Resumo
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A anemia é um evento muito frequente entre mulhres grávidas. Existem evidências de diferenças na incidência de cárie dentária entre mulheres grávidas e não grávidas,mas a relação entre o íon ferro (Fe) salivar, osmarcadores séricos de anemia e o desenvolvimento de cárie não foi investigada.
Avaliar a correlação entre os parâmetros salivares (Fe) e séricos (Fe, ferritina e hemoglobina) em gestantes e o desenvolvimento de cárie dentária.
Uma coorte prospectiva foi conduzida com 59 mulheres. O desfecho de interesse foi representado por novas lesões de cárie durante a gravidez, medido pelo critério Nyvad. Mulheres grávidas foram avaliadas em três tempos clínicos: até a 16ª semana de idade gestacional (IG) (T1), no último trimestre de gravidez (T2), e no puerpério (T3), na Unidade Materno-infantil do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão. A amostra de saliva estimulada foi coletada para análise bioquímica de Fe salivar, e a amostra de sangue foi coletada no início da manhã. A correlação entre o Fe salivar e o Fe sérico foi avaliada através do teste de correlação de Pearson. Os testes ANOVA e Kruskal-Wallis foram utilizados para comparar parâmetros de anemia em diferentes momentos. Os testes t de Student e Mann-Whitney foram utilizados para comparar os parâmetros da anemia entre os grupos de gestantes (come sem lesões de cárie).
As concentrações séricas de Fe foram maiores no primeiro trimestre de gestação e menores após o parto (p = 0,036). Observou-se também que as concentrações de ferritina forammaiores no primeiro trimestre emenores no final da gestação (p = 0,011). Não houve associação entre as exposições e o desenvolvimento de cárie dentária. Houve correlação positiva entre o Fe sérico em T1 e o Fe salivar em T2 (p < 0,05).
Os marcadores séricos de anemia foram mais prevalentes no último trimestre de gestação.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(2):72-78
DOI 10.1590/S0100-72032014000200005
Comparar os níveis de cortisol sérico e salivar, alfa-amilase salivar
(sAA) e fluxo de saliva não estimulada (UWS) em gestantes e não
gestantes.
Trata-se de um estudo longitudinal realizado no centro de promoção da
saúde de um hospital universitário. Nove gestantes e 12 não
gestantes participaram do estudo. Foram coletados e analisados soro e UWS nos
três trimestres gestacionais e duas vezes por mês durante o ciclo
menstrual. A análise do cortisol salivar e sérico foi realizada com o
uso de quimiluminescência e a atividade da sAA foi determinada por meio de
analisador automático para bioquímica.
Foi verificado que a mediana (intervalo interquartil) dos níveis de cortisol
sérico no grupo de gestantes foi maior que 23,8 µL/dL (19,4-29,4) quando
comparado ao grupo de não gestantes, que teve média de 12,3 (9,6-16,8;
p<0,001). Os níveis de sAA seguiram o mesmo padrão, com médias
de 56,7 U/L (30,9-82,2) e 31,8 (18,1-53,2; p<0,001), respectivamente. Foram
observadas diferenças dos níveis de cortisol sérico e salivar
(µL/dL) e de sAA entre a fase folicular versus a fase lútea
(p<0,001). As medianas dos fluxos salivares (UWS) foram semelhantes em
gestantes (0,26 [0,15-0,30] mL/min) e não gestantes (0,23 [0,20-0,32]
mL/min). Foram encontradas correlações significativas entre o cortisol
salivar e o sérico (p=0,02) e entre o cortisol salivar e a sAA (p=0,01).
Os níveis de cortisol sérico de sAA durante a gestação
elevam-se. Na fase lútea do ciclo ovariano, os níveis de cortisol
salivar aumentam ao passo que os níveis de cortisol sérico e sAA
diminuem.