Resumo
. ;:580-586
Avaliar o desempenho de 11 fórmulas comumente utilizadas para estimativa de peso fetal em uma população de fetos prematuros com dopplervelocimetria alterada devido a insuficiência placentária de início precoce. O desempenho de cada fórmula foi avaliado em subgrupos de fetos com crescimento adequado e com crescimento intrauterino restrito.
Foram coletados os dados de mães e fetos cujos partos foram acompanhados em 3 instituições brasileiras entre novembro de 2002 e dezembro de 2013. As fórmulas selecionadas para análise foram: Campbell; Hadlock I, II, III, IV e V; Shepard; Warsof; Weiner I e II; e Woo III.
Foram analisados os pesos de 194 fetos, dos quais 116 (59,8%) foram considerados adequados para a idade gestacional, 103 (53,1%) eram do sexo masculino, em 87 (44,8%) havia redução do volume de líquido amniótico, em 122 (62,9%) o Doppler de artéria umbilical demonstrou ausência ou inversão do fluxo na diástole, e em 60 (34,8%) a análise do duto venoso indicou fluxo anormal. A média do erro percentual absoluto (EPA) demonstrou que as fórmulas de Hadlock que utilizam 3 ou 4 parâmetros biométricos fetais apresentaram o melhor desempenho. Os resultados obtidos para essas fórmulas não sofreram influência dos parâmetros clínicos e ultrassonográficos frequentemente encontrados na insuficiência placentária de início precoce.
O presente estudo demonstrou o melhor desempenho das fórmulas de Hadlock que contêm 3 ou 4 parâmetros da biometria para estimativa de peso de fetos prematuros com anormalidades ao mapeamento Doppler.
Resumo
. ;:596-601
Investigar os parâmetros clínicos e ultrassonográficos associados ao desfecho fetal adverso em pacientes com infecção congênita por parvovírus B19 manejada por meio de transfusão intrauterina.
Trata-se de um estudo retrospectivo de um único centro realizado entre janeiro de 2005 e dezembro de 2016, que avaliou pacientes com gestação única com infecção fetal por parvovírus confirmada por reação em cadeia da polimerase de líquido amniótico ou amostras de sangue fetal submetidas a pelo menos uma transfusão intrauterina. As características maternas, os achados ultrassonográficos e os parâmetros relacionados à transfusão intrauterina foram comparados entre os dois grupos (recuperação/não recuperação), que foram categorizados com base na resposta fetal após transfusão intrauterina. A progressão para morte fetal ou parto sem recuperação fetal após transfusões foi considerada não recuperação, e categorizada como um desfecho adverso.
A análise final incluiu dez gravidezes únicas: sete foram categorizadas no grupo de recuperação, e três, no grupo de não recuperação. As características basais foram semelhantes entre os grupos. Todos os fetos estavam hidrópicos no momento do diagnóstico. Não foram identificadas diferenças significativas entre os grupos em relação aos parâmetros ultrassonográficos ou os das transfusões intrauterinas; Entretanto, o grupo de não recuperação tendeu a ter um número aumentado demarcadores ultrassonográficos e níveis mais baixos de hemoglobina e plaquetas fetais antes da transfusão.
Não foi possível estabelecer firmemente os parâmetros clínicos ou ultrassonográficos associados ao desfecho fetal adverso em pacientes com infecção por parvovírus manejada por meio de transfusões intrauterinas. Entretanto, edema de pele, espessamento placentário e oligoidrâmnio podem indicar maior comprometimento fetal e, posteriormente, desfechos fetais adversos. No entanto, estudos adicionais são necessários, principalmente devido ao pequeno número de casos analisados neste estudo.
Resumo
. ;:471-479
Comparar por meio de ultrassom tridimensional (US-3D) a posição e o ângulo entre os braços da faixa, em diferentes técnicas de inserção de sling de uretra média, para tratamento de incontinência urinária de esforço, 3 anos após a cirurgia, correlacionando os achados ultrassonográficos aos resultados clínicos pós-operatórios.
Este é umestudo de coorte transversal prospectivo de 170 pacientes que se submeteram a um procedimento de sling entremaio de 2009 e dezembro de 2011. Foi possível avaliar as imagens de US em 105 pacientes: 26 com tension-free vaginal tape (TVT), 42 com tension-free vaginal tape-obturator (TVT-O) e 37 com tension-free vaginal tape-Secur (TVT-S). As imagens (em repouso, em manobra de Valsalva e em contração perineal) foram analisadas por dois observadores diferentes, que desconheciam o tipo de sling utilizado na cirurgia, assimcomo as queixas da paciente. A análise estatística foi realizada por meio dos testes t de Student, qui-quadrado, Kruskal-Wallis, e análise de variância com comparações múltiplas de Tukey.
As médias dos ângulos entre os braços da faixa foram: TVT = 119,94°, TVT-O = 141,93°, TVT-S = 121,06° (p < 0,001). As médias das distâncias entre o colo vesical e a faixa, em repouso, foram: TVT = 1,65 cm, TVT-O = 1,93 cm, TVTS = 1,95 cm (p = 0,010). A taxa de cura objetiva dos slings foi de 87,8% (TVT = 88,5%, TVT-O = 90,5% e TVT-S = 83,8%; p = 0,701). A taxa de cura subjetiva foi de 83,8% (TVT = 88,5%, TVT-O = 88,5% e TVT-S = 78,4%; p = 0,514). Os slings estavam na uretra média em 85,7% (TVT = 100%, TVT-O = 73,8% e TVT-S = 89,2%; p = 0,001) dos pacientes, e a localização mais distal foi associada a obesidade (distal: 66,7% obesas; uretra média: 34% obesas; p = 0.003). Os sintomas de urgência foram observados em 23,8% das pacientes (TVT = 30,8%, TVT-O = 21,4%, TVT-S = 21,6%; p = 0,630). Não houve diferenças significativas quando se comparam os achados ultrassonográficos e os grupos de pacientes com sintomas de urgência, cura subjetiva e objetiva.
O ângulo formado pelos braços da faixa foi mais obtuso noTVT-Oquando comparado com o TVT ou o TVT-S. Os TVTs foram localizados mais frequentemente na uretra média quando comparados com os outros dois grupos, mesmo em pacientes obesas. Entretanto, as medidas ultrassonográficas não tiveram correlação com os sintomas urinários três anos após a cirurgia.
Resumo
. ;:309-314
Descrever o diagnóstico pré-natal de uma série de casos de aneurisma de veia de Galeno (AVG) por meio de ultrassonografia e ressonância magnética (RM), bem como os resultados pós-natais e acompanhamento até 4 anos de vida.
Realizou-se um estudo retrospectivo longitudinal com análise de banco de dados de sete casos de diagnóstico pré-natal de AVG em dois serviços brasileiros entre fevereiro de 2000 e maio de 2012. Foram avaliados a idade gestacional ao diagnóstico, dimensões do AVG na ultrassonografia, alterações fetais associadas, achados da ecocardiografia fetal, idade gestacional ao parto, tipo de parto, peso ao nascimento, índice de Apgar no 1° e 5° minutos, resultados neonatais, e sobrevida com acompanhamento até 4 anos de idade. Perinatais
A idade gestacional média±desvio-padrão ao diagnóstico pré-natal do AVG pela ultrassonografia foi de 25±4,9 semanas. O comprimento médio do AVG foi 3,2±0,4 cm. A idade gestacional média ao nascimento foi 37,5±0,7 semanas, sendo que, em 85,7% dos casos (6/7) o parto foi cesáreo. O peso médio ao nascimento foi de 3.070±240,4 gramas. A sobrevida total foi de 42,8% (4/7), com três óbitos neonatais. Dos quatro sobreviventes, três apresentaram desenvolvimento neuropsicomotor normal até a idade de 4 anos, sendo que apenas um apresentou sequelas neurológicas graves. Ultrassonografia e RM apresentaram achados semelhantes nos sete casos.
O AVG está associado à elevada taxa de óbito neonatal, sendo, portanto, fundamental o seu diagnóstico pré-natal precoce para aconselhamento dos pais e seguimento em serviço terciário.
Resumo
. ;:149-154
Descrever as alterações observadas pela ultrassonografia nas dimensões uterinas durante o puerpério precoce em mulheres com evolução puerperal não complicada, considerando a influência da paridade, tipo de parto, amamentação e peso ao nascer sobre a involução uterina.
Noventa e uma pacientes foram submetidas a exame ultrassonográfico nos dias 1 (D1), 2 (D2) e 7 (D7) do puerpério. Os diâmetros uterinos longitudinal, anteroposterior e transversal foram medidos, e o volume uterino foi calculado pela fórmula: diâmetro longitudinal (DL) X diâmetro anteroposterior (DAP) X diâmetro transverso (DT) X 0,45. A espessura e comprimento da cavidade uterina também foram medidos.
O volume uterino e o DL, DAP e DT diminuíram 44,8%, 20,9%, 11.8% e 20,0% respectivamente no D7. A espessura da cavidade uterina reduziu em 23%, e o comprimento da cavidade foi reduzido em 27,2% no D7. A involução uterina se correlacionou inversamente com a paridade quando o dia do puerpério não foi levado em conta (p= 0,01). Uma diferença significativa foi encontrada em D2, quando se verificou que o útero tinha um volume menor no grupo submetido a cesariana em comparação com o parto vaginal (p= 0,04). O peso ao nascer elevado e amamentação apresentaram relação estatisticamente significativa com a involução uterina (p ≤ 0,01 e p= 0,04).
A avaliação ultrassonográfica do útero no puerpério precoce deve considerar o peso ao nascer, a amamentação e a paridade, assim como a via de parto no D2, para a identificação de anormalidades relacionadas à involução uterina.
Resumo
. ;:142-146
Foi relatado um caso de feto com anomalia de limb body wall complex associada a uma placenta acreta. Até o presente, apenas uma descrição com essa condição foi publicada na literatura mundial. Devido à baixa frequência das duas complicações, foi levantada a hipótese de que essa associação possa ter ocorrido não por umamera coincidência,mas por um possível mecanismo etiopatogênico comum. Pela primeira vez, um estudo propõe a existência de uma possível possível ligação etiopatogênica entre a anomalia de limb body wall complex e os transtornos hipóxicos causados pela placentação inadequada em cicatriz uterina prévia.
Resumo
. ;:499-505
Identificar quais métodos utilizados na avaliação da reserva ovariana são excludentes ou complementares na identificação da melhor resposta ao desenvolvimento folicular.
Estudo retrospectivo de coorte, que envolveu pacientes em tratamento de reprodução assistida no Instituto de Medicina Reprodutiva de abril de 2009 a julho de 2014. Foram avaliadas idade, exames bioquímicos e ecografia. Os dados foram analisados na predição do desenvolvimento folicular e nas suas relações entre si, utilizando para análise estatística o programa Statistical Package for Social Sciences.
Dos 293 casais incluídos, 50,2% apresentavam infertilidade por fator ovariano. Considerando a idade como principal variável, foi observada uma correlação significativa e negativa com volume de ambos ovários (ovário direito, r = 0,21; ovário esquerdo, r =0,22; ambos p< 0,0001), e com contagem de folículos antrais (ovário direito, r =0,38; ovário esquerdo, r =0,47; ambos p< 0,0001). Considerando a contagem de folículos antrais como a variável principal, foi observada uma correlação significativa e positiva com o total de oócitos recrutados. Quando correlacionamos a contagem de folículos antrais com os folículos recrutados maiores do que 18 mm, observamos que, com um ponto de corte de 12 folículos antrais, tem-se um valor preditivo positivo de 99%, e uma área da curva ROC de 0,76.
Concluímos com nosso trabalho que a idade e a contagem de folículos antrais são eficientes preditores da resposta ovariana em ciclos de reprodução assistida. O volume ovariano, assim como a dosagem do hormônio anti-mulleriano, parecem ser marcadores adequados de reserva ovariana.
Resumo
. ;:428-435
O presente estudo objetiva avaliar as dimensões do ventrículo lateral de cérebros fetais por meio de ultrassonografia transabdominal. Foram medidos a largura do átrio (LA), a medida do ventrículo ao coroide (V-C), a razão ventrículo/ hemisfério (RVH), e a medida dos cornos anteriores combinados ( CAC ).
Estudo transversal com 400 grávidas de único feto com idades gestacionais entre 14 e 40 semanas. Sonografias transabdominais foram realizadas para obter os valores dos parâmetros do ventrículo lateral de cérebros fetais (VLCF). Dados foram apresentados em média desvio padrão para variáveis contínuas. Os graus de correlação entre parâmetros de VLCF e idade gestacional estimada foram obtidos usando a correlação de Pearson. Equações de regressão foram usadas para gerar as referências-limite para medidas de VLCF.
Os valores de LA, medida do V-C e CAC aumentaram com o avanço da gestação. Os valores médios de LA, V-C e CAC de 14 a 40 semanas aumentaram de 6,60 0,94 mm a 9,75 0,07 mm (R2 = 0,114), de 0,80 0,00 mm a 1,90 0,14 mm (R2 = 0,266), e de 6,95 0,06 mm a 23,07 4,02 mm (R2 = 0,692), respectivamente, enquanto a RVH média diminuiu de 61,20 1,60% para 42,84 2,91% (R2 = 0,706) no mesmo período.
A LA, V-C, e CAC aumentaram, enquanto a RVH diminuiu com o avanço da gestação.