Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2005;27(10):594-598
DOI 10.1590/S0100-72032005001000005
OBJETIVO: verificar se existe diferença no número de abortamentos e recém-nascidos (RN) de baixo peso entre as pacientes com esclerodermia (SSc) se comparadas com as mulheres sem a doença entre as formas da doença e quando a manifestação da SSc ocorre antes ou após a gestação. MÉTODOS: foram incluídas 26 pacientes com SSc. Os casos foram analisados quanto ao número de gestações, abortamentos, peso ao nascer e sexo dos filhos, correlacionando-se com a forma da doença e a relação temporal do diagnóstico com a gestação. As pacientes não haviam feito uso de medicações que interferissem na gestação, nem apresentavam outra doença. Para controle foram incluídas 26 mulheres saudáveis, sem doenças que alterassem o curso da gestação, pareadas para nível socioeconômico e idade. Para estudo estatístico foram feitas tabelas de freqüência, de contingência e empregados os testes de Fisher, chi2 e Mann-Whitney. RESULTADOS: entre as pacientes com SSc, houve 96 gestações com 13,5% (n=13) de abortamentos. No grupo controle, 94 gestações com 9,6% (n=9) de abortamentos. Não houve diferença quanto ao número de RN de baixo peso nestes dois grupos (n=8 e controles, n=6, com p=0,54) e tampouco entre o número de abortos (p=0,46). Entretanto, o número de RN de baixo peso foi significativamente maior entre os casos com a forma difusa da doença (forma difusa, n=4 e limitada, n=4, com p=0,04) e em pacientes que engravidaram após o diagnóstico estabelecido de SSc (37,5% em mulheres sabidamente doentes e 6,7% em mulheres que engravidaram antes de adoecer, com p=0,03). O número de RN masculinos foi maior no grupo das SSc (p=0,002). CONCLUSÕES: as mulheres portadoras de SSc apresentam um número maior de RN de baixo peso na forma difusa da doença e quando a gravidez se estabelece após o diagnóstico clínico da doença.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2005;27(7):382-386
DOI 10.1590/S0100-72032005000700003
OBJETIVOS: verificar as condições periodontais e necessidade de tratamento fornecidas pelo Registro Periodontal Simplificado (PSR) em puérperas, com o intuito de contribuir ao esclarecimento da relação entre doença periodontal e nascimento de recém-nascidos prematuros de baixo peso. MÉTODOS: foi empregado o PSR em amostra de 40 puérperas, divididas em: grupo 1 (teste), composto pelas mães de recém-nascidos prematuros com peso inferior a 2.500 g (n=20), e grupo 2 (controle), formado por mães de recém-nascidos a termo com peso igual ou superior a 2.500 g (n=20). Os dados coletados foram analisados por meio de estatística descritiva, sendo os resultados do PSR submetidos ao tratamento estatístico para verificar se existem diferenças na condição periodontal e necessidade de tratamento entre as puérperas, sendo empregado o teste de Kolmogorov-Smirnov, em nível de significância de 5%. RESULTADOS: a presença de bolsa periodontal de 3,5 a 5,5 mm foi o achado mais comum entre as puérperas de recém-nascidos de baixo peso (39,17% dos sextantes), ao passo que a presença de sangramento à sondagem e ausência de bolsa periodontal foram os achados mais freqüentes entre as puérperas de recém-nascidos com peso normal (37,50% dos sextantes), havendo diferença significativa na condição periodontal das puérperas (p=0,0494). Quanto à necessidade de tratamento, não houve diferença significativa entre os grupos estudados (p>0,05). CONCLUSÕES: as puérperas de recém-nascidos prematuros com baixo peso apresentaram piores condições periodontais, sugerindo que a infecção periodontal pode estar relacionada ao nascimento de recém-nascidos prematuros de baixo peso.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2003;25(9):625-630
DOI 10.1590/S0100-72032003000900002
OBJETIVOS: avaliar o estado nutricional das gestantes adolescentes por meio do índice de massa corpórea (IMC) pré-gestacional e IMC no final da gestação e sua associação com tipo de parto e peso do recém-nascido. MÉTODOS: em estudo observacional descritivo retrospectivo foram avaliadas 558 gestantes adolescentes atendidas no ambulatório de Obstetrícia da UNIFESP-EPM, Brasil, no período de janeiro de 1998 a dezembro de 2000, e seus recém-nascidos. A amostra foi constituída por gestantes entre 10 e 19 anos completos na primeira consulta de pré-natal e foram excluídas as adolescentes com doenças preexistentes e dados incompletos no prontuário. Assim, a amostra ficou constituída por 300 adolescentes. Utilizaram-se para avaliar os resultados as variáveis qualitativas, representadas por freqüência absoluta (n) e relativa (%), e as quantitativas, por média, desvio-padrão e valores mínimo e máximo. A associação entre as variáveis maternas (IMC pré-gestacional e IMC final) e as do recém-nascido (tipo de parto e peso) foram verificadas pelo teste do c² e as diferenças localizadas pelo teste de partição do c². Adotou-se nível de significância de 0,05 (alfa = 5%). RESULTADOS: foram detectados desvios nutricionais em 34,7% das adolescentes no início da gestação, sendo 27,7% com desnutrição, 4% com sobrepeso e 3% obesas. Ao final da gestação 54,3% estavam com IMC normal, 1,3% com desnutrição, 27% sobrepeso e 17,3% com obesidade. O estado nutricional materno (desnutrida, normal, sobrepeso e obesa) não influenciou no tipo de parto, se vaginal (80,3%) ou cesárea (19,7%). Das pacientes que chegaram ao final da gestação com IMC compatível com desnutrição, 75% tiveram recém-nascidos com peso inferior a 2.500 g. CONCLUSÕES: o estado nutricional materno não teve relação com o tipo de parto, se vaginal (80,3%) ou cesárea (19,7%). O IMC final de desnutrição esteve relacionado com um número maior de recém-nascidos de baixo peso (<2.500 g).