Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2015;37(12):593-597
DOI 10.1590/S0100-720320150005455
Durante a gravidez e o puerpério, existe um estado de hipercoagulabilidade sanguínea e, portanto, de risco para eventos tromboembólicos. A trombose de veia renal é uma condição grave, pouco frequente e de difícil diagnóstico. Este estudo relatou um caso de trombose de veia renal numa puérpera, descrevendo caso clínico, fatores de risco, métodos diagnósticos e o tratamento instituído.
Resumo
. ;:291-296
DOI 10.1590/SO100-720320150005169
A talassemia beta maior é uma doença hematológica hereditária rara em que deficiência na síntese de cadeias globínicas beta causa anemia grave. O tratamento consiste de transfusão sanguínea e quelação de ferro. Descrevemos dois casos de adolescentes com talassemia beta maior, com gestação não planejada e início tardio de pré-natal. Uma delas apresentou piora da anemia, necessidade transfusional aumentada, restrição de crescimento fetal e senescência placentária. A outra apresentava também hipotireoidismo e baixo peso materno, e foi internada por duas ocasiões durante a gestação, por choque hemorrágico do dengue e por infecção respiratória associada a vírus influenza H1N1. Uma delas apresentou restrição de crescimento fetal e teve parto vaginal no termo complicado com hipotonia uterina. Ambas necessitaram de transfusão sanguínea no pós-parto e optaram por medroxiprogesterona como método contraceptivo subsequentemente. Esse relato ressalta a importância de orientação contraceptiva para essas mulheres e o papel do cuidado pré-natal especializado em conjunto com hematologista.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(8):377-380
DOI 10.1590/SO100-720320140005019
O angiomiolipoma é um tumor benigno, constituído por adipócitos, células de músculo liso e vasos sanguíneos. Sua associação com a gravidez é rara e está relacionada com um aumento de complicações, nomeadamente rotura com hemorragia retroperitoneal maciça. O follow-up é controverso em razão do escasso número de casos descritos, no entanto as prioridades são: diagnóstico atempado nas situações urgentes e, sempre que possível, tratamento conservador. O tipo de parto não é consensual e deve ser individualizado caso a caso. Relatamos um caso de uma grávida com 18 semanas de gestação que recorreu ao serviço de urgência por lombalgia direita aguda, sem outros sintomas relevantes. Diagnosticou-se ecograficamente rotura de angiomiolipoma renal e, em decorrência da estabilidade hemodinâmica do quadro, procedeu-se ao tratamento conservador com monitorização imagiológica e clínica. Às 35 semanas de gestação, realizou-se uma cesariana eletiva que decorreu sem complicações maternas ou fetais.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(6):276-280
DOI 10.1590/S0100-720320140004827
A esquistossomose mansoni, endemia encontrada em diferentes áreas do território brasileiro, constitui um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Formas ectópicas da doença podem acometer o sistema reprodutor feminino, constituindo um tipo raro de infecção pelo S. mansoni. Paciente com 26 anos queixava-se de corrimento vaginal, dispareunia e dor à palpação do hipogástrio. No exame ginecológico foi observado pólipo endocervical, que foi biopsiado. O exame histológico evidenciou vários granulomas envolvendo ovos degenerados e viáveis de Schistosoma mansoni. Tratada com praziquantel, retornou assintomática após quatro semanas do tratamento. Corrimento vaginal e dispareunia podem ser causas secundárias de cervicite por Schistosoma mansoni. Pesquisa de ovos em esfregaço vaginal de rotina ou exame histológico devem fazer parte da avaliação ginecológica de pacientes de área endêmica, com o objetivo de rastrear forma ectópica da esquistossomose do trato genital feminino.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(3):139-141
DOI 10.1590/S0100-72032014000300008
A doença de Mondor é entidade rara caracterizada por tromboflebite esclerosante envolvendo classicamente uma ou mais das veias subcutâneas da mama e da parede torácica anterior. Trata-se de condição benigna normalmente auto-limitada, apesar de raros casos de associação ao câncer. Descreve-se o caso de uma mulher lactante de 32 anos de idade, que procurou serviço de emergência devido a mastalgia do lado direito na última semana. A paciente estava tomando antibióticos, mas não medicamentos esteroides anti-inflamatórios, previamente prescritos devido a suspeita de mastite, nos últimos três dias, sem melhora clínica. O exame físico mostrou o seio esquerdo aumentado, um nódulo axilar e uma estrutura dolorosa em formato de corda no quadrante superior externo da mesma mama. A ultrassonografia revelou uma veia superficial acentuadamente dilatada no quadrante superior externo da mama esquerda. A paciente recebeu terapia venotrópica and manteve o tratamento com anti-inflamatórios, com melhora progressiva da dor. Controle ultrassonográfico foi realizado após quatro semana, mostrando reperfusão.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(12):575-582
DOI 10.1590/S0100-72032013001200008
O angiomixoma agressivo é tumor raro de tecidos moles, de lento crescimento e que geralmente ocorre na pelve e nas regiões perineais de mulheres em idade reprodutiva, com forte tendência à recorrência local. Devido à sua raridade, ele é frequentemente mal diagnosticado. A exerese cirúrgica é a modalidade principal para o tratamento do angiomixoma agressivo. Descrevemos aqui um caso de angiomixoma vaginal agressivo em mulher de 47 anos de idade, que foi diagnosticado apenas após exame histológico. Descrevemos também a etiologia e apresentação, bem como o diagnóstico e tratamento desse raro tumor. O angiomixoma da vulva e vagina constitui doença rara. Devido à raridade desse tumor e à ausência de elementos diagnósticos, o diagnóstico pré-operatório é difícil, mas deveria ser considerado na presença de qualquer massa na região genital, perianal e pélvica de mulheres em idade reprodutiva. Portanto, esses casos deveriam ser submetidos a propedêutica radiológica completa antes da exerese, uma vez que um pré-diagnóstico pode modificar a modalidade de tratamento e o prognóstico do paciente.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(9):427-431
DOI 10.1590/S0100-72032013000900008
Crime e violência tornaram-se um problema de Saúde Pública. As mulheres grávidas não constituem exceção e ferimentos por arma de fogo ocupam um lugar importante como causa de trauma. Um fato importante é que as mulheres grávidas que sofrem um trauma são pacientes especiais, porque a gravidez provoca modificações fisiológicas e anatômicas importantes. O manejo dessas pacientes deve ser multidisciplinar, realizado pelo cirurgião geral, pelo obstetra e pelo neonatologista. No entanto, até mesmo centros de referência de trauma poderiam nem ter o pessoal nem a formação ideal para esses casos específicos. Neste contexto, apresentamos o seguinte caso.
Resumo
. ;:331-335
DOI 10.1590/S0100-72032013000700008
O tumor estromal esclerosante de ovário é uma neoplasia benigna extremamente rara, mais frequente em mulheres jovens e sem sintomas específicos na maioria dos casos. Menos de 150 casos foram descritos, dos quais 8 diagnosticados durante a gestação. Neste relato, documentamos a associação entre tumor estromal esclerosante de ovário, síndrome de Meigs e elevação dos níveis de CA-125 em gravidez a termo.