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Original Article
Exercício de intensidade moderada durante a gravidez é seguro para o feto? Ensaio clínico aberto
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(9):531-538
30/09/2019
Resumo
Original ArticleExercício de intensidade moderada durante a gravidez é seguro para o feto? Ensaio clínico aberto
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(9):531-538
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Objetivo
Determinar o efeito da caminhada em esteira sobre a frequência cardíaca materna (FCM) e parâmetros cardiotocográficos (batimentos cardiofetais basais [BCFs], movimentos ativos fetais [MAFs], número de acelerações e desacelerações e variabilidade de curta [STV] e longa [LTV] duração da frequência cardíaca fetal) em gestantes na 36a semana.
Métodos
Foi realizado umensaio clínico não randomizado e aberto com 88 gestantes saudáveis submetidas a caminhada de moderada intensidade na esteira e a cardiotocografia computadoriza em 3 momentos de 20 minutos (antes, durante e após a caminhada).
Resultados
A média dos BCFs diminuiu durante a caminhada, retornando a níveis prévios (antes: 137 bpm; durante: 98 bpm; após: 140 bpm; p<0,001), com bradicardia ocorrendo em 56% dos fetos nos primeiros 10 minutos do exercício, e em 47% após 20 minutos. A bradicardia fetal não foi observada em outrosmomentos (antes ou depois). As médias da STV e da LTV foram 7,9, 17,0 e 8,0milissegundos (p<0,001) e 7,6, 10,7 e 7,6 bpm (p=0,002) antes, durante e após a caminhada, respectivamente. Amédia dos números dos MAFs em 1 hora foi 29,9, 22,2 e 45,5, respectivamente, nos três momentos (p<0,001). Nas mulheres com sobrepeso/obesidade, a média da FCM foi menor (p=0,02). Após a análise de regressão logística, duas variáveis permaneceram significativamente associadas a bradicardia: aptidão maternal na 28a semana de gravidez (efeito protetor) e peso materno (aumento do risco).
Conclusão
Em fetos saudáveis, o exercício físico mostrou-se seguro, uma vez que, embora os BCFs e osMAFs diminuam durante a caminhada na esteira, foi observado um aumento da SVT e da LTV.
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Prevalência de disfunções sexuais e seus fatores associados em gestantes de uma clínica de pré-natal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(9):555-563
30/09/2019
Resumo
Original ArticlePrevalência de disfunções sexuais e seus fatores associados em gestantes de uma clínica de pré-natal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(9):555-563
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Objetivo
Determinar a prevalência e fatores associados de disfunção sexual emgestantes.
Métodos
Estudo descritivo, transversal, incluindo 262 gestantes com idade de 18 anos ou mais, e idade gestacional entre 10 e 35 semanas. Mulheres com infecção de trato urinário e gestação de alto risco foram excluídas. O Inventário de Resposta Sexual na Gestação (Pregnancy Sexual Response Inventory, PSRI) foi utilizado. Procedeu-se à análise univariada, e as comparações entre as médias dos domínios de função sexual foram avaliadas pelo teste t de Student. Associações entre as variáveis dependentes e independentes foram determinadas por teste do qui-quadrado. Também estimou-se a razão de prevalência, com intervalo de confiança de 95%, e realizou-se análise multivariada.
Resultados
Um total de 64,9% das mulheres relataram diminuição na frequência de atividade sexual durante a gravidez. Pouco mais da metade das mulheres (50,8%) estavam satisfeitas, e a excitação foi relatada como excelente/boa por 30,5% delas. A frequência de dificuldades/disfunções sexuais aumentou com a gravidez, subindo de 5,7% para 58,8%, e dor na relação sexual foi relatada por 45,8% delas. Ter Ensino Superior diminuiu em 50% a chance de insatisfação sexual. O escore total do PSRI diminuiu significativamente entre o período pré-gestacional (escore médio = 89,8, “excelente”) e o período gestacional (escore médio = 59,2, “bom”).
Conclusão
O escoremédio da função sexual durante a gestação foi classificado como bom, embora a maioria das gestantes tenha relatado pelo menos um tipo de alteração nos domínios da função sexual. O relato de insatisfação foi mais frequente nas mulheres de baixa escolaridade.
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Prevalência e associação de anomalias congênitas de acordo com índice de massa corporal materno: Estudo transversal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(5):280-290
27/06/2019
Resumo
Original ArticlePrevalência e associação de anomalias congênitas de acordo com índice de massa corporal materno: Estudo transversal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(5):280-290
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Objetivo
Avaliar e comparar a prevalência de anomalias congênitas (ACs) estruturais de acordo com o índice de massa corporal (IMC) materno.
Métodos
Estudo transversal envolvendo gestantes com fetos diagnosticados com ACs estruturais por ultrassonografia morfológica entre novembro de 2014 e janeiro de 2016. O estado nutricional das gestantes foi classificado de acordo como valor bruto do índice de massa corporal. As gestantes foram categorizadas em quatro grupos: baixo peso, peso adequado, sobrepeso e obesidade. A análise estatística foi realizada no programa Stata/SE versão 12.0 (Stata Corporation, College Station, TX), comvalores de p ≤ 0,05 considerados estatisticamente significantes.
Resultados
Um total de 223 gestantes tiveram fetos diagnosticados com ACs. A prevalência de AC estrutural emgestantes combaixo peso foi de 20,18%, emgestantes com peso adequado foi de 43,50%, em gestantes com sobrepeso foi de 22,87%, e em gestantes com obesidade foi de 13,45%. A prevalência de anomalias do sistema nervoso central (SNC) e do sistema geniturinário foi alta para os quatro grupos. Observou-se associação positiva entre múltiplas anomalias em gestantes com peso adequado (razão de prevalência [RP] = 1,65; p ≤ 0,004) e entre anomalias do sistema linfático em gestantes obesas (RP = 4,04, p ≤ 0,000).
Conclusão
A prevalência das anomalias do SNC e do sistema geniturinário foi alta em todas as categorias de IMC. Gestantes obesas foram associadas a anomalias do sistema linfático. Portanto, o rastreamento e a identificação dos fatores de risco para as AC são importantes, independentemente do IMC materno. Nossos achados reforçam a importância de discutir com gestantes sobre a nutrição materna e seu efeito no desenvolvimento fetal e no desfecho neonatal.
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Avaliação dos parâmetros imunológicos em mulheres gestantes: baixos níveis de células B e NK
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(4):213-219
19/06/2019
Resumo
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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(4):213-219
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Objetivo
Descrever o intervalo de referência imunológico e hematológico de gestantes de baixo risco.
Métodos
Realizou-se uma análise retrospectiva, de um estudo básico e translacional, analisando o perfil hematológico e a imunofenotipagem das células TCD3 + , TCD4 + , TCD8 + , B e natural killer (NK) do sangue periférico de 79 gestantes de baixo risco e de 30 mulheres (controles) do estado de Pernambuco, Brasil.
Resultados
Não observamos diferenças significativas entre os perfis hematológicos do 2° e 3° trimestres. No entanto, houve redução das células B no 2° (média = 174 x 103 μL; p < 0,002) e no 3° trimestres (160 x 103 μL; p < 0,001), comparado como grupo controle (296 x 103 μL). A mediana das células NK foi menor no 2° (134 x 103 μL; p < 0,0004) e no 3° trimestres (100 x 103 μL; p < 0,0004), comparado com o grupo controle (183 x 103 μL). Porém, o percentual de TCD4+ e de TCD8+ aumentou no 2° e 3° trimestres em relação aos controles (TCD4 + : 2° trimestre = 59%; p < 0,001; 3° trimestre = 57%; p < 0,01; controle = 50%; e TCD8 + : 2° trimestre = 31%; p < 0,001; 3° trimestre = 36%; p < 0,01; controle = 24%).
Conclusão
Mulheres grávidas de baixo risco têm ~ 40% menos células B e NK no sangue periférico em comparação com mulheres não grávidas. Estes parâmetros podem melhorar a assistência à saúde das mães e contribuir para a definição de valores de referência para gestações normais.
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Influência da exposição da luz do ambiente no período gestacional e o resultado fetal: um estudo experimental
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(1):24-30
15/04/2019
Resumo
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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(1):24-30
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Objetivo
Avaliar se a exposição a diferentes luminosidades no ambiente afeta parâmetros reprodutivos de camundongos fêmeas prenhas e o desenvolvimento de sua prole.
Métodos
Foram selecionados para o estudo 15 camundongos fêmeas albinas prenhas. Os camundongos foram separados em grupos: luz/escuro, luz e escuro. As fêmeas foram eutanasiadas no 18° dia de gestação, seguindo as recomendações do Guia Brasileiro de Boas Práticas para a Eutanásia de animais. Tanto peças maternas como fetais foram mensuradas e coletadas para avaliação histológica. Foi utilizado o teste de Análise de variantes (Anova) para comparação dos grupos, considerando estatisticamente significativo o valor de p ≤ 0,05.
Resultados
Ao comparar as variáveis maternas entre os três grupos, não foi encontrada diferença estatística significativa. Em relação às variáveis fetais, houve diferenças estatísticas entre as medidas de antropometria dos grupos submetidos a diferentes luminosidades do ambiente, com melhores valores médios no grupo luz. Histologicamente, a avaliação placentária evidenciou em todos os grupos o mesmo padrão estrutural, com todos dentro da normalidade. No entanto, a avaliação de úteros, tanto do grupo luz/escuro quanto do grupo luz,mostrou quantidade discreta amoderada de glândulas endometriais, com pouco desenvolvimento na maioria dos animais. Nos fetos, análise pulmonar evidenciou características morfológicas compatíveis com a transição da fase canalicular para sacular em todos os grupos.
Conclusão
As exposições a diferentes luminosidades no ambiente não influenciaram nos parâmetros reprodutivos das fêmeas, entretanto, a ninhada das mães que receberam luz em todo período apresentou melhores medidas morfométricas.
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Exercício na gravidez: impacto de um programa de intervenção na duração do trabalho de parto e via de parto
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(2):68-75
01/02/2019
Resumo
Original ArticleExercício na gravidez: impacto de um programa de intervenção na duração do trabalho de parto e via de parto
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(2):68-75
01/02/2019Visualizações87Resumo
Objetivo
Avaliar o efeito de um programa de exercícios na gravidez (baseado nas recomendações do American College of Obstetricians and Gynecologists) na via, duração e início do trabalho de parto.
Métodos
Estudo realizado no Hospital Senhora da Oliveira entre outubro de 2015 e fevereiro de 2017. Trata-se de um estudo quasi-experimental com 255 grávidas, divididas em dois grupos: grupo de intervenção, constituído por mulheres que participaram de um programa controlado e supervisionado de exercícios físicos (n = 99), e um grupo de controle, formado por grávidas que não participaram do programa de exercícios (n = 156). Os dados foram colhidos em dois momentos: durante o rastreio bioquímico do primeiro trimestre (antes do início do programa), através de um questionário escrito, e após o parto, através da consulta do processo clínico da paciente. O nível de significância estatística adotado neste projeto foi de 5% (p = 0,05).
Resultados
O grupo controle apresentou maior probabilidade de indução do trabalho de parto (razão de chances [RC] 2,71; intervalo de confiança [IC] 95%: 1,42-5,17; p = 0,003) quando comparado com o grupo de intervenção. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos em relação à via de parto, tempo até início da fase ativa, duração da fase ativa e duração do segundo estadio do trabalho de parto.
Conclusão
A implementação de um programa de exercícios controlado e supervisionado na gravidez foi associada a uma probabilidade significativamente menor de indução do trabalho de parto.
Palavras-chave: duração do trabalho de partoExercícioGravidezindução do trabalho de partoVia de partoVer mais -
Review Articles
Avaliação dos resultados da pré-eclâmpsia após o uso da metformina na gestação: revisão sistemática e metanálise
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(11):713-721
01/11/2018
Resumo
Review ArticlesAvaliação dos resultados da pré-eclâmpsia após o uso da metformina na gestação: revisão sistemática e metanálise
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(11):713-721
01/11/2018Visualizações75Ver maisResumo
Objetivo
O uso de metformina tem influência nos resultados da pré-eclâmpsia (PE)?
Fontes de Dados
Os descritores gravidez, metformina, tratamento e pré-eclâmpsia associados aos operadores booleanos AND e OR foram encontrados nas bases de dados MEDLINE, LILACS, Embase e Cochrane. Foi utilizado um fluxograma com critérios de exclusão e estratégia de inclusão, utilizando o protocolo Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses PRISMA e critérios de elegibilidade. Os dados foram extraídos quanto ao tipo de estudo, dosagem aplicada, duração do tratamento, segmento, riscos de viés e estratégia Patient, Intervention, Comparison and Outcome (PICO) para identificar a qualidade do estudo.
Seleção de Estudos
Número total de periódicos na busca inicialmente realizada (n= 824); exclusões de artigos repetidos nos diferentes sites de busca (n= 253); exclusões após a leitura dos títulos, quando o titulo não apresentava correlações com o tema proposto (n= 164); exclusões por incompatibilidade com os critérios estabelecidos na análise metodológica (n= 185), exclusão de artigos com menor correlação com o objetivo do presente estudo (n= 187); e seleção bibliográfica final (n= 35).
Coleta de Dados
Inicialmente, foi realizada uma revisão sistemática da literatura. Posteriormente, a partir da seleção principal, foram selecionados estudos randomizados e não randomizados com metformina, os quais apresentaram em seus resultados números absolutos e relativos de desfechos de PE. As variáveis foram tratadas estatisticamente na metanálise por meio do Review Manager software (RevMan), version 5.3. Copenhagen: Nordic Cochrane Centre, The Cochrane Collaboration. Denmark in the Hovedistaden region.
Síntese dos Dados
O estudo demonstrou que a metmorfina apresenta maiores efeitos preventivos para a hipertensão induzida pela gravidez e é menos eficaz para a PE.
Conclusão
A metformina pode conquistar seu espaço nos tratamentos preventivos da PE, uma vez que as dosagens, a idade gestacional e o tempo de tratamento são particularmente avaliados. Sugere-se uma estratégia metodológica com uma perspectiva aprimorada de doses inovadoras e/ou cuidadosamente progressivas durante a gravidez, a fim de evitar efeitos colaterais e a possibilidade de riscos materno-fetais.
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Lúpus eritematoso sistêmico e gravidez: estudo observacional em um único centro com 69 gestações
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(10):587-592
01/10/2018
Resumo
Original ArticleLúpus eritematoso sistêmico e gravidez: estudo observacional em um único centro com 69 gestações
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(10):587-592
01/10/2018Visualizações76Ver maisResumo
Objetivo
Avaliar os efeitos da gravidez em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Métodos
Estudo de coorte retrospectivo. Os dados foram coletados de prontuários de mulheres com LES que engravidaram de janeiro de 2002 a dezembro de 2012 na Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil. Lúpus eritematoso sistêmico e atividade da doença foram definidos segundo o American College of Rheumatology e os critérios doÍndice deAtividadedaDoença de Lúpus Eritematoso (SLEDAI, nasigla eminglês), respectivamente. As médias, os desvios-padrão (DP), as porcentagens e as correlações foram realizados utilizando o software SAS, versão 9.4 (SAS Institute Inc., Cary, NC, US).
Resultados
Obtivemos dados de 69 gestações em58mulheres. Durante a gravidez, a reatividade da doença foi observada em 39.2% (n = 27). As manifestações mais comuns foram em pacientes com doença renal prévia, e ocorreram principalmente no terceiro trimestre e no puerpério. Atividade renal ocorreu em 24,6% (n = 17), e atividade grave, em 16% (n = 11). De todos os partos, 75% (n = 48) foram por cesariana. Dois óbitos maternos ocorreram (3%). A prematuridade foi a principal complicação nos recém-nascidos. A taxa de aborto foi de 8,7%. O índice SLEDAI grave durante a gestação foi associado à prematuridade (100%) e à morte perinatal (54%).
Conclusão
O resultado materno-fetal é pior no LES quando as mulheres sofrem crise de reativação durante a gravidez. Os melhores desfechos materno-fetais ocorrem quando a doença está em remissão por pelo menos 6 meses anteriores à gestação.