Resumo
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Avaliar as taxas de lesões pré-cancerosas, encaminhamento para colposco pia e valor preditivo positivo (VPP) por faixas etárias de rastreamento populacional com teste DNA-HPV.
O presente estudo de demonstração comparou 16.384 testes de HPV realizados nos primeiros 30 meses do programa com 19.992 mulheres testadas no rastreio citológico. Os programas foram comparados por taxa de encaminhamento de colposcopia e VPP para NIC2+ e NIC3+ por faixa etária. A análise estatística utilizou o teste de qui-quadrado e odds ratio (OR, na sigla em inglês) com intervalo de confiança (IC) de 95%.
Os testes de HPV foram 3,26% positivos para HPV16-HPV18 e 9,92% positivos para 12 outros HPVs, com uma taxa de encaminhamento de colposcopia 3,7 vezes maior do que o programa de citologia, que teve 1,68% de anormalidades. O teste de HPV detectou 103 NIC2, 89 NIC3 e um AIS, em comparação com 24 NIC2 e 54 NIC3 detectados por citologia (p < 0,0001 ). O rastreio por teste de HPV no grupo etário 25 a 29 anos teve 2,4 a 3,0 vezes mais positividade, 13,0% de encaminhamento para colposcopia, 2 vezes mais que mulheres de 30 a 39 anos (7,7%; p < 0,0001 ), e detectou 20 NIC3 e 3 cânceres em estágio inicial versus nove NIC3 e nenhum câncer pelo rastreio citológico (NIC3 OR= 2,10; 96%CI: 0,91 -5,25; p = 0,043). O VPP da colposcopia para NIC2+ variou de 29,5 a 41,0% no programa de teste de HPV.
Houve um aumento significativo na detecção de lesões pré-cancerosas do colo do útero em um curto período de rastreamento com teste de HPV. Em mulheres < 30 anos, o teste de HPV exibiu mais positividade, alta taxa de encaminhamento para colposcopia com VPP semelhante a mulheres mais velhas, e mais detecção de HSIL e de câncer cervical em estágio inicial.
Resumo
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Avaliar o desempenho da captura híbrida 2 (CH2) para papilomavírus humano de alto risco (HPVar) e repetição do exame citopatológico em mulheres com anormalidades em citologia anterior, para detectar neoplasia intraepitelial cervical grau 2 ou pior (≥ NIC 2).
Foi realizado exame citopatológico e CH2 para HPVar (Qiagen, Gaithersburg, Maryland, EUA) em 359 amostras em meio líquido (Sure Path, Becton Dickinson, TriPath Imaging, Burlington, NC, USA) coletadas de mulheres da região do Vale do Ribeira, durante julho de 2013 e setembro de 2015 com citologia anterior classificada como células escamosas atípicas de significado indeterminado (ASC-US), lesão intraepitelial de baixo grau (LSIL), células escamosas atípicas, não podendo excluir lesão de alto grau (ASC-H) e células glandulares atípicas (AGC). O exame histopatológico foi realizado em 179 mulheres. As avaliações de desempenho foram calculadas usando o teste de intervalo de confiança (IC) “exato” de Clopper-Pearson de 95% pelo software MEDCALC (Medcalc Software Ltd, Ostend, Bélgica).
A frequência de≥ NIC 2 foi 11,7% (21/179). A CH2 para o HPVar e a citologia de repetição para a detecção ≥ NIC 2 obteve, respectivamente, sensibilidade de 90.5% (IC 95% = 69,6-98,8) e 90,5% (IC 95% = 69,6-98,8), especificidade de 65,8% (IC 95% = 57,9-73,2) e 43,7%, (IC 95% = 35,8-51,8), valor preditivo positivo de 26,0% (IC 95% = 21,4-31,3) e 17,6%, (IC95% = 14,9-20,6), e valor preditivo negativo de 98,1% (IC 95% = 93,3-99,5) e 97,2%, (IC 95% = 90,1-99,2).
No geral, a CH2 para HPVar aprimora o desempenho para detecção de ≥ NIC 2, sem comprometer a sensibilidade e proporciona maior margem de segurança do retorno ao rastreio trienal de mulheres com anormalidades citológicas prévias, sem≥ NIC 2 subjacente.
Resumo
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Analisar os fatores associados à qualidade de vida em mulheres com câncer de colo do útero tratadas em um hospital de referência no Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Estudo transversal em mulheres com diagnóstico de câncer do colo do útero emseguimento ambulatorial no Hospital de Câncer II (HCII) do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Os dados foram coletados no período de março a agosto de 2015. Foram excluídas as mulheres em cuidados paliativos, comdificuldade de comunicação/cognição, que estavam em tratamento simultâneo para outros tipos de câncer, ou em quimioterapia e/ou radioterapia. Para a avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde, foi utilizado um questionário específico para mulheres com câncer de colo do útero (Avaliação Funcional da Terapia do Câncer - Câncer Cervical (FACT-Cx, na sigla em inglês). O escore total do questionário varia de 0 a 168, com escores mais altos indicando melhor qualidade de vida relacionada à saúde.
Foram incluídas 115 mulheres com uma média de idade de 52,64 anos (desvio padrão [DP] = 12,13). Os domínios de questões emocionais (16,61; DP = 4,55) e de bem-estar funcional (17,63; DP = 6,15) foram os que apresentaram os piores escores. Os fatores que tiveram associação com melhor qualidade de vida relacionada à saúde em mulheres com câncer de colo do útero foram ocupação atual, maior tempo após o tratamento e diagnóstico, e mulheres que haviamsido submetidas a histerectomia.
Considerando os domínios da qualidade de vida relacionada à saúde de mulheres tratadas para câncer do colo do útero, foi observado melhor escore nos domínios de bem-estar físico e social. Para amaioria dos domínios, osmelhores escores foram observados entre aquelas com ocupação atual, com mais tempo após o diagnóstico e tratamento, além daquelas que se submeteram a histerectomia.
Resumo
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O presente estudo teve como objetivo examinar quais indicadores de desenvolvimento estão correlacionados com as taxas de mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil.
Este foi um estudo ecológico que correlacionou as taxas de mortalidade com indicadores como índice de desenvolvimento humano (IDH), produto interno bruto (PIB) per capita, taxa de analfabetismo, taxa de fertilidade, cobertura do rastreamento, proporção do uso do seguro privado de saúde, densidade de médicos e densidade de centros de radioterapia. A fonte das taxas de mortalidade foi o registro nacional, enquanto que os indicadores foram baseados em relatórios oficiais do Ministério da Saúde. Foi utilizada regressão linear univariada e multivariada.
Entre os estados, a taxa média de mortalidade específica por idade por câncer do colo do útero de 2008 a 2012 variou de 4.6 a 22.9 por 100.000 mulheres/ano. Na análise univariada, foram inversamente correlacionadas com as taxas de mortalidade: IDH, proporção do uso do seguro privado de saúde, densidade de médicos e densidade de centros de radioterapia. A taxa de fertilidade foi positivamente correlacionada com a mortalidade. Na análise multivariada, apenas a taxa de fertilidade foi significativamente associada à taxa de mortalidade por câncer do colo do útero (coeficiente de correlação: 9,38; índice de confiança [IC] 95%: 5,16-13,59).
A diminuição da taxa de fertilidade, como esperado quando o nível de desenvolvimento das regiões aumenta, está relacionada a uma diminuição da taxa de mortalidade por câncer do colo do útero. Os resultados do presente estudo podem ajudar amonitorarmelhor a avaliação da qualidade dos programas de câncer do colo do útero nos países tanto interna quanto externamente.
Resumo
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A cirurgia robótica para carcinoma do colo do útero apresenta vantagens quando comparada com cirurgias laparotômicas ou laparoscópicas. A cirurgia robótica de portal único tem muitas vantagens quando comparada com cirurgias de múltiplos acessos, porém a segurança e a viabilidade deste procedimento ainda não estão estabelecidas para cirurgias oncológicas radicais. Apresentamos um caso de carcinoma de colo do útero, tratado por histerectomia radical, identificação e biópsia de linfonodo sentinela e linfadenectomia pélvica realizada totalmente por cirurgia robótica de acesso único. A paciente recuperou-se bem e recebeu alta no primeiro dia pós-operatório.