Resumo
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Validar o construto e o critério do Questionário para Avaliação da Sexualidade Feminina após a Menopausa (QSFM).
Estudo metodológico de validação de questionário incluiu mulheres na pósmenopausa. A validade de construto foi testada pormeio da análise fatorial e a validade de critério foi realizada por meio da correlação entre o QSFM e o Índice de Função Sexual Feminina (FSFI). A Curva ROC foi utilizada para verificar sensibilidade, especificidade e determinar o ponto de corte do QSFM.
Foram avaliadas 181 mulheres, com idade média de 56,4 ± 5,7 anos. A análise fatorial exploratória mostrou que o QSFM apresentou teste de Kaiser = 0,88 e χ2 = 3293,7 (p < 0,001), comunalidades ≥ 0,5 com extração de nove fatores com autovalor ≥ 1; explicando 66,3% da variância total. O QSFM apresentou cargas fatoriais entre 0,4 e 0,8. Uma forte correlação entre os dois questionários (r = 0,79; p = 0,000) foi demonstrada. O ponto de corte do QSFM foi ≤ 55,5, assumindo sensibilidade de 87,9% e especificidade de 78,9% (p < 0,001).
Como o QSFM demonstrou uma forte concordância com o questionário FSFI, ele apresentou boas propriedades psicométricas para avaliar a sexualidade em mulheres na pós-menopausa. Com base nesses resultados, o QSFM pode ser amplamente utilizado como um instrumento específico para examinar a função sexual em mulheres na pós-menopausa. Estudos futuros são necessários para examinar o instrumento QSFM em diferentes populações.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2008;30(9):437-444
DOI 10.1590/S0100-72032008000900003
OBJETIVO: verificar a acuidade do exame citológico do colo uterino para o diagnóstico do HPV, comparado à reação em cadeia da polimerase (PCR), em amostras de mulheres portadoras do HIV. MÉTODOS: foram incluídas 158 pacientes, sendo realizada uma primeira coleta de material da cérvice uterina com a espátula de Ayre para a PCR. A seguir, foi realizada outra coleta com espátula de Ayre e escova para a citologia oncótica. Foram revisadas 109 lâminas, tendo em vista que 49 foram destruídas, por terem ultrapassado dois anos de arquivo. RESULTADOS: a prevalência de HPV foi de 11% no estudo citológico e 69,7% na PCR. A idade do grupo variou de 20 a 61 anos, com mediana de 35 anos. A forma de contágio pelo HIV foi a heterossexual em 91,8% dos casos e 79,1% dos pacientes tiveram um a cinco parceiros sexuais em toda a vida. A queixa mais freqüente foi massa pélvica (5,1%) e 75,3% procuraram o serviço para consulta de rotina. A comparação de variáveis categóricas foi realizada através de tabelas de contingência sendo utilizado o teste do χ2 com correção de Yates para comparação de proporções. Quando uma das freqüências esperadas foi menor que cinco, foi utilizado o teste de Fisher. Na comparação de testes diagnósticos foram calculados: a sensibilidade, a especificidade e razões de verossimilhança. Das 76 pacientes com HPV detectado pela PCR, somente 12 foram confirmadas pela citologia (sensibilidade=15,8%) que, por outro lado, não apresentou resultados falsos-positivos (especificidade=100%). Comparando-se os dois resultados, encontraram-se valor preditivo positivo de 100% e negativo de 33,3% para a citologia, na predição da presença do HPV. Entre as 12 pacientes com citologia positiva para HPV, quatro (33,3%) apresentaram neoplasias intra-epiteliais cervicais (OR=5,6; razão de verossimilhança positiva=infinidade positiva; razão de verossimilhança negativa=0,83). CONCLUSÕES: como a especificidade da citologia é bem alta, pode-se confiar no resultado positivo, ou seja, quando a citologia for positiva para o HPV, ele certamente estará presente. A baixa sensibilidade da citologia não a qualifica como exame de rastreamento para a detecção do HPV, nesse grupo de mulheres.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2006;28(11):633-642
DOI 10.1590/S0100-72032006001100002
OBJETIVOS: verificar a sensibilidade, especificidade e acurácia de medidas ultra-sonográficas da bexiga e uretra no diagnóstico da incontinência urinária de esforço (IUE). MÉTODOS: o encurtamento da uretra, o abaixamento do colo vesical e a mudança da forma do trígono vesical, provocados pelo esforço miccional, foram medidos por ultra-sonografia transvaginal. A soma algébrica dos três indicadores foi utilizada como uma quarta medida para análise. A amostra era composta de 40 mulheres com IUE comparadas com 40 controles. Os casos diferiam dos controles com relação à idade, à paridade e ao número de gestações. Foram utilizados diversos pontos de corte para avaliar a sensibilidade, especificidade e acurácia diagnóstica do método. O diagnóstico urodinâmico da IUE e de controles serviu como padrão-ouro. Para a análise univariada dos dados, foram utilizados os testes chi2 de Yates e chi2 de Pearson. RESULTADOS: no melhor ponto de corte para o abaixamento do colo vesical, a sensibilidade foi de 40%, a especificidade de 72% e a acurácia de 57%; no melhor ponto de corte para a medida do encurtamento da uretra, a sensibilidade foi de 40%, a especificidade de 70% e a acurácia de 55%; no melhor ponto de corte para a mudança da forma do trígono vesical, a sensibilidade foi de 58%, a especificidade de 48% e a acurácia foi de 52%; no melhor ponto de corte para soma das diferenças das três medidas, a sensibilidade do método foi de 32%, a especificidade de 62% e a acurácia de 48%. CONCLUSÃO: a ultra-sonografia transvaginal, no presente estudo, não se mostrou um método válido para o diagnóstico da IUE.