Resumo
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Comparar os resultados citológicos e histológicos de mulheres > 64 anos que seguiram as diretrizes nacionais brasileiras de rastreamento do câncer do colo do útero com aquelas que não as seguiram.
O presente estudo observacional retrospectivo analisou 207 resultados anormais de esfregaço cervical de mulheres > 64 anos de idade em uma cidade de médio porte no Brasil durante 14 anos. Todos os resultados foram relatados de acordo com o Sistema Bethesda. As mulheres foram divididas entre as que seguiram as diretrizes de rastreamento e as que não o fizeram.
Resultados citológicos com células escamosas atípicas de significado indeterminado e lesão intraepitelial escamosa de baixo grau foram encontrados em 128 (62,2%) casos. Destes, 112 (87,5%) repetiram a citologia com resultados positivos. Os outros 79 (38,1%) com resultados anormais deveriam ter sido encaminhados para colposcopia e biópsia. Das 41 (51,9%) mulheres biopsiadas, 23 (29,1%) tiveram diagnóstico confirmado de neoplasia ou lesão precursora. Em contrapartida, entre as 78 (37,7%) pacientes biopsiadas, 40 (51,3%) seguiram as recomendações da diretriz, com 9 (22,5%) biópsias positivas. Entre as 38 (48,7%) mulheres que não seguiram as orientações, houve 24 (63,1%) resultados positivos. As mulheres que não seguiram as diretrizes demonstraram maiores chances de câncer e lesões precursoras (odds ratio [OR]: 5,904; intervalo de confiança [IC] de 95%: 2,188–15,932; p = 0,0002).
Mulheres > 64 anos que não seguiram a diretriz nacional de rastreamento apresentaram diferenças significativas na frequência de resultados anormais e gravidade do diagnóstico em comparação com aquelas que seguiram a diretriz.
Resumo
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Avaliar a acurácia e aceitabilidade da auto-coleta utilizando um novo coletor - SelfCervix® - para a detecção de DNA de HPV.
Foram incluídas no estudo 73 mulheres com idade entre 25–65 anos que realizaram seu rastreamento regular do câncer de colo do útero entre Março e Outubro de 2016. Estas mulheres realizaram a auto-coleta, seguida de coleta profissional e as amostras foram analisadas paraa presença de DNA de HPV. Após, elas responderam um questionário sobre a experiência da auto-coleta.
As taxas de detecção de DNA de HPV por auto-coleta foram altas e similares as da coleta profissional. Sessenta e quatro (87,7%) pacientes responderam o questionário de experiência. A maioria (89%) considerou a auto-coleta confortável, e 82,5% preferiram o método comparado a coleta profissional. As razões citadas foram economia de tempo e conveniência. Cinquenta e uma (79,7%) mulheres confirmaram que recomendariam a auto-coleta.
Auto-coleta utilizando o novo coletor desenvolvido no Brasil não é inferior na detecção de DNA de HPV quando comparada a coleta profissional, e apresenta uma boa aceitabilidade pelas mulheres. Desta maneira, pode ser uma opção para alcançar populações que não realizam o rastreamento padrão.
Resumo
. ;:1032-1039
Determinar quantas pacientes realizaram o rastreamento puerperal para diabetes mellitus (DM) após diagnóstico de DM gestacional (DMG) e quais fatores estão relacionados com a sua realização.
Trata-se de um estudo com uma coorte prospectiva de 175 puérperas com diagnóstico de DMG. Informações sociodemográficas e clinico-obstétricas foram coletadas por meio de questionário, e solicitou-se a realização do rastreamento para DM às seis semanas de pós-parto. Após dez semanas, os pesquisadores contataram as pacientes por telefone com questões sobre a realização do rastreamento. As variáveis categóricas foram expressas em termos de frequências absoluta e relativa. A medida de associação foi o risco relativo com intervalo de confiança de 95% (IC95%), e valores de p ≤ 0,05 foram considerados estatisticamente significativos e testados por regressão logística.
A pesquisa foi concluída por 159 pacientes, 32 (20,1%) das quais fizeram o rastreamento puerperal. A idade média da amostra foi de 30,7 anos, e a maioria das pacientes eram brancas (57,9%), casadas (56,6%) e tinham 8 ou mais anos de escolaridade (72,3%). Cerca de 22,6% utilizaram medicações para tratamento da DMG, 30,8% eram portadoras de outras comorbidades, e 76,7% compareceram na consulta pós-natal. O comparecimento na consulta pós-parto, a utilização de medicamentos e a presença de comorbidades demonstraram associação com a realização do teste oral de tolerância à glicose no puerpério.
O rastreamento de DM após seis semanas de puerpério é baixo em mulheres com diagnóstico prévio de DMG. Pacientes que compareceram na consulta pós-parto, utilizaram medicações para tratamento da DMG, e eram portadoras de comorbidades foram as mais aderentes à realização do rastreamento puerperal. Necessitamos de estratégias para aumentar a abrangência da realização desse exame.
Resumo
. ;:203-208
Avaliar a prevalência da adesão aosmétodos de rastreamento dos cânceres de mama e de colo uterino em pacientes atendidas em um hospital universitário e investigar se conhecer alguém com câncer de mama e, o fato de este pertencer à família, modifica a adesão às recomendações de rastreamento.
Estudo transversal e quantitativo. Uma entrevista estruturada foi aplicada a uma amostra de 820 pacientes do sexo feminino, entre 20 e 69 anos, usuárias de um hospital universitário na cidade de Juiz de Fora, MG. Para a análise, o Teste Quiquadrado foi usado para avaliar a possibilidade de associação entre as varáveis, e o valor de significância foi determinado em valor-p ≤ 0,05 para um intervalo de confiança (IC) de 95%.
Mais de 95,0% da amostra realizava os exames de mamografia e colpocitologia; 62,9% relataram conhecer alguém que teve ou tem câncer de mama, sendo que este grupo realizou, com maior frequência, autoexame (64,9%; razão de prevalência [RP] 1,5; IC 95% 1,12-2,00), exame clínico (91,5%; RP 2,11; IC 95% 1,37- 3,36) e ultrassonografia das mamas (32,9%; RP 1,81, IC 95% 1,30-2,51) e consulta ao mastologista (28,5%; RP 1,98, IC 95% 1,38-2,82). Mulheres com história familiar de câncer de mama realizaramcommaior prevalência o autoexame das mamas (71,0%; RP 1,53 IC 95% 1,04-2,26).
A amostra apresentou elevada adesão aos métodos de rastreamento preconizados; conhecer alguém com câncer de mama pode tornar as mulheres mais sensíveis a essa questão, aumentando a realização de medidas não recomendadas para o rastreamento da população geral, como ultrassonografia das mamas e consulta com médico especialista; a história familiar possivelmente implica em um fator de preocupação adicional.
Resumo
. ;:147-153
Comparar a capacidade preditiva dotesteHPVcomoexame de Papanicolau para a detecção de lesões precursoras do câncer do colo do útero, em três anos de seguimento, numa população de usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS).
Estudo de coorte retrospectiva de 2.032 mulheres com resultados satisfatórios para exame de Papanicolaou e teste HPV, por captura híbrida de segunda geração, realizados em estudo prévio. Foi realizado seguimento durante 36 meses por meio da busca em prontuários, Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). O desfecho foi o diagnóstico histopatológico de neoplasia intraepitelial cervical grau 2 ou lesão mais grave (NIC2ş). Curvas de progressão foram construídas, para o período, utilizando o método de Kaplan-Meier, com base nos resultados dos exames na entrada do estudo; e estimadas a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo, e a razão de verossimilhança positiva e negativa, para cada teste.
Um total de 1.440 mulheres foram submetidas a pelo menos um exame no período de seguimento. As curvas de progressão demonstraram diferenças na capacidade de predição para NIC2ş conforme os resultados dos testes (p < 0,001), sendo expressivamente maior quando ambos os exames estavam alterados, seguido de ter apenas o teste HPV positivo. O teste HPV apresentou maior sensibilidade do que o exame de Papanicolau (88,7% e 73,6%, respectivamente; p < 0,05) emelhor razão de verossimilhança negativa (0,13 e 0,30, respectivamente). Já a especificidade e a razão de verossimilhança positiva foram semelhantes.
Os resultados sinalizam a importância da inclusão do teste HPV no rastreamento primário do câncer do colo do útero.
Resumo
. ;:65-70
Avaliar o desempenho dos laboratórios de citopatologia prestadores de serviço para o Sistema Único de Saúde (SUS) no estado de Minas Gerais, Brasil.
estudo descritivo combase nos dados obtidos do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero no período de janeiro a dezembro de 2012. Para avaliação da qualidade dos exames citopatológicos do colo do útero, foram analisados três indicadores de qualidade: índice de positividade, percentual de ASC (células escamosas atípicas) entre os exames alterados e percentual de exames compatíveis com HSIL (Lesão intraepitelial escamosa de alto grau). Os laboratórios foram classificados conforme escala de produção em:≤5.000; entre 5.001 e 10.000; entre 10.001 e 15.000 e 15.001. Após a coleta das variáveis e classificação dos laboratórios conforme escala de produção foi elaborado um banco de dados, o qual foi analisado por meio do programa Microsoft Office Excel 97-2003.
Em 2012, no estado de Minas Gerais, 146 laboratórios prestaram serviço para o SUS realizando um total de 1.277.018 exames citopatológicos do colo do útero. Metade desses laboratórios apresentou escala de produção≤5.000 exames/ano, e efetuaram 13,1% do total de exames do estado, por outro lado 13,7% dos laboratórios apresentaram escala de produção > 15.001 exames/ano e efetuaram 49,2% do total de exames do estado. O índice de positividade apresentado pela maioria dos laboratórios que prestaram serviço para o SUS no ano de 2012, independente de sua escala de produção, foi abaixo ou muito abaixo do recomendado. Dentre os 20 laboratórios que efetuaram mais de 15.001 exames por ano, somente três apresentaram o percentual de exames compatíveis com HSIL acima do recomendado pelo Ministério da Saúde.
Amaioria dos laboratórios prestadores de serviço para o SUS no estado de Minas Gerais apresentou indicadores de qualidade fora dos parâmetros recomendados pelo Ministério da Saúde.
Resumo
. ;:198-204
DOI 10.1590/S0100-7203201400050003
: Avaliar a adesão ao rastreamento para câncer do colo do útero em população assistida pela Estratégia Saúde da Família (ESF) e identificar as causas referidas da não adesão.
Estudo de prevalência seletiva sobre rastreamento para câncer do colo do útero entre mulheres assistidas pela ESF dos municípios de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, nove anos após a participação em estudo conduzido pelo Instituto Nacional de Câncer. Foram elegíveis apenas as mulheres que não tiveram diagnóstico de NIC II ou lesão mais grave na avaliação histopatológica, não se submeteram à histerectomia no período e ainda residiam nas comunidades. Foram identificados os locais, os resultados e os intervalos dos exames, as características socioeconômicas e demográficas, e as causas referidas de não adesão. Os resultados foram coletados por meio de entrevista e consulta a prontuários. Foi calculada a prevalência de adesão ao rastreamento e o teste qui-quadrado foi utilizado para comparar as proporções das variáveis estudadas e sua relação com os motivos referidos de atraso na realização dos exames.
Foram entrevistadas 764 mulheres, das quais 70,7% estavam com os exames atualizados. As causas referidas para não adesão à coleta dos exames foram: não percepção de risco (44,6%), barreiras sociais (26,3%), barreiras percebidas à ação (22,3%) e barreiras institucionais (21,4%). Estas foram proporcionalmente mais frequentes entre residentes de Nova Iguaçu do que de Duque de Caxias (p<0,01), exceto quanto às barreiras institucionais (p=0,19).
Apesar das dificuldades e barreiras apontadas pelas mulheres, observou-se boa adesão ao rastreamento do câncer do colo do útero. No entanto, há necessidade de treinamento dos profissionais para cumprimento das recomendações do Ministério da Saúde quanto à regularidade de exames e facilitação do acesso ao rastreamento.