Resumo
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Avaliar a efetividade de uma intervenção educativa entre ginecologistas de um hospital universitário a fim de capacitar o conhecimento científico das recomendações do projeto Aceleração da Recuperação Total Pós-operatória ACERTO, derivado das bases sólidas do protocolo Enhanced Recovery After Surgery (ERAS) para otimizar a assistência hospitalar de pacientes cirúrgico-ginecológicas.
Intervenção educativa por meio de reuniões mensais por 3 meses, com duração de 1 hora, com aplicação de questionário objetivo com questões de conhecimentos específicos do projeto ACERTO com fases antes e depois da intervenção, para profissionais ginecologistas, após aprovação do comitê de ética em pesquisas (CEP) e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) pelos participantes.
Dentre os 25 ginecologistas que aceitaram participar, a intervenção educativa se mostrou eficaz com diferença estatisticamente significante entre as fases antes e depois da intervenção para as principais recomendações do projeto ACERTO, como abreviação de jejum pré-operatório (p = 0.006), profilaxia de tromboembolismo venoso (p = 0.024), conhecimento e replicação do conhecimento do ACERTO (p = 0.006) e analgesia multimodal (p = 0.006).
Uma intervenção educativa, por meio de reuniões clínicas com exposição e discussão das recomendações do projeto ACERTO baseadas em evidências e derivadas do ERAS é eficaz para o conhecimento e possibilidade de aplicação prática de medidas como abreviação de jejum pré-operatório, analgesia multimodal e profilaxia de trombose entre ginecologistas.
Resumo
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Investigar os efeitos da abreviação do jejum pré-operatório, por meio de solução enriquecida comcarboidrato e proteína, na incidência de náuseas e vômitos no pós-operatório (NVPO) em cirurgias ginecológicas, população naturalmente de risco para esses episódios desagradáveis.
O presente estudo prospectivo randomizado duplo-cego foi realizado no Hospital e Maternidade Municipal Dr. Odelmo Leão Carneiro (HMMOLC), em Uberlândia, estado de Minas Gerais, Brasil, emparceria como Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP, pela diretoria do HMMOLC, registrado na Plataforma Brasil e na plataforma de Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos. Após assinatura do termo de consentimento, foram randomizadas 80 mulheres que se submeteram à cirurgia ginecológica, de janeiro a julho de 2016, em 2 grupos: grupo controle (n = 42) e grupo suco (n = 38) que receberam, respectivamente, 200 ml de solução inerte ou 200ml de líquido contendo carboidrato e proteína, 4 horas pré-cirurgia. Foram estudadas incidência, frequência e intensidade de NVPO por meio da Escala Visual Analógica (EVA), com análise estatística realizada pelo programa IBM SPSS Statistics for Windows, Versão 20.0 (IBM Corp, Armonk, NY, EUA).
A incidência de náuseas e vômitos foi mais baixa que a esperada na literatura para essa população, com 18,9% (14/74) para o grupo controle e 10,8% (8/74) para o grupo suco, respectivamente, sem diferença estatisticamente significante entre os grupos.
A incidência de náuseas e vômitos foi mais baixa do que na literatura; entretanto, não se pode afirmar que foi devido à abreviação de jejum. Essa medida pode trazer maior conforto com a possibilidade de prevenção de NVPO em pacientes de risco para esses eventos.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2012;34(6):274-277
DOI 10.1590/S0100-72032012000600006
OBJETIVO: Avaliar os resultados do tratamento da agenesia vaginal pela técnica cirúrgica de McIndoe-Bannister modificada e pela técnica de Frank. MÉTODOS: Este estudo retrospectivo foi conduzido com uma amostra de conveniência de 25 mulheres portadoras de agenesia vaginal em seguimento no Ambulatório de Ginecologia Infanto Puberal. Quinze mulheres foram submetidas à cirúrgica modificada de McIndoe-Bannister Grupo Cirúrgico e 10 fora tratadas com a técnica de Frank Grupo Frank. Para a análise comparativa entre essas duas amostras, foram considerados os seguintes parâmentros: vaginometria final, efeitos adversos e satisfação sexual após o tratamento. Esses dados foram obtidos por meio dos registros nos prontuários médicos. A satisfação sexual foi aferida por questão simples: como está sua vida sexual? RESULTADOS: Houve diferença em relação ao comprimento da vagina tanto naquelas submetidas à técnica de Frank (comprimento inicial 2,4±2,0 cm, após o tratamento 6,9±1,1 cm, p<0,0001), quanto naquelas submetidas à técnica cirúrgica (comprimento inicial 0,9±1,4 cm, após o tratamento 8,0±0,8 cm, p<0,0001). A vaginometria foi maior no Grupo Cirúrgico (Grupo Frank=7,0±0,9 cm versus Grupo Cirúrgico=8,0±0,8 cm, p=0,0005). Quarenta por cento do Grupo Cirúrgico tiveram complicações cirúrgicas. Não foram registradas complicações pela técnica de Frank. A satisfação sexual foi referida pela totalidade das pacientes. CONCLUSÃO: Os dados do presente estudo indicam que ambas as técnicas, cirúrgica e conservadora são eficientes para o tratamento da agenesia vaginal, resultando na construção da vagina favorável à realização do coito e com satisfação sexual. Os aspectos favoráveis da técnica de Frank estão relacionados com o baixo custo e baixos índices de complicações.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2008;30(1):31-35
DOI 10.1590/S0100-72032008000100006
OBJETIVO: avaliar a utilização do molde de látex natural (Hevea brasiliensis) como modificação à neovaginoplastia de McIndoe e Bannister em pacientes portadoras da síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH). MÉTODOS: análise retrospectiva de nove pacientes com o diagnóstico de síndrome de MRKH, submetidas à neovaginoplastia pela técnica de McIndoe e Bannister com molde de látex natural. Foram avaliadas epitelização, amplitude e profundidade das neovaginas, ocorrência de coitos bem como satisfação e complicações cirúrgicas. RESULTADOS: após cinco semanas do procedimento, oito pacientes apresentavam neovaginas epitelizadas, com profundidade de 7 a 12 cm. Houve um caso de estenose neovaginal completa em decorrência do uso incorreto do molde pela paciente no pós-operatório. Após seguimento mínimo de um ano, todas as pacientes mantinham neovaginas com profundidade de 4 a 8 cm e capacidade para o coito, com 66,7% de satisfação. Uma paciente apresentou fístula retovaginal precoce e episódios tardios de fistulização uretrovaginal. Duas pacientes apresentaram estenose distal das neovaginas a longo prazo. Uma delas e a paciente com fístulas foram submetidas a novo procedimento. CONCLUSÕES: o uso do molde de látex natural como modificação à técnica clássica de neovaginoplastia permitiu a criação de neovaginas morfológica e funcionalmente similares ao órgão normal em pacientes com estenose vaginal.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2007;29(3):120-125
DOI 10.1590/S0100-72032007000300002
OBJETIVO: apresentar uma técnica cirúrgica para pacientes submetidas ao parto cesáreo e que evoluem com hemorragia refratária ao uso de medicamentos. MÉTODOS: o critério de seleção das pacientes era falha do tratamento farmacológico no controle da hemorragia pós-parto e o desejo da paciente em preservar o útero. As pacientes foram submetidas ao parto cesáreo e evoluíram com hemorragia pós-parto imediata refratária ao uso de ocitocina, ergometrina e misoprostol. Aplicamos a técnica de sutura descrita por B-Lynch sem modificações. Com fio cromado catgut-2 ou poliglactina-1, transfixamos o útero em seis pontos, conforme padronização. Após compressão manual do útero realizada pelo assistente, o fio é tracionado pelas suas extremidades pelo cirurgião e é aplicado um nó duplo seguido de dois nós simples, para em seguida realizar-se a histerorrafia. RESULTADOS: utilizamos o fio cromado catgut-2 agulhado em três casos e poliglactina-1 agulhado em um. Nos quatro casos houve parada imediata do sangramento vaginal após aplicação da sutura. Não houve qualquer complicação durante a realização do procedimento e nem no puerpério imediato e tardio das quatro pacientes. CONCLUSÕES: esta técnica representa uma alternativa cirúrgica para o manejo da hemorragia pós-parto. Com sua aplicação relativamente fácil, rápida e segura, pode representar uma redução da morbimortalidade materna em nosso país.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2007;29(2):67-73
DOI 10.1590/S0100-72032007000200002
OBJETIVO: avaliar o ensino e a prática da histerectomia no Brasil nas diferentes regiões do país e compará-las com dados da literatura mundial. MÉTODOS: foram enviados questionários aos 132 Serviços de Residência Médica de Ginecologia e Obstetrícia do Brasil cadastrados pelo Ministério da Educação e Cultura em 2003. O mesmo continha nove questões sobre indicações em casos de doenças benignas, procedimentos operatórios, uso de antibioticoprofilaxia, fios para sutura da cúpula vaginal e complicações. Para a análise dos resultados, foram aplicados os testes de Friedman, Kruskal-Wallis e chi2, conforme a natureza das variáveis. RESULTADOS: nos 48,5% de questionários respondidos ou justificados (não-respostas), houve predomínio da região Sudeste (62%). A via operatória preferencial foi a abdominal, variando de 60 a 100% em média (p<0,001), seguida da via vaginal (10-40%) e da vídeo-assistida (6%). Em 94% dos Serviços, a via vídeo-assistida foi referida como não-empregada. A principal indicação de histerectomia foi a miomatose (60,4%; p<0,001), seguida de adenomiose (8,3%) e sangramento uterino anormal (7,5%). Quanto à antibioticoprofilaxia sistêmica, 94% dos Serviços utilizaram cefalosporina de primeira geração. Não houve diferença estatisticamente significante entre o emprego do fio de sutura no fechamento da cúpula vaginal (catgut® simples, catgut® cromado ou Vicryl®) e a formação de granuloma neste local. A principal complicação foi o granuloma de cúpula vaginal (p=0,002). CONCLUSÕES: as vias operatórias, as indicações, a antibioticoprofilaxia, os fios utilizados para a sutura da cúpula vaginal e as complicações das histerectomias foram similares nas diversas regiões do país e estão em consonância com a literatura mundial.