Resumo
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Trombocitopenia, definida como uma contagem de plaquetária < 150.000mm3, é frequentemente diagnosticada pelos obstetras, uma vez que este parâmetro está incluído na vigilância de rotina durante a gravidez, com uma incidência de entre 7 e 12%. Assim, decisões relativas à avaliação e orientação subsequentes são primordiais. Embora a maioria dos casos ocorra devido a alterações fisiológicas, como a trombocitopenia gestacional, outras causas podem estar relacionadas com condições graves que podem levar à morte fetal ou materna. Distinguir entre estas entidades pode ser desafiante: elas podem ser específicas da gravidez (pré-eclâmpsia/síndrome HELLP [hemolysis, elevated liver enzymes, low platelets]) ou não (púrpura trombocitopênica imune, púrpura trombocitopênica trombótica ou síndrome hemolítico urêmico). Compreender os mecanismos e reconhecer os sinais e sintomas é essencial para decidir uma adequada linha de investigação. A severidade da trombocitopenia, a sua etiologia e a idade gestacional ditam regimes de tratamento diferentes.
Resumo
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Verificar a eficácia da profilaxia de curto prazo para o parto vaginal ou cesáreo com inibidor de C1 derivado de plasma concentrado em mulheres grávidas. Eles devem ter angioedema hereditário e inibidor normal de C1 no plasma.
Relato de caso de gestantes diagnosticadas com angioedema hereditário com inibidor de C1 normal que foram tratadas com inibidor intravenoso de concentrado de C1 para profilaxia de ataques de angioedema quando hospitalizadas para o parto. O exon 9 do gene de genotipagem do fator 12 (F12) foi realizado por sequenciamento automático em todos os pacientes.
Três casos de gestantes com angioedema hereditário com nível sérico normal de inibidor de C1 são relatados. O teste genético detectou a presença de uma mutação patogênica no gene F12. Os partos ocorreram sem intercorrências e as pacientes não apresentaram sintomas hereditários de angioedema nas 72 horas seguintes.
O concentrado de inibidor de C1 pode ser útil para prevenir ataques de angioedema durante e após o parto.
Resumo
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A encefalopatia de Wernicke (EW) é uma condição neurológica aguda resultada da deficiência de vitamina B1, muito comum em etilistas crônicos. Relatamos um caso de EW secundário a um quadro de hiperêmese gravídica em uma gestante de 25 anos de idade e 13 semanas e 5 dias de idade gestacional. Inicialmente essa desordem se manifestou como fraqueza, confusão mental, amnésia anterógrada, e alucinações auditivas e visuais. O diagnóstico foi estabelecido depois da detecção de achados sugestivos de EW na ressonância nuclear magnética e da melhora do quadro clínico com reposição de tiamina. A hiperêmese gravídica não é uma causa comum de EW, o que faz com que o presente relato de caso tenha importância na literatura e reforça a necessidade de atenção na prática clínica para complicações raras mas importantes desse quadro tão comum (hiperêmese gravídica).
Resumo
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A presente revisão detalhada busca fornecer dados objetivos para avaliar o que se sabe até o momento e possibilitar uma visãomais ampla dos efeitos do SARSCoV2 na gravidez.
Entre 29 demarço e 2 de maio de 2020, foi realizada uma busca nos bancos de dados PubMed e Google Scholar com as palavras COVID-19, SARS-CoV2, COVID-19 e gravidez, SARS-CoV2 e gravidez, e SARS e gravidez. As recomendações dos principais órgãos sobre o tema também foram acessadas.
O surto de COVID-19 resultou em uma pandemia com> 3.3 milhões de casos e 230 mil mortes até 2 de maio. É uma condição causada pelo vírus SARS-CoV2 e pode levar ao acometimento pulmonar difuso e à falência de múltiplos órgãos. Características únicas da gestante tornam essa população mais propensas a complicações de infecções virais. Até o momento, essa tendência não foi observada para esse novo vírus. Os fatores que parecem estar associados à maior morbidade materno-fetal são obesidade (índice demassa corporal [IMC] > 35), asma e doença cardiovascular. Há descrição de aumento de parto prematuro e parto cesáreo. Não se pode descartar a possibilidade de transmissão vertical da doença, devido a relatos de positividade de reação em cadeia de polimerase (RT-PCR) de swab nasal, RT-PCR de líquido amniótico e imunoglobulina M (IgM) de recém-nascidos. Tratamentos devem ser analisados caso a caso, dada a falta de qualidade de estudos que comprovem a sua eficácia e segurança na gravidez. O corpo clínico deve utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) ao manusear pacientes suspeitos ou confirmados e ficar atento aos sinais de descompensação respiratória.
Resumo
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Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a infecção por coronavírus (COVID-19) uma emergência de saúde pública de interesse internacional emjaneiro de 2020, houve muitas preocupações sobre mulheres grávidas e os possíveis efeitos dessa emergência com resultados catastróficos em muitos países. As informações sobre COVID-19 e gravidez são escassas e se espalham por algumas séries de casos, com não mais do que 50 casos no total. A presente revisão fornece uma breve análise da COVID- 19, gravidez na era COVID-19 e os efeitos da COVID-19 na gravidez.
Resumo
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O novo coronavírus (severe acute respiratory syndrome-related coronavirus 2, SARS-CoV- 2) é umvírus que causa uma doença respiratória potencialmente grave que se espalhou por vários países, acometendo seres humanos de todas as faixas etárias, incluindo gestantes. O propósito deste protocolo é fornecer apoio técnico e científico aos obstetras brasileiros com relação aos cuidados no parto, pós-parto e aborto durante a pandemia.
Resumo
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A COVID-19 está se disseminando em todo o mundo, expandindo o número de casos, mortes e países afetados. Atualmente, o conhecimento sobre o impacto da COVID-19 nos desfechos materno, fetal e placentário da gravidez é mínimo. A despeito de serem os homens e idosos a população mais afetada em situações anteriores, como a pandemia de influenza H1N1 de 2009 e a epidemia de Ebola, as gestantes foram mais propensas a desenvolver complicações do que as mulheres não grávidas. Em relação à gravidez, existem questões específicas a serem respondidas, tais como se as mulheres grávidas são mais gravemente afetadas e se ocorre transmissão intrauterina. São necessárias informações adicionais para embasar a tomada de decisões, tais como; se as profissionais de saúde grávidas devem receber atenção especial, se é necessário separar as mães infectadas dos seus recém-nascidos e se é seguro que as puérperas infectadas amamentem.
Resumo
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Os ácidos graxos poli-insaturados (AGPIs) ômega-3 (n-3) de cadeia longa, como os ácidos eicosapentaenoico e docosa-hexaenoico, têm sido associados à saúde humana em todas as etapas da vida, do desenvolvimento fetal ao envelhecimento. Esses AGPIs atuam como precursores de vários metabólitos envolvidos na prevenção de algumas doenças. Os efeitos reconhecíveis desses suplementos antes da gravidez (maturação dos oócitos), durante a gravidez (melhora do risco de parto prematuro, entre outros) e nos descendentes (em termos de função cognitiva e abordagem dos distúrbios do neurodesenvolvimento) são apresentados nesta revisão narrativa. Concluiu-se que a difusão desses suplementos pode melhorar o prognóstico desses pacientes de maneira simples, eficaz, e com altas taxas de segurança.