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Infecções sexualmente transmissíveis detectadas por PCR multiplex em tempo real em mulheres assintomáticas e associação com neoplasia intraepitelial cervical
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(9):540-546
01/09/2018
Resumo
Original ArticlesInfecções sexualmente transmissíveis detectadas por PCR multiplex em tempo real em mulheres assintomáticas e associação com neoplasia intraepitelial cervical
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(9):540-546
01/09/2018Visualizações75Resumo
Objetivo
Determinar a frequência de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) em mulheres assintomáticas e a associação destas infecções com a neoplasia intraepitelial cervical (NIC).
Métodos
Foi realizado um estudo transversal recrutando mulheres atendidas em uma clínica ginecológica geral e em um centro de referência para colposcopia, de outubro de 2014 a outubro de 2015. O grupo de colposcopia consistiu de 71 mulheres, e o grupo de ginecologia geral consistiu de 55 mulheres. Amostras cervicais foram coletadas para citologia cervical e uma reação em cadeia de polimerase (RCP) multiplex em tempo real para detecção do vírus do papiloma humano (HPV) e das ISTs provocadas pelos seguintes micro-organismos: Chlamydia trachomatis, Mycoplasma hominis, Mycoplasma genitalium, Ureaplasma urealyticum e Neisseria gonorrhoeae. Foi realizada uma análise multivariada por regressão logística, considerando-se o nível de significância de 0,05.
Resultados
A frequência geral de ISTs foi: 46,8% (HPV); 27,8% (C. trachomatis); 28,6% (M. genitalium); 0,8% (M. hominis); 4,8% (U. urealyticum); e 4,8% (N. gonorrhoeae). Os fatores de risco significantes para NIC foram: infecção pelo HPV (razão de probabilidades [RP] = 2,53; p = 0,024); C. trachomatis (RP = 3,04; p = 0,009); M. genitalium (RP = 2,37; p = 0,04); e coinfecção por HPV e C. trachomatis (RP = 3,11; p = 0,023). Após a análise multivariada, foi encontrada uma associação significante entre HPV e NIC (RP = 2.48; intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 1,04-5,92; p = 0,04) e entre C. trachomatis e NIC (RP = 2,69; IC95%: 1,11-6,53; p = 0,028).
Conclusões
A frequência de ISTs foi alta em mulheres assintomáticas. Infecções por HPV e C. trachomatis foram independentemente associadas com a presença de NIC. A alta frequência de ISTs em mulheres assintomáticas sugere a necessidade de rastreamento rotineiro dessas infecções.
Palavras-chave: ClamídiaDoenças sexualmente transmissíveisInfecções por PapilomavírusNeoplasia intraepitelial cervicalReação em cadeia de polimeraseVer mais -
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Influência da função sexual nas relações sociais e na qualidade de vida de mulheres com insuficiência ovariana prematura
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(2):66-71
01/02/2018
Resumo
Original ArticlesInfluência da função sexual nas relações sociais e na qualidade de vida de mulheres com insuficiência ovariana prematura
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(2):66-71
01/02/2018Visualizações83Ver maisResumo
Objetivo
Avaliar o impacto da função sexual na qualidade de vida (QV) de mulheres com insuficiência ovariana prematura (IOP).
Métodos
Estudo de caso-controle que avaliou 80 mulheres com IOP usando terapia hormonal combinada (progestagênio e estrogênio), em comparação com80mulheres com função gonadal preservada pareadas por idade (2 anos). A função sexual (FS) foi avaliada por meio do índice de função sexual feminina (IFSF) e a QV, por meio do instrumento da Organização Mundial de Saúde (OMS) para avaliação da QV (WHOQoLBREF, na sigla em inglês).
Resultados
Amédia etária dasmulheres comIOP e do grupo controle foi de 38,4 ± 7,3 e 38,1 ± 7,3 anos, respectivamente. A QV do grupo com IOP foi pior, e verificou-se uma diferença significativa nos domínios físico (63,4 ± 17,4 e 72,7 ± 15,2, respectivamente, p = 0,0004) e psicológico (63,2 ± 14,6 e 69,3 ± 13,9, respectivamente, p = 0,0075) para asmulheres comIOP quando comparadas como grupo de controle.Mulheres comIOP apresentaram pior pontuação para excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação, dispareunia, e pior índice de FS emcomparação ao grupo controle. A piora em todos os aspectos da FS foi diretamente correlacionada com a piora no domínio das relações sociais da QV.
Conclusão
Mulheres comIOP apresentaram pior QV e FS do que o grupo controle. Os aspectos psicológicos (desejo, excitação, orgasmo e satisfação sexual) da FS exerceram grande influência na QV, enquanto os físicos (dor e lubrificação) exerceram pouca influência. A má função sexual em mulheres com IOP está diretamente correlacionada com uma piora em vários domínios da QV; porém, o impacto negativo é particularmente importante no domínio social, sugerindo que a melhora da sexualidade pode auxiliar na melhor integração social das mulheres com IOP.
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Avaliação da expressão do gene WWOX por avaliação imunohistoquímica, sua associação com marcador de angiogênese, expressão do p53, proliferação celular e parâmetros clinicopatológicos no câncer de colo uterino
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(2):79-85
01/02/2018
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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(2):79-85
01/02/2018Visualizações62Ver maisResumo
Objetivo
O presente estudo avaliou a expressão do WWOX, sua associação com características clinicopatológicas e com a expressão do p53, ki-67 (proliferação celular) e CD31 (angiogênese) em pacientes com carcinoma invasivo de células escamosas do colo uterino, ou simplesmente câncer do colo uterino (CCE).
Métodos
Foram avaliadas prospectivamente pacientes com CCE no estágio IB (n = 20) e mulheres com mioma uterino, no grupo controle (n = 20). As pacientes com CCE foram submetidas à histerectomia radical e à linfadenectomia pélvica do tipo B-C1. As mulheres no grupo-controle foram submetidas à histerectomia vaginal. As amostras de tecido foramcoradas comhematoxilina e eosina para avaliação histológica e a expressão das proteínas foi detectada por imuno-histoquímico.
Resultados
A expressão do WWOX foi significativamente menor no tumor quando comparada com sua expressão no colo do útero benigno (p = 0,019). A expressão tumoral de CD31 foi inversamente associada à expressão de WWOX (p = 0,018). Sua expressão não foi associada à expressão tumoral de p53 e Ki-67 em pacientes com CCE (p = 0,464 e p = 0,360, respectivamente). Não houve associação entre a expressão de WWOX e o tamanho do tumor (p = 0,156), grau de diferenciação (p = 0,914), presença de invasão vascular linfática (p = 0,155), comprometimento do paramétrio (p = 0,421) ou metástase dos linfonodos pélvicos (p = 0,310) em pacientes com CCE.
Conclusão
Os resultados sugeriram que o WWOX pode estar envolvido na carcinogênese do CICECU e esse marcador foi associado à angiogênese tumoral.
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Comparação de amostras citopatológicas cérvicovaginais coletadas nas unidades básicas de saúde e em clínicas privadas no meio-oeste de Santa Catarina
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(2):86-91
01/02/2018
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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(2):86-91
01/02/2018Visualizações46Ver maisResumo
Objetivo
Comparar a qualidade das amostras cérvico-vaginais colhidas no Sistema Único de Saúde (SUS) e nas clínicas privadas para rastrear lesões precursoras de câncer do colo uterino.
Métodos
Estudo de intervenção cujas variáveis estudadas foram: adequabilidade da amostra, representação de epitélios na amostra, e resultado do exame citopatológico. Um total de 940 formulários contendo as análises das amostras biológicas foram examinados: 470 formulários de mulheres atendidas nas unidades básicas de saúde do SUS, e 470 formulários de mulheres atendidas em clínicas privadas no período de janeiro a fevereiro de 2016.
Resultados
Todas as amostras insatisfatórias foram coletadas nas unidades básicas de saúde do SUS e corresponderam a 4% do total neste setor (p < 0,0001). Observou-se um índice maior de amostras com representatividade somente de células escamosas no SUS (43,9%). Houve representatividade das células da junção escamo-colunar (JEC) em 82,1% das amostras colhidas no setor privado (p < 0,0001). Em relação aos resultados negativos para lesão intraepitelial e/ou malignidade, os percentuais obtidos foram 95,95% e 99,1% (p < 0,0049) para os exames coletados no sistema privado e no SUS, respectivamente. Em relação às lesões menos graves, no SUS obteve-se um resultado de 0,89% e no sistema privado de 2,56%; as lesões mais graves não foram diagnosticadas no SUS, enquanto que no setor privado representaram 1,49% dos exames.
Conclusão
As amostras cérvico-vaginais insatisfatórias foram observadas somente em exames realizados no SUS; há necessidade de orientação e capacitação dos profissionais que realizam a coleta do exame citopatológico, possibilitando uma maior confiabilidade nos resultados e mais segurança à mulher que se submete a este exame preventivo.
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Utilização do modelo de prognóstico Newman-Peacock numa população obstétrica portuguesa – uma ferramenta útil?
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(1):04-10
01/01/2018
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Original ArticlesUtilização do modelo de prognóstico Newman-Peacock numa população obstétrica portuguesa – uma ferramenta útil?
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(1):04-10
01/01/2018Visualizações52Resumo
Âmbito
A versão cefálica externa (VCE) é uma manobra que permite a obtenção de uma apresentação cefálica em fetos não-cefálicos. O índice de Newman-Peacock (NP), proposto por Newman et al em um estudo publicado em 1993, foi descrito como preditivo do sucesso desta manobra; ele foi validado numa população norte-americana, e três grupos de prognóstico diferentes foram identificados.
Objectivo
Avaliação do valor preditivo do índice de NP para o sucesso da VCE numa população obstétrica portuguesa, bem como da segurança materno-fetal.
Métodos
Foi realizado no nosso departamento umestudo observacional entre 1997- 2016 em grávidas candidatas a VCE entre as 36 e as 38 semanas de gravidez. Foram colhidos dados demográficos e obstétricos, incluindo os parâmetros incluídos no índice de NP (a paridade, a dilatação cervical, a estimativa do peso fetal, a localização placentária e a altura da apresentação fetal). A pontuação das candidatas de acordo como índice de NP e a percentagemde sucesso da VCE foramcomparadas entre os três grupos de prognóstico, e também com o estudo original de Newman et al. O desempenho deste índice foi avaliado recorrendo aos testes t de Student, qui-quadrado e curva receiver operating characteristic (ROC).
Resultados
Foram incluídas 337 mulheres. A taxa de sucesso da manobra foi de 43,6%. A análise univariada mostrou que a multiparidade, a placentação posterior e uma apresentação não encravada foram favoráveis para o sucesso do procedimento (p < 0,05). Adicionalmente, um maior índice de líquido amniótico revelou-se também como um fator preditivo significativo (p < 0,05). O índice de Newman-Peacock apresentou um desempenho inferior na nossa população comparativamente à sua descrição original, porém continuou a verificar-se uma relação positiva entre pontuações mais elevadas e uma maior percentagem de sucesso (p < 0,001).
Conclusão
No nosso trabalho, o índice de Newman-Peacock apresentou um valor preditivo inferior comparativamente ao estudo original, porém os resultados mostram que se mantém uma ferramenta com utilidade para a prática clínica e para o aconselhamento das candidatas a versão cefálica externa.
Palavras-chave: Apresentação pélvicamodelo de prognóstico Newman-PeacockParto vaginalversão cefálica externaVer mais -
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Mudanças do índice de massa corporal na gravidez e resultados perinatais – um estudo transversal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(1):11-19
01/01/2018
Resumo
Original ArticlesMudanças do índice de massa corporal na gravidez e resultados perinatais – um estudo transversal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(1):11-19
01/01/2018Visualizações87Ver maisResumo
Objetivo
Avaliar a relação entre mudanças no percentual do índice de massa corporal (IMC), refletidas na curva de Atalah, e resultados perinatais.
Métodos
Foi realizado um estudo transversal com 1.279 mulheres. Os dados sobre o peso na gestação, características sociodemográficas e resultados perinatais foram coletados através de prontuários, cartão pré-natal e entrevistas no pós-parto. As mulheres foramclassificadas de acordo coma curva de Atalah nas seguintes categorias: baixo peso, peso adequado, sobrepeso e obesidade. O IMC foi calculado na primeira e na última visita ao pré-natal e esses valores foram comparados.
Resultados
Houve aumento na categoria do IMC segundo a classificação de Atalah em 19,9% das mulheres grávidas e um aumento de 3,4; 5,8 e 6,4 pontos do IMC foram encontrados para mulheres respectivamente classificadas nas categorias peso adequado, sobrepeso e obesidade na primeira consulta pré-natal. As mulheres com educação secundária apresentaram menor chance de aumentar sua classificação de IMC (odds ratio [OR] 0:47 [0,24- 0,95]). As mulheres que evoluíram com o aumento na classificação de Atalah foramassociadas a cesariana (OR 1,97-2,28),macrossomia fetal (OR 4,13-12,54) e recém-nascido grande para a idade gestacional (OR 2,88-9,83).
Conclusão
Gestantes com ganho de peso excessivo, o suficiente para aumentar sua classificação do IMC segundo a curva de Atalah, tiverammaiores chances de cesariana e macrossomia. As mulheres classificadas como obesas na primeira visita pré-natal, de acordo com a curva de Atalah, tiveram uma grande chance de cesariana e recémnascido grande para a idade gestacional.