Resumo
. ;:678-685
Determinar a prevalência e as possíveis variáveis associadas à neoplasia intraepitelial anal e ao câncer anal em mulheres imunocompetentes com neoplasia intraepitelial cervical de alto grau.
Estudo transversal em mulheres imunocompetentes com diagnóstico histológico de neoplasia intraepitelial cervical de alto grau e câncer cervical, feito entre janeiro de 2016 e setembro de 2020. Todas as mulheres foram submetidas a citologia anal e responderam a um questionário de caracterização e potenciais fatores de risco. Mulheres com citologia alterada foram submetidas a anuscopia e biópsia.
No total, 69 mulheres foram incluídas no estudo. Destas, 7 (10,1%) tiveram resultados anormais de citologia anal (lesão de alto grau, células escamosas atípicas de significado indeterminado, e células escamosas atípicas, não se pode excluir lesões de alto grau: 28,5% cada; lesão de baixo grau: 14,3%). Das anuscopias, 3 (42,8%) demonstraram alterações. Das 2 biópsias realizadas, apenas 1 apresentou neoplasia intraepitelial anal de baixo grau. O número médio de gestações, partos vaginais e abortos estava associado à citologia anal anormal. No entanto, a maior média de partos cesáreos estava associada à citologia normal.
A prevalência de neoplasia intraepitelial anal foi compatível com dados de estudos recentes, principalmente daqueles feitos no Brasil. O rastreamento oportunista para neoplasia intraepitelial anal nesta população de alto risco deve ser considerado. A citologia anal é adequada para esse fim, devido ao seu baixo custo e viabilidade nos serviços públicos de saúde.
Resumo
. ;:96-105
Avaliar o conhecimento sobre a infecção pelo vírus do papiloma humano (human papillomavirus, HPV, em inglês) e a taxa de vacinação entre estudantes calouros e veteranos do quarto ano dos cursos de medicina, farmácia, fonoaudiologia, enfermagem e educação física de uma universidade brasileira.
Um primeiro questionário sobre aspectos sociodemográficos, antecedentes sexuais e conhecimento sobre o HPV e sua vacina foi aplicado a 492 estudantes. Três meses depois, foi aplicado um novo questionário, a 233 estudantes, que avaliava a nova taxa de vacinação entre eles.
Entre as 290 mulheres que responderam ao questionário, 47% das calouras e 13% das veteranas negaram início de atividade sexual. Entre os 202 calouros e veteranos do sexo masculino avaliados, essa taxa foi de 11%. Apesar de o conhecimento sobre o HPV ter sido maior entre as mulheres, elas declararam menor uso de preservativo. Mais de 83% das mulheres e 66% dos homens sabiam que o HPV causa câncer de colo de útero, mas menos de 30% de todos os alunos sabiam que o HPV pode causar câncer de vulva, ânus, pênis e orofaringe, e menos de 50% sabiam que o HPV pode causar verrugas genitais, anais e orofaríngeas. Comparando calouros e veteranos, houve um aumento no conhecimento de que o HPV é sexualmente transmitido, e de que sua infecção pode ser assintomática, entre os veteranos em comparação com os calouros. Pela taxa de vacinação analisada no segundo questionário, identificou-se que, antes do início da pesquisa, 26% das mulheres e 8% dos homens haviam sido vacinados, e, no momento da aplicação do segundo questionário, essas taxas subiram para 52% e 27%, respectivamente, entre os 233 alunos avaliados.
Quase metade das calouras relataram não ser sexualmente ativas, e a maioria delas ainda não era vacinada contra o HPV. O ingresso no Ensino Superior parece um momento oportuno para a realização de campanhas governamentais de conscientização e vacinação contra o HPV.
Resumo
. ;:196-202
Avaliar a associação entre a contracepção hormonal e a presença de lesões induzidas pelo vírus do papiloma humano (HPV) no colo uterino de pacientes do serviço de ginecologia e obstetrícia do ambulatório de especialidade médicas da Universidadedo Sul de Santa Catarina - AME/UNISUL.
Estudo observacional do tipo caso-controle, commulheres no menacme, no período compreendido entre 2012 e 2015. Foram incluídas 101 pacientes com lesões cervicais secundárias ao HPV, no grupo caso, e 101 pacientes com colpocitologia oncótica normal, no grupo controle. Os dados foram analisados por meio do programa SPSS 24.0, utilizando-se o intervalo de confiança de 95%. Para testar a homogeneidade de proporções foram utilizados o teste do qui-quadrado (χ2) para as variáveis qualitativas e o teste t de Student para as variáveis quantitativas.
Ao comparar-se a ocorrência das lesões pelo HPV em usuárias de contraceptivos orais combinados (COCs) com a em não usuárias, observou-se a associação com doses de 0.03 mg ou superiores de etinilestradiol (EE), na qual se identificou 1.9 vezes mais probabilidade destas desenvolverem lesões cervicais induzidas pelo HPV (p = 0.039); ao separar-se esses casos pelo grau da lesão, a probabilidade destas pacientes apresentarem lesão cervical de baixo grau foi 2.1 vezes maior (p = 0.036), porémsemimpacto nas lesões cervicais de alto grau e na ocorrência de câncer invasor. Não foram encontradas diferenças significativas nas outras variáveis analisadas.
Embora os resultados encontrados no presente estudo sugiram maior probabilidade das usuárias de contraceptivo hormonal combinado, com concentração superior a 0.03 mg de EE, desenvolverem lesão cervical de baixo grau,mais estudos são necessários para concluir causalidade.
Resumo
. ;:471-476
O tumor de Buschke-Loewenstein se caracteriza pelo crescimento excessivo de lesões verrucosas na região genital e/ou perianal. É considerado benigno apesar da elevada taxa de recorrência e da possibilidade de transformação maligna. Está comumente associado aos sorotipos 6 e 11 do papiloma vírus humano (HPV) e a imunidade do hospedeiro tem importante papel no desenvolvimento da doença. A excisão cirúrgica é o tratamento recomendado na maioria dos casos. Apresentamos o caso de uma paciente do sexo feminino, de 16 anos, com lesão vulvar de grande extensão tratada cirurgicamente com sucesso.