Resumo
. ;:059-064
Avaliar a soroprevalência de toxoplasmose entre puérperas atendidas em um hospital universitário terciário e o nível de compreensão dessas puérperas sobre toxoplasmose, transmissão vertical e sua profilaxia.
Para esse estudo transversal, foram avaliadas 225 pacientes utilizando entrevistas presenciais, documentação de pré-natal e prontuário eletrônico. Os dados foram armazenados usando o software Research Electronic Data Capture (REDCap). As taxas de prevalência foram estimadas pela presença de anticorpos IgG reativos contra o Toxoplasma gondii. A análise dos dados foi realizada por meio do teste do qui-quadrado e cálculo do odds ratio (OR). A sororreatividade ao T. gondii e as variáveis de exposição (idade, escolaridade e paridade) foram analisadas, utilizando-se intervalo de confiança (IC95%) e nível de significância de 5% (p < 0,05).
A taxa de soropositividade para T. gondii foi de 40%. Não houve associação entre soroprevalência e idade. A primiparidade foi fator de proteção contra a soropositividade e a baixa escolaridade foi fator de risco.
O conhecimento da infecção por T. gondii e suas formas de transmissão foi significativamente limitado, apresentando risco para toxoplasmose materna aguda e transmissão vertical desse protozoário. Aumentar o nível de escolaridade quanto ao risco de toxoplasmose durante a gravidez pode reduzir as taxas de infecção e transmissão vertical desse parasita.
Resumo
. ;:690-696
Avaliar a prevalência dos distúrbios hipertensivos, resultados perinatais (recém-nascidos pré-termo, recém-nascidos de baixo peso, índice de Apgar < 7 no 5° minuto e óbitos fetais) e as taxas de cesarianas nas gestantes internadas para assistência ao parto na Maternidade Hilda Brandão da Santa Casa de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG, Brasil, no período de 1° de março de 2008 a 28 de fevereiro de 2018.
Foi realizado um estudo analítico, observacional, longitudinal. Os grupos selecionados para comparação foram gestantes com e sem distúrbios hipertensivos. Do total de 36.724 gestantes, 4.464 foram diagnosticadas com distúrbios hipertensivos e 32.260 não apresentavam distúrbios hipertensivos.
A prevalência dos distúrbios hipertensivos foi de 12,16%; Os resultados perinatais e as taxas de cesarianas entre os 2 grupos de gestantes com e sem distúrbios hipertensivos foram: recém-nascidos pré-termo (21,70% versus 9,66%; odds ratio [OR] 2,59; intervalo de confiança [IC] 95%, 2,40-2,80; p < 0,001); recém-nascidos de baixo peso (24,48% versus 10,56%; OR 2,75; IC 95%, 2,55-2,96; p < 0,001); índice de Apgar < 7 no 5° minuto (1,40% versus 1,10%; OR 1,27; IC 95%, 0,97-1,67; p = 0,084); fetos mortos diagnosticados previamente ao parto (1,90% versus 0,91%; OR 2,12; IC 95%, 1,67-2,70; p < 0,001); taxas de cesarianas (60,22% versus 31,21%; OR 3,34; IC 95%, 3,14-3,55; p < 0,001).
Os distúrbios hipertensivos estão associados a maiores taxas de cesarianas, ao maior risco de recém-nascidos pré-termo, recém-nascidos de baixo peso e a um maior risco de óbitos fetais.
Resumo
. ;:12-18
Avaliar a prevalência de diabetes mellitus gestacional, e dos principais fatores de risco associados, em população usuária do Sistema Único de Saúde em Caxias do Sul-RS.
Um estudo descritivo, transversal e retrospectivo foi feito. As variáveis maternas foramcoletadas de registros de prontuários de todas gestantes atendidas nas Unidades Básicas de Saúde do município em 2016. A identificação de hiperglicemia na gestação (diabetes pré-gestacional, diabetes identificado durante a gestação e diabetes mellitus gestacional) foi feita pela avaliação dos resultados do teste oral de tolerância com 75 g glicose, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Com base nesses dados, as gestantes foram separadas em dois grupos: o grupo com diabetes gestacional e o grupo sem diabetes gestacional.
A prevalência estimada de diabetes gestacional em 2.313 gestantes foi de 5,4% (intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 4,56-6,45). Gestantes com 3 ou mais gestações apresentaram chance 2 vezes maior para a ocorrência de diabetes gestacional, quando comparadas às primigestas (razão de possibilidades [RP]=2,19; IC95%: 1,42- 3,37; p<0,001). Gestantes com idade de 35 anos ou mais apresentaram chance três vezes maior do que as mais jovens (RP=3,01; IC95%: 1,97-4,61; p<0,001). A chance de desenvolver diabetes gestacional em gestantes com sobrepeso foi 84% maior do que a das comíndice demassa corporal inferior a 25 kg/m2 (RP=1,84; IC95%: 1,25-2,71; p=0,002). A análise de regressão multivariada mostrou sobrepeso e idade materna como variáveis com associação independente.
Nesta população, a prevalência de diabetes mellitus gestacional foi de 5,4%. Idade materna e sobrepeso pré-gestacional foram fatores preditivos para diabetes gestacional.
Resumo
. ;:555-563
Determinar a prevalência e fatores associados de disfunção sexual emgestantes.
Estudo descritivo, transversal, incluindo 262 gestantes com idade de 18 anos ou mais, e idade gestacional entre 10 e 35 semanas. Mulheres com infecção de trato urinário e gestação de alto risco foram excluídas. O Inventário de Resposta Sexual na Gestação (Pregnancy Sexual Response Inventory, PSRI) foi utilizado. Procedeu-se à análise univariada, e as comparações entre as médias dos domínios de função sexual foram avaliadas pelo teste t de Student. Associações entre as variáveis dependentes e independentes foram determinadas por teste do qui-quadrado. Também estimou-se a razão de prevalência, com intervalo de confiança de 95%, e realizou-se análise multivariada.
Um total de 64,9% das mulheres relataram diminuição na frequência de atividade sexual durante a gravidez. Pouco mais da metade das mulheres (50,8%) estavam satisfeitas, e a excitação foi relatada como excelente/boa por 30,5% delas. A frequência de dificuldades/disfunções sexuais aumentou com a gravidez, subindo de 5,7% para 58,8%, e dor na relação sexual foi relatada por 45,8% delas. Ter Ensino Superior diminuiu em 50% a chance de insatisfação sexual. O escore total do PSRI diminuiu significativamente entre o período pré-gestacional (escore médio = 89,8, “excelente”) e o período gestacional (escore médio = 59,2, “bom”).
O escoremédio da função sexual durante a gestação foi classificado como bom, embora a maioria das gestantes tenha relatado pelo menos um tipo de alteração nos domínios da função sexual. O relato de insatisfação foi mais frequente nas mulheres de baixa escolaridade.
Resumo
. ;:155-163
Avaliar o perfil clínico epidemiológico de mulheres com suspeita de Depressão Pós-Parto em uma maternidade pública de referência de Salvador, no estado da BA.
Estudo transversal, realizado com puérperas atendidas em uma maternidade pública de referência de Salvador, BA. A coleta de dados foi realizada de junho até setembro de 2017. Utilizou-sea escala de Edimburgo como instrumento, e, posteriormente, as mulheres com escore positivo responderam a um questionário para a identificação do seu perfil clínico e epidemiológico.
Das 151 puérperas pesquisadas, 30 (19,8%) apresentaram suspeita de depressão pós-parto. Predominaram as puérperas solteiras 13 (43,3%), com ensino médio completo 15 (50,0%), cor da pele preta 14 (46,7%), e aquelas com renda familiar mensal de até um salário mínimo 18 (40,0%).
Ainda que a depressão pós-parto seja uma enfermidade subdiagnosticada, neste estudo verificou-se uma elevada prevalência da condição. Considera-se, então que estes resultados reforçam o seu significado como problema de saúde pública, exigindo estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento efetivo.
Resumo
. ;:376-383
Descrever tendências nas prevalências de macrossomia (peso ao nascer ± 4.000 g) segundo idade gestacional no Brasil em 2001-2010 e em 2012-2014.
Estudo ecológico com dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), incluindo bebês nascidos vivos a partir de 22 semanas, de gestações únicas. As tendências no Brasil como umtodo e nas suas cinco regiões foramanalisadas nos estratos pré-termo (22-36 semanas de gestação) e termo (37-42 semanas de gestação). Mudanças percentuais anuais (APCs) baseadas nos modelos de regressão propostos por Prais-Winsten e intervalos de confiança (ICs) de 95% foram calculados para verificar diferenças estatisticamente significantes no período 2001-2010.
No Brasil, a prevalência de macrossomia foi de 5,3% (2001-2010) e 5,1% (2012-2014). As frequências foram sistematicamente maiores nas regiões Norte e Nordeste, tanto no pré-termo quanto no termo. No pré-termo, a região Norte apresentou a variação mais importante na prevalência de macrossomia (+137,5%) quando comparados o ano de 2001 (0,8%) e o de 2010 (1,9%). No termo, tendências declinantes foram observadas no Brasil e em todas as suas regiões. As tendências em 2012-2014 foram mais heterogêneas, com frequências maiores do que aquelas observadas em 2001-2010. As APCs no estrato pré-termo (2001-2010) mostraram que as mudanças foram estatisticamente significantes no Norte (APC: 15,4%; IC95%: 0,6-32,3) e no Sul (APC: 13,5%; IC95%: 4,8-22,9). No termo, a mudança ocorreu apenas no Norte (APC: -1,5%; IC95%: -2,5--0,5).
A prevalência de macrossomia no Brasil foi maior do que 5,0%. A macrossomia tem implicações potencialmente negativas para a saúde da criança e do adulto, e merece mais atenção das políticas de saúde pública no Brasil, bem como mais apoio para investigação e intervenção.
Resumo
. ;:293-300
verificar a prevalência de sintomas depressivos e suas associações com características sociais, psicológicas, comportamentais e obstétricas em mulheres grávidas.
trata-se de estudo transversal. A amostra constou de 375 grávidas atendidas no ambulatório de pré-natal de duas maternidades públicas localizadas na cidade de Goiânia. Para a comprovação dos sintomas depressivos, empregou-se a Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS). Foi realizada análise estatística descritiva com auxílio dos programas CDC EPI-INFO(tm), versão 7.1.5, e Statistical Package for Social Sciences (IBM SPSS), versão 21.0.
apresentaram prováveis sintomas depressivos e possíveis sintomas depressivos 15,47% e 25,33% das entrevistadas, respectivamente. A análise bivariada demonstrou associação significante entre "sintomas depressivos" e as seguintes variáveis: "solteira ou separada" (razão de prevalência, RP =2,08; intervalo de confiança, IC95% = 1,26-3,44); "atividade física na gestação" (RP = 3,96; IC95% = 1,28-12,31); submissão a "violência psicológica/emocional" (RP = 4,74; IC95% = 2,94-7,64); "problema mental prévio" (RP = 2,66; IC95% = 1,49-4,73) e "complicações obstétricas na gestação atual" (RP = 2,53; IC95% = 1,55-4,13). A análise multivariada confirmou associação desses sintomas depressivos com as variáveis "sofreu violência psicológica/emocional" (odds ratio, OR = 5,821; IC95% = 2,939- 11,528); "atividade física na gestação" (OR = 3,885; IC95% =1,060-14,231); "complicações obstétricas na gestação atual" (OR = 2,442; IC95% = 1,233-4,834); e "solteira ou separada" (OR = 2,943; IC95% = 1,326-6,533).
a prevalência de sintomas depressivos entre as grávidas é de 15,47%, e a violência emocional é o principal fator associado à depressão gestacional.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(8):353-358
DOI 10.1590/SO100-720320140005009
Avaliar a prevalência de infecção por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae em mulheres submetidas à reprodução assistida em um serviço público de referência da região Centro-Oeste do Brasil.
Estudo transversal com 340 mulheres com idade entre 20 e 47 anos, histórico de infertilidade, submetidas às técnicas de reprodução assistida. Foram analisadas as infecções por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae detectadas em amostras de urina pela técnica de PCR e o perfil da infertilidade. Utilizou-se o teste do χ ou o teste exato de Fisher para avaliar a associação entre a infecção e as variáveis.
Observou-se prevalência de 10,9% das mulheres com infecção por Chlamydia trachomatis, sendo que houve coinfecção por Neisseria gonorrhoeae em 2 casos. Mulheres infectadas por Chlamydia trachomatis apresentaram mais de 10 anos de infertilidade (54,1%; p<0,0001). O fator tubário foi a principal causa nos casos com infecção (56,8%; p=0,047). A obstrução tubária foi encontrada em 67,6% dos casos com infecção positiva (p=0,004).
Houve associação da obstrução tubária com a infecção por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, reforçando a necessidade de estratégias efetivas para detecção precoce das doenças sexualmente transmissíveis, principalmente em mulheres assintomáticas em idade fértil.