Resumo
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Revisar a literatura publicada sobre o impacto do tratamento cirúrgico na função sexual e na dispareunia de pacientes com endometriose profunda.
Uma revisão sistemática foi realizada de acordo com as diretrizes Meta-Analysis of Observational Studies in Epidemiology (MOOSE). Realizamos pesquisas sistemáticas nas bases de dados PubMed, EMBASE, LILACS e Web of Science desde o início até dezembro de 2022. Os critérios de elegibilidade foram estudos que incluíam: análises comparativas pré- e pós-operatórias; pacientes com diagnóstico de endometriose profunda; e a aplicação de questionários para avaliar a função sexual.
Dois revisores selecionaram e revisaram 1.100 artigos para analisar a da função sexual após o tratamento cirúrgico da endometriose profunda. O risco de viés foi calculado usando-se a escala de Newcastle-Ottawa para estudos observacionais e a ferramenta para ensaios clínicos randomizados da Cochrane Collaboration. O estudo foi cadastrado no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO; cadastro CRD42021289742).
Variáveis gerais sobre os estudos, a técnica cirúrgica, os tratamentos complementares e os questionários foram inseridas em uma planilha do Microsoft Excel 2010 (Microsoft Corp., Redmond, WA, Estados Unidos).
Foram incluídos 20 estudos em que se usou a técnica de videolaparoscopia para a excisão da endometriose profunda. Uma meta-análise não pôde ser realizada devido à heterogeneidade substancial entre os estudos incluídos. As classes III e IV da escala revisada da American Fertility Society foram predominantes, e múltiplas técnicas cirúrgicas foram usadas para o tratamento da endometriose. Questionários padronizados e validados foram aplicados para avaliar a função sexual.
A cirurgia laparoscópica é um procedimento complexo que envolve múltiplos órgãos, e provou ser eficaz na melhora da função sexual e da dispareunia em mulheres com endometriose profunda.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2015;37(12):552-558
DOI 10.1590/SO100-720320155443
Comparar as diferenças na incidência de disfunção sexual nos seis diferentes domínios de mulheres brasileiras obesas e não obesas.
Foi usado o Female Sexual Function Index , que discrimina seis domínios de disfunção, para investigar a incidência de disfunção sexual em 31 mulheres obesas e 32 mulheres não obesas. Foi realizada análise estatística utilizando ANOVA e MANOVA para comparar os escores totais doFemale Sexual Function Index entre os grupos, bem como empregado o teste t para identificar as diferenças relacionadas aos domínios. O nível de significância estatística estabelecido para todos os testes foi de p<0,05.
Não foi encontrada diferença significante nas diferentes incidências de disfunção sexual feminina entre o grupo de pacientes obesas (25,8%) e o grupo de não obesas (22,5%). Contudo, foi evidenciada uma importante distinção em quais aspectos da vida sexual foram afetados nos dois grupos. Enquanto as mulheres obesas foram impactadas em apenas três domínios subjetivos do Female Sexual Function Index (desejo, orgasmo e excitação), o grupo controle apresentou disfunção em cinco aspectos (desejo, orgasmo, excitação, dor e lubrificação). Pesquisas futuras explorando aspectos psicológicos em mulheres obesas, como a avaliação da autoimagem corporal e seus aspectos negativos ou positivos sobre as pacientes, deverão auxiliar na melhor caracterização da disfunção sexual feminina neste grupo.
A obesidade não parece constituir um fator de risco independente para uma baixa qualidade de vida sexual feminina. Contudo, as disfunções associadas à obesidade foram menos evidenciadas em domínios fisiológicos, sugerindo que aspectos psicológicos parecem estar primariamente envolvidos na etiologia da disfunção sexual de mulheres obesas.