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Influência do polimorfismo do gene CYP3A4 nos esteroides sexuais como fator de risco para câncer de mama
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(11):699-704
01/11/2018
Resumo
Original ArticlesInfluência do polimorfismo do gene CYP3A4 nos esteroides sexuais como fator de risco para câncer de mama
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(11):699-704
01/11/2018Visualizações91Ver maisResumo
Objetivo
Estudos epidemiológicos têm mostrado evidências da influência dos hormônios sexuais na patogênese do câncer de mama, e têm sugerido uma relação entre a doença e variações em genes envolvidos na síntese e/ou metabolização de estrógenos. O objetivo do presente estudo foi avaliar a associação entre o polimorfismo do gene CYP3A4*1B (rs2740574) e o risco de desenvolvimento da neoplasia mamária.
Métodos
No presente estudo de caso-controle, a frequência de polimorfismo do gene CYP3A4*1B foi determinada em 148 mulheres com câncer de mama, e em 245 mulheres sem a doença. O DNA das participantes foi extraído do plasma, e o gene foi amplificado por meio de reação em cadeia da polimerase, enquanto o polimorfismo foi determinado por enzimas de restrição.
Resultados
O polimorfismo, após o ajuste para variáveis de confusão, não foi associado à ocorrência de câncer de mama (razão de possibilidades = 1,151; intervalo de confiança de 95%: 0,714–1,856; p= 0,564). Também não observamos associação com a presença de receptores hormonais, superexpressão do receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano (HER2, na sigla em inglês), ou com a taxa de proliferação celular do tumor.
Conclusão
Não observamos relação entre o polimorfismo do gene CYP3A4*1B e a ocorrência de câncer de mama.
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Aumento nos níveis de expressão de metaloprotease, inibidor tecidual das metaloproteases, metalotioneina e p63 em endométrio ectópico: um estudo experimental animal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(11):705-712
01/11/2018
Resumo
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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(11):705-712
01/11/2018Visualizações73Ver maisResumo
Objetivo
Caracterizar o padrão de diferenciação celular, proliferação e invasão tecidual em endométrio eutópico e ectópico de coelhas com lesões de endometriose induzidas por um modelo experimental 4 e 8 semanas após o procedimento de implantação endometrial.
Métodos
Vinte e nove coelhas fêmeas Nova Zelândia foram submetidas a laparotomia para indução de endometriose através da ressecção de um dos cornos uterinos, isolamento do endométrio e fixação do tecido no peritônio pélvico. Dois grupos de animais (14 animais em um grupo e 15 animais no outro) foram sacrificados 4 e 8 semanas após a indução da endometriose. A lesão foi excisada junto com o corno uterino contralateral para determinação da presença de glândulas e de estroma endometrial. Reações de imunohistoquímica foram realizadas no tecido endometrial eutópico e ectópico para análise dos seguintes marcadores: metaloprotease (MMP9) e inibidor tecidual da metaloprotease 2 (TIMP-2), os quais estão envolvidos na capacidade de invasão do tecido endometrial; e metalotioneina (MT) e p63, os quais estão envolvidos na diferenciação e proliferação celular.
Resultados
A intensidade da imunomarcação para MMP9, TIMP-2, MT e p63 foi mais alta nos endométrios ectópicos do que nos endométrios eutópicos. Contudo, quando as lesões foram comparadas entre 4 e 8 semanas, nenhuma diferença foi observada, com exceção do marcador p63, o qual foi mais evidente depois de 8 semanas de evolução do tecido endometrial ectópico.
Conclusão
Lesões endometriais ectópicas parecem expressar maior poder de diferenciação celular e de invasão tecidual comparadas com endométrios eutópicos, demonstrando o potencial de invasão, de progressão e de apresentação heterogênea da endometriose.
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Avaliação do risco para parto pré-termo utilizando o teste da fibronectina fetal, associado à medida de comprimento de colo uterino, em gestantes sintomáticas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(9):507-512
01/09/2018
Resumo
Original ArticlesAvaliação do risco para parto pré-termo utilizando o teste da fibronectina fetal, associado à medida de comprimento de colo uterino, em gestantes sintomáticas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(9):507-512
01/09/2018Visualizações55Ver maisResumo
Objetivo
Analisar a utilização da medida do comprimento do colo uterino (MCCU), e do teste da fibronectina fetal (FNf) como preditores do trabalho de parto pré-termo (PPT), em gestantes sintomáticas, atendidas na Maternidade da Santa Casa de Misericórdia de Sobral.
Métodos
Foi realizado umestudo prospectivo e analítico, envolvendo 53 parturientes atendidas no período de setembro de 2015 a julho de 2016, com idade gestacional (IG) entre 24 e 34 semanas que tiveram queixas relacionadas a pródromos de trabalho de parto prematuro (TPP), sendo realizada coleta de secreção vaginal para FNf e MCCU por via ultrassonográfica transvaginal.
Resultados
Um total de 58,49% das pacientes tinham MCCU < 25 mm, e 41,51% tiveram teste rápido de fFN positivo. Foi feito o acompanhamento de 48 pacientes, com 54,17% de PPTs. O risco relativo (RR) para PPT com MCCU < 25 mm foi de 1,83 (p = 0,09, 0,99-3,36, intervalo de confiança [IC] 95%), com média de tempo até o parto de 2,98 semanas. Para fFN, o RR foi de 3.50 (p = 0.002, 1.39-8.79, IC 95%) e a média até o parto foi de 1,94 semanas. Quando os dois testes forampositivos, o RR foi de 2,70 (1,08-6,72). Para a MCCU, o RR para PPT em 48 horas, 7 e 14 dias foram 1,30 (p = 0.11, 95% IC 1.02-1.67), 1,43 (p = 0.12, 95% CI % 0.99-2.06) e 2,03 (p = 0.008, 95% IC 1.26-3.27), respectivamente. Para FNf, em 48 horas, 7 e 14 dias foi de 1,75 (p = 0.0006, 95% IC 1.20-2.53, 2,88 (p = 0.0001, 95% IC, 1.57-5.31) e 3,57 (p = 0.0002, 95% IC 1.63-7.81) respectivamente. Com os dois testes, o RR em 48 horas, 7 e 14 dias foi 1,74 (p = 0.0001, 95%IC 1.14-2.64), 2,22 (p = 0.0001, 95% IC 1.22-4.04) e 2,76 (p = 0.0002, 95% IC 1.27-5.96) respectivamente.
Conclusão
Em mulheres grávidas sintomáticas, concluímos que a MCCU < 25 mm e o teste rápido de FNf positivo indicam aumento do risco de PPT. Outros estudos com tamanhos de amostra maiores podem contribuir para apoiar os resultados apresentados no presente estudo.
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Classificação de Robson aplicada à indução do trabalho de parto
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(9):513-517
01/09/2018
Resumo
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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(9):513-517
01/09/2018Visualizações51Ver maisResumo
Introdução
A indução do trabalho de parto é uma prática comum e sua associação com o aumento da taxa de cesarianas tem sido questionada. O presente estudo surge com o objetivo de avaliar o impacto da indução do trabalho de parto na taxa global de cesarianas e de analisar as taxas de cesarianas de acordo com o método de indução do trabalho de parto utilizado e com o grupo de Robson.
Métodos
Realizamos umestudo retrospectivo cominclusão de grávidas submetidas a indução do trabalho de parto em um hospital terciário em 2015 e 2016. Todas as mulheres forram classificadas de acordo com a classificação de Robson. As taxas de cesarianas foram analisadas e comparadas em função do método de indução de trabalho de parto utilizado.
Resultados
Foram incluídos 1.166 casos. A taxa de cesarianas após a indução do trabalho de parto foi de 20,9%, correspondendo a 23,1% do total de cesarianas realizadas em 2015 e 2016. Os grupos 5 e 8 da classificação de Robson foram os que apresentaram as maiores taxas de cesarianas (65,2% e 32,3%, respectivamente). O grupo 2 foi o que mais contribuiu para a taxa global de cesarianas, por representar 56,7% do total da população. As prostaglandinas intravaginais foram o método mais utilizado (77%). O cateter de Foley transcervical foi o método mais utilizado no grupo 5 e as prostaglandinas intravaginais nos restantes. A taxa de cesarianas foi superior quando se utilizou o cateter de Foley transcervical (34,1%).
Conclusão
A indução do trabalho de parto com cateter de Foley transcervical associou-se a uma maior taxa de cesarianas, em provável relação com a sua maior utilização no grupo 5.
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Uso de drogas na gestação e suas consequências: um estudo de caso-controle aninhado sobre morbidade materna grave
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(9):518-526
01/09/2018
Resumo
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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(9):518-526
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Objetivo
Avaliar a relação entre o uso de substâncias psicoativas na gestação e a ocorrência de morbidade materna grave (MMG), resultados perinatais e repercussões no desenvolvimento neuropsicomotor das crianças expostas.
Métodos
Estudo de caso-controle a partir de uma coorte de morbidade materna grave (COMMAG). Mulheres com MMG foram consideradas casos. Controles foram mulheres com gestação de baixo risco, admitidas no mesmo período que os casos. Os dados da coorte foram coletados retrospectivamente em prontuários de internação para o parto e entrevistas presenciais conduzidas com 638 mulheres e seus filhos da gestação-índice, entre 6 meses e 5 anos após o parto. Na entrevista, o uso de substâncias na gestação foi avaliado com uma pergunta modificada introduzida no questionário para triagem do uso de álcool, tabaco e outras substâncias 2.0 (ASSIST, na sigla em inglês) e o desenvolvimento neuropsicomotor das crianças foi avaliado pelo teste de triagem do desenvolvimento Denver II.
Resultados
A prevalência do uso de drogas lícitas ou ilícitas na gestação foi de cerca de 17%. Das usuárias, 63,9% usaram álcool, 58,3% usaram tabaco, 9,2% usaram cocaína/crack e 4,6% usaram maconha. Não houve associação entre o uso de drogas na gestação eMMG. Contudo, o uso de tabaco foi associado a hemorragia, presença de critérios clínicos de near miss e alteração no desenvolvimento infantil. O uso de álcool foi associado à asfixia neonatal e o uso de cocaína/crack à ocorrência de alguma complicação clínica na gestação.
Conclusão
O abuso de substâncias lícitas ou ilícitas na gestação é frequente e associado a piores desfechos maternos, perinatais e do desenvolvimento infantil.
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Doação compartilhada de oócitos: ideias e expectativas em um contexto bioético com base em um levantamento qualitativo de mulheres brasileiras
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(9):527-533
01/09/2018
Resumo
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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(9):527-533
01/09/2018Visualizações81Ver maisResumo
Objetivo
A reprodução assistida agrega tecnologias inovadoras e novas formas de procriação pormeio da doação de gametas; no entanto, também leva a questões éticas e morais e à ampla aplicação da bioética referencial. O objetivo deste estudo foi compreender o contexto bioético da doação compartilhada de oócitos.
Métodos
Este estudo qualitativo utilizou a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo para entrevistar doadoras e receptoras no Brasil.
Resultados
As doadoras sofrem de infertilidade, e a fertilização in vitro abre a possibilidade de ter um filho; no entanto, o custo é alto, e ajudar a receptora é mais importante do que o custo financeiro. As receptoras se arrependem de retardar a maternidade; adotar uma criança é sua última opção, e elas desejam sentir os estágios físicos da gravidez. As receptoras consideramas regras injustas emrelação à falta de um banco de oócitos e ao fato de que o tratamento deve ocorrer emciclos compartilhados; no entanto, a doação de oócitos possibilita a realização do sonho comum da maternidade.
Conclusão
Os dados obtidosmostraram que as pacientes estão sofrendo e frustradas devido à infertilidade, e percebem que a fertilização in vitro pode ser o tratamento de que necessitam. Essas mulheres acreditam que as crianças são essenciais na constituição da família, e os avanços científicos agregam tecnologias inovadoras e novas formas de constituição familiar com repercussões nos contextos sociais, econômicos, políticos e familiares que levam a questões bioéticas na Pós-modernidade.
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Qualidade da informação presente na Internet sobre Leiomioma uterino
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(9):547-553
01/09/2018
Resumo
Original ArticlesQualidade da informação presente na Internet sobre Leiomioma uterino
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(9):547-553
01/09/2018Visualizações61Ver maisResumo
Objetivos
Não existem estudos publicados analisando a qualidade de informação para mulheres leigas na internet sobre o leiomioma uterino. A acurácia do material existente também não é conhecida. Portanto, realizamos um estudo transversal envolvendo 381 sites em língua inglesa e portuguesa de maio a dezembro de 2017.
Métodos
Dois pesquisadores fizeram a análise, e o coeficiente kappa de Cohen foi calculado para analisar a concordância entreambos. Termos de pesquisa (leiomioma uterino e derivados)eminglês e português foramusados. A acurácia foi analisada por meio de uma lista de 10 itens criados após a fusão de consensos da Sociedade Americana de Medicina da Reprodução (ASRM, na siglaeminglês), dos InstitutosNacionais de Saúde (NIH, na siglaem inglês) e da Sociedade Europeia de Menopausa e Andropausa (EMAS, na sigla em inglês) sobre leiomioma uterino. A correlação item-teste e o coeficiente intraclasse foram realizados nas 16 questões do questionário DISCERN, um instrumento desenvolvido para medir a qualidade da informação de saúde disponível na internet. O método de análise de variância (ANOVA, na sigla em inglês) foi utilizado para as variáveis independentes e as pontuações de acurácia e do DISCERN.
Resultados
O Google foi a ferramenta mais utilizada, e o leiomioma uterino foi o termo de busca que gerou a maior parte do material analisado. A pontuação média para a acurácia dos websites foi 5/10, e do questionário DISCERN, 38/80. Os sites de língua inglesa commaior pontuação foram os de organizações científicas e de governos federais, tanto no questionário DISCERN (Faculdade Americana de Obstetrícia e Ginecologia [ACOG, na sigla em inglês], Administração de Alimentos e Medicamentos [FDA, na sigla em inglês]) quanto na acurácia (NIH e FDA). Entretanto, em língua portuguesa, os sites com as maiores pontuações em ambos os instrumentos foram de revistas ou blogs médicos. O teste α de Cronbach evidenciou maior correlação entre os sites e o DISCERN (0,77-0,79); contudo, a correlação item-teste variou de 0,39 a 0,56.
Conclusão
Há necessidade demelhorar a qualidade da informação sobre o leiomioma uterino para mulheres leigas.