Resumo
. ;:154-160
Analisar o perfil das mulheres que aceitaram e recusaram a inserção do dispositivo intrauterino (DIU) de cobre no pós-parto imediato e conhecer as motivações relacionadas à recusa ao método.
Estudo transversal com 299 gestantes, as quais foram informadas sobre a possibilidade de inserir o DIU de cobre imediatamente após o parto e questionadas sobre o interesse em adotar ou não este contraceptivo. Todas as participantes responderam a um questionário com informações pertinentes às propostas do presente estudo. O tamanho da amostra foi limitado ao número de dispositivos disponíveis para o presente estudo.
Um total de 560 mulheres foram convidadas a participar do estudo, dentre as quais 299 aceitaram. Das 299 participantes, 175 aceitaram o DIU e 124 recusaram. Conforme aumentou o número de gestações, maior foi a taxa de aceitação do DIU (p=0,002), principalmente quando comparados os grupos de mulheres com 1 e ≥ 4 gestações (p=0,013). Quanto ao desejo de ter mais filhos, as mulheres que planejavamtermais filhos tiveram maior chance de recusar o dispositivo do que as que não planejavam (p<0,001).
Mulheres com múltiplas gestações e sem desejo de ter mais filhos apresentaram maior probabilidade de aceitar o DIU. O perfil das que recusaram foi primeira gravidez e desejo de ter mais filhos. Dentre os trêsmotivosmais frequentes de rejeição do DIU relatados, duas respostas se destacaram: a falta de justificativa específica e o desejo de ter mais filhos.
Resumo
. ;:67-73
Determinar a prevalência de intervalo inadequado de nascimento e seus fatores associados no estudo BRISA.
Estudo transversal com dados da coorte BRISA. O intervalo de nascimento foi categorizado em “adequado” (≥ 2 anos ou < 5 anos entre os nascimentos), “intervalo curto” (< 2 anos) e “intervalo longo” (≥ 5 anos). A análise dos fatores associados aos intervalos de nascimento curtos e longos utilizou regressão logística multinomial.
A prevalência de intervalos adequados de nascimento foi de 48,3%, longa de 34,6% e curta de 17,1%. A cor da pele, idade, escolaridade, status econômico, tipo de parto, número de consultas pré-natais, paridade, pressão arterial, diabetes e anemia (valor-p < 0,2 na análise univariada) prosseguiram para o modelo final. A variável ≥ 3 nascimentos (odds ratio [OR] = 1,29; intervalo de confiança [IC]: 1,01–1,65) esteve associada a intervalos curtos. Idade < 20 anos (OR = 0.48; CI: 0.02–0.12) ou ≥ 35 anos (OR = 2.43; CI: 1.82–3.25), ≥ 6 consultas pré-natais (OR = 0.58; CI: 0.47–0.72), ≥ 3 nascimentos (OR = 0.59; CI: 0.49–0.73), e diabetes gestacional (OR = 0.38; CI: 0.20–0.75) foram associados a longos intervalos.
As mães mais velhas apresentaram maior probabilidade de ter longos intervalos de nascimento, e uma paridade maior aumenta as chances de intervalos curtos de nascimento. Além disso, o diabetes gestacional e o pré-natal adequado apresentaram maiores chances de ter um intervalo adequado ao nascimento, indicando que a assistência à saúde durante a gravidez é importante para incentivar um intervalo adequado entre as gestações.
Resumo
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Avaliar a adesão e o grau de satisfação de nuligestas emulheres com partos anteriores usuárias do dispositivo intrauterino (DIU).
Realizamos um estudo de corte transversal comparando-se um grupo de nuligestas commulheres com partos anteriores que tinham sido submetidas à inserção do DIU no período de julho de 2009 a novembro de 2011. Foram incluídas 84 nuligestas e 73mulheres compartos anteriores. Uma entrevista foi realizada comas mulheres que concordaram em participar por meio de contato telefônico. Para se verificar as diferenças entre os dois grupos foram utilizados os testes t de Student e Mann- Whitney para as variáveis numéricas, e os testes qui-quadrado de associação e exato de Fisher, quando pertinente, para as variáveis categóricas. Realizou-se análise de sobrevivência de Kaplan-Meyer para continuidade do uso do DIU. Adotou-se o nível de significância de 5%.
As nuligestas apresentaram escolaridade (mediana: 12 anos) superior às mulheres com um ou mais partos anteriores (mediana: 10 anos). Não houve diferença entre as nuligestas e mulheres comparto anterior em relação à informação sobre o uso do dispositivo intrauterino (DIU), uso prévio de outrosmétodos contraceptivos,motivo da escolha do DIU como método contraceptivo atual, motivos para descontinuidade, efeitos colaterais, adesão e grau de satisfação. A continuidade do uso do dispositivo intrauterino foi diminuída como passar do tempo emambos os grupos e sem diferença significativa (p = 0,4).
A adesão, o grau de satisfação e a continuidade do uso do DIU entre as nuligestas e mulheres com parto anterior são semelhantes, sugerindo que o DIU pode ser recomendado para mulheres que nunca engravidaram.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2011;33(7):143-149
DOI 10.1590/S0100-72032011000700005
OBJETIVO: Verificar os principais métodos anticoncepcionais adotados por mulheres usuárias dos setores público e privado de saúde no município de Aracaju (SE), com enfoque secundário para orientações de uso e razões para eventual interrupção destes. MÉTODOS: Estudo transversal, no qual foram incluídas 210 mulheres, 110 atendidas no serviço público e 100, no privado. Os dados foram obtidos através de aplicação de questionário às pacientes com vida sexual ativa e que concordaram em assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. Para análise estatística utilizou-se o programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 15.0, aplicando-se os testes do , para variáveis categóricas, e t de Student, para amostras independentes. RESULTADOS: A prevalência global do uso de métodos anticoncepcionais neste estudo foi de 83,3%. Os principais métodos utilizados em ambos os setores, respectivamente público e privado, foram os hormonais (41 e 24%, p=0,008) e os definitivos (20 e 26%, p=0,1). O uso de preservativo masculino apresentou frequência de 17,3% para o setor público e 12% para o setor privado, não havendo diferença significativa (p=0,12). Receberam orientação médica quanto ao uso correto do método escolhido e/ou indicado 37,3% das usuárias do setor público e 48% do setor privado, sendo a interrupção do uso de métodos anticoncepcionais de 14,5%, no setor público e 12%, no privado, principalmente devido a efeitos colaterais e pelo desejo de engravidar. CONCLUSÕES: Os principais métodos anticoncepcionais adotados pelas usuárias dos setores públicos e privados foram anticoncepcionais hormonais e contracepção definitiva. Vale frisar a baixa frequência de uso de preservativo masculino nos dois grupos estudados.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2009;31(5):235-240
DOI 10.1590/S0100-72032009000500006
OBJETIVO: estudar a prevalência de infecções por Chlamydia trachomatis (CT) e Neisseria gonorrhoeae (NG) entre mulheres adolescentes e jovens em ambulatório de planejamento familiar. MÉTODOS: um total de 230 mulheres com idade menor ou igual a 24 anos e antecedente de até quatro parceiros sexuais foram acompanhadas por até 48 meses, com coletas de urina para pesquisa de CT e NG pelo método da reação em cadeia da polimerase nos meses 1, 12, 24, 36 e 48. As variáveis estudadas foram faixa etária, escolaridade, estado marital, número de gestações, abortos e filhos vivos, idade de início da vida sexual, uso anterior e atual de condom, uso anterior de dispositivo intrauterino, número de parceiros nos últimos seis meses e tempo de seguimento. Realizou-se análise bivariada das variáveis segundo os testes positivos para CT e NG e análise múltipla por regressão logística. RESULTADOS: a frequência de infecções por CT foi de 13,5% e por NG de 3%, duas mulheres apresentaram ambos os testes positivos. O antecedente de uso de dispositivo intrauterino foi associado aos testes positivos para NG. CONCLUSÕES: as prevalências de infecção por CT e NG foram altas na faixa etária estudada e o rastreamento de mulheres jovens deve ser considerado em nossos serviços para controle da disseminação e prevenção de sequelas das doenças sexualmente transmissíveis.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2008;30(2):55-60
DOI 10.1590/S0100-72032008000200002
OBJETIVO: comparar duas estratégias de acesso à anticoncepção de emergência (AE): informação e informação com entrega antecipada do método, e sua relação com o uso deste método e com o uso regular de anticoncepcionais. MÉTODOS: DE AGosto de 2004 a janeiro de 2005, foram recrutadas voluntárias de 18 a 49 anos, atendidas em clínicas de saúde reprodutiva em seis cidades brasileiras. Os sujeitos foram distribuídos aleatoriamente no grupo que recebeu informação (Grupo Controle) ou no grupo que recebeu informação e entrega antecipada (Grupo Medicado). Houve visitas de seguimento em quatro e oito meses. Para a análise estatística, foram usados os testes de Person e McNemar. RESULTADOS: dos 823 sujeitos recrutados, 407 completaram os oito meses de observação e constituíram a amostra para análise. A maioria dos sujeitos (61%) não usou AE. Os sujeitos do Grupo Medicado usaram mais AE (57%) do que os do Grupo Controle (18%), e o fizeram mais precocemente em relação ao tempo desde a relação sexual desprotegida. Houve aumento significativo no uso regular de anticoncepcionais entre os sujeitos que usaram AE do Grupo Medicado (88% versus 97%) e uma redução sem significado estatístico no Grupo Controle. CONCLUSÕES: informação e entrega antecipada ampliaram o acesso e uso da AE e não reduziram o uso regular de anticoncepcionais, incluindo preservativos.