Resumo
. ;:107-112
Avaliar características sociodemográficas e obstétricas de mulheres com diabetes gestacional que mantêm hiperglicemia no período pós-parto (6–12 semanas pós-parto).
Este é um estudo longitudinal de coorte com mulheres com diagnóstico de diabetes gestacional e/ou macrossomia fetal entre 1° de março de 2016 a 1° de março de 2017. As mulheres coletaram glicemia de jejum, teste de tolerância a glicose e hemoglobina glicada entre 6 a 12 semanas pós-parto. Os dados foram coletados de prontuários médicos e durante entrevista na primeira consulta de revisão pós-parto. Uma análise estatística foi realizada através do cálculo de frequências, porcentagens, teste do qui-quadrado, teste exato de Fisher, teste de Mann-Whitney e regressão multivariada de Poisson. A significância estatística adotada foi de 5%.
Cento e vinte e duas mulheres foram incluídas. A maioria delas tinha menos de 35 anos de idade (70,5%), eram brancas, multíparas, e não tinham história de diabetes gestacional. Treze por cento das participantes desenvolveu hiperglicemia persistente. A análise univariada mostrou que os fatores relacionados com a persistência de hiperglicemia no período pós-natal foram: idade materna acima de 35 anos, sobrepeso, obesidade grau 1 e ganho de peso abaixo de 5 quilos. A análisemultivariada incluiu o diagnóstico no primeiro trimestre como fator de risco para hiperglicemia persistente.
Mulheres acima de 35 anos, obesidade, sobrepeso e diagnóstico de diabetes gestacional no primeiro trimestre estão relacionados com hiperglicemia persistente no período pós-parto.
Resumo
. ;:379-386
Diversos fatores podem afetar a saúde e a qualidade de vida das mulheres que tiveram um episódio de morbidade materna grave (MMG) ou near-miss materno (NMM). O objetivo do presente estudo foi explorar as perspectivas dos profissionais sobre as repercussões da MMG ou do NMM após terem entrevistados mulheres que sobreviveram a um desses episódios.
Casos selecionados que chamaram a atenção dos profissionais foram relatados. Estes profissionais construíram individualmente 10 narrativas, que foram analisadas com a técnica de análise de conteúdo.
Segundo as perspectivas dos profissionais, asmulheres que sobreviveram a uma condição materna grave e suas famílias vivenciaram consequências clínicas e psicológicas. Alguns casos relataram um intenso estresse psicológico no luto pela perda do feto ou de sua capacidade reprodutiva e de mudanças da dinâmica familiar, gerando sobrecarga emocional, depressão e violência de gênero.
A análise das narrativas pode oferecer uma ideia sobre a complexidade da percepção do cuidado de profissionais e sobre a necessidade de um seguimento interdisciplinar das mulheres sobreviventes de um episódio de MMG ou de NMM.
Resumo
. ;:220-229
Diferentes ambientes intrauterinos podem influenciar a variação de peso corporal pré-gestacional materno até 6 meses pós-parto. O objetivo do presente estudo foi verificar a associação de fatores sociodemográficos, obstétricos, nutricionais e comportamentais com a variação de peso em mulheres divididas em quatro grupos: hipertensas (HM), diabéticas (DM), tabagistas (SM) e controles (CM).
Amostra de conveniência de 124 puérperas recrutadas em 3 hospitais públicos da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, entre 2011 e 2016. Regressões lineares múltiplas e modelos de equações de estimativas generalizadas (GEE) foram realizados para identificar os fatores associados à variação do peso materno. Para todas as GEE, as medidas de peso materno foram ajustadas para a estatura materna, paridade, escolaridade e tipo de parto, e três medidas de peso (prégravidez, anterior ao parto e 15 dias pós-parto) foram fixadas.
Um modelo hierárquico associou o diagnóstico materno de hipertensão e o índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional de sobrepeso com ganho de peso materno medido até o 6° mês pós-parto (diferença entre o peso materno aos 6 meses pós-parto e o peso pré-gestacional). Estes resultados mostraram que o grupo HM e mulheres comsobrepeso aumentaram o peso corporal em ~ 5,2 kg 6 meses pós-parto, em comparação com os demais grupos. Além disso, as mulheres classificadas com sobrepeso tiveram uma variação maior de peso corporal, de 3,150 kg.
Evidenciou-se a necessidade de diretrizes nutricionais específicas para distúrbios hipertensivos gestacionais, bem como de maior atenção dos serviços de saúde públicos para mulheres com excesso de peso em idade fértil.
Resumo
. ;:199-202
Angiomiolipomas (AMLs) são tumores benignos raros derivados do tecido mesenquimal, compostos em graus variados de tecido adiposo, muscular e de vasos sanguíneos. Os AMLs renais (AMLRs) resultam de um evento esporádico e, na maioria dos casos, o diagnóstico costuma ser fortuito, mas quadros de hemorragia e choque podem estar presentes. Durante a gestação, os AMLs podem aumentar de tamanho e romper, provavelmente pela altaexpressãodereceptoreshormonais,epeloaumentodacirculaçãomaternaedapressão abdominal. Os autores apresentam um caso de uma paciente com AMLR roto submetida a tratamento endovascular de urgência no quarto dia pós-operatório de uma cesariana.
Resumo
. ;:354-359
A oferta do seio materno às crianças éumdireito inquestionável dasmães e de seus filhos, e todos os esforços devem ser feitos no sentido de promover, acompanhar e manter o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e complementado até que a criança complete 2 anos de idade. A literatura apresenta incontáveis publicações acerca das qualidades do leite materno, seus benefícios e repercussões para a saúde, estimulando a prática do aleitamento materno e embasando campanhas. Porém, mesmo sendo de conhecimento geral que a amamentação é uma importante etapa no processo reprodutivo da mulher e que sua prática oferece benefícios para mãe e filho, a grande maioria das informaçõesdestacamosbenefíciosque o leitematernooferece às crianças, esquecendo-se de mencionar todas as repercussões que o aleitamento materno traz para a saúde da mãe. Assim, o objetivo deste artigo édestacar os inúmeros benefícios que o aleitamentomaterno proporciona à saúde física e emocional da lactante. Para tanto, os autores consultaram artigos publicados nas bases de dados PubMed, Biblioteca Virtual de Saúde e Web of Science utilizando as palavras-chave aleitamentomaterno, leitematerno, lactação e saúdematerna.
Resumo
. ;:156-162
Os eventos de tromboembolismo venoso são causas importantes de morte materna durante a gravidez e o período do pós-parto em todo o mundo. Foi realizada uma revisão da literatura com o objetivo de avaliar os eventos de tromboembolismo venoso no puerpério de acordo com a via de parto utilizada, por meio de uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Medline, LILACS e Scielo. Observou-se que as pacientes submetidas a cesariana apresentam um risco significativamente maior de desenvolver tromboembolismo venoso do que aquelas que se submetem a parto vaginal espontâneo. As bases fisiopatológicas desta diferença foram exploradas e descritas nesta revisão, bem como as indicações de profilaxia e tratamento. O alerta contínuo dos médicos e profissionais de saúde é necessário, uma vez que se trata de uma condição comum associada a alta morbidade e mortalidade.
Resumo
. ;:149-154
Descrever as alterações observadas pela ultrassonografia nas dimensões uterinas durante o puerpério precoce em mulheres com evolução puerperal não complicada, considerando a influência da paridade, tipo de parto, amamentação e peso ao nascer sobre a involução uterina.
Noventa e uma pacientes foram submetidas a exame ultrassonográfico nos dias 1 (D1), 2 (D2) e 7 (D7) do puerpério. Os diâmetros uterinos longitudinal, anteroposterior e transversal foram medidos, e o volume uterino foi calculado pela fórmula: diâmetro longitudinal (DL) X diâmetro anteroposterior (DAP) X diâmetro transverso (DT) X 0,45. A espessura e comprimento da cavidade uterina também foram medidos.
O volume uterino e o DL, DAP e DT diminuíram 44,8%, 20,9%, 11.8% e 20,0% respectivamente no D7. A espessura da cavidade uterina reduziu em 23%, e o comprimento da cavidade foi reduzido em 27,2% no D7. A involução uterina se correlacionou inversamente com a paridade quando o dia do puerpério não foi levado em conta (p= 0,01). Uma diferença significativa foi encontrada em D2, quando se verificou que o útero tinha um volume menor no grupo submetido a cesariana em comparação com o parto vaginal (p= 0,04). O peso ao nascer elevado e amamentação apresentaram relação estatisticamente significativa com a involução uterina (p ≤ 0,01 e p= 0,04).
A avaliação ultrassonográfica do útero no puerpério precoce deve considerar o peso ao nascer, a amamentação e a paridade, assim como a via de parto no D2, para a identificação de anormalidades relacionadas à involução uterina.
Resumo
. ;:545-551
Conhecer os métodos contraceptivos utilizados por adolescentes antes e após a gravidez.
Estudo transversal, os dados foram coletados de prontuários médicos de todas as adolescentes em consulta puerperal do Hospital da Mulher - José Aristodemo Pinotti (CAISM), Unicamp, São Paulo, Brasil, entre julho de 2011 e setembro de 2013. O critério de inclusão foi idade entre 10 e 19 anos, e o critério de exclusão foi primeira consulta com mais de 90 dias após o parto. As análises estatísticas foram realizadas com médias, desvios-padrão, porcentagens, correlações e teste exato de Fisher utilizando o pro grama SAS, versão 9.4.
Um total de 196 adolescentes em consulta pós-parto foram incluídas (em média 44 dias após o parto). A maioria tinha mais do que 14 anos (89%), com idade média de 16,2 anos, e estava em aleitamento exclusivo (70%). Antes da gravidez, o uso de quaisquer métodos anticoncepcionais foi mencionado por 74% das adolescentes; o mais frequente foi contraceptivo oral combinado seguido de preservativo. A principal razão para abandonar o uso de contracepção foi a ocorrência de gravidez indesejada (41%), seguido por relatos de efeitos colaterais (22%), problemas comportamentais (18%) e desejo de gravidez (16%). Uma correlação positiva foi encontrada entre a idade da adolescente no momento do parto, a idade da menarca (r = 0,3), e a primeira relação sexual (r = 0,419). O parto vaginal ocorreu em 76% dos casos. Após o nascimento, acetato de medroxiprogesterona de depósito (DMPA) foi o método de contracepção mais utilizado (71%), seguido do contraceptivo oral (11,8%) e do dispositivo intrauterino (DIU) (11,2%).
O método anticoncepcional mais prescrito antes da gravidez em adolescentes que tiveram parto no serviço foi contraceptivo combinado oral. Muitas participantes do estudo tiveram uma gravidez indesejada. Após o parto, o método contraceptivomais utilizado foi DMPA. Paramelhor contracepção e reduzir a chance de gravidez indesejada entre adolescentes, devemos promover e estimular o uso de contraceptivos reversíveis longa ação.