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Original Article
Diabetes gestacional na população atendida pelo sistema público de saúde no Brasil. Prevalência e fatores de risco
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(1):12-18
27/03/2020
Resumo
Original ArticleDiabetes gestacional na população atendida pelo sistema público de saúde no Brasil. Prevalência e fatores de risco
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(1):12-18
27/03/2020Visualizações115Ver maisResumo
Objetivo
Avaliar a prevalência de diabetes mellitus gestacional, e dos principais fatores de risco associados, em população usuária do Sistema Único de Saúde em Caxias do Sul-RS.
Métodos
Um estudo descritivo, transversal e retrospectivo foi feito. As variáveis maternas foramcoletadas de registros de prontuários de todas gestantes atendidas nas Unidades Básicas de Saúde do município em 2016. A identificação de hiperglicemia na gestação (diabetes pré-gestacional, diabetes identificado durante a gestação e diabetes mellitus gestacional) foi feita pela avaliação dos resultados do teste oral de tolerância com 75 g glicose, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Com base nesses dados, as gestantes foram separadas em dois grupos: o grupo com diabetes gestacional e o grupo sem diabetes gestacional.
Resultados
A prevalência estimada de diabetes gestacional em 2.313 gestantes foi de 5,4% (intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 4,56-6,45). Gestantes com 3 ou mais gestações apresentaram chance 2 vezes maior para a ocorrência de diabetes gestacional, quando comparadas às primigestas (razão de possibilidades [RP]=2,19; IC95%: 1,42- 3,37; p<0,001). Gestantes com idade de 35 anos ou mais apresentaram chance três vezes maior do que as mais jovens (RP=3,01; IC95%: 1,97-4,61; p<0,001). A chance de desenvolver diabetes gestacional em gestantes com sobrepeso foi 84% maior do que a das comíndice demassa corporal inferior a 25 kg/m2 (RP=1,84; IC95%: 1,25-2,71; p=0,002). A análise de regressão multivariada mostrou sobrepeso e idade materna como variáveis com associação independente.
Conclusão
Nesta população, a prevalência de diabetes mellitus gestacional foi de 5,4%. Idade materna e sobrepeso pré-gestacional foram fatores preditivos para diabetes gestacional.
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Fatores associados à necessidade de insulina como tratamento complementar à metformina na diabetes mellitus gestacional
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(12):697-702
03/02/2019
Resumo
Original ArticlesFatores associados à necessidade de insulina como tratamento complementar à metformina na diabetes mellitus gestacional
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(12):697-702
03/02/2019Visualizações81Ver maisResumo
Objetivo
Avaliar os fatores associados à necessidade de insulina como tratamento complementar à metformina em gestantes com diabetes mellitus gestacional (DMG).
Métodos
Um estudo caso-controle foi realizado de abril de 2011 a fevereiro de 2016 comgestantes portadoras de DMG que necessitaram de tratamentos complementares além de dieta e exercícios físicos. Aquelas tratadas commetformina foram comparadas com aquelas que, além da metformina, também precisaram de combinação com insulina. Foram avaliadas as características maternas e de controle glicêmico. Modelos de regressão logística multinomial foram construídos para avaliar a influência das diferentes terapias nos desfechos neonatais.
Resultados
Foram avaliadas 475 gestantes que necessitaram de terapia farmacológica. Destas, 366 (77,05%) utilizaram terapia única com metformina, e 109 (22,95%) necessitaram de insulina como tratamento complementar. Na análise da razão de possibilidades (RP), a glicemia de jejum (GJ)<90mg/dL reduziu as chances de necessidade da combinação (RP: 0,438 [0,235-0,815]; p=0,009), bem como a primiparidade (RP: 0,280 [0,111-0,704]; p=0,007). Em gestantes obesas, foi observada uma chance maior de necessidade da combinação (RP: 2.072 [1.063-4.039]; p=0,032).
Conclusão
A obesidade resultou em um aumento na chance de a mãe precisar de insulina como tratamento complementar à metformina, enquanto a GJ<90 mg/dL e a primiparidade foram fatores de proteção.
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Riscos da obesidade materna na gravidez: um estudo caso-controle em uma oopulação obstétrica portuguesa
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(12):682-687
03/02/2019
Resumo
Original ArticlesRiscos da obesidade materna na gravidez: um estudo caso-controle em uma oopulação obstétrica portuguesa
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(12):682-687
03/02/2019Visualizações76Ver maisResumo
Objetivo
O presente estudo pretende avaliar em que medida a obesidade influencia os desfechos maternos, obstétricos e neonatais em uma população obstétrica portuguesa.
Métodos
Um estudo caso-controle retrospectivo foi realizado no departamento de obstetrícia de um centro perinatal diferenciado. O estudo comparou 1.183 grávidas obesas com 5.399 grávidas normoponderais ou com baixo peso para a ocorrência de diabetes gestacional, doenças hipertensivas da gravidez e parto pré-termo. Via de parto, peso ao nascimento e admissão na unidade de cuidados neonatais também foram avaliados. Os valores glicêmicos médios foram avaliados e comparados entre os dois grupos, no primeiro e segundo trimestres de gravidez. Apenas as gravidezes unifetais foram avaliadas.
Resultados
A prevalência da obesidade foi de 13.6%. As grávidas obesas tiveramrisco significativamente superior a ter uma cesariana (odds ratio ajustado [Ora] 2.0, p < 0.001), diabetes gestacional (ORa 2.14, p < 0.001), doenças hipertensivas da gravidez (ORa 3.43, p < 0.001), recém-nascidos grandes para a idade gestacional ou macrossômicos (ORa 2.13, p < 0.001) e menor probabilidade de ter recém-nascidos pequenos para a idade gestacional (ORa 0.51, p < 0.009). Não houve diferença estatisticamente significativa quanto aos partos pré-termo, mortes fetais/neonatais, baixo peso ao nascer e admissão à unidade de cuidados intensivos neonatais. O odds ratio foi ajustado para a idade, número de gestações, paridade, ganho ponderal, doenças hipertensivas da gravidez e diabetes gestacional. A obesidade materna esteve significativamente associada a valores glicêmicos médios superiores, no primeiro e segundo trimestres de gravidez.
Conclusão
A obesidade está associada a maior risco de desfechos adversos na gravidez e neonatais. Este risco parece aumentar progressivamente com o aumento do índice de massa corporal (IMC). A obesidade feminina deve ser considerada um importante problema de saúde pública e que tem repercussões na saúde maternofetal.
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Comparação de desfechos maternos e fetais entre parturientes com e sem o diagnóstico de diabetes gestacional
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(11):647-653
20/12/2019
Resumo
Original ArticlesComparação de desfechos maternos e fetais entre parturientes com e sem o diagnóstico de diabetes gestacional
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(11):647-653
20/12/2019Visualizações74Ver maisResumo
Objetivo
O presente estudo tem como objetivo comparar os desfechos maternos e fetais das parturientes com e sem diagnóstico de diabetes gestacional.
Métodos
Estudo caso-controle, incluindo parturientes com (casos) e sem (controle) diagnóstico de diabetes gestacional, que tiveram parto em um hospital de ensino no Sul do Brasil, entre maio e agosto de 2018. Foram utilizados dados primários e secundários. Análise bivariada e regressão logística multivariada condicional retrógrada foram utilizadas para fazer comparações entre casos e controles, expressas por razão de probabilidades (RP), com intervalo de confiança de 95% (IC95%) e nível de significância estatística de 5%.
Resultados
Os casos (n=47) tiveram maior chance de ter idade superior a 35 anos em comparação com os controles (n=93) (p<0,001), chance 2,56 vezes maior de estarem acima do peso (p=0,014), e chance 2,57 vezes maior de terem história familiar positiva de diabetes mellitus (p=0,01). Não houve diferença significativa relacionada ao ganho de peso, história pregressa de diabetes gestacional, estatura ou via de parto. O peso médio ao nascer foi significativamente maior nos lactentes de mães com diabetes gestacional (p=0,01). Houve 4,7 vezes maior chance de macrossomia (p<0,001), e 5,4 vezes maior chance de hipoglicemia neonatal (p=0,01) em lactentes de mães com diabetes gestacional.
Conclusão
Portanto, idade materna, história familiar de diabetes tipo 2, obesidade e excesso de peso pré-gestacional são importantes fatores associados a uma maior chance de desenvolvimento de diabetes gestacional.
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Review Article
Efetividade dos análogos da insulina comparados às insulinas humanas em gestantes com diabetes mellitus: Revisão sistemática com metanálise
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(2):104-115
01/02/2019
Resumo
Review ArticleEfetividade dos análogos da insulina comparados às insulinas humanas em gestantes com diabetes mellitus: Revisão sistemática com metanálise
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(2):104-115
01/02/2019Visualizações52Ver maisResumo
Diabetes durante a gestação tem sido relacionado a desfechos materno-fetais desfavoráveis. As insulinas humanas são a primeira escolha medicamentosa, devido à comprovada segurança no seu uso. Entretanto, ainda há questionamentos sobre o uso dos análogos da insulina na gestação. O objetivo do presente estudo foi determinar a efetividade dos análogos da insulina comparados às insulinas humanas no tratamento de gestantes com diabetes por meio de uma revisão sistemática com metanálise. A busca compreendeu desde o início de cada base de dados até julho de 2017, e foi realizada nos seguintes bancos de dados: MEDLINE, CINAHL, EMBASE, ISI Web of Science, LILACS, Scopus, SIGLE e Google Scholar. Selecionamos 29 artigos originais, sendo 11 ensaios clínicos randomizados e 18 estudos observacionais. Exploramos dados de 6.382 participantes. Todos os artigos foram classificados como sendo de intermediário a alto risco de viés. A variável que demonstrou resultado favorável ao uso dos análogos da insulina foi idade gestacional, com uma diferençamédia de - 0.26 (95% índice de confiança [IC]: 0.03-0.49; p = 0.02), porém com heterogeneidade significativa (teste de Higgins [I2] = 38%; teste do qui quadrado [χ2] =16.24; graus de liberdade [GL] =10; p = 0.09). Esse resultado, na prática clínica, não compromete o bem-estar fetal, uma vez que todos os bebês nasceram a termo. Houve viés de publicação nas variáveis idade gestacional e peso neonatal. Até o momento, as evidências analisadas possuem um risco de viés moderado a elevado e não permitem concluir que os análogos da insulina sejam mais efetivos em comparação às insulinas humanas para tratar gestantes diabéticas.
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Original Article
Preditores de cesariana em gestantes com diabetes mellitus gestacional
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(2):60-65
01/02/2017
Resumo
Original ArticlePreditores de cesariana em gestantes com diabetes mellitus gestacional
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(2):60-65
01/02/2017Visualizações79Ver maisResumo
Objetivo
O objetivo deste trabalho é avaliar quais os fatores de risco que podem levar pacientes com diabetes mellitus gestacional ao parto cesáreo.
Métodos
Trata-se de um estudo retrospectivo descritivo. Foram sujeitos do estudo gestantes portadoras de diabetes mellitus gestacional atendidas em uma maternidade pública do Sul do Brasil. Os desfechos primários avaliados foram baseados em características maternas e fetais. Os dados foram relacionados por meio da razão de chance (RC) com intervalo de confiança de 95% (IC95%), calculado por meio da regressão logística multinominal.
Resultados
Foram analisadas 392 pacientes com diabetes mellitus gestacional, das quais 57,4% tiveram o parto realizado por via cesariana. Dentre as características maternas, a idade média das pacientes e o índice de massa corporal pré-gestacional forammaiores nas ocasiões emque o parto cesáreo foi realizado (p = 0,029 e p < 0,01, respectivamente). Idade gestacional do parto, peso do recém-nascido, classe de peso de acordo com a idade gestacional e o Apgar não foram significativos. Analisando a RC, o fato de a gestante: ser obesa resultou em chance de parto cesáreo 2,25 (IC95% = 1,49- 2,39) vezes maior; ser primigesta resultou em chance de parto cesáreo 4,6 (IC95% = 3,017-7,150) vezes maior; e apresentar história de cesárea prévia resultou em 5,2 (IC95% = 2,702-10,003) vezes mais chance de ter uma nova cesárea. Os outros parâmetros analisados não apresentaram diferença.
Conclusão
Entre os fatores que acarretam aumento da ocorrência de nascimento por via cesariana, encontram-se: história de cesárea anterior, primeira gravidez e obesidade.
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Prevalência de miocardiopatia hipertrófica em fetos de mães com diabetes gestacional antes do tratamento
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(1):9-13
01/01/2017
Resumo
Original ArticlesPrevalência de miocardiopatia hipertrófica em fetos de mães com diabetes gestacional antes do tratamento
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(1):9-13
01/01/2017Visualizações80RESUMO
Objetivo:
Avaliar a prevalência de miocardiopatia hipertrófica em fetos de gestantes com diabetes mellitus gestacional antes do início do tratamento.
Métodos:
Foi realizado um estudo de corte transversal, no período de 1o de julho de 2013 até 20 de dezembro de 2013, em uma maternidade pública. Foram objetos do estudo 63 fetos de gestantes portadoras de diabetes mellitus gestacional (DMG), em gestação única e sem outras patologias associadas. Foi realizada ecocardiografia fetal antes do início do tratamento do diabetes. O diagnóstico de miocardiopatia hipertrófica (MH) foi realizado quando a medida do septo interventricular ou da parede ventricular estava superior a dois desvios-padrão. O desfecho primário avaliado foi presença de MH.
Resultados:
As gestantes apresentavam idade média de 32,32 (±6,2) anos, e a idade gestacional média no momento da avaliação foi de 30,59 (±2,27) semanas. A medida do septo interventricular estava acima de 2 desvios-padrão em 50,8% (intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 38,1-63,5%). A parede do ventrículo esquerdo estava acima de 2 desvios-padrão em 13 fetos, totalizando 20,6% (IC95%: 11,1-30,2%). A MH estava presente em 54% dos fetos (IC95%: 41,3-65,1%). A circunferência abdominal fetal estava normal em 46 (73%) fetos, e destes, 50% apresentavam MH.
Conclusão:
A prevalência de MH em fetos de gestantes portadoras de DMG antes do tratamento foi de 54% (IC95% 41,3-65,1%).
Palavras-chave: CardiopatiasDiabetes gestacionalecocardiografia fetalFetomiocardiopatia hipertróficaVer mais -
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Reclassificação pós-parto do estado glicêmico em mulheres com diabetes mellitus gestacional e fatores de risco associados
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(8):381-390
01/08/2016
Resumo
Original ArticlesReclassificação pós-parto do estado glicêmico em mulheres com diabetes mellitus gestacional e fatores de risco associados
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(8):381-390
01/08/2016Visualizações85Objetivo
Métodos
Coorte retrospectiva de 279 mulheres com DMG reavaliadas com um teste oral de tolerância à glicose (TOTG) após a gestação. Foram analisados fatores prognósticos da gestação índice e fatores de risco para o futuro desenvolvimento de pré-diabetes (GJA ou TDG) e DM2.
Resultados:
Diagnosticou-se DM2 em 34 pacientes (12,2%), GJA em 58 (20,8%) e TDG em 35 (12,5%). Mulheres que evoluíram para DM2 apresentaram maior frequência de história familiar de DM2, índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional mais elevado, menor idade gestacional, níveis superiores de glicemia de jejum e 2 horas após glicose no TOTG ao diagnóstico do DMG, hemoglobina glicada mais elevada, e uso mais frequente de insulina na gestação. História paterna de DM2 (odds ratio [OR] = 5,67; intervalo de confiança de 95% [IC95%] = 1,64-19,59; p = 0,006), glicemia de jejum do primeiro trimestre (OR = 1,07; IC95% = 1,03-1,11; p = 0,001) e o uso de insulina na gestação (OR = 15,92; IC95% = 5,54-45,71; p < 0,001) foram fatores de risco independentes para o desenvolvimento de DM2.
Conclusão
Houve elevada incidência de alterações no metabolismo da glicose em mulheres com DMG prévio. História familiar de DM2, IMC pré-gestacional elevado, DMG diagnosticado mais precocemente na gestação, com glicemias mais elevadas e necessidade de insulina, foram importantes fatores de risco associados à identificação precoce de mulheres com alto risco de desenvolvimento de DM2. Este conhecimento pode ser útil para o desenvolvimento de estratégias de prevenção.
Palavras-chave: Diabetes gestacionaldiabetes tipo 2Fatores de riscoreavaliação pós-partoTeste oral de tolerância à glicoseVer mais