Resumo
. ;:718-725
Avaliar o impacto do treinamento laparoscópico sistematizado de habilidades e sutura (TLSHS) nos resultados intra e pós-operatórios da histerectomia laparoscópica em um hospital universitário brasileiro.
Estudo observacional transversal de revisão de 244 prontuários de pacientes submetidas a histerectomia total laparoscópica (HTL) operadas entre 2008 e 2014. Os fatores específicos das pacientes (idade, paridade, cesariana prévia, cirurgias abdominais, e endometriose) e as variáveis relacionadas à cirurgia (tempo de hospitalização, tempo de cirurgia, volume uterino e complicações operatórias) foram analisados em três grupos temporais: 2008-09 (I-1) - HTLs realizadas por médicos experientes; 2010-11 (I-2) - HTLs realizadas por residentes sem TLSHS; 2012-2014 (I-3) - HTLs realizadas por residentes após a implementação do TLSHS.
Um total de 244 pacientes submetidas a HTLs foram incluídas (média de idade de 45,93 anos): 24 operadas no período I1, 55 no I2, e 165 no I3. A principal indicação para HTL foi mioma uterino (66,4%). O grupo I-3 apresentou diminuição no tempo cirúrgico quando comparado ao grupo I-2 (p=0,010). Hospitalização superior a 2 dias diminuiu no grupo I-3 comparado ao grupo I-2 (p=0,010). Apesar de observarmos diminuição no volume uterino dos pacientes do grupo I-2 (154,2 cm3) em comparação com os do grupo I-1 (217,8 cm3) (p=0,030), a regressão logística não revelou associação entre volume uterino e tempo cirúrgico (p=0,103).
O tempo cirúrgico na HTL foi significativamente menor no grupo de pacientes submetidas à cirurgia após a implantação do TLSHS em nosso hospital.
Resumo
. ;:266-274
O objetivo deste estudo é avaliar se o treinamento monomanual ou bimanual de sutura laparoscópica seguindo a mesma técnica pode interferir no tempo de realização e/ou qualidade dos nós.
Estudo prospectivo observacional envolvendo 41 estudantes residentes de ginecologia /obstetrícia e cirurgia geral que participaram de um treinamento de sutura laparoscópica por 2 dias. Os participantes foram divididos em dois grupos. O grupo A realizou o treinamento usando exclusivamente amão dominante, e o grupo B realizou o treinamento usando as duas mãos para amarrar o nó intracorpóreo. Todos os participantes seguiram a mesma técnica, chamada Regra do Gladiador, descrita por Armando Romeo. No final do curso, os participantes foram convidados a realizar três exercícios para avaliar o tempo de realização e a qualidade dos nós.
Uma análise comparativa dos grupos mostrou que não houve diferença estatística significativa (p = 0,334) entre eles quanto ao período de tempo para amarrar um nó. No entanto, quando o tempo para amarrar 10 nós consecutivos foi comparado, o grupo A foi mais rápido do que o grupo B (p = 0,020). A comparação da média de afrouxamento de nó, em milímetros, revelou que os nós do grupo B afrouxaram menos do que os do grupo A, mas não houve diferença estatística significativa quanto ao número de nós que desamarraram.
Este estudo demonstrou que os nós do grupo B apresentaram melhor qualidade do que os nós do grupo A, com menores medidas de afrouxamento e maior força necessária para desamarrar os nós. Também demonstrou que o grupo A foi mais rápido do que B quando o tempo para amarrar dez nós consecutivos foi comparado.