Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(11):525-526
Apesar de bastante estudado, o tema exercício físico e gravidez continua gerando estudos com resultados controversos, principalmente no que diz respeito aos efeitos sobre o feto, sobretudo os agudos. Portanto, o artigo de Pigatto et al. é extremamente oportuno e atual e se propõe a elucidar questões ainda controversas em relação ao exercício físico e gravidez, estimulando nosso interesse no assunto. Entretanto, os resultados do trabalho suscitaram algumas dúvidas e preocupações.
Por ser um tema com resultados contestáveis, a metodologia deve ser bem desenhada para evitar riscos de resultados gerados ao acaso. Em relação ao tipo de estudo, sabemos que o desenho ideal para se testarem intervenções são os ensaios clínicos randomizados. Portanto, nossa principal dúvida é quanto ao estudo em questão que descreve se tratar de um experimental transversal. No nosso entendimento, esse tipo de investigação não pode ser transversal, uma vez que, para ser experimental, ou seja, testar uma intervenção, é necessário o acompanhamento dos sujeitos para se observar os desfechos primários e/ou secundários. Além disso, nesse estudo a ausência de um Grupo Controle, preferencialmente randomizado, para não gerar viés de seleção dos sujeitos de pesquisa, seria fundamental para responder à pergunta de pesquisa de que a realização do exercício físico não leva a alterações no fluxo sanguíneo sistêmico e feto-placentário.
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Apesar de bastante estudado, o tema exercício físico e gravidez continua gerando estudos com resultados controversos, principalmente no que diz respeito aos efeitos sobre o feto, sobretudo os agudos. Portanto, o artigo de Pigatto et al. é extremamente oportuno e atual e se propõe a elucidar questões ainda controversas em relação ao exercício físico e gravidez, estimulando nosso interesse no assunto. Entretanto, os resultados do trabalho suscitaram algumas dúvidas e preocupações.
Por ser um tema com resultados contestáveis, a metodologia deve ser bem desenhada para evitar riscos de resultados gerados ao acaso. Em relação ao tipo de estudo, sabemos que o desenho ideal para se testarem intervenções são os ensaios clínicos randomizados. Portanto, nossa principal dúvida é quanto ao estudo em questão que descreve se tratar de um experimental transversal. No nosso entendimento, esse tipo de investigação não pode ser transversal, uma vez que, para ser experimental, ou seja, testar uma intervenção, é necessário o acompanhamento dos sujeitos para se observar os desfechos primários e/ou secundários. Além disso, nesse estudo a ausência de um Grupo Controle, preferencialmente randomizado, para não gerar viés de seleção dos sujeitos de pesquisa, seria fundamental para responder à pergunta de pesquisa de que a realização do exercício físico não leva a alterações no fluxo sanguíneo sistêmico e feto-placentário.
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