Resumo
. ;:31-37
Avaliar as taxas de expulsão e continuação do dispositivo intrauterino (DIU) de cobre inserido no pós-parto imediato em um hospital universitário brasileiro.
Neste estudo de corte transversal, foram incluídas parturientes submetidas à inserção de DIU de cobre no pós-parto imediato entre março de 2018 e dezembro de 2019. Foram coletados dados clínicos e da ultrassonografia (US) transvaginal realizada após seis semanas. As taxas de expulsão e de continuação foram avaliadas após seis meses por meio de dados do prontuário ou por contato telefônico. O resultado principal foi a proporção de DIUs expelidos em seis meses. Para análise estatística, utilizaram-se o teste t de Student, a distribuição de Poisson, e o teste do Qui quadrado.
Houve 3,728 nascimentos no período, e foram inseridos 352 DIUs, em uma taxa de 9,4%. Com 6 semanas, o DIU estava bem posicionado em 65,1% dos casos, em 10,8%, houve expulsão parcial, e, em 8,5%, fora totalmente expelido. Aos 6 meses de pós-parto, foram obtidas informações de 234 mulheres, 74,4% das quais usavam DIU, com uma taxa de expulsão geral de 25,6%. A taxa de expulsão foi maior após o parto vaginal do que após cesariana (68,4% versus 31,6%, respectivamente; p = 0,031). Não houve diferenças quanto à idade, paridade, idade gestacional, índice de massa corpórea final, e peso do recém-nascido.
Apesar da baixa taxa de inserção e alta taxa de expulsão, a taxa de continuação em longo prazo da contracepção intrauterina com DIU de cobre foi elevada, o que indica que se trata de intervenção útil para prevenir gestações indesejadas em curto intervalo de tempo.
Resumo
. ;:291-296
Avaliar a taxa de continuação até 5 anos de uso do sistema intrauterino liberador de 52-mg levonorgestrel por dia (SIU LNG) -IUS) é diferente entre mulheres que o usam exclusivamente como anticoncepcional que entre as que usam exclusivamente por razões médicas.
Estudo retrospectivo realizado em uma clínica de Planejamento Familiar 5.034 usuárias de SIU LNG, 4.287 que optaram pelo método apenas como anticoncepcional e 747 que o usavamsomente por razoesmédicas. A taxa de continuação de um até cinco ano foi calculada por meio de análise de tabela de vida
No início a taxa de continuação foi significativamente maior no grupo da anticoncepção: 85,8 versus 83,4 e 77,4 versus 76,0 por 100 anos-mulher no 1° e 2° ano de uso, respectivamente. Houve mais descontinuações por sangrado-manchado no grupo de razões médicas nos dos primeiros anos. A taxa de continuação não foi significativamente diferente desde o terceiro até o quinto ano de uso. Nenhuma mulher de ambos os grupos descontinuou por amenorreia.
A taxa de continuação foi significativamente maior no grupo de anticoncepção durante os dos primeiros anos de uso. Amenorreia não foi motivo de descontinuação em ambos os grupos, sugerindo que a orientação a esse respeito foi adequada. Entretanto, a orientação referente ao longo período de sangramentos irregulares nos dois primeiros anos após a inserção, precisaria ser melhorado.