Resumo
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Avaliar a qualidade de meta-análises recentes que revisaram a utilidade diagnóstica da biópsia do linfonodo sentinela no câncer de endométrio.
Com os termos MeSH endometrial neoplasms e =biópsia do linfonodo sentinela, as bases de dados PubMed e Embase foram pesquisadas em 21 de outubro de 2020 e novamente em 10 de novembro de 2021, com filtros de meta-análise e data de publicação configurados para desde 2015. Os artigos incluídos foram classificados com o instrumento de avaliação A Measurement Tool to Assess Systematic Reviews (AMSTAR 2).
As pesquisas de banco de dados encontraram 17 artigos, sete dos quais, após a triagem, foram selecionados para revisão completa pelo autor, extraindo finalmente 6 meta-análises para análise de qualidade. A classificação com a ferramenta de avaliação AMSTAR 2 descobriu que a confiança geral em seus resultados era criticamente baixa.
Este estudo constatou que a qualidade de meta-análises recentes sobre a utilidade do estadiamento do câncer de endométrio com biópsia do linfonodo sentinela, avaliada pela ferramenta de avaliação AMSTAR 2, é classificada como criticamente baixa e, portanto, essas meta-análises não são confiáveis no resumo de seus estudos.
Resumo
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Atualmente, existem até três classificações diferentes para o diagnóstico de útero septado. A concordância interobservador entre eles tem sido pouco avaliada.
Foram utilizados50volumes tridimensionais (3D)deuma série não consecutiva de mulheres com suspeita de malformação uterina. Dois examinadores não especialistas avaliaram um único volume 3D do útero de cada mulher, mutuamente cegos. As seguintes medidas foram aferidas: profundidade de indentação, ângulo de indentação, espessura da parede do fundo uterino, indentação externa do fundo e relação entre indentação e a espessura da parede (I:WT, na sigla em inglês). Cada observador teve que atribuir um diagnóstico em cada caso, de acordo com os três sistemas de classificação (ESHRE/ESGE, ASRM e CUME). A concordância interobservador em relação às classificações ESHRE/ESGE, ASRM e CUME foi avaliada usando o índice kappa ponderado de Cohen (k). A concordância em relação às três classificações (ASRM versus ESHRE/ESGE, ASRM versus CUME e ESHRE/ ESGE versus CUME) também foi avaliada.
A concordância interobservador entre os 2 examinadores não especialistas foi boa para a classificação ESHRE/ESGE (k = 0,74, intervalo de confiança [IC] 95%: 0,55–0,92) e muito boa para os sistemas de classificação ASRM e CUME (k = 0,95; IC 95%: 0,86–1,00; e k = 0,91; IC95%: 0,79–1,00, respectivamente). A concordância entre as classificações ESHRE/ESGE e ASRM foi moderada para ambos os examinadores. A concordância entre as classificações ESHRE/ESGE e CUME foi moderada para o examinador 1 e boa para o examinador 2. A concordância entre as classificações ASRM e CUME foi boa para ambos os examinadores.
As três classificações apresentam concordância interobservador boa (ESHRE/ESGE) ou muito boa (ASRM e CUME). A concordância entre as classificações ASRM e CUME foi maior do que entre as classificações ESHRE/ESGE e ASRM e ESHRE/ESGE e CUME.
Resumo
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Aproximadamente 1 em cada 76 mil gestações se desenvolvememútero unicorno sem comunicação com o colo uterino. Anomalias müllerianas uterinas são, na maioria das vezes, assintomáticas, tornando difícil o diagnóstico, que geralmente é esclarecido durante a gestação ou por conta das complicações gestacionais, como ruptura uterina, hipertensão gestacional, parto pré-termo, hemorragias pós-parto e crescimento intrauterino restrito (CIUR). Com o intuito de evitar cesáreas desnecessárias e os riscos que esse procedimento envolve, considerações devem ser feitas quanto aos diferentes métodos utilizados, e por quanto tempo é viável induzir o parto na possibilidade de útero não comunicante, mesmo sendo uma anomalia rara. Este relato descreve um caso de uma gestação que se desenvolveu em um útero unicorno não comunicante com o colo uterino e as consequências do diagnóstico tardio.
Resumo
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Descrever as alterações observadas pela ultrassonografia nas dimensões uterinas durante o puerpério precoce em mulheres com evolução puerperal não complicada, considerando a influência da paridade, tipo de parto, amamentação e peso ao nascer sobre a involução uterina.
Noventa e uma pacientes foram submetidas a exame ultrassonográfico nos dias 1 (D1), 2 (D2) e 7 (D7) do puerpério. Os diâmetros uterinos longitudinal, anteroposterior e transversal foram medidos, e o volume uterino foi calculado pela fórmula: diâmetro longitudinal (DL) X diâmetro anteroposterior (DAP) X diâmetro transverso (DT) X 0,45. A espessura e comprimento da cavidade uterina também foram medidos.
O volume uterino e o DL, DAP e DT diminuíram 44,8%, 20,9%, 11.8% e 20,0% respectivamente no D7. A espessura da cavidade uterina reduziu em 23%, e o comprimento da cavidade foi reduzido em 27,2% no D7. A involução uterina se correlacionou inversamente com a paridade quando o dia do puerpério não foi levado em conta (p= 0,01). Uma diferença significativa foi encontrada em D2, quando se verificou que o útero tinha um volume menor no grupo submetido a cesariana em comparação com o parto vaginal (p= 0,04). O peso ao nascer elevado e amamentação apresentaram relação estatisticamente significativa com a involução uterina (p ≤ 0,01 e p= 0,04).
A avaliação ultrassonográfica do útero no puerpério precoce deve considerar o peso ao nascer, a amamentação e a paridade, assim como a via de parto no D2, para a identificação de anormalidades relacionadas à involução uterina.
Resumo
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DOI 10.1590/SO100-720320150005077
A síndrome de Herlyn-Werner-Wunderlich (HWW) é uma doença congênita rara dos dutos müllerianos, em que há útero didelfo, hemivagina obstruída e agenesia renal unilateral. A apresentação clínica mais comum é como uma massa abdominal secundária a hematocolpo, dor e dismenorreia. Em alguns casos, porém, como no que apresentamos aqui, a menstruação é normal devido à obstrução de uma hemivagina, e o diagnóstico pode ser tardio. Descrevemos neste trabalho a avaliação e manejo cirúrgico de uma paciente de 13 anos com essa condição que foi diagnosticada com uso de tomografia computadorizada e confirmada por ultrassonografia pélvica e exploração cirúrgica, bem como uma revisão da literatura.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(9):427-431
DOI 10.1590/S0100-72032013000900008
Crime e violência tornaram-se um problema de Saúde Pública. As mulheres grávidas não constituem exceção e ferimentos por arma de fogo ocupam um lugar importante como causa de trauma. Um fato importante é que as mulheres grávidas que sofrem um trauma são pacientes especiais, porque a gravidez provoca modificações fisiológicas e anatômicas importantes. O manejo dessas pacientes deve ser multidisciplinar, realizado pelo cirurgião geral, pelo obstetra e pelo neonatologista. No entanto, até mesmo centros de referência de trauma poderiam nem ter o pessoal nem a formação ideal para esses casos específicos. Neste contexto, apresentamos o seguinte caso.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(2):49-54
DOI 10.1590/S0100-72032013000200002
OBJETIVO: Avaliar o desempenho de uma curva de altura uterina (AU) quanto à capacidade de rastrear desvios do volume de líquido amniótico, utilizando uma curva brasileira de índice de líquido amniótico (ILA) como padrão-ouro. MÉTODOS: O presente estudo representa um corte transversal no qual foram incluídas 753 gestantes em acompanhamento pré-natal na rede pública de João Pessoa (PB) no período de março a outubro de 2006 e que tiveram um exame de ultrassonografia (US) de rotina agendado para depois da 26ª semana de idade gestacional. Foram excluídos os casos com diagnóstico de gestação gemelar, óbito fetal intrauterino e malformações fetais maiores. Além de informações sociodemográficas, foram coletados também os valores da AU medida de forma padronizada, os valores do peso fetal estimado, do ILA e a idade gestacional pelo exame de US. A capacidade da curva de AU em predizer os desvios do volume de líquido amniótico foi avaliada tendo uma curva brasileira de ILA em função da idade gestacional como padrão-ouro. Para isso, foram estimados a sensibilidade, especificidade e valores preditivos positivo e negativo para diferentes pontos de corte. RESULTADOS: A medida da AU identificou 10,5% das mulheres como AU baixa e possivelmente associada ao oligoâmnio, e 25,2% como AU alta e possivelmente associada ao polidrâmnio. Utilizando uma curva brasileira de referência para ILA, a AU foi capaz de predizer pobremente a ocorrência de oligoâmnio (sensibilidade variando entre 37 a 28%) e de forma razoável a ocorrência de polidrâmnio (sensibilidade variando entre 88 a 69%). CONCLUSÃO: A medida da altura uterina mostrou um desempenho ruim para predizer oligoâmnio e um desempenho razoável para predizer polidrâmnio. Sua utilização para essa finalidade só se justifica, portanto, em situações nas quais o exame ultrassonográfico não esteja fácil e rotineiramente disponível, a fim de ajudar na priorização dos casos que deveriam ter esse exame realizado.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2012;34(5):221-227
DOI 10.1590/S0100-72032012000500006
OBJETIVO: Avaliar a medida do segmento uterino inferior pela ultrassonografia transvaginal em um grupo de mulheres não grávidas e descrever os achados morfológicos na cicatriz daquelas submetidas à cesárea. MÉTODOS: Estudo retrospectivo para o qual foram avaliadas 155 imagens de ultrassonografias transvaginais obtidas de mulheres no menacme, não grávidas. Os exames foram realizados entre janeiro de 2008 e novembro de 2011. Foram selecionados três grupos: mulheres que nunca ficaram grávidas (Grupo Controle I), mulheres com partos vaginais anteriores (Grupo Controle II) e mulheres com cesárea prévia (Grupo de Estudo). Foram excluídas as mulheres com útero em retroflexão, usuárias de dispositivo intrauterino, gestantes e mulheres com menos de um ano do último evento obstétrico. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística com o programa Statistica®, versão 8.0. Para a comparação dos grupos em relação às variáveis quantitativas foram utilizados os testes ANOVA e LSD. Para a comparação entre a espessura do istmo anterior e posterior utilizou-se o teste t de Student. Para a associação entre variáveis quantitativas estimou-se o coeficiente de correlação de Spearman. Valores p<0,05 indicaram significância estatística. RESULTADOS: Houve diferença significativa entre as espessuras do istmo anterior e posterior do útero apenas no grupo de mulheres com cesárea anterior. Na comparação dos grupos dois a dois, não houve diferença significativa entre a espessura do istmo posterior e anterior nos Grupos Controle, mas essa diferença foi significativa quando comparado o Grupo de Estudo com cada Grupo Controle. No Grupo de Estudo, não foi encontrada correlação entre a espessura do istmo anterior e o número de cesáreas ou ao tempo decorrido desde o último parto. A presença de lesão em cunha foi observada na cicatriz de cesárea em 30,6% das mulheres do Grupo de Estudo, das quais 93% apresentavam queixa de sangramento pós-menstrual. CONCLUSÃO: A avaliação da relação entre a espessura da parede anterior e parede posterior do segmento inferior uterino pela ultrassonografia transvaginal é um método adequado para a avaliação em mulheres com cesáreas prévias.