Resumo
. ;:121-126
Avaliar e comparar o pavimento pélvico periférico, a força muscular respiratória e a funcionalidade no puerpério imediato do parto normal e da cesariana.
Este é um estudo transversal que verificou a força muscular respiratória, pavimento pélvico, periférico e funcional através da manovacuometria, avaliação funcional do pavimento pélvico (PFF), dinamometria, e o teste Time Up e Go (TUG), respectivamente. Os grupos foram divididos de acordo com o tipo de parto, num grupo de cesariana e num grupo de parto normal.
A amostra foi composta por 72 puérperas pós-parto, 36 de parto normal e 36 de cesariana, avaliados antes da alta hospitalar, a idade média variou entre 25,56 ± 6,28 e 28,57 ± 6,47 anos em puérperas de parto normal e cesariana, respectivamente. A cesariana mostrou maior resistência do pavimento pélvico (TFP) em comparação com o parto normal (p < 0,002), mas as puérperas de parto normal mostraram melhor funcionalidade (p < 0,001). Quanto à força muscular periférica e à força muscular respiratória, não houve significado ao comparar os tipos de parto.
Há uma redução da força muscular pélvica em puérperas de parto normal e uma diminuição da funcionalidade em puérperas de cesarianas.
Resumo
. ;:830-837
Utilizar a Classificação de Dez Grupos de Robson (RTGC, na sigla em inglês) para analisar as taxas de cesárea (CS, na sigla em inglês) em uma maternidade hondurenha.
Estudo de corte transversal em uma maternidade em Honduras. As mulheres internadas para o parto (agosto de 2017 a outubro de 2018) foram classificadas segundo a RTGC. Calculou-se a taxa de CS para cada grupo e a contribuição para a taxa geral de CS, com análises adicionais da indução do trabalho de parto entre as primíparas a termo (grupo 2a), multíparas a termo (grupo 4a) e casos com uma CS anterior (grupo 5.1).
foram consideradas 4.356 mulheres, com uma taxa geral de CS de 26.1%. O Grupo 3 foi o maior grupo, com 38,.6% (1.682/4.356) dos casos; seguido pelo Grupo 1, com 30,8% (1.342/4.356), e pelo Grupo 5, com 10,3% (450/4,356). Considerando a contribuição para as taxas globais de CS por grupo, o Grupo 5 contribuiu com 30,4% (345/1,136) das CS, dos quais 286 (82.9%) tinha uma CS anterior, com um índice de CS > 70%. Os grupos 1 e 3, com 291/1.136 (26.6%) e 153/1.136 (13,5%), respectivamente, foram o segundo e terceiro maiores contribuintes para a taxa de CS. Os grupos 2a e 4a tiveram alto sucesso de indução, com baixas taxas de CS (18.4 e 16.9%, respectivamente).
O RTGC é uma ferramenta útil para avaliar as taxas de CS em diferentes unidades de saúde. Os grupos 5, 1 e 3 foram os principais contribuintes para a taxa de CS. Estes achados podem apoiar intervenções futuras para reduzir as CS desnecessárias, especialmente entre primíparas e em mulheres com uma CS anterior.
Resumo
. ;:91-96
Analisar os fatores associados à prevalência do aleitamento materno exclusivo (AME) até seis meses em binômios mãe/recém-nascido atendidos em uma maternidade de risco habitual.
Trata-se de um estudo descritivo, longitudinal, prospectivo e quantitativo. Foram investigadas variáveis socioeconômicas, obstétricas e perinatais de 101 binômios mãe/recém-nascido de uma maternidade pública em Curitiba-PR no internamento após o parto e 6 meses após o nascimento. Para a análise estatística, utilizou-se o teste do qui-quadrado. As variáveis cujo teste do qui-quadrado tiveram valores de p < 0,25 foram testadas para análises de razão de probabilidades (RP).
Observou-se a prevalência (42,6%) do AME. A maioria das mulheres (93,1%) havia realizado mais de 6 consultas de pré-natal, e as variáveis licença maternidade e apoio para amamentar estiveram associadas ao AME. O apoio para amamentar por parte do profissional e do familiar aumentou em 4 vezes a chance da permanência em AME (RP = 0,232; intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 0,079 a 0.679; p = 0,008). A fissura foi o maior obstáculo para a amamentação, e a baixa produção de leite, o principal responsável pelo desmame.
O incentivo ao aleitamento e a permanência da mãe por mais tempo com a criança contribuíram para a manutenção do AME até o sexto mês de vida do bebê.
Resumo
. ;:84-90
Analisar e comparar a frequência de partos cesáreos e vaginais através da classificação de Robson em gestantes atendidas em um hospital terciário em dois períodos distintos.
Estudo transversal retrospectivo de registros de nascimento, compreendendo 4.010 mulheres, realizado de janeiro de 2014 a dezembro de 2015 no único hospital público de referência regional para atendimento de gestações de alto risco, localizado no sul do Brasil. A via de parto foi avaliada e as mulheres foram classificadas de acordo com a Classificação de Robson.
A taxa geral de cesariana foi de 57,5% e a principal indicação foi a existência de cicatriz uterina por cesariana prévia. Quando aplicada a Classificação de Robson, os grupos mais frequentes foram o 5 (26,3%) e o 10 (17,4%). No ano de 2015, ocorreu um aumento significativo da frequência dos grupos 1 e 3 (p < 0,001), quando comparado ao ano anterior, resultando em aumento do número de partos vaginais (p < 0,0001) e redução das taxas de cesariana.
A Classificação de Robson mostra ser uma ferramenta útil para identificar o perfil das parturientes e os grupos com maior risco de cesariana em diferentes períodos em um mesmo serviço. Desta forma, permitemonitorar de forma dinâmica as indicações e vias de parto e desenvolver ações para redução das taxas de cesariana conforme as características das gestantes atendidas.
Resumo
. ;:690-696
Avaliar a prevalência dos distúrbios hipertensivos, resultados perinatais (recém-nascidos pré-termo, recém-nascidos de baixo peso, índice de Apgar < 7 no 5° minuto e óbitos fetais) e as taxas de cesarianas nas gestantes internadas para assistência ao parto na Maternidade Hilda Brandão da Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil, no período de 1° de março de 2008 a 28 de fevereiro de 2018.
Foi realizado um estudo analítico, observacional, longitudinal. Os grupos selecionados para comparação foram gestantes com e sem distúrbios hipertensivos. Do total de 36.724 gestantes, 4.464 foram diagnosticadas com distúrbios hipertensivos e 32.260 não apresentavam distúrbios hipertensivos.
A prevalência dos distúrbios hipertensivos foi de 12,16%; Os resultados perinatais e as taxas de cesarianas entre os 2 grupos de gestantes com e sem distúrbios hipertensivos foram: recém-nascidos pré-termo (21,70% versus 9,66%; odds ratio [OR] 2,59; intervalo de confiança [IC] 95%, 2,40-2,80; p < 0,001); recém-nascidos de baixo peso (24,48% versus 10,56%; OR 2,75; IC 95%, 2,55-2,96; p < 0,001); índice de Apgar < 7 no 5° minuto (1,40% versus 1,10%; OR 1,27; IC 95%, 0,97-1,67; p = 0,084); fetos mortos diagnosticados previamente ao parto (1,90% versus 0,91%; OR 2,12; IC 95%, 1,67-2,70; p < 0,001); taxas de cesarianas (60,22% versus 31,21%; OR 3,34; IC 95%, 3,14-3,55; p < 0,001).
Os distúrbios hipertensivos estão associados a maiores taxas de cesarianas, ao maior risco de recém-nascidos pré-termo, recém-nascidos de baixo peso e a um maior risco de óbitos fetais.
Resumo
. ;:522-528
Identificar as taxas de cesárea de acordo com a Classificação de Robson nas cinco regiões do Brasil.
Estudo epidemiológico descritivo utilizando dados secundários obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) entre 1° de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2016, incluindo todos os nascidos vivos no Brasil.
Cesáreas representaram 56% de todos os nascimentos. A amostra foi dividida em 11 grupos, e partos vaginais forammais frequentes nos grupos 1 (53,6%), 3(80,0%) e 4 (55,1%). As maiores taxas de cesárea foram encontradas nos grupos 5 (85,7%), 6 (89,5%), 7 (85,2%) e 9 (97,0%). A taxa geral de cesárea variou de 46,2% no Norte a 62,1% no Centro-Oeste. O grupo 5 representou a maior população obstétrica no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e o grupo 3, no Norte e Nordeste. O grupo 5 contribuiu mais para a taxa geral de cesárea, totalizando 30,8%.
Mais da metade dos nascimentos no Brasil ocorreu por cesárea. O Centro- Oeste apresentou a maior taxa, e o Norte, a mais baixa. A maior população obstétrica no Norte e no Nordeste foi o grupo 3, enquanto no Sul, Sudeste e Centro-Oeste foi o grupo 5. Entre todas as regiões, amaior contribuição para a taxa geral de cesárea foi do grupo 5.
Resumo
. ;:373-379
Investigar os padrões dos partos hospitalares no estado do Rio de Janeiro (RJ), Brasil, entre 2015 e 2016, considerando a classificação de características obstétricas de Robson e a dos cuidados pré-natais proposta por Kotelchuck.
Dados sistema de informações sobre nascidos vivos (SINASC) do departamento de informática do sistema único de saúde (DATASUS) foram utilizados para agrupar gestantes relativamente à classificação de Robson. Foi efetuada uma análise descritiva para cada grupo de Robson, considerando-se as variáveis idade materna, estado civil, escolaridade, paridade, o índice de Kotelchuck de adequação do pré-natal e a idade gestacional. Também foi realizado o cálculo de razão de chances (RC) para parto cesáreo, considerando-se um modelo logístico.
Dos 456.089 nascimentos vivos ocorridos no RJ de 2015 a 2016, foram incluídos 391.961 registros, sendo 60,3% cesáreas, com maioria de gestantes (58,6%) nos grupos 5, 2 ou 3. O percentual de cesáreas nos grupos 1, 2, 3, 4, 5 e 8 foi bem superior ao sugerido pela literatura. Para gestantes de um mesmo grupo (controladas as demais características), a chance de cesárea se eleva quando aumenta a idade materna (RC = 3,33 para 41-45 anos), existe a presença de um companheiro (RC = 1,81), o nível de escolaridade é maior (RC = 3,11 para ≥ 12 anos) e o pré-natal é mais cuidadoso (RC= 3,19 para “adequado plus”).
Há indícios que no RJ, de 2015 a 2016, muitos partos cesáreos foram realizados sob influência de fatores extraclínicos.
Resumo
. ;:181-187
Avaliar a medida do ângulo do arco púbico (AAP) por ultrassonografia transperineal durante trabalho de parto em predizer tipo de parto e modo de desprendimento do polo cefálico.
Um estudo prospectivo transversal foi conduzido com 221 mulheres em trabalho de parto com gestação única ≥ 37 semanas, com fetos em apresentação cefálica, foram submetidas à avaliação ultrassonográfica por via transperineal para aferição do AAP. Correlações com tipo de parto, modo de desprendimento do polo cefálico e características fetais e maternas foram realizadas.
Um total de 153 (69,2%) mulheres apresentaram parto vaginal espontâneo, 7 (3,2%) parto a fórceps e 61 (27,6%) parto cesárea. Para fins de análise, dividiu-se os partos em dois grupos: partos vaginais e cirúrgicos (fórceps e cesáreas). A média do AAP foi 102 ± 7,5º (variação: 79,3-117,7º). Não foi observada significância estatística do AAP em relação ao tipo de parto (102,6 ± 7,2º versus 100,8 ± 7,9º; p = 0,105). Um total de 94,1% dos fetos desprenderam em variedade de posição occipito anterior e 5,8% em occipito posterior. Encontrou-se AAP mais estreitado no grupo de partos cirúrgicos (97,9 ± 9,6º versus 102,6 ± 7,3º; p = 0,049). A análise de regressão multivariada demonstrou que AAP foi uma variável de proteção para a ocorrência de desprendimento da cabeça em variedades occipito posteriores ao nascimento (odds ratio [OR]= 0,9; índice de confiança (IC) 95%: 0,82-0,99; p = 0,026).
A medida ultrassonográfica do AAP não foi preditora do tipo de parto, porém demonstrou associação com persistência de variedades occipito posteriores ao nascimento.