Resumo
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O objetivo do presente estudo foi comparar a história obstétrica e os parâmetros bi- e tridimensionais ultrassonográficos de acordo com os diferentes comprimentos cervicais.
O presente estudo transversal analisou 248 gestantes no segundo trimestre de acordo com o comprimento cervical e comparou os dados com a história obstétrica e os parâmetros ultrassonográficos 2D/3D. As pacientes foram divididas em 3 grupos de acordo com o comprimento do colo uterino: grupo Colo Curto para comprimentos cervicais ≥ 15mm e < 25mm (n = 68), grupo Colo Muito Curto para comprimentos cervicais < 15mm (n = 18) e grupo Controle, composto por 162 gestantes com comprimento cervical uterino ≥ 25 mm.
Ao analisar a história obstétrica apenas de pacientes não nulíparas, foi relatadauma associação significativa entre a presença de colo uterino curto na gravidez atual e pelo menos um episódio de parto prematuro anterior (p = 0,021). Comprimento e volume do colo uterino foram correlacionados positivamente (coeficiente de Pearson = 0,587, p < 0,0001). O parâmetro índice de fluxo (IF) da vascularização cervical foi significativamente diferente entre os grupos Controle e Colo Muito Curto. Entretanto, após regressão linear, na presença de informações de volume, não encontramos associação entre os grupos e o parâmetro IF. Também não foi encontrada relação entre o Doppler da artéria uterina e o encurtamento cervical.
O presente estudo mostrou uma associação significativa entre a presença de colo uterino curto na gravidez atual e pelo menos um episódio de parto prematuro anterior. Nenhum dos índices de vascularização se correlaciona com o comprimento cervical como parâmetro independente, assim como o Doppler da artéria uterina também não está relacionado ao comprimento do colo uterino.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2015;37(8):359-365
DOI 10.1590/SO100-720320150005415
Comparar a qualidade do sono de gestantes com e sem sobrepeso no segundo e terceiro trimestres.
Estudo transversal incluindo 223 gestantes com ≥14 semanas: 105 com sobrepeso (índice de massa corporal - IMC - pré-gestacional ≥25,0 km2) e 118 eutróficas (IMC 18,5-24,9 kg/m2) em acompanhamento pré-natal. A versão brasileira do questionário Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI-BR) foi utilizada para avaliação do sono. Testes do χ2 e t de Student foram utilizados para comparar diferenças entre os grupos; p<0,05 foi considerado significante.
A maioria (65,9%) apresentou baixa qualidade de sono (escore total >5) e essa proporção foi significativamente mais alta entre as mulheres com sobrepeso (80/105), em comparação às eutróficas (67/118) (76,2 versus 56,8%, p=0,004). No 2º trimestre, essa proporção não alcançou significância estatística (72,5 versus 53,7%, p=0,06), mas o escore médio total do PSQI-BR foi mais alto entre aquelas com sobrepeso (7,0±3,8 versus 5,5±3,2, p=0,02). Nesse período, os escores médios de latência e qualidade subjetiva do sono foram significativamente mais altos entre as mulheres com sobrepeso (1,4±1,0 versus 1,0±0,9, p=0,02, e 1,3±0,8 versus 0,8±0,8, p=0,02, respectivamente). No 3º trimestre, a proporção de gestantes com baixa qualidade do sono foi mais alta entre as mulheres com sobrepeso, mas sem diferença significante (79,6 versus 60,8%, p=0,06). Nessa fase, o escore total do instrumento foi semelhante entre as mulheres com e sem sobrepeso (9,4±4,2 versus 8,3±4,6, p=0,2). No entanto, gestantes com sobrepeso apresentaram escores médios mais altos para distúrbios do sono (2,3±0,7 versus 2,0±0,8, p=0,04).
Mulheres com sobrepeso pré-gestacional apresentaram sono mais comprometido do que as eutróficas, no segundo e terceiro trimestres da gravidez.