Resumo
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Avaliar a performance de residentes em ginecologia e obstetrícia antes e depois de praticarem suturas laparoscópicas, com o intuito de estabelecer quando o treinamento mostra os melhores resultados, comparando se estar em diferentes da residência influencia essa progressão.
Um estudo coorte prospectivo envolvendo 32 médicos residentes avaliados com um teste pré-treinamento para avaliar seus conhecimentos prévios em sutura laparoscópica. Esse teste consistia em atar nós em dois fios, um de polipropileno e o outro de poliglactina, com uma sequencia de bloqueio de cinco seminós. Definiu-se um limite de 30 minutos para se completar a tarefa. Depois, os residentes tiveram quatro reuniões de treinamento, focadas em sutura, técnica da Regra do Gladiador, nós e simetria, executando, ainda, uma sequência de pontos. Um segundo teste foi feito para avaliar o progresso.
Com relação ao tempo para realizarem os pontos com fio de poliglactina, uma melhora de tempo estatisticamente significativa (p< 0.01) foi observada, com uma mediana de 10.67 minutos no pré-treinamento (média de 12.24 minutos) e uma mediana de 2.53 minutos no pós-treinamento (média de 3.25 minutos). Com relação ao fio de polipropileno, uma melhora de tempo estatisticamente significativa (p< 0.05) também foi observada, com uma mediana de pré-treinamento de 9.38 minutos (média de 15.43 minutos) e uma mediana de pós-treinamento de 3.65 minutos (média de 4.54 minutos). Um total de 64.2% dos residentes foram capazes de realizar os nós com polipropileno inicialmente. Cem por cento do residentes foram capazes de completar a tarefa no pós-teste.
O modelo de treino usando a técnica da Regra do Gladiador para sutura laparoscópica melhora o tempo de atar nós com uma performance estatisticamente similar, não havendo diferenças quanto ao ano da residência, após treinamento sistematizado.
Resumo
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Descrever a experiência clínica com a técnica de B-Lynch no manejo da hemorragia pós-parto e os fatores relacionados à indicação da técnica bem como apresentar as taxas de sucesso da aplicação da técnica de B-lynch.
Estudo observacional, retrospectivo, de corte transversal e analítico. Os dados foram obtidos por estudo de prontuário. A população do estudo foi constituída de pacientes submetidas à sutura hemostática com a técnica de B-Lynch, sendo incluídas 104 pacientes dentro do período de 01 de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2019.
Do total de 104 pacientes, 82,7% não apresentaram qualquer complicação. A transfusão de sangue e a internação na UTI foram as complicações mais prevalentes, com 13,5% e 15,4%, respectivamente. Apenas 1% teve infecção puerperal e do sítio cirúrgico. Os fatores mais relacionados com a aplicação da técnica foram a presença de cesárea anterior (30,8%), uso de ocitocina (16,3%) e pré-eclâmpsia (11,6%). A histerectomia puerperal foi realizada em 4,8% das pacientes por falha do método.
A experiência clínica com a técnica de B-Lynch foi satisfatória, pois apresentou poucas complicações, com excelentes resultados no controle hemorrágico. A cesárea anterior, o uso de ocitocina e a pré-eclâmpsia se destacaram como fatores relacionados à indicação da aplicação da técnica. A taxa de sucesso avaliada foi de 95,2%.
Resumo
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Descrever e avaliar a utilização de um simulador simples, de baixo custo e reprodutível para o ensino de sutura de lacerações perineais de 4° grau.
Participaram da simulação 20 residentes de ginecologia e obstetrícia e quatro profissionais especialistas. Um modelo de laceração de 4° grau foi criado com materiais de baixo custo (preservativo simulando a mucosa retal, tecido de algodão simulando o esfíncter anal interno e carne bovina simulando o esfíncter anal externo). O simulador foi inicialmente montado com ajuda de fotos anatômicas, para estudar a anatomia e o significado de cada componente do modelo. A laceração foi criada e suturada, utilizando técnicas de borda a borda e de sobreposição do esfíncter anal.
O modelo custou menos de R$ 10,00 e foi montado sem dificuldade, aprimorando os conhecimentos dos participantes sobre anatomia e fisiologia. As suturas das camadas (mucosa retal, esfíncter interno e esfíncter externo) foram realizadas seguindo a técnica cirúrgica. Todos os participantes ficaram satisfeitos coma simulação e consideraram que estamelhorou seus conhecimentos e habilidades. Entre 3 a 6 meses após o treinamento, 7 participantes presenciaram em sua prática lacerações graves e relataram que a simulação foi útil para a correção cirúrgica.
A utilização de um simulador para treinamento de sutura de lacerações obstétricas graves é acessível (baixo custo e fácil execução). A simulação parece aprimorar conhecimentos e habilidades cirúrgicas para sutura de lacerações graves. Mais estudos sistematizados devem ser realizados para avaliação.
Resumo
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Atualmente, a hemorragia pós-parto é a maior causa de morbimortalidadematerna em todo o mundo. Sua principal causa é a atonia uterina, pelo que têm sido instituídas e desenvolvidas medidas profiláticas, bem como tratamentos médicos e cirúrgicos para esta complicação. As suturas uterinas de compressão representam uma possibilidade terapêutica que permite a preservação do útero e, por conseguinte, do potencial fértil. Tendo isso por base, apresentamos dois casos de hemorragia pós-parto após cesariana, que foram tratados com sucesso com uma nova modificação da sutura de Pereira - suturas uterinas longitudinais e transversais foram efetuadas após falha das terapias de primeira linha. Ambas as pacientes se recuperaram, e na reavaliação pós-parto objetivou-se um útero normal com manutenção de uma irrigação adequada, sugerindo a preservação do seu potencial fértil, tal como vem sendo descrito na literatura em relação a este tipo de procedimento.