Resumo
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A adolescência é caracterizada por significativas mudanças biológicas e psicológicas. Durante esse período, o aumento da produção de andrógenos leva ao aumento do comportamento sexual e isso pode contribuir para o início precoce da atividade sexual. Os objetivos do presente estudo transversal de adolescentes matriculados em escolas estaduais da cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, foram determinar a idade média na primeira relação sexual (sexarca), o número médio de parceiros sexuais e a frequência de uso de contraceptivos e preservativos. Informações sobre idade na sexarca, número de parceiros sexuais, uso de diferentes métodos contraceptivos e uso de preservativo foram obtidas por meio de um questionário semiestruturado. As variáveis quantitativas são expressas como média e desvio padrão (DP) e as variáveis qualitativas como frequências absolutas e relativas. O teste do qui-quadrado foi usado para comparações de variáveis qualitativas e o teste t de Student para comparações de variáveis contínuas. Todas as análises estatísticas foram realizadas no SAS (version 9.4, North Carolina State University, USA). Foram avaliados 202 estudantes que responderam ao questionário, 69 do sexo masculino (36,36%) e 133 do feminino (63,64%). A idade de sexarca para homens variou de 7 a 18 anos e para mulheres de 7 a 17 anos. Quarenta e oito meninas (36,01%) e 21 meninos (30,43%) cursavam o primeiro ano do ensino médio, 66,94% dos adolescentes relataram relações sexuais e 56,25% usaram camisinha durante a primeira relação sexual. Um total de 36,72% dos estudantes afirmou ter praticado sexo seguro a maior parte do tempo e 83,59% disseram que a primeira relação sexual aconteceu porque “tinham uma queda por” a outra pessoa.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2015;37(10):486-491
DOI 10.1590/SO100-720320150005347
Verificar a adesão à dupla contracepção entre mulheres infectadas pelo HIV usando acetato de medroxiprogesterona de depósito (AMPD) e condom.
Corte transversal realizado em centro de referência de dezembro 2013 a setembro 2014. Entrevistadas 114 mulheres HIV (+), 15 a 49 anos, em uso de AMPD e condom para contracepção, aplicando questionário clínico epidemiológico, construído após painel Delphi e validação de conteúdo.
As médias foram de 33,2±7,2 anos de idade, 8,1±5,2 anos de detecção do HIV, 6,8±5 anos de uso de terapia antirretroviral (TARV) e 737,6±341,1 células CD4/mm. Adquiriram HIV pelo sexo 98,2% (112/114). Identificadas 85,9% (98/114) usuárias de TARV e 77,7% (84/114) com CD4>500/mm. Relato de parceria fixa em 78,9% (90/114), havendo sorodiscordância para HIV em 41,2% (47/114), status sorológico do parceiro desconhecido em 21,9% e o parceiro desconhece que era infectada em 37,7% (43/114). Última gestação não planejada referida por 71,9% (82/114). Engravidaram no último ano 14,9%, sendo 70,5% (12/17) não planejadas. Relato de uso atual de AMPD em 64,9% (74/114) com sangramento genital em 48,2% (55/114) e ganho de peso em 67,5% (77/114). O uso de condom masculino foi referido por 62,2% (71/114). Três usuárias de condom feminino sempre e dez eventualmente. Tinham sexo desprotegido vaginal 37,7% (43/114) e anal, 32,4% (37/114). Relato de resistência do parceiro para usar preservativo em 30,7% (35/114). A dupla contracepção com AMPD e condom foi relatada por 42,9% (49/114). Resistência do parceiro para usar condom foi associada com má adesão (RP=0,3; IC95% 0,2-0,7; p<0,001). Parceiro desconhecer a infecção da parceira pelo HIV favoreceu a adesão (RP=1,8; IC95% 1,2-2,7; p=0,013).
Neste estudo, adesão à dupla contracepção com AMPD e condomfoi de 42,9%, mantendo gestações não planejadas e sexo desprotegido. Resistência do parceiro para usar condom aumenta três vezes a chance de a mulher não aderir à dupla proteção e parceiro desconhecer a infecção da mulher quase duplica a chance de ela aderir. Metas: ampliar oferta de novos contraceptivos e envolver parceiros na contracepção e testagem.