Resumo
. ;:985-987
Gêmeos unidos (GUs) são uma complicação rara de gestações gemelares monocoriônicas e monoamnióticas. Descrevemos o uso de tecnologias 3D, incluindo modelos 3D virtuais e físicos, na avaliação pré-natal de GU parapagus. Mulher de 16 anos, G1P0, foi encaminhada para avaliação anatômica por ressonância magnética (RM) fetal de GU com 28 semanas de gestação. Imagens 3D da superfície fetal foram geradas pelo software durante o exame para compreensão espacial da relação entre as partes fetais. O par de GUs morreu na 32ª semana de gestação, poucas horas após a cesariana. As tecnologias 3D são uma importante ferramenta de aconselhamento dos pais e de preparação da equipe multiprofissional para o parto e a assistência neonatal, além de possível planejamento cirúrgico para separação pós-natal em casos de GUs.
Resumo
. ;:317-322
As complicações fetais da tireoide na gravidez são incomuns e são comumente relacionadas à passagem de substâncias pela placenta. A ingestão excessiva de iodo durante a gravidez é um mecanismo bem conhecido de aumento da tireoide ou bócio fetal, e procedimentos invasivos foram propostos para o tratamento de patologias da tireoide fetal. No presente relato de caso, demonstramos dois casos de diferentes centros de diagnóstico pré-natal de aumento da tireoide fetal e/ou bócio em três fetos (um par de gêmeos, em que ambos os fetos foram afetados, e uma gravidez única). A anamnese revelou a ingestão de iodo pelos pacientes prescrita por suplementação inadequada de vitaminas. Nos dois casos, a interrupção da ingestão de suplemento de iodo resultou em uma redução acentuada do volume das glândulas tireoides fetais, demonstrando que o tratamento conservador pode ser uma opção nestes casos. Além disso, os médicos devem estar cientes de que as pacientes podem ser expostas a doses ou substâncias nocivas durante a gravidez.
Resumo
. ;:46-53
A ressonância magnética (RM) tem sido considerada uma outra ferramenta para uso pré e pós-operatório em casos de prolapso de órgãos pélvicos. Contudo, pouco consenso existe sobre a sua prática para prolapso e a associação entre as linhas de referência da RM e o exame físico. Nós objetivamos avaliar resultados de médio a longo prazo de duas técnicas cirúrgicas para prolapso apical.
Um total de 40mulheres com prolapso apical foramsubmetidas entre 2014 a 2016 a sacrocolpopexia abdominal (grupo SCA; n = 20) ou fixação bilateral vaginal no ligamento sacroespinhoso com tela anterior (grupo FVLS-TA; n = 20). Os exames físicos comestadiamento usando o Pelvic Organ Prolapse Quantification System (POP-Q: cura objetiva), e o International Consultation on Incontinence Questionnaire-Vaginal Symptoms (ICIQ-VS: cura subjetiva) foram analisados antes e depois de um ano da cirurgia, respectivamente. O exame de RM (linha pubococcígea [LPC], base vesical [BV], junção anorretal [JAR] e o volume subtendido estimado do levantador do ânus [VSELA]) foi realizado um ano antes da cirurgia. Estabeleceu-se o nível de significância em 5%.
Depois de uma média de 27 meses de seguimento, de acordo com a RM, 60% das mulheres foram curadas no grupo FVLS-TA versus 45% no grupo SCA (p = 0.52). As curas objetivas associadas ao POP-Q e à RM foram correlacionadas na parede vaginal anterior (p = 0.007), mas nenhuma correlação foi encontrada com a cura subjetiva. O VSELA foi maior entre as pacientes com fracasso da cirurgia, e um ponto de corte de ≥ 33.5mm3 esteve associado ao fracasso da cirurgia (area sob a curva característica de operação do receptor [COR]: 0.813; p = 0.002).
Ambas as cirurgias para o prolapso foram similares nas curas objetivas tanto pelo POP-Q quanto pela RM. Áreas maiores de VSELA estiveramassociadas como fracasso das cirurgias.
Resumo
. ;:17-23
Avaliar e comparar a sensibilidade e especificidade da ultrassonografia e da ressonância magnética no diagnóstico do acretismo placentário em pacientes com placenta prévia.
Estudo de coorte retrospectivo com 37 mulheres, sendo 16 com acretismo placentário, realizado de janeiro de 2013 a outubro de 2015. Considerou-se padrãoouro para o diagnóstico de acretismo placentário o exame anatomopatológico, sendo que, na sua ausência, a descrição do achado intraoperatório. As associações entre variáveis foram investigadas utilizando o teste qui-quadrado de Pearson e o teste U de Mann-Whitney.
A idade média foi de 31,8 ± 7,3 anos, o número médio de gestações foi de 2,8 ± 1,1, o número médio da quantidade de partos foi de 1,4 ± 0,7, e o número médio de cesáreas prévias foi de 1,2 ± 0,8. O grupo do acretismo placentário apresentou antecedente de cesariana mais frequentemente do que o grupo sem acretismo (63,6% versus 36,4%, respectivamente; p < 0,001). A idade gestacional no parto em mulheres com diagnóstico de placenta prévia com acretismo foi de 35,4 ± 1,1 semanas. O peso ao nascer médio foi de 2.635,9 ± 374,1 g. A sensibilidade do ultrassom foi de 87,5%, comvalor preditivo positivo (VPP) de 65,1%, e valor preditivo negativo (VPN) de 75,0%. Para a ressonância magnética, a sensibilidade foi de 92,9%, com VPP de 76,5% e VPN de 75,0%. O índice kappa para concordância entre os dois testes foi de 0,69 (intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 0,26-1,00).
O ultrassom e a ressonância magnética apresentaram sensibilidade e especificidade semelhantes no diagnóstico do acretismo placentário.
Resumo
. ;:309-314
Descrever o diagnóstico pré-natal de uma série de casos de aneurisma de veia de Galeno (AVG) por meio de ultrassonografia e ressonância magnética (RM), bem como os resultados pós-natais e acompanhamento até 4 anos de vida.
Realizou-se um estudo retrospectivo longitudinal com análise de banco de dados de sete casos de diagnóstico pré-natal de AVG em dois serviços brasileiros entre fevereiro de 2000 e maio de 2012. Foram avaliados a idade gestacional ao diagnóstico, dimensões do AVG na ultrassonografia, alterações fetais associadas, achados da ecocardiografia fetal, idade gestacional ao parto, tipo de parto, peso ao nascimento, índice de Apgar no 1° e 5° minutos, resultados neonatais, e sobrevida com acompanhamento até 4 anos de idade. Perinatais
A idade gestacional média±desvio-padrão ao diagnóstico pré-natal do AVG pela ultrassonografia foi de 25±4,9 semanas. O comprimento médio do AVG foi 3,2±0,4 cm. A idade gestacional média ao nascimento foi 37,5±0,7 semanas, sendo que, em 85,7% dos casos (6/7) o parto foi cesáreo. O peso médio ao nascimento foi de 3.070±240,4 gramas. A sobrevida total foi de 42,8% (4/7), com três óbitos neonatais. Dos quatro sobreviventes, três apresentaram desenvolvimento neuropsicomotor normal até a idade de 4 anos, sendo que apenas um apresentou sequelas neurológicas graves. Ultrassonografia e RM apresentaram achados semelhantes nos sete casos.
O AVG está associado à elevada taxa de óbito neonatal, sendo, portanto, fundamental o seu diagnóstico pré-natal precoce para aconselhamento dos pais e seguimento em serviço terciário.
Resumo
. ;:436-442
Ventriculomegalia (VM) é uma das anomalias mais frequente no ultrassom pre-natal. Ressonâncias magnéticas (RM) melhoram a precisão do diagnóstico e previsão do desenvolvimento em recém-nascidos.
A proposta deste estudo foi avaliar a correlação entre ultrassom e RM em fetos com leve e moderada VM isolada. O objetivo secundário foi reportar o resultado neurológico na idade de 4 anos.
Fetos com diagnóstico pré-natal pelo ultrassom de VM foram identificados na idade de 4 anos. Ventriculomegalia foi definida como medida do átrio do ventrículo lateral entre 10-15 mm, a qual foi subdividida em leve (10,1-12,0 mm) e moderada (12,1-15,0 mm). Fetos com VM foram seguidos nos períodos pré-natal e pós-natal por ultrassom e RM. O resultado neurológico foi realizado usando a escala de desenvolvimento mental de Griffiths, quando indicada, até a idade de 4 anos.
Sessenta e dois fetos foram identificados. Ventriculomegalia bilateral ocorreu sem 58% dos casos. Uma dilatação estável foi observada em 45%, progressiva em 13% e regressiva em 4,5% dos casos, respectivamente. Ressonância magnética fetal foi realizada em 54 fetos, e foi concordante com os achados do ultrassom em 85% dos casos. Desenvolvimento neurológico anormal foi observado em 9,6% dos casos.
Fetos nos quais ocorreu progressão da VM são de alto risco para desenvolvimento neurológico anormal. Apesar do ultrassom e da RM mostrarem substancial concordância na definição do grau de dilatação ventricular, uma baixa correlação foi vista na avaliação da VM associada ou não com anomalias do sistema nervoso central.
Resumo
. ;:201-206
Lissencefalia são doenças genéticas autossômicas recessivas heterogêneas caracterizadas pela tríade clássica: malformações do cérebro, anomalias oculares e distrofia muscular congênita. Diagnóstico pré-natal é factível pela demonstração do desenvolvimento anormal de sulcos e giros. Ressonância magnética ( RM ) melhora a detecção de distúrbios do desenvolvimento cortical, bem como as anomalias oculares. Descrevemos um caso de diagnóstico precoce de lisencefalia tipo 2 detectado no momento do ultrassom morfológico de segundo trimestre pela ultrassonografia tridimensional e RM fetal. A macroscopia confirmou a acurácia do diagnóstico pré-natal, enquanto que a microscopia mostrou a típica característica de córtex em cobblestone. Como a doença está associada à um pobre prognóstico perinatal, o precoce e acurado diagnóstico pré-natal é importante para o aconselhamento genético e seguimento da gestação.