Resumo
. ;:11-16
Avaliar a acurácia do diagnóstico de cardiopatias congênitas obtidos por meio das ecografias realizadas durante o pré-natal comparativamente à avaliação pósnatal.
Estudo de coorte retrospectivo com 96 gestantes atendidas no Serviço de Ecocardiografia cujos partos ocorreram no Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, RS, Brasil. Utilizou-se a avaliação de fatores de risco e a análise de sensibilidade e especificidade, comparando-se a acurácia do rastreamento de cardiopatia congênita por meio da ecografia obstétrica, da avaliação morfológica e da ecocardiografia fetal, considerando-se como significativo um p < 0,05. O referido estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição.
A análise de fatores de risco demonstra que 31,3% dos fetos com cardiopatia congênita poderiam ser identificados pela anamnese. As ecografias anteparto possuem sensibilidade de 97,7%, especificidade de 88,9% e acurácia de 93,0% no diagnóstico da cardiopatia congênita. Ao se analisar cada tipo de ecografia separadamente, encontrou-se sensibilidade de 29,3% para a ecografia obstétrica, de 54,3% para ecografia morfológica, e de 97,7% para ecocardiografia fetal. A ecocardiografia fetal definiu a cardiopatia fetal em 67,7% dos casos, a ecografia morfológica em 16,7%, e a ecografia obstétrica em 11,5%.
Demonstra-se uma elevada proporção de cardiopatia congênita em gestações sem fatores de risco para esse desfecho. Frente aos resultados desanimadores da ecografia obstétrica para a detecção de cardiopatias congênitas e na atual inviabilidade de rastreamento universal de cardiopatias congênitas por meio da ecocardiografia fetal, reforça-se a importância da ecografia morfológica fetal e sua realização por profissionais qualificados para esse fim de forma a permitir o manejo mais adequado destas gestações.
Resumo
. ;:17-23
Avaliar e comparar a sensibilidade e especificidade da ultrassonografia e da ressonância magnética no diagnóstico do acretismo placentário em pacientes com placenta prévia.
Estudo de coorte retrospectivo com 37 mulheres, sendo 16 com acretismo placentário, realizado de janeiro de 2013 a outubro de 2015. Considerou-se padrãoouro para o diagnóstico de acretismo placentário o exame anatomopatológico, sendo que, na sua ausência, a descrição do achado intraoperatório. As associações entre variáveis foram investigadas utilizando o teste qui-quadrado de Pearson e o teste U de Mann-Whitney.
A idade média foi de 31,8 ± 7,3 anos, o número médio de gestações foi de 2,8 ± 1,1, o número médio da quantidade de partos foi de 1,4 ± 0,7, e o número médio de cesáreas prévias foi de 1,2 ± 0,8. O grupo do acretismo placentário apresentou antecedente de cesariana mais frequentemente do que o grupo sem acretismo (63,6% versus 36,4%, respectivamente; p < 0,001). A idade gestacional no parto em mulheres com diagnóstico de placenta prévia com acretismo foi de 35,4 ± 1,1 semanas. O peso ao nascer médio foi de 2.635,9 ± 374,1 g. A sensibilidade do ultrassom foi de 87,5%, comvalor preditivo positivo (VPP) de 65,1%, e valor preditivo negativo (VPN) de 75,0%. Para a ressonância magnética, a sensibilidade foi de 92,9%, com VPP de 76,5% e VPN de 75,0%. O índice kappa para concordância entre os dois testes foi de 0,69 (intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 0,26-1,00).
O ultrassom e a ressonância magnética apresentaram sensibilidade e especificidade semelhantes no diagnóstico do acretismo placentário.
Resumo
. ;:24-30
Avaliar se a exposição a diferentes luminosidades no ambiente afeta parâmetros reprodutivos de camundongos fêmeas prenhas e o desenvolvimento de sua prole.
Foram selecionados para o estudo 15 camundongos fêmeas albinas prenhas. Os camundongos foram separados em grupos: luz/escuro, luz e escuro. As fêmeas foram eutanasiadas no 18° dia de gestação, seguindo as recomendações do Guia Brasileiro de Boas Práticas para a Eutanásia de animais. Tanto peças maternas como fetais foram mensuradas e coletadas para avaliação histológica. Foi utilizado o teste de Análise de variantes (Anova) para comparação dos grupos, considerando estatisticamente significativo o valor de p ≤ 0,05.
Ao comparar as variáveis maternas entre os três grupos, não foi encontrada diferença estatística significativa. Em relação às variáveis fetais, houve diferenças estatísticas entre as medidas de antropometria dos grupos submetidos a diferentes luminosidades do ambiente, com melhores valores médios no grupo luz. Histologicamente, a avaliação placentária evidenciou em todos os grupos o mesmo padrão estrutural, com todos dentro da normalidade. No entanto, a avaliação de úteros, tanto do grupo luz/escuro quanto do grupo luz,mostrou quantidade discreta amoderada de glândulas endometriais, com pouco desenvolvimento na maioria dos animais. Nos fetos, análise pulmonar evidenciou características morfológicas compatíveis com a transição da fase canalicular para sacular em todos os grupos.
As exposições a diferentes luminosidades no ambiente não influenciaram nos parâmetros reprodutivos das fêmeas, entretanto, a ninhada das mães que receberam luz em todo período apresentou melhores medidas morfométricas.
Resumo
. ;:31-36
Avaliar o polimorfismo rs42524 do gene pró-colágeno tipo I alfa (α) 2 (COL1A2) como fator relacionado ao desenvolvimento de prolapso de órgãos pélvicos (POP) em mulheres brasileiras.
O estudo envolveu 112 mulheres com POP nos estádios III e IV (grupo caso) e 180 mulheres com POP nos estádios zero e I (grupo controle). Outros dados clínicos foramobtidos pormeio de entrevistas comas pacientes sobre seu históricomédico, e o sangue das voluntárias também foi coletado para extração de DNA genômico. A região promotora do gene COL1A2 contendo o polimorfismo rs42524 foi amplificada, e a discriminação entre as variantes G e C foi realizada por digestão dos produtos de reação em cadeia da polimerase (RCP) com a enzima MspA1I, seguida de análise por eletroforese em gel de agarose.
Foram analisadas 292 mulheres. No grupo caso, 71 tinham o genótipo G/G, 33 tinham o genótipo G/C, e 7 tinham o genótipo C/C. Por sua vez, a relação no grupo controle foi de 117 G/G, 51 G/C e 11 C/C. Não houve diferenças significativas entre os grupos.
Nossos dados não mostraram associação do polimorfismo do gene COL1A2 com a ocorrência de POP.
Resumo
. ;:664-672
Comparar dois tratamentos distintos—o uso de lanolina anidra altamente purificada (HPA, na sigla em inglês) e o próprio leite materno—para mulheres com dor e trauma mamilar durante o processo de amamentação.
Participaram do estudo 180 puérperas randomizadas para 2 grupos: um utilizou tratamento com lanolina HPA e o outro o próprio leite materno. Todas receberam a mesma orientação quanto à técnica de amamentação e rigor terapêutico e foram avaliadas em três momentos: na inclusão no estudo (após a randomização), em 48 horas e em 7 dias. Em todos os momentos, foram colhidos dados em relação à dor e ao trauma. Para a variável dor, utilizou-se escala de categoria numérica/nerbal e, para a variável trauma, a pontuação de traumas mamilares. Os testes estatísticos utilizados foram: Qui-quadrado, teste exato de Fisher, t de Student, e Kolmogorov-Smirnov, sendo que os modelos de equações de estimação generalizadas foram calculados por meio dos pacotes STATA 12 (StataCorp LLC, College Station, TX, EUA) e IBM SPSS Statistics for Windows, Versão 20.0 (IBM Corp, Armonk, NY, EUA).
Houve melhora da dor da segunda para a terceira avaliação no grupo que utilizou a lanolina HPA, enquanto que no grupo que usou leite materno a dor permaneceu inalterada entre esses dois momentos (p< 0,001). Quanto ao trauma, foi identificada melhora em sua extensão e profundidade, da primeira para a terceira avaliação, e a melhora foi maior no grupo tratado com lanolina HPA do que no grupo tratado com leite materno (p= 0,025).
O tratamento da dor e do trauma mamilar com lanolina HPA teve melhor resultado comparado com o leite materno, com base em um período de tratamento de 7 dias.
Resumo
. ;:686-692
Verificar alterações de medidas corporais, consumo e desejos alimentares durante o ciclo menstrual de acadêmicas de nutrição.
Estudo transversal com 27 estudantes de uma universidade pública do Mato Grosso do Sul, as quais tiveram seu consumo alimentar avaliado por meio de recordatório alimentar de 24 horas, estado nutricional avaliado com base em medidas antropométricas, e desejos alimentares avaliados utilizando-se o Questionário de Desejo Alimentar. Os dados foram coletados durante uma avaliação na fase folicular (entre o 5° e o 9° dia do ciclo menstrual) e outra na fase lútea (entre o 20° e o 25° dia do ciclo menstrual). Para as variáveis de consumo alimentar, utilizou-se o teste análise de variância (ANOVA, na sigla em inglês), seguido pelo teste de Tukey. Já para a análise dos desejos alimentares, utilizou-se o teste de Mann-Whitney. Foi considerado o nível de significância de 5% (p< 0,05).
Os desejos por alimentos ricos em açúcar, sal e gordura, como chocolates, produtos de pastelaria, lanches e sobremesas foram maiores (p< 0,05) no momento pré-menstrual, apesar de não refletirem em maior consumo energético e tampouco em alteração na distribuição de macronutrientes. Observou-se maior consumo de carboidratos, proteínas, fibras e cálcio na fase lútea; no entanto, sem diferença estatística entre os grupos. Não foram encontradas diferenças no consumo de nenhum grupo alimentar, tampouco nas medidas antropométricas (p> 0,05).
Os desejos alimentares das acadêmicas de nutrição diferiram entre as fases; no entanto, sem diferença no consumo alimentar e nas medidas corporais.
Resumo
. ;:693-698
O objetivo do presente estudo foi identificar a associação entre características de personalidade de mulheres na pós-menopausa e ocorrência de disfunção sexual.
No total, 43 mulheres na pós-menopausa foram avaliadas de acordo com suas percepções da qualidade de suas vidas sexuais. Elas responderam aos seguintes questionários: Perfil Sociodemográfico, Índice de Função Sexual Feminino (FSFI, na sigla em inglês), Inventário de Depressão Beck (BDI, na sigla em inglês) e Inventário Fatorial de Personalidade (IFP-II).
Mulheres com pior percepção sexual demonstraram baixa necessidade afetiva (p< 0,01) e baixa necessidade de organização (p< 0,01). Com base na necessidade de controle e oposição, não houve diferença entre os grupos. Os grupos de mulheres separadas pelo FSFI não demonstraram diferenças significativas.
Mulheres na pós-menopausa com menor escolaridade e características de personalidade que demonstre baixa necessidade afetiva e de organização possuem maior chance de apresentar disfunção sexual.