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Original Article
Rastreamento do câncer do colo do útero com teste de DNA-HPV e detecção de lesões precursoras: um estudo de demonstração de base populacional brasileiro
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(1):21-30
14/04/2023
Resumo
Original ArticleRastreamento do câncer do colo do útero com teste de DNA-HPV e detecção de lesões precursoras: um estudo de demonstração de base populacional brasileiro
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2023;45(1):21-30
14/04/2023Visualizações107Resumo
Objetivo
Avaliar as taxas de lesões pré-cancerosas, encaminhamento para colposco pia e valor preditivo positivo (VPP) por faixas etárias de rastreamento populacional com teste DNA-HPV.
Métodos
O presente estudo de demonstração comparou 16.384 testes de HPV realizados nos primeiros 30 meses do programa com 19.992 mulheres testadas no rastreio citológico. Os programas foram comparados por taxa de encaminhamento de colposcopia e VPP para NIC2+ e NIC3+ por faixa etária. A análise estatística utilizou o teste de qui-quadrado e odds ratio (OR, na sigla em inglês) com intervalo de confiança (IC) de 95%.
Resultados
Os testes de HPV foram 3,26% positivos para HPV16-HPV18 e 9,92% positivos para 12 outros HPVs, com uma taxa de encaminhamento de colposcopia 3,7 vezes maior do que o programa de citologia, que teve 1,68% de anormalidades. O teste de HPV detectou 103 NIC2, 89 NIC3 e um AIS, em comparação com 24 NIC2 e 54 NIC3 detectados por citologia (p < 0,0001 ). O rastreio por teste de HPV no grupo etário 25 a 29 anos teve 2,4 a 3,0 vezes mais positividade, 13,0% de encaminhamento para colposcopia, 2 vezes mais que mulheres de 30 a 39 anos (7,7%; p < 0,0001 ), e detectou 20 NIC3 e 3 cânceres em estágio inicial versus nove NIC3 e nenhum câncer pelo rastreio citológico (NIC3 OR= 2,10; 96%CI: 0,91 -5,25; p = 0,043). O VPP da colposcopia para NIC2+ variou de 29,5 a 41,0% no programa de teste de HPV.
Conclusão
Houve um aumento significativo na detecção de lesões pré-cancerosas do colo do útero em um curto período de rastreamento com teste de HPV. Em mulheres < 30 anos, o teste de HPV exibiu mais positividade, alta taxa de encaminhamento para colposcopia com VPP semelhante a mulheres mais velhas, e mais detecção de HSIL e de câncer cervical em estágio inicial.
Palavras-chave: câncer do colo do úterodetecção precoce de câncerInfecções por Papilomavírusteste de DNA para HPVTeste de PapanicolaouVer mais -
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Teste de papilomavírus humano para triagem de mulheres com alterações em citologia anterior provenientes da região do Vale do Ribeira
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(6):340-348
17/07/2020
Resumo
Original ArticleTeste de papilomavírus humano para triagem de mulheres com alterações em citologia anterior provenientes da região do Vale do Ribeira
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(6):340-348
17/07/2020Visualizações58Ver maisResumo
Objetivo
Avaliar o desempenho da captura híbrida 2 (CH2) para papilomavírus humano de alto risco (HPVar) e repetição do exame citopatológico em mulheres com anormalidades em citologia anterior, para detectar neoplasia intraepitelial cervical grau 2 ou pior (≥ NIC 2).
Métodos
Foi realizado exame citopatológico e CH2 para HPVar (Qiagen, Gaithersburg, Maryland, EUA) em 359 amostras em meio líquido (Sure Path, Becton Dickinson, TriPath Imaging, Burlington, NC, USA) coletadas de mulheres da região do Vale do Ribeira, durante julho de 2013 e setembro de 2015 com citologia anterior classificada como células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-US), lesão intraepitelial de baixo grau (LSIL), células escamosas atípicas, não podendo excluir lesão de alto grau (ASC-H) e células glandulares atípicas (AGC). O exame histopatológico foi realizado em 179 mulheres. As avaliações de desempenho foram calculadas usando o teste de intervalo de confiança (IC) “exato” de Clopper-Pearson de 95% pelo software MEDCALC (Medcalc Software Ltd, Ostend, Bélgica).
Resultados
A frequência de≥ NIC 2 foi 11,7% (21/179). A CH2 para o HPVar e a citologia de repetição para a detecção ≥ NIC 2 obteve, respectivamente, sensibilidade de 90.5% (IC 95% = 69,6-98,8) e 90,5% (IC 95% = 69,6-98,8), especificidade de 65,8% (IC 95% = 57,9-73,2) e 43,7%, (IC 95% = 35,8-51,8), valor preditivo positivo de 26,0% (IC 95% = 21,4-31,3) e 17,6%, (IC95% = 14,9-20,6), e valor preditivo negativo de 98,1% (IC 95% = 93,3-99,5) e 97,2%, (IC 95% = 90,1-99,2).
Conclusão
No geral, a CH2 para HPVar aprimora o desempenho para detecção de ≥ NIC 2, sem comprometer a sensibilidade e proporciona maior margem de segurança do retorno ao rastreio trienal de mulheres com anormalidades citológicas prévias, sem≥ NIC 2 subjacente.
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Qualidade de vida relacionada à saúde em mulheres com câncer do colo do útero
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(4):242-248
19/06/2019
Resumo
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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(4):242-248
19/06/2019Visualizações70Ver maisResumo
Objetivo
Analisar os fatores associados à qualidade de vida em mulheres com câncer de colo do útero tratadas em um hospital de referência no Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Métodos
Estudo transversal em mulheres com diagnóstico de câncer do colo do útero emseguimento ambulatorial no Hospital de Câncer II (HCII) do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Os dados foram coletados no período de março a agosto de 2015. Foram excluídas as mulheres em cuidados paliativos, comdificuldade de comunicação/cognição, que estavam em tratamento simultâneo para outros tipos de câncer, ou em quimioterapia e/ou radioterapia. Para a avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde, foi utilizado um questionário específico para mulheres com câncer de colo do útero (Avaliação Funcional da Terapia do Câncer - Câncer Cervical (FACT-Cx, na sigla em inglês). O escore total do questionário varia de 0 a 168, com escores mais altos indicando melhor qualidade de vida relacionada à saúde.
Resultados
Foram incluídas 115 mulheres com uma média de idade de 52,64 anos (desvio padrão [DP] = 12,13). Os domínios de questões emocionais (16,61; DP = 4,55) e de bem-estar funcional (17,63; DP = 6,15) foram os que apresentaram os piores escores. Os fatores que tiveram associação com melhor qualidade de vida relacionada à saúde em mulheres com câncer de colo do útero foram ocupação atual, maior tempo após o tratamento e diagnóstico, e mulheres que haviamsido submetidas a histerectomia.
Conclusão
Considerando os domínios da qualidade de vida relacionada à saúde de mulheres tratadas para câncer do colo do útero, foi observado melhor escore nos domínios de bem-estar físico e social. Para amaioria dos domínios, osmelhores escores foram observados entre aquelas com ocupação atual, com mais tempo após o diagnóstico e tratamento, além daquelas que se submeteram a histerectomia.
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Correlação da mortalidade por câncer do colo do útero com fertilidade, acesso a cuidados de saúde e indicadores socioeconômicos
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(4):249-255
19/06/2019
Resumo
Original ArticlesCorrelação da mortalidade por câncer do colo do útero com fertilidade, acesso a cuidados de saúde e indicadores socioeconômicos
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(4):249-255
19/06/2019Visualizações59Resumo
Objetivo
O presente estudo teve como objetivo examinar quais indicadores de desenvolvimento estão correlacionados com as taxas de mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil.
Métodos
Este foi um estudo ecológico que correlacionou as taxas de mortalidade com indicadores como índice de desenvolvimento humano (IDH), produto interno bruto (PIB) per capita, taxa de analfabetismo, taxa de fertilidade, cobertura do rastreamento, proporção do uso do seguro privado de saúde, densidade de médicos e densidade de centros de radioterapia. A fonte das taxas de mortalidade foi o registro nacional, enquanto que os indicadores foram baseados em relatórios oficiais do Ministério da Saúde. Foi utilizada regressão linear univariada e multivariada.
Resultados
Entre os estados, a taxa média de mortalidade específica por idade por câncer do colo do útero de 2008 a 2012 variou de 4.6 a 22.9 por 100.000 mulheres/ano. Na análise univariada, foram inversamente correlacionadas com as taxas de mortalidade: IDH, proporção do uso do seguro privado de saúde, densidade de médicos e densidade de centros de radioterapia. A taxa de fertilidade foi positivamente correlacionada com a mortalidade. Na análise multivariada, apenas a taxa de fertilidade foi significativamente associada à taxa de mortalidade por câncer do colo do útero (coeficiente de correlação: 9,38; índice de confiança [IC] 95%: 5,16-13,59).
Conclusão
A diminuição da taxa de fertilidade, como esperado quando o nível de desenvolvimento das regiões aumenta, está relacionada a uma diminuição da taxa de mortalidade por câncer do colo do útero. Os resultados do presente estudo podem ajudar amonitorarmelhor a avaliação da qualidade dos programas de câncer do colo do útero nos países tanto interna quanto externamente.
Palavras-chave: câncer do colo do úterodisparidades em saúdeFertilidadeíndice de desenvolvimento humanomortalidade por câncerVer mais -
Case Report
Histerectomia radical robótica de portal único e biópsia de linfonodo sentinela: relato de caso
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(1):35-39
01/01/2017
Resumo
Case ReportHisterectomia radical robótica de portal único e biópsia de linfonodo sentinela: relato de caso
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(1):35-39
01/01/2017Visualizações59RESUMO
A cirurgia robótica para carcinoma do colo do útero apresenta vantagens quando comparada com cirurgias laparotômicas ou laparoscópicas. A cirurgia robótica de portal único tem muitas vantagens quando comparada com cirurgias de múltiplos acessos, porém a segurança e a viabilidade deste procedimento ainda não estão estabelecidas para cirurgias oncológicas radicais. Apresentamos um caso de carcinoma de colo do útero, tratado por histerectomia radical, identificação e biópsia de linfonodo sentinela e linfadenectomia pélvica realizada totalmente por cirurgia robótica de acesso único. A paciente recuperou-se bem e recebeu alta no primeiro dia pós-operatório.
Palavras-chave: câncer do colo do úterocirurgia laparoendo-scópica de sítio únicoHisterectomialaparoscopia robótica de sítio únicoLinfadenectomiarobóticaVer mais