliada através do teste de correlação de Pearson. Os testes ANOVA e Kruskal-Wallis foram utilizados para comparar parâmetros de anemia em diferentes momentos. Os testes t de Student e Mann-Whitney foram utilizados para comparar os parâmetros da anemia entre os grupos de gestantes (come sem lesões de cárie).
Resultados
As concentrações séricas de Fe foram maiores no primeiro trimestre de gestação e menores após o parto (p = 0,036). Observou-se também que as concentrações de ferritina forammaiores no primeiro trimestre emenores no final da gestação (p = 0,011). Não houve associação entre as exposições e o desenvolvimento de cárie dentária. Houve correlação positiva entre o Fe sérico em T1 e o Fe salivar em T2 (p < 0,05).
Conclusão
Os marcadores séricos de anemia foram mais prevalentes no último trimestre de gestação.
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Relato de Caso01/02/2017
Indução da lactação em mãe por útero de substituição: efeitos na concentração de prolactina, produção láctea e satisfação materna
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(2):86-89
Resumo
Relato de CasoIndução da lactação em mãe por útero de substituição: efeitos na concentração de prolactina, produção láctea e satisfação materna
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(2):86-89
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Relato de caso de mãe por útero de substituição, de 39 anos de idade, submetida a indução da lactação por exposição sequencial a drogas galactogogas (metoclopramida e domperidona), estimulação mamilar mecânica com bomba elétrica, e sucção pelo recém-nascido. O estudo teve como objetivo analisar os efeitos de cada etapa do protocolo na concentração sérica de prolactina, no volume de secreção láctea e na satisfação materna. A concentração sérica de prolactina e a produção láctea não apresentaram mudanças significativas. Entretanto, a mãe foi capaz de amamentar a criança por quatro semanas, e manifestou grande satisfação com a experiência. Como conclusão, no contexto de maternidade por útero de substituição, o aleitamento materno parece promover benefícios emocionais, não necessariamente relacionados ao aumento do volume de leite.
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Relato de Caso01/12/2016
Piometria e gravidez com síndrome de Herlyn-Werner-Wunderlich
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(12):623-628
Resumo
Relato de CasoPiometria e gravidez com síndrome de Herlyn-Werner-Wunderlich
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(12):623-628
Visualizações86RESUMO
Os autores descrevem uma paciente com síndrome de Herlyn-Werner-Wunderlich (SHWW) e história prévia de infertilidade, que engravidou espontaneamente. Durante todo o período gestacional apresentou, apesar da instituição de antibioticoterapia, um piometra localizado ao útero não gravídico. Devido à anomalia congênita uterina e ao risco de infeção ascendente, com possível desfecho obstétrico desfavorável, esta gravidez foi classificada de alto risco. O septo vaginal horizontal e parcial poderá ter contribuído para ausência de disseminação da infecção, permitindo que a gravidez tenha chegado a termo, com um parto vaginal, sem intercorrências.
Palavras-chave: Gravidezpiometrasíndrome de Herlyn-Werner-Wunderlichultrasonografia e ressonância magnéticaVer mais -
Artigo Original01/11/2016
Prevalência de disfunção sexual entre mulheres grávidas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(11):559-563
Resumo
Artigo OriginalPrevalência de disfunção sexual entre mulheres grávidas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(11):559-563
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Objetivo
Identificar a gravidez como fator causador de disfunção sexual entre mulheres gestantes.
Métodos
Estudo prospectivo com 225 gestantes atendidas no ambulatório de prénatal de uma universidade federal. A função sexual foi avaliada por meio do Female Sexual Function Index (FSFI), e todos os domínios foram analisados (desejo, excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor). Inicialmente, uma análise univariada da amostra foi feita. As médias para cada domínio de acordo com o risco de disfunção sexual (FSFI ≤ 26,5) foram comparadas pelo teste t de Student para amostras independentes. A força da correlação entre a disfunção sexual e todas as variáveis sociodemográficas, clínicas e comportamentais foi medida pelo teste do qui-quadrado (X2). A partir desta perspectiva, foram aferidos os odds ratios (ORs) e seus respectivos intervalos de confiança para a análise bivariada. Quaisquer valores de p inferiores a 0,05 foram considerados significativos.
Resultados
Cerca de dois terços das mulheres (66,7%) mostraram sinais de risco de disfunção sexual (FSFI ≤ 26,5). Dentro destes casos, todos os domínios de disfunção sexual (desejo, excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor) foram estatisticamente significativos (p < 0,001). Os domínios mais afetados foram o desejo (2,67), a satisfação (2,71) e a excitação (2,78).
Conclusões
A gravidez parece ser um importante fator causador de disfunção sexual entre mulheres gestantes.
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Artigo Original01/08/2016
Prevalência de HIV em grávidas brasileiras: pesquisa nacional
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(8):391-398
Resumo
Artigo OriginalPrevalência de HIV em grávidas brasileiras: pesquisa nacional
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(8):391-398
Visualizações100Ver maisIntrodução
Métodos
Entre outubro de 2010 e janeiro de 2012, foi realizada uma pesquisa de probabilidade por amostragem direcionada a mulheres grávidas com idade entre 15 e 49 anos, que utilizaram serviços de parto em hospitais públicos do Brasil. Os dados foram coletados a partir de relatórios pré-natais e registros hospitalares. Amostras de sangue foram coletadas e submetidas a exames de HIV. Descrevemos a prevalência da infecção pelo HIV específica de acordo com a idade e a absorção dos CPN em relação a fatores demográficos.
Resultados
Das 36.713 mulheres incluídas, 35.444 (96,6%) foram submetidas a exames de HIV durante a admissão para o trabalho de parto. A prevalência global de HIV foi de 0,38% (intervalo de confiança [IC] de 95%: 0,31-0,48), e foi maior no grupo com a faixa etária entre 30 e 39 anos de idade (0,60% [0,40-0,88]), da região Sul (0,79% [0,59-1,04]), entre as mulheres com o ensino fundamental incompleto (0,63% [0,30-1,31]) ou ensino médio incompleto (0,67% [0,49-0,97]), e entre as mulheres que se identificam como asiáticas (0,94% [0,28-3,10]). A cobertura do exame de HIV durante os CPN foi de 86,6% para um exame e de 38,2% para dois exames. No geral, 98,5% das mulheres foram atendidas em pelo menos 1 consulta de CPN, 90,4% compareceram a pelo menos 4 consultas, 71% compareceram a pelo menos 6 visitas, e 51,7% receberam CPN durante o 1o trimestre. A cobertura de exames de HIV e os indicadores de captação de CPN aumentaram de forma proporcional ao aumento da idade e do nível de educação, e foram maiores na região Sudeste.
Conclusões
O Brasil apresenta uma prevalência de menos de 1% e cobertura praticamente universal de CPN. No entanto, as lacunas nos exames de HIV e CPN durante o primeiro trimestre representam um desafio à prevenção contra a transmissão vertical do HIV. São necessários mais esforços a fim de reduzir as disparidades regionais e sociais.
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Artigo Original01/06/2016
Níveis de betatrofina aumentados em grávidas com ou sem diabetes mellitus gestacional e associados à função das células beta
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(6):287-292
Resumo
Artigo OriginalNíveis de betatrofina aumentados em grávidas com ou sem diabetes mellitus gestacional e associados à função das células beta
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(6):287-292
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Métodos
Um total de 49 gestantes e 31 não gestantes de mesma idade com níveis normais de glicose (UP-NGR) foram incluídas. Dentre elas, de acordo com os resultados da curva glicêmica, base em 75 g, 22 mulheres foram diagnosticadas com diabetes mellitus gestational ( DMG ).
Resultados
Nosso estudo identificou que gestantes, independente de seus níveis de glicose, tiveram notáveis níveis elevados de triglicerídeos (TG), colesterol (TC), insulina em jejum (FINS), HOMA-IR e HOMA-β. Contudo, pacientes com DMG tiveram bem menos HOMA-β se comparadas às gestantes com níveis normais de glicose ( P-NGR ). Participantes do grupo P-NGR tiveram níveis de betatrofina quase quarto vezes maiores ao das participantes do grupo UP-NGR. Embora os níveis de betatrofina sejam menores no grupo DMG do que no P-NGR, a diferença não obteve significância estatística. Análise da correlação de Spearman demonstrou que os níveis de betatrofina foram positiva e significativamente associados ao TC, TG, HDL-c (high-density lipoprotein cholesterol), FINS e HOMA-β. Contudo, ajustes em TC, TG e HDL-c eliminaram a associação entre HOMA-β e betatrofina.
Conclusões
Gestantes têm níveis de betatrofina significativamente maiores do que não gestantes. Níveis de betatrofina são positive e significativamente associados às células β funcionais e níveis de lipídeos. Além disso, lipídeos podem contribuir na associação entre betatrofina e células β funcionais.
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Artigo Original01/06/2016
Sintomas depressivos na gestação: influência dos aspectos social, comportamental, psicológico e obstétrico
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(6):293-300
Resumo
Artigo OriginalSintomas depressivos na gestação: influência dos aspectos social, comportamental, psicológico e obstétrico
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(6):293-300
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Objetivo
verificar a prevalência de sintomas depressivos e suas associações com características sociais, psicológicas, comportamentais e obstétricas em mulheres grávidas.
Métodos
trata-se de estudo transversal. A amostra constou de 375 grávidas atendidas no ambulatório de pré-natal de duas maternidades públicas localizadas na cidade de Goiânia. Para a comprovação dos sintomas depressivos, empregou-se a Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). Foi realizada análise estatística descritiva com auxílio dos programas CDC EPI-INFO(tm), versão 7.1.5, e Statistical Package for Social Sciences (IBM SPSS), versão 21.0.
Resultados
apresentaram prováveis sintomas depressivos e possíveis sintomas depressivos 15,47% e 25,33% das entrevistadas, respectivamente. A análise bivariada demonstrou associação significante entre "sintomas depressivos" e as seguintes variáveis: "solteira ou separada" (razão de prevalência, RP =2,08; intervalo de confiança, IC95% = 1,26-3,44); "atividade física na gestação" (RP = 3,96; IC95% = 1,28-12,31); submissão a "violência psicológica/emocional" (RP = 4,74; IC95% = 2,94-7,64); "problema mental prévio" (RP = 2,66; IC95% = 1,49-4,73) e "complicações obstétricas na gestação atual" (RP = 2,53; IC95% = 1,55-4,13). A análise multivariada confirmou associação desses sintomas depressivos com as variáveis "sofreu violência psicológica/emocional" (odds ratio, OR = 5,821; IC95% = 2,939- 11,528); "atividade física na gestação" (OR = 3,885; IC95% =1,060-14,231); "complicações obstétricas na gestação atual" (OR = 2,442; IC95% = 1,233-4,834); e "solteira ou separada" (OR = 2,943; IC95% = 1,326-6,533).
Conclusões
a prevalência de sintomas depressivos entre as grávidas é de 15,47%, e a violência emocional é o principal fator associado à depressão gestacional.