Resumo
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Verificar se a petidina é segura para o concepto quando utilizada durante o trabalho de parto.
Revisão sistemática nas bases de dados dos Periódicos Capes/PubMed e MEDLINE/Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).
Um total de 17 estudos, publicados de 1° de janeiro de 2000 a 2 de setembro de 2016, totalizando 1.688 participantes envolvidos, foram incluídos nesta revisão. Não houve registro de depressão na vitalidade dos conceptos comdoses baixas de petidina administradas às mães durante o trabalho de parto.
Petidina intramuscular (IM) ou intravenosa (IV) em baixas doses, de até 50 mg, é segura durante o trabalho de parto.
Resumo
. ;:202-208
avaliar a percepção dos profissionais de saúde envolvidos no processo do trabalho de parto quanto à assistência ao parto normal, e comparar duas maternidades de Goiânia quanto à percepção desses profissionais na realização das rotinas e práticas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Trata-se de um estudo analítico, comparativo, com abordagem quantitativa, realizado em duas maternidades públicas da cidade de Goiânia-GO. Participaram do estudo 86 profissionais que atuavam na assistência ao trabalho de parto imediato nas duas maternidades. Foi utilizado um questionário contendo 40 questões relacionadas ao programa de humanização no pré-natal e nascimento (PHPN) do Ministério da Saúde (MS), presença do acompanhante, e os procedimentos realizados. Para a análise dos dados, utilizou-se os testes Qui-quadrado e Exato de Fisher.
A maioria dos profissionais afirmou conhecer sobre o PHPN proposto pelo MS nas duas maternidades. Com relação às boas práticas recomendadas, a maioria dos profissionais afirmou que elas são aplicadas na maternidade 2, enquanto, na maternidade 1, apesar de muitas delas estarem presentes, ainda há muitas intervenções desnecessárias.
quando comparadas as duas maternidades, a maternidade 2, que foi criada como modelo de humanização, a rotina se adéqua mais às recomendações da OMS. Já na maternidade 1, observou-se uma série de intervenções consideradas pela OMS como ineficazes ou utilizadas de forma inadequada.
Resumo
. ;:531-537
Analisar a consistência interna e validade de constructo da escala de estado de ansiedade do Inventário de ansiedade traço-estado (Idate) para gestantes em trabalho de parto.
Trata-se de um estudo de propriedades de medida incluindo 150 gestantes comidade entre 15 e 45 anos, no primeiro período de trabalho de parto e comgestação a termo. O questionário utilizado foi a escala estado de ansiedade do Idate. Para a avaliação da consistência interna, o alfa de Cronbach foi calculado por meio da análise fatorial exploratória. A correlação dos fatores foi realizada por correlação de Pearson. O nível de significância adotado para esta análise foi de 0,05.
Verificou-se que a escala estado do Idate no contexto de parto apresenta dois fatores, representados como ausência (fator 1) e presença de ansiedade (fator 2); o item 4 (“Estou arrependida”) não apresentou valor representativo. Ambos os fatores apresentaram índices altos de alfa de Cronbach, variando entre 0,830 para o fator 1 e 0,723 para o fator 2. Nos resultados da correlação de Pearson entre os dois fatores, foi observada uma correlação significativa, porém fraca (r = -0,188; p = 0,021).
A escala de estado de ansiedade do Idate utilizada em gestantes durante o trabalho de parto apresentou valores de consistência interna adequados, porém o item 4 não apresentou valor fatorial representativo. Portanto, a utilização desse questionário na prática clínica e em pesquisas sobre o parto deve ser realizado sem a utilização do item 4 de maneira cautelosa e criteriosa.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(11):516-522
DOI 10.1590/S0100-72032013001100007
OBJETIVO: Analisar o impacto do parto vaginal, após uma cesárea prévia, sobre os resultados perinatais. MÉTODOS: Estudo caso-controle, com seleção de casos incidentes e controles consecutivos, no qual foram analisadas variáveis maternas e perinatais. Compararam-se gestantes secundigestas com parto cesáreo prévio (n=375) e que deram à luz via transpélvica (PVPC), com gestantes com os mesmos critérios de inclusão, mas submetidas a operação cesariana (PCPC, n=375). Foram considerados critérios de inclusão: gestantes secundigestas que tenham dado à luz por meio de parto cesariana na gestação anterior; gestação única e de termo; feto em apresentação cefálica, sem malformação congênita; ausência de placenta prévia ou qualquer tipo de sangramento de terceiro trimestre gestacional. RESULTADOS: No estudo, a taxa de PVPC foi de 45,6%, sendo que 20 deles (5,3%) foram ultimados com o fórceps. Observou-se associação significante entre PVPC e idade materna inferior a 19 anos (p<0,01), etnia caucasiana (p<0,05), número médio de consultas de pré-natal (p<0,001), tempo de ruptura prematura das membranas (p<0,01), tempo de trabalho de parto inferior a 12h (p<0,045), índice de Apgar inferior a sete no 5º minuto (p<0,05), tocotraumatismo fetal (p<0,01) e anoxia (p<0,006). No grupo de recém-nascidos por PCPC observou-se maior frequência de taquipneia transitória (p<0,014), disfunções respiratórias (p<0,04) e maior tempo de internação na unidade de tratamento intensivo neonatal (p<0,016). Houve apenas um caso de ruptura uterina no grupo PVPC. O número de neomortos foi idêntico em ambos os grupos. CONCLUSÕES: A via de parto vaginal em secundigestas com cesárea prévia associou-se a aumento significativo da morbidade neonatal. Serão necessários mais estudos para elaborar estratégias que visem melhorias dos resultados perinatais e de auxílio aos profissionais, de forma que estes possam melhor orientar as suas pacientes na escolha da via de parto mais adequada.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2012;34(4):164-169
DOI 10.1590/S0100-72032012000400005
OBJETIVO: Descrever os resultados maternos e perinatais utilizando 12,5 µg de misoprostol sublingual para indução do parto em gestantes com feto vivo a termo. MÉTODOS: Realizou-se um estudo multicêntrico, tipo ensaio clínico, aberto e não randomizado, no período de julho a dezembro de 2009. Foram incluídas 30 gestantes com indicação de indução do parto, a termo, feto vivo, escore de Bishop menor ou igual a seis, apresentação cefálica, peso fetal estimado menor que 4.000 g e índice de líquido amniótico maior que cinco. Foram excluídas mulheres com cicatriz uterina, alteração da vitalidade fetal, anomalias congênitas, gestação múltipla, restrição de crescimento intrauterino, hemorragia genital e contraindicações ao parto vaginal. O comprimido de misoprostol sublingual 12,5 µg foi administrado a cada seis horas, até o início do trabalho de parto, máximo de oito doses. RESULTADOS: O trabalho de parto foi induzido satisfatoriamente em 90% das gestantes. As médias dos intervalos entre a primeira dose e o início das contrações uterinas e o parto foram de 14,3±11,7 horas e 25,4±13 horas, respectivamente. A frequência de parto vaginal foi de 60%. A taquissistolia ocorreu em duas gestantes, sendo revertida em ambos os casos sem necessitar de cesariana. A eliminação de mecônio foi observada em quatro pacientes e o escore de Apgar foi menor que sete no quinto minuto em um recém-nascido. CONCLUSÃO: Os desfechos maternos e perinatais foram favoráveis depois da indução do parto com misoprostol sublingual na dose de 12,5 µg a cada seis horas. No entanto, são necessários ensaios clínicos controlados comparando esse esquema posológico com outras doses e vias de administração
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2011;33(10):297-304
DOI 10.1590/S0100-72032011001000005
OBJETIVO: Avaliar a qualidade da assistência hospitalar ao parto normal em Goiânia. MÉTODOS: Foi estudada uma amostra de 404 mulheres que tiveram partos normais em 13 hospitais de Goiânia, durante o período de abril a dezembro de 2007. Os dados foram obtidos de entrevistas com as puérperas e revisão dos prontuários médicos. A qualidade de assistência aos partos foi avaliada por meio do cálculo do índice Bologna e da comparação dos procedimentos utilizados com normas e procedimentos recomendados. RESULTADOS: O índice Bologna apresentou valor médio de 1,04 (IC95%=0,9-1,1). A proporção de cesarianas eletivas foi 30%, a de cesarianas de urgência foi 10% e os partos induzidos representaram 1,6%. A porcentagem de partos assistidos por profissional de saúde foi de 100%, mas o pediatra esteve presente na sala de parto em apenas 30% dos casos. Durante o trabalho de parto, metade das parturientes não teve avaliação da dinâmica uterina e 29,1% não tiveram avaliação dos batimentos cardiofetais, com o partograma sendo utilizado em somente 28,5% dos casos. Por outro lado, a utilização de ocitocina foi de 45,8%. CONCLUSÕES: Os resultados indicam má qualidade da assistência ao parto normal em Goiânia, com baixo valor do índice Bologna, altas proporções de cesarianas eletivas e de urgência, frequência não-adequada de intervenções benéficas e alta ocorrência de algumas intervenções consideradas prejudiciais na assistência ao parto.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(7):346-351
DOI 10.1590/S0100-72032010000700007
OBJETIVO: comparar a efetividade da sonda e Foley com o uso de misoprostol vaginal para o preparo cervical e indução do parto. MÉTODOS: ensaio clínico randomizado, não cego, realizado entre Janeiro de 2006 a Janeiro de 2008. Foram incluídas 160 gestantes com indicação de indução do parto, divididas em dois grupos: 80 para uso da sonda de Foley e 80 para misoprostol vaginal. Os critérios de inclusão foram: idade gestacional a partir de 37 semanas, feto único, vivo, cefálico e índice de Bishop igual ou menor que 4. Foram excluídas pacientes com cicatriz uterina, ruptura das membranas, peso fetal estimado maior que 4000 g, placenta prévia, corioamnionite e condições que impunham o término imediato da gestação. Os testes estatísticos utilizados foram Mann-Whitney, χ2 de Pearson ou exato de Fischer, sendo considerado significativo se menor que 0,005. RESULTADOS: o misoprostol desencadeou mais vezes o parto de forma espontânea (50,0 versus 15,0% para Foley p<0,001) e menor uso de ocitocina (41,2 versus 76,2%), sendo que esse grupo apresentou mais taquissistolia (21,2 versus 5,0%). A sonda de Foley causou mais desconforto à paciente (28,7 versus 1,2%). Não houve diferenças em relação ao tempo necessário para evolução do índice de Bishop (20,69 versus 21,36 horas), para o desencadeamento do parto (36,42 versus 29,57 horas) e nas taxas de cesáreas (51,2 versus 42,5%). Não houve diferenças significativas no desempenho perinatal, com frequências semelhantes de cardiotocografia anormal (20,0 versus 21,2%), presença de mecônio (13,7 versus 17,5%) e necessidade de UTI neonatal (3,7 versus 6,2%). CONCLUSÕES: o uso da sonda de Foley apresentou efetividade semelhante ao misoprostol para o preparo cervical, porém foi menos efetivo para o desencadeamento espontâneo do parto. Nossos resultados apoiam a recomendação de seu uso para o preparo cervical, sobretudo em pacientes portadoras de uma cicatriz de cesárea.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(5):208-213
DOI 10.1590/S0100-72032010000500002
OBJETIVO: avaliar a efetividade e a segurança da administração de uma nova formulação de misoprostol em solução por via oral, com doses escalonadas, para indução do parto de feto vivo a termo. MÉTODOS: realizou-se um estudo multicêntrico, do tipo ensaio clínico, aberto, não-randomizado, no período de Julho a Dezembro de 2008. Foram incluídas 30 pacientes com indicação de indução do trabalho de parto, a termo, com feto vivo, índice de Bishop <6, apresentação cefálica, peso fetal estimado pela ultrassonografia <4.000g e índice de líquido amniótico >5. Foram excluídas mulheres com cicatriz uterina, cardiotocografia alterada, gestação múltipla, restrição de crescimento fetal, hemorragia genital e presença de tumores, ulcerações ou malformações genitais. A dose inicial da solução oral foi de 20µg/h de misoprostol, nas primeiras 6 horas, aumentando em 20µg/h de misoprostol a cada 6 horas, se o trabalho de parto não fosse deflagrado, até uma dose máxima de 80µg/h, nas primeiras 24 horas, mantendo a dose máxima (80µg/h) por mais 24 horas, se necessário. RESULTADOS: o trabalho de parto foi induzido satisfatoriamente em 96,7% das gestantes. O intervalo entre a primeira dose e o início das contrações uterinas foi de 3,8±1,8 horas, enquanto o intervalo entre a dose inicial e o parto variou entre 6 e 24 horas. A frequência de parto vaginal foi de 80% (n=24). A maioria das gestantes iniciou o trabalho de parto com a dose de 20µg/h (60%; n=18). A taquissistolia ocorreu em 13,3% das gestações e líquido meconial foi detectado em 20% dos casos. Houve dois casos de escore de Apgar <7 no primeiro minuto e nenhum no quinto minuto. CONCLUSÕES: a solução oral de misoprostol administrada de forma escalonada foi efetiva e segura para indução do trabalho de parto. No entanto, são necessários estudos controlados para comparação com a via vaginal.