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Original Article/Oncology05/12/2023
Perfil de risco de lesões cervicais de alto grau e câncer cervical considerando a combinação de citologia, genótipo do HPV e idade entre mulheres submetidas a colposcopia
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(11):689-698
Resumo
Original Article/OncologyPerfil de risco de lesões cervicais de alto grau e câncer cervical considerando a combinação de citologia, genótipo do HPV e idade entre mulheres submetidas a colposcopia
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(11):689-698
Visualizações95Resumo
Objetivo
Estabelecer um perfil de risco de lesões intraepiteliais de alto grau e câncer do colo do útero (NIC2 + ) em mulheres submetidas a colposcopia considerando-se a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), citologia cervical e idade.
Métodos
Estudo retrospectivo transversal em banco de dados informatizado de mulheres com idade ≥ 18 anos que realizaram colposcopia no departamento de Prevenção de Câncer no Hospital do Câncer de Barretos/SP no período de 2017 a 2019.
Resultados
Foram incluídas 3.411 mulheres, sendo 58,0% positivas para HPV de alto risco, e maior prevalência de NIC2+ para HPV16 (30,3%) e outros HPV (45,0%). Resultados citológicos sugestivos de lesões invasivas (epidermoide ou adenocarcinoma), independente do teste de HPV, apresentaram 100% de diagnóstico NIC2 + , enquanto atipias sugestivas de lesões de alto grau, HSIL e ASC-H, associados a HPV positivo, apresentaram 86 e 55,2%, respectivamente. Resultados citológicos de ASC-H entre mulheres > 40 anos e HPV negativo foram associados principalmente a achados benignos. Observamos que ≤ NIC1 apresenta uma maior prevalência entre mulheres mais velhas com HPV negativo, enquanto para lesões de alto grau, há um aumento entre mulheres mais jovens positivas para HPV16/18. Para diagnóstico de câncer, observamos que há um predomínio de HPV16/18 independente da faixa etária.
Conclusão
Foi identificado maior risco de lesões precursoras e câncer entre mulheres com HPV 16/18 positivo e atipias citológicas graves em testes de rastreio populacional. Além disso, resultados citológicos de ASC-H quando associados a HPV negativo com idade > 40 anos habitualmente representam achados benignos em investigação histológica.
Palavras-chave: ColposcopiaInfecções por Papillomaviruslesão escamosa intraepitelial cervicalNeoplasias do colo do úteroriscoVer mais -
Artigo Original18/05/2020
Qualidade de vida de mulheres com lesões induzidas Pelo Papilomavírus Humano
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(4):211-217
Resumo
Artigo OriginalQualidade de vida de mulheres com lesões induzidas Pelo Papilomavírus Humano
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(4):211-217
Visualizações91Resumo
Objetivo
Desvelar as alterações na qualidade de vida referidas por mulheres com lesões induzidas pelo papilomavírus humano (HPV).
Métodos
Trata-se de um estudo transversal, descritivo-exploratório, de abordagem qualitativa, realizada no período de junho a agosto de 2016. Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas face a face, a partir de cinco questões fundamentadas no conceito de qualidade de vida. Os dados obtidos foram submetidos a análise temática. Todos os aspectos éticos foram contemplados.
Resultados
Foram entrevistadas 20 mulheres com idades entre 25 e 59 anos. A partir da análise dos dados, emergiram as seguintes unidades temáticas: alterações físicas e emocionais com destaque para as queixas de prurido, corrimento e dor, preocupação, medo, vergonha e tristeza; alterações nas relações sexuais e afetivas com diminuição da libido, dispareunia e interrupção da atividade sexual; alterações nas relações sociais com ausências consecutivas no trabalho.
Conclusão
A infecção pelo HPV prejudica a qualidade de vida das mulheres, uma vez que afeta de maneira considerável os aspectos sexuais, afetivos, físicos, emocionais e hábitos cotidianos. Portanto, a infecção pelo HPV pode acarretar mudanças exponenciais na qualidade de vida de mulheres, as quais podem ser amenizadas pela disponibilidade de fontes de apoio, como família, amigos e equipe multiprofissional, que auxiliam no nível de conhecimento e enfrentamento do HPV.
Palavras-chave: GinecologiaInfecções por Papillomaviruspesquisa qualitativaQualidade de vidaSaúde da mulherVer mais -
Artigo Original01/05/2016
Incidência de infecção cervical pelo vírus papiloma humano e neoplasia intraepitelial cervical em mulheres com sorologia positiva e negativa para o HIV
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(5):231-238
Resumo
Artigo OriginalIncidência de infecção cervical pelo vírus papiloma humano e neoplasia intraepitelial cervical em mulheres com sorologia positiva e negativa para o HIV
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(5):231-238
Visualizações100Resumo
Objetivos
Avaliar a incidência e fatores associados com neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e infecção cervical pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) entre mulheres HIV positivas e negativas.
Métodos
Coorte de 103 mulheres positivas para o HIV e 113 negativas, que foram acompanhadas entre outubro de 2008 a fevereiro de 2012, com seguimento mínimo de um ano. Os procedimentos realizados foram coleta de material cervical para citologia oncótica e detecção do DNA/HPV pela reação em cadeia da polimerase, colposcopia seguida de biópsia, se necessário, e entrevista para obter dados e características de exposição. O diagnóstico de NIC foi baseado no resultado histopatológico das biópsias.
Resultados
A incidência pessoas-tempo de NIC foi de 8,8 e 4,6 casos/100 mulheresano para as mulheres HIV-positivas e HIV-negativas, respectivamente. As HIV-positivas apresentaram uma razão de risco (HR) de 2,8 para NIC e desenvolveram lesões mais precocemente (0,86 ano) do que as negativas (2 anos) (p = 0,01). O risco de desenvolver NIC diminuiu com a idade (HR = 0,9) e o estado civil (HR = 0,4). Pacientes com HPV apresentaram maior incidência de NIC, quando comparadas as mulheres HIVpositivas e as negativas (47,6 10,5%) (p = 0,01). A incidência de infecção cervical pelo HPV, por pessoa/tempo, foi de 18,1 e 11,4 casos/100 mulheres-ano, respectivamente para mulheres HIV-positivas e negativas. As HIV-positivas apresentaram HPV mais precocemente (p = 0,002). O risco de apresentar HPV diminuiu com a idade e foi maior entre as HIV-positivas. O HPV 16 foi o tipo mais comum entre as mulheres HIVpositivas.
Conclusões
As mulheres HIV-positivas tiveram maior incidência de HPV e NIC, e um menor intervalo de tempo. Controle clínico mais rigoroso e oportuno é requerido para este grupo.
Palavras-chave: Infecções por HIVInfecções por PapillomavirusNeoplasia intraepitelial cervicalReação em cadeia da polimerasesondas de DNA de HPVVer mais -
Artigo Original01/04/2015
Prevalência de infecção cervical por papilomavírus humano e neoplasia intraepitelial cervical em mulheres HIV-positivas e negativas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2015;37(4):178-185
Resumo
Artigo OriginalPrevalência de infecção cervical por papilomavírus humano e neoplasia intraepitelial cervical em mulheres HIV-positivas e negativas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2015;37(4):178-185
DOI 10.1590/SO100-720320150005184
Visualizações59OBJETIVO:
Realizar estudo comparativo entre mulheres positivas e negativas para o vírus da imunodeficiência humana (HIV), analisando: prevalência de neoplasia intraepitelial cervical (NIC) e infecção cervical pelo papilomavírus humano (HPV); risco viral e relação com desenvolvimento de NIC; parâmetros sociodemográficos e de comportamento que influenciaram na presença de infecção cervical por HPV e NIC.
MÉTODOS:
Estudo comparativo entre mulheres positivas e negativas para o HIV, sendo analisadas, respectivamente, 202 e 171 mulheres para avaliar a prevalência de NIC e 164 e 100 mulheres para avaliar a prevalência de infecção cervical pelo HPV. Em todas as consultas foram realizados: coleta de amostras cervicais para realização de citologia oncótica e reação em cadeia da polimerase (PCR) para detecção do DNA-HPV; colposcopia; questionário padronizado para coleta de dados demográficos/comportamentais; biópsia de todas as alterações colposcópicas. O exame histopatológico foi o padrão-ouro para o diagnóstico de NIC.
RESULTADOS:
A prevalência de NIC foi de 2,4 e 15,3% (p<0,001) e de infecção cervical pelo HPV foi de 37,1 e 55,5% (p=0,002), respectivamente, nas negativas e positivas para o HIV. As soropositivas tiveram mais infecção por HPV de alto risco (35,7 e 23,6%; p=0,02) e por múltiplos tipos (6,2 e 0%). O HPV 16 foi o tipo prevalente, ocorrendo em 11,3 e 10,2% das positivas e negativas para o HIV e também nas mulheres que tiveram NIC nos dois grupos. Os fatores associados ao desenvolvimento de NIC foram: infecção pelo HIV (HT=4,64; IC95% 2,23-9,65), idade (HT=0,95; IC95% 0,93-0,98 para cada ano de vida) e estado civil (HT=0,49; IC95% 0,30-0,80). Os fatores associados à infecção pelo HPV foram: presença do HIV (HT=2,72; IC95% 1,77-4,17), maior número de parceiros sexuais (HT=1,87; IC95% 1,23-2,84), idade (HT=0,97; IC95% 0,95-0,99 para cada ano de vida) e estado civil (HT=0,65: IC95% 0,42-1,0 para união estável/viúvas).
CONCLUSÃO:
A prevalência de NIC e infecção cervical pelo HPV foi maior nas mulheres positivas para o HIV, que também apresentaram mais infecções por HPV de alto risco e múltiplos tipos. O tipo 16 foi o predominante nos dois grupos e nas mulheres que tiveram NIC. As mulheres com mais idade e união estável/viúvas tiveram menor chance de adquirir infecção cervical por HPV e NIC.
Palavras-chave: Infecções por PapillomavirusNeoplasia intraepitelial cervicalReação em cadeia da polimeraseVírus da imunodeficiência humanaVer mais -
Artigo Original05/07/2013
Fatores de risco e prevalência da infecção pelo HPV em pacientes de Unidades Básicas de Saúde e de um Hospital Universitário do Sul do Brasil
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(5):226-232
Resumo
Artigo OriginalFatores de risco e prevalência da infecção pelo HPV em pacientes de Unidades Básicas de Saúde e de um Hospital Universitário do Sul do Brasil
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(5):226-232
DOI 10.1590/S0100-72032013000500007
Visualizações64OBJETIVO: Determinar a prevalência e os genótipos do HPV e identificar os fatores associados à infecção em mulheres, gestantes e não gestantes HIV-1 positivas e negativas, atendidas nos Ambulatórios de Ginecologia e Obstetrícia e em Unidades Básicas de Saúde em Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brasil. MÉTODOS: Amostras de células cervicais de 302 mulheres foram analisadas para presença de HPV e genótipos por reação em cadeia da polimerase, aninhada e em sequenciamento. Foram calculadas as razões de prevalência associadas às variáveis estudadas por meio do teste exato de Fisher ou χ² e de regressão de Poisson. Foram excluídas as participantes sem material suficiente para realizar a extração de DNA. RESULTADOS: Das 302 mulheres incluídas no estudo, o HPV foi detectado em 55 (18,2%); destas, 31 eram gestantes, apresentando uma associação significativa para a presença do HPV (p=0,04) quando comparadas às não gestantes. Os fatores de risco para infecção foram: pacientes com idades <20 anos (p=0,04), início precoce das relações sexuais (p=0,04), ausência do exame citopatológico (p=0,01), diagnóstico de citopatológico alterado (p=0,001) e contagem <349 células/mm³ (p=0,05). No entanto, a multiparidade constitui-se como fator de proteção para a infecção (p=0,01). Na análise multivariada, demonstrou-se que idade <20 anos (RP=2,8; IC95% 1,0 - 7,7, p=0,04) e diagnóstico de citopatológico alterado (RP=11,1; IC95% 3,0 - 4,1, p=0,001) persistiram associadas significativamente à infecção. O genótipo foi determinado em 47 amostras (85,4%), apresentando um por infecção: oito HPV 16 e 58; seis HPV 6; quatro HPV 18 e 33; três HPV 53 e 82; dois HPV 83 e 61; um HPV 31, 35, 45, 64, 68, 71 e 85. CONCLUSÕES: A prevalência de detecção do HPV foi de 18,2%, os genótipos mais frequentes foram o 16 e 58, sendo que fatores sociodemográficos e ginecológicos apresentaram associação com a infecção viral.
Palavras-chave: BrasilCentros de saúdeFatores de riscoGestantesHospitais universitáriosInfecções por PapillomavirusPrevalênciaReação em cadeia da polimeraseVer mais -
Artigo Original01/02/2010
Infecção cervical por papilomavírus humano: genotipagem viral e fatores de risco para lesão intraepitelial de alto grau e câncer de colo do útero
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(10):476-485
Resumo
Artigo OriginalInfecção cervical por papilomavírus humano: genotipagem viral e fatores de risco para lesão intraepitelial de alto grau e câncer de colo do útero
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(10):476-485
DOI 10.1590/S0100-72032010001000002
Visualizações47OBJETIVO: analisar, em mulheres com HPV em colo do útero, as características da infecção viral e os fatores de risco para lesão intraepitelial de alto grau e carcinoma cervical. MÉTODOS: realizou-se um estudo caso-controle com mulheres com HPV em colo do útero atendidas em serviço de Ginecologia de referência vinculado ao SUS, em Recife, Nordeste do Brasil. No grupo de casos (72 mulheres com lesão intraepitelial de alto grau ou carcinoma cervical) e de controles (176 mulheres com colpocitologia normal ou com alterações benignas), foram pesquisados seis genótipos virais (HPV 16, 18, 31, 33, 6 e 11) em material da ecto- e endocérvice com primers MY09/MY11. As variáveis independentes foram hierarquizadas em três níveis de determinação: distal (sociodemográficas), intermediário (comportamentais) e proximal (realização anterior de colpocitologia). A homogeneidade das proporções foi testada (χ2). Obtiveram-se ORs não ajustadas e, na modelagem final, realizou-se regressão logística hierarquizada com o ajuste do efeito de cada variável sobre o desfecho pelas variáveis do mesmo nível e de níveis anteriores de causalidade. RESULTADOS: em 76,6% das 248 mulheres participantes do estudo, o genótipo viral da infecção cervical foi identificado. Predominaram genótipos de alto risco oncogênico (83,4% nos casos e 67,1% nos controles), principalmente HPV 16 e 31. Foram identificados como fatores de risco (a) distais: residir em zona rural (OR=2,7; IC95%: 1,1-6,2), menos de três anos de estudo (OR=3,9; IC95%: 2,0-7,5) e renda familiar inferior a dois salários mínimos (OR=3,3; IC95%: 1,0-10,5); (b) intermediário: número de gestações igual ou superior a quatro (OR=2,0; IC95%: 1,0-3,7); (c) proximal: ausência de colpocitologia anterior (OR=9,7; IC95%: 2,4-38,2). CONCLUSÕES: em mulheres usuárias do SUS do Nordeste do Brasil predominam os genótipos virais 16 e 31 em infecções cervicais por HPV, sendo que fatores socioeconômicos, reprodutivos e relacionados à ausência de rastreamento citológico representam risco para lesão intraepitelial de alto grau e câncer cervical.
Palavras-chave: Avanço da doençaEsfregaço vaginalFatores de riscoGenótipoInfecções por PapillomavirusNeoplasias uterinasVer mais -
Artigo Original03/12/2010
Prevalência dos HPV 16, 18, 45 e 31 em mulheres com lesão cervical
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(7):315-320
Resumo
Artigo OriginalPrevalência dos HPV 16, 18, 45 e 31 em mulheres com lesão cervical
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(7):315-320
DOI 10.1590/S0100-72032010000700002
Visualizações56OBJETIVO: avaliar a prevalência dos HPV 16, 18, 31 e 45 em amostras de raspado cervical de mulheres com alterações celulares e/ou colposcopia sugestiva de lesão de alto grau ou lesão de baixo grau persistente submetidas à conização. MÉTODOS: Foram incluídas 120 mulheres. A análise histológica dos cones cervicais revelou 7 casos de cervicite, 22 de NIC1, 31 de NIC2, 54 de NIC3 e 6 carcinomas invasores. Foram analisadas as amostras de raspado cervical coletadas antes da conização para a presença do DNA-HPV por PCR com os primers de consenso, PGMY09/11. As amostras positivas para DNA de HPV foram testadas para presença do HPV16, 18, 31 e 45 utilizando-se primers tipo específico para esses HPV. RESULTADOS: O DNA-HPV foi detectado em 67,5% das mulheres. O HPV 16 (40%) foi o tipo mais prevalente na maioria das lesões, seguido dos HPV 31 (13,3%), 45 (13,3%) e 18 (4,1%). Infecções múltiplas ocorreram em 15% dos casos e as infecções por outros tipos de HPV foram detectadas em 14% da amostra. CONCLUSÕES: as infecções pelos HPV 16 e 18 nem sempre ocorrem de maneira solitária (infecção única), estando associadas a outros tipos de HPV em diversas ocasiões.
Palavras-chave: Infecções por PapillomavirusNeoplasia intraepitelial cervicalPrevalênciaReação em cadeia da polimeraseVer mais -
Artigo Original23/10/2008
Acuidade da citologia oncótica para o diagnóstico da infecção pelo HPV no colo uterino de mulheres portadoras do HIV
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2008;30(9):437-444
Resumo
Artigo OriginalAcuidade da citologia oncótica para o diagnóstico da infecção pelo HPV no colo uterino de mulheres portadoras do HIV
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2008;30(9):437-444
DOI 10.1590/S0100-72032008000900003
Visualizações64OBJETIVO: verificar a acuidade do exame citológico do colo uterino para o diagnóstico do HPV, comparado à reação em cadeia da polimerase (PCR), em amostras de mulheres portadoras do HIV. MÉTODOS: foram incluídas 158 pacientes, sendo realizada uma primeira coleta de material da cérvice uterina com a espátula de Ayre para a PCR. A seguir, foi realizada outra coleta com espátula de Ayre e escova para a citologia oncótica. Foram revisadas 109 lâminas, tendo em vista que 49 foram destruídas, por terem ultrapassado dois anos de arquivo. RESULTADOS: a prevalência de HPV foi de 11% no estudo citológico e 69,7% na PCR. A idade do grupo variou de 20 a 61 anos, com mediana de 35 anos. A forma de contágio pelo HIV foi a heterossexual em 91,8% dos casos e 79,1% dos pacientes tiveram um a cinco parceiros sexuais em toda a vida. A queixa mais freqüente foi massa pélvica (5,1%) e 75,3% procuraram o serviço para consulta de rotina. A comparação de variáveis categóricas foi realizada através de tabelas de contingência sendo utilizado o teste do χ2 com correção de Yates para comparação de proporções. Quando uma das freqüências esperadas foi menor que cinco, foi utilizado o teste de Fisher. Na comparação de testes diagnósticos foram calculados: a sensibilidade, a especificidade e razões de verossimilhança. Das 76 pacientes com HPV detectado pela PCR, somente 12 foram confirmadas pela citologia (sensibilidade=15,8%) que, por outro lado, não apresentou resultados falsos-positivos (especificidade=100%). Comparando-se os dois resultados, encontraram-se valor preditivo positivo de 100% e negativo de 33,3% para a citologia, na predição da presença do HPV. Entre as 12 pacientes com citologia positiva para HPV, quatro (33,3%) apresentaram neoplasias intra-epiteliais cervicais (OR=5,6; razão de verossimilhança positiva=infinidade positiva; razão de verossimilhança negativa=0,83). CONCLUSÕES: como a especificidade da citologia é bem alta, pode-se confiar no resultado positivo, ou seja, quando a citologia for positiva para o HPV, ele certamente estará presente. A baixa sensibilidade da citologia não a qualifica como exame de rastreamento para a detecção do HPV, nesse grupo de mulheres.
Palavras-chave: CitodiagnósticoColo do úteroInfecções por HIVInfecções por PapillomavirusReação em cadeia da pilomeraseSensibilidadeVer mais