Resumo
. ;:1134-1140
O diabetes gestacional (DG)é uma entidade com nuances conceituais em evolução que merecem total consideração. O DG leva a complicações e efeitos adversos na saúde da mãe e do bebê durante e após a gravidez. As mulheres também apresentam maior prevalência de incontinência urinária (IU) relacionada ao estado hiperglicêmico durante a gravidez. No entanto, o mecanismo fisiopatológico exato ainda é incerto. Realizamos uma revisão narrativa discutindo o impacto do DG no assoalho pélvico das mulheres e utilizamos o exame de ultrassonografia tridimensional para avaliar e predizer a ocorrência de IU.
Resumo
. ;:1141-1158
A gestação de substituição é o processo no qual uma mulher engravida e entrega um bebê a outra pessoa ou casal, conhecidos como pais pretendidos. Quando as gestantes são pagas, isto é conhecido como gestação de substituição comercial. O objetivo do presente trabalho é rever os aspectos legais, éticos, sociais e culturais da gestação de substituição comercial, bem como o panorama atual em todo o mundo.
Trata-se de uma revisão da literatura publicada no século XXI sobre a gestação de substituição comercial.
Um total de 248 artigos foi incluído nesta revisão. A demanda por tratamentos com gestação de substituição por mulheres sem útero ou com distúrbios uterinos importantes, homens solteiros e casais masculinos está aumentando constantemente em todo o mundo. Este tratamento reprodutivo tem dilemas éticos importantes. Além disso, a legislação é amplamente adiada em todo o mundo e está em constante mudança. Portanto, os pacientes procuram cada vez mais por tratamentos no exterior, o que pode levar a importantes problemas legais entre países com leis diferentes. A gestação de substituição comercial é praticada em vários países, na maioria dos quais não há legislação específica. Alguns países tomaram medidas restritivas contra esta técnica por causa de relatos de exploração destas mulheres.
A gestação de substituição comercial é uma prática comum, apesar de importantes dilemas éticos e legais. Como consequência de diversas legislações nacionais, os pacientes frequentemente recorrem a programas de gestação de substituição comercial internacionais. Atualmente, não existe um contexto jurídico internacional padrão e esta prática permanece em grande parte não regulamentada.
Resumo
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Estudos têm demonstrado consistentemente um aumento significativo no risco de defeitos cardíacos congênitos em filhos de mães diabéticas em comparação com os de gestações não diabéticas. Evidências apontam que todos os tipos de diabetes pré-gestacional têm capacidade de gerar malformações cardíacas mais acentuadas do que no diabetes gestacional e parece haver um risco aumentado para todos os fenótipos de cardiopatias congênitas na presença de diabetes materno. Atualmente, está em estudo a aplicação de algumas terapias na tentativa de diminuir os riscos inerentes à gravidez diabética; no entanto, ainda não foi possível comprovar totalmente a sua eficácia. A presente revisão visa compreender melhor os mecanismos que regem a associação entre diabetes pré-gestacional e cardiopatias congênitas e como o diabetes materno interfere no desenvolvimento cardíaco fetal, pois ainda há um longo caminho a percorrer na investigação deste processo complexo.
Resumo
. ;:972-985
Diferentes drogas são utilizadas para tratar a mastalgia, como danazol e bromocriptina, e ambas estão associadas a efeitos colaterais, devido aos quais a maioria das mulheres e dos profissionais de saúde está interessada em medicamentos fitoterápicos. Portanto, nosso objetivo no presente estudo é estudar a eficácia dos fitoestrogênios na gravidade da mastalgia cíclica.
Para a realização do presente estudo, foram utilizados recursos eletrônicos em inglês como a Cochrane Library, ISI Web of Science, Scopus e PubMed, de forma sistemática e sem limitação de tempo até 10 de fevereiro de 2020.
No total, 20 estudos foram incluídos na presente metanálise. Os resultados da metanálise mostraram que fitoterápicos versus grupo controle (SMD = - 0,585; intervalo de confiança (IC) 95%: - 0,728–- 0,44; heterogeneidade; p = 0,02; I2 = 42%), fitoterápicos versus grupo B (SMD = - 0,59; IC95%: - 0,75–- 0,44; heterogeneidade; p = 0,03; I2 = 42%) e seus subgrupos, como fitoestrogênios (SMD = - 0,691; IC95%: - 0,82–- 0,55; heterogeneidade; p = 0,669; I2 = 0%), Vitex-agnus-castus (SMD = - 0,642; IC95%: - 0,84–- 0,44; p < 0,001; p = 203; I2 = 32%), linhaça (SMD = - 0,63; IC95%: - 0,901–- 0,367; p = 0,871; I2 = 0%) e prímula (SMD = - 0,485; IC95%: - 0,84–- 0,12; p = 0,008; heterogeneidade; p = 0,06; I2 = 56%) podem ter efeitos eficazes e úteis na melhora da mastalgia cíclica da mama. Além disso, camomila, isoflavona, canela e Nigella sativa reduziram significativamente a mastalgia.
Os medicamentos fitoterápicos e seus subgrupos podem ter efeitos eficazes e úteis na melhora da mastalgia mamária cíclica. Os achados do presente estudo devem ser explantados com atenção devido ao pequeno número de estudos existentes sobre o tema, a maioria dos quais com um tamanho de amostra pequeno.
Resumo
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Avaliar a eficácia das abordagens hormonais e não hormonais para os sintomas de disfunção sexual e atrofia vaginal em mulheres na pós-menopausa.
Pesquisamos as bases de dados PubMed, Embase, Scopus, Web of Science, SciELO, Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL), e Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), assim como bancos de dados de ensaios clínicos. Foram analisados estudos publicados entre 1996 e 30 de maio de 2020. Nenhuma restrição de idioma foi aplicada.
Foram selecionados ensaios clínicos randomizados que avaliavam o tratamento das disfunções sexuais em mulheres na pós-menopausa.
Três autores (ACAS, APFC e JL), revisaram cada artigo com base em seu título e resumo. Os dados relevantes foram posteriormente retirados do texto completo do artigo. Quaisquer discrepâncias durante a revisão foram resolvidas por consenso entre todos os autores listados.
Ao todo, 55 estudos foram incluídos na revisão sistemática. As abordagens testadas para tratar a disfunção sexual foram: lubrificantes e hidratantes (18 estudos); fitoestrogênios (14 estudos); deidroepiandrosterona (DHEA; 8 estudos); ospemifeno (5 estudos); testosterona vaginal (4 estudos); exercícios para os músculos do assoalho pélvico (2 estudos); oxitocina (2 estudos);laser de CO2 vaginal (2 estudos); lidocaína (1 estudo), e vitamina E vaginal (1 estudo).
Identificou-se falta de coerência na literatura quanto aos tratamentos propostos e medidas de resultados selecionadas. Apesar da grande diversidade de modalidades de tratamento e medidas de resultados, esta revisão sistemática pode lançar luz sobre alvos potenciais para o tratamento, que é considerado necessário para a disfunção sexual, assumindo que a maioria dos estudos randomizados foi avaliada com baixo risco de viés de acordo com a ferramenta de avaliação de risco de viés de Cochrane Collaboration. Esta revisão tem cadastro no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO; CRD42018100488).
Resumo
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O objetivo deste estudo foi revisar sistematicamente a literatura sobre o uso de suplementos de ferro (não incluindo o ferro derivado da dieta), aumento dos níveis de hemoglobina e/ou ferritina e o risco de desenvolver diabetes mellitus gestacional (DMG).
as bases de dados PUBMED, Cochrane, Web of Science, Scopus, Embase, Cinahl e Lilacs foram pesquisadas até abril de 2021.
Foram revisados 6.956 títulos e resumos, dos quais 9 preencheram os critérios finais de inclusão, totalizando 7.560 mulheres.
A extração de dados foi realizada por dois revisores independentes e as divergências foram resolvidas por um terceiro revisor.
A qualidade metodológica dos ensaios controlados foi avaliada de acordo com as ferramentas da Colaboração Cochrane (ROB-2 e ROBINS-1) e para os estudos observacionais, foi utilizada a ferramenta de avaliação de qualidade do National Institutes of Health (NIH). Entre os 5 estudos observacionais, as mulheres com maiores níveis de hemoglobina ou ferritina apresentaram maior probabilidade de desenvolver DMG quando comparadas àquelas com níveis mais baixos nesses parâmetros. Entre os 3 ensaios clínicos randomizados, nenhum deles encontrou diferença significativa na incidência de DMG entre as mulheres dos grupos de intervenção e controle. No entanto, identificamos muitos riscos de viés e enormes diferenças metodológicas entre eles.
Com base nos estudos incluídos nesta revisão e devido aos importantes problemas metodológicos apontados, são necessários mais estudos de boa qualidade metodológica para melhor estabelecer a associação entre suplementação de ferro e DMG.
Resumo
. ;:1070-1077
A ultrassonografia é um instrumento que está presente na avaliação materno-fetal durante toda a gestação e com benefícios largamente documentados, porém sua utilização no intraparto vem sendo cada vez mais pertinente. Desde a avaliação de progressão de trabalho de parto a avaliação das desordens placentárias, a ultrassonografia pode ser empregada correlacionando com os achados fisiológicos e do exame físico, pois o seu benefício na sala de parto ainda não pode ser comprovado. Há ainda poucos profissionais com treinamento adequado para seu uso na sala de parto e para interpretação correta dos dados. Dessa forma, este artigo tem como finalidade apresentar uma revisão de toda a aplicabilidade do ultrassom na sala de parto, considerando as principais etapas do trabalho de parto. Ainda são limitadas as pesquisas em medicina baseada em evidências sobre os diversos usos possíveis no intraparto, mas espera-se que novos estudos possam trazer melhorias na qualidade da saúde materno-neonatal durante o trabalho de parto.
Resumo
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Essa revisão sistemática visa descrever a prevalência de sintomas urinários e sexuais entre mulheres submetidas à histerectomia por câncer cervical.
Uma pesquisa sistemática foi realizada em seis bases de dados eletrônicas, em setembro de 2019, por dois pesquisadores. A busca foi limitada à investigação da prevalência e ocorrência de sintomas do trato urinário baixo e disfunções sexuais em mulheres após histerectomia por câncer cervical. Como estratégia de busca foi utilizada uma combinação específica de termos apenas em inglês.
Um total de 8 estudos, publicados entre 2010 e 2018, foram incluídos na amostra. A idade média dos participantes foi de 40 a 56 anos, e as principais disfunções investigadas pelos artigos foram sintomas urinários (n= 8). Na literatura analisada, as taxas de incontinência urinária ligadas à histerectomia abdominal radical variaram de 7 a 31%. A mesma disfunção, para histerectomia radical laparoscópica, variou de 25 a 35%, e de 25 a 47% para histerectomia radical laparoscópica poupadora de nervo. A taxa de noctúria variou de 13%, antes do tratamento, a 30%, após histerectomia radical. A prevalência de dispareunia associada à histerectomia radical laparoscópica foi de 5 a 16%. Já a taxa de dispareunia relatada pós-histerectomia radical laparoscópica poupadora situou-se entre 7 e 19%. A dificuldade de alcançar o orgasmo foi relatada após histerectomia radical laparoscópica, variando de 10 a 14%, e também na histerectomia radical laparoscópica poupadora de nervo, variando de 9 a 19%.
Disfunções urinárias e sexuais após histerectomia para tratamento do câncer cervical são eventos frequentes. As principais desordens relatadas foram incontinência urinária e dispareunia.