Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 01/01/2014;36(1):01-02
Nos últimos meses, comentários publicados em revistas científicas e divulgados pela imprensa mostraram duas modalidades de fraude na publicação de revistas científicas. Esses episódios mostram a fragilidade da análise de trabalhos científicos e, mais especificamente, da verificação da autoria. Ambos os episódios resultaram de iniciativas de investigadores e jornalistas. No primeiro deles, um trabalho inteiramente falso (nomes dos autores, instituições, métodos e resultados) foi submetido à análise em mais de 300 periódicos online. O autor, agora famoso, Ocorrafoo Cobange, era vinculado ao Wassee Institute of Medicine e o trabalho versava sobre as propriedades antineoplásicas de uma substância extraída de um líquen. Dentre os periódicos que receberam o trabalho para análise, 157 aceitaram o estudo para publicação. Muitas vezes nenhuma modificação foi solicitada e também muitas vezes um invoice (de até US$ 3.100) foi enviado juntamente com a carta de aceitação para o “autor para correspondência” como cobrança pela publicação. Naturalmente, após a aceitação e antes da publicação, os “autores” informaram aos editores sobre os objetivos da iniciativa e retiraram o falso trabalho.
O outro episódio muito mais grave, entre outros motivos porque descreve situações reais, está relacionado à falsa autoria. Várias empresas chinesas da área de editoração científica “vendiam” postos de autoria ou coautoria a pesquisadores chineses que queriam ascensão rápida na carreira mas não tinham trabalhos para publicação. Alguns dos trabalhos e respectivos falsos autores foram identificados. Os valores cobrados eram mais ou menos altos em função do fator de impacto do periódico e variavam entre US$ 1.600 e US$ 26.000.
[…]
Busca
Pesquisar em:
Nos últimos meses, comentários publicados em revistas científicas e divulgados pela imprensa mostraram duas modalidades de fraude na publicação de revistas científicas. Esses episódios mostram a fragilidade da análise de trabalhos científicos e, mais especificamente, da verificação da autoria. Ambos os episódios resultaram de iniciativas de investigadores e jornalistas. No primeiro deles, um trabalho inteiramente falso (nomes dos autores, instituições, métodos e resultados) foi submetido à análise em mais de 300 periódicos online. O autor, agora famoso, Ocorrafoo Cobange, era vinculado ao Wassee Institute of Medicine e o trabalho versava sobre as propriedades antineoplásicas de uma substância extraída de um líquen. Dentre os periódicos que receberam o trabalho para análise, 157 aceitaram o estudo para publicação. Muitas vezes nenhuma modificação foi solicitada e também muitas vezes um invoice (de até US$ 3.100) foi enviado juntamente com a carta de aceitação para o "autor para correspondência" como cobrança pela publicação. Naturalmente, após a aceitação e antes da publicação, os "autores" informaram aos editores sobre os objetivos da iniciativa e retiraram o falso trabalho.
O outro episódio muito mais grave, entre outros motivos porque descreve situações reais, está relacionado à falsa autoria. Várias empresas chinesas da área de editoração científica "vendiam" postos de autoria ou coautoria a pesquisadores chineses que queriam ascensão rápida na carreira mas não tinham trabalhos para publicação. Alguns dos trabalhos e respectivos falsos autores foram identificados. Os valores cobrados eram mais ou menos altos em função do fator de impacto do periódico e variavam entre US$ 1.600 e US$ 26.000.
[...]
Comentários