Resumo
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Relatamos um caso de obtenção ex vivo de óvulos, guiada por ultrassonografia, para preservação da fertilidade em uma mulher com tumor ovariano borderline bilateral, para quem a recuperação transvaginal convencional foi considerada insegura, devido ao aumento do risco de disseminação de célulasmalignas. Foi realizada estimulação ovariana com gonadotrofinas. A cirurgia foi agendada de acordo com a resposta ovariana à estimulação gonadotrófica exógena; após ooforectomia por laparoscopia, ~ 37 horas após a maturação folicular, procedeu-se à recuperação extracorpórea de oócitos. Umtotal de 20 folículos ovarianos foi aspirado e 16 complexos cumulus foramobtidos, resultando na vitrificação de 12 oócitos maduros e de 3 oócitos imaturos amadurecidos in vitro. Nosso resultado enfatiza a viabilidade da recuperação ex vivo de oócitos maduros após estimulação ovariana controlada para mulheres com alto risco de disseminação maligna pela captação oocitária realizada convencionalmente pela via transvaginal.
Resumo
. ;:614-621
O presente estudo teve como objetivo avaliar o impacto da vitrificação na viabilidade dos folículos utilizando a cultura in vitro tridimensional (3D).
Foi utilizado tecido ovariano bovino (n = 5) obtido de abatedouros. O córtex foi cortado em pequenos fragmentos de 2 x 3 x 0,5 mm, utilizando o tissue slicer e a partir destes fragmentos foram isolados folículos secundários por meio de método enzimático e mecânico, encapsulados em gel de alginato e cultivados individualmente durante 20 dias. Outros fragmentos do mesmo tecido ovariano foram vitrificados em solução contendo 25% de glicerol e 25% de etilenoglicol. Após aquecimento, os folículos passaram pelo mesmo processo de isolamento folicular realizado a fresco.
Foram isolados 61 folículos, sendo 51 originários de tecido ovariano a fresco, e 10 de tecido vitrificado. Após a cultura, os folículos vitrificados apresentaram taxa de sobrevida de 20%, e o grupo a fresco apresentou taxa de 43,1% (p = 0,290). O diâmetro folicular ao final da cultura também não apresentou diferença significativa entre o grupo vitrificado (422,93 ± 85,05 μm) e a fresco (412,99 ± 102,55 μm) (p = 0,725). Os folículos a fresco apresentarammaior taxa média de formação de antro do que os folículos vitrificados (47,1% e 20,0%, respectivamente), mas sem diferença significativa (p = 0,167).
Os folículos foram capazes de se desenvolver, crescer e formar antro em sistema 3D após a vitrificação.
Resumo
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avaliar a viabilidade do tecido ovariano bovino após a criopreservação, utilizando congelamento lento e vitrificação, e comparando com o tecido controle por meio de análises morfológicas.
o estudo incluiufragmentos de córtex de vinte ovários bovinos divididos em grupos controle, vitrificação e congelamento lento. Cada grupo foi composto por quatro fragmentos do mesmo ovário, sendo dois fragmentos fixados sem cultivo e dois fragmentos fixados pós-cultivo. Os tecidos foram avaliados pela morfologia folicular logo após o aquecimento e após sete dias de cultivo, e comparados com o grupo controle.
um total de 240 fragmentos foi analisado, gerando uma amostra de 1.344 folículos sem cultivo e 552 pós-cultivo. Quando a amostra sem cultivo teve seus folículos agrupados em não atrésicos, obtivemos 572 no grupo controle, 289 no vitrificação, e 373 no congelamento lento, não apresentando diferença estatística. Quando agrupados em atrésicos, o grupo controle apresentou 46 folículos, o vitrificação, 23, e o congelamento lento, 41, não apresentando também diferença estatística. Na amostra pós-cultivo, podemos observar uma evolução dos estágios foliculares: esse achado foi importante para sustentar que os folículos considerados não atrésicos na avaliação morfológica sem cultivo estavam realmente viáveis.
não havendo diferenças entre os protocolos, a vitrificação se mostra um avanço e um método alternativo para pacientes que irão se submeter a tratamentos que podem levar a uma falência ovariana, uma vez que a metodologia é mais barata, mais rápida e mais bem adaptável a uma rotina de um laboratório.