Resumo
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Determinar as indicações e os desfechos das histerectomias periparto realizadas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre nos últimos 15 anos, bem como analisar as características clínicas das mulheres submetidas a esse procedimento.
Estudo transversal de 47 histerectomias periparto realizadas no período de 2005 a 2019.
Em nosso hospital, as histerectomias periparto foram indicadas principalmente por acretismo placentário ou sua suspeita (44,7% dos casos), hemorragia puerperal sem acretismo placentário (27,7%), e infecção (25,5%). Histerectomias totais corresponderam a 63,8% dos casos, e não encontramos diferença entre histerectomia total e subtotal para os desfechos estudados. Amaioria das histerectomias foi realizada dentro de 24 horas após o parto, o que estava associado a acretismo placentário, placenta prévia, e idade materna mais avançada.
A maioria (66,0%) das mulheres necessitou de internação em unidade de terapia intensiva (UTI); aquelas que não necessitaram eram significativamente mais velhas, e tinham mais acretismo placentário, placenta prévia, ou cesárea prévia.
Resumo
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Vasa previa (VP) é uma condição obstétrica perigosa associada a mortalidade e morbidade perinatais. Fertilização in vitro (FIV) é um fator de risco para VP devido à alta incidência de placentação anormal. O diagnóstico deve ser realizado no período pré-natal, pois a possibilidade de mortalidade fetal é extremamente elevada. Relatamos dois casos para demonstrar a acurácia da ultrassonografia transvaginal no diagnóstico pré-natal de VP. Mulher caucasiana, primigesta, de 40 anos, submetida a FIV, foi diagnosticada com VP na 29ª semana de gestação e hospitalizada para observação na 31ª semana de gestação. A paciente foi submetida à cesariana eletiva com 34 semanas e 4 dias, sem complicações, com recém-nascido do sexo masculino, pesando 2.380 g, e com Apgar de 10 no 5° minuto. Mulher caucasiana, primigesta, de 36 anos, subetida a FIV, foi diagnosticada com placenta prévia, placenta bilobada, acretismo placentário e VP. Cordão umbilical com inserção velamentosa. A paciente foi hospitalizada para observação na 26ª semana de gestação. Foi submetida à cesariana de emergência com33 semanas e 4 dias por sangramento vaginal. O recém nascido do sexo feminino pesou 2.140 g, com Apgar de 9 no 5°minuto. O diagnóstico de VP no período pré-natal associou-se a um desfecho favorável nos dois casos, corroborando observações anteriores de que a FIV é um fator de risco para VP e de que todas as gestações por FIV deveriam ser avaliadas por ultrassonografia transvaginal.
Resumo
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Avaliar e comparar a sensibilidade e especificidade da ultrassonografia e da ressonância magnética no diagnóstico do acretismo placentário em pacientes com placenta prévia.
Estudo de coorte retrospectivo com 37 mulheres, sendo 16 com acretismo placentário, realizado de janeiro de 2013 a outubro de 2015. Considerou-se padrãoouro para o diagnóstico de acretismo placentário o exame anatomopatológico, sendo que, na sua ausência, a descrição do achado intraoperatório. As associações entre variáveis foram investigadas utilizando o teste qui-quadrado de Pearson e o teste U de Mann-Whitney.
A idade média foi de 31,8 ± 7,3 anos, o número médio de gestações foi de 2,8 ± 1,1, o número médio da quantidade de partos foi de 1,4 ± 0,7, e o número médio de cesáreas prévias foi de 1,2 ± 0,8. O grupo do acretismo placentário apresentou antecedente de cesariana mais frequentemente do que o grupo sem acretismo (63,6% versus 36,4%, respectivamente; p < 0,001). A idade gestacional no parto em mulheres com diagnóstico de placenta prévia com acretismo foi de 35,4 ± 1,1 semanas. O peso ao nascer médio foi de 2.635,9 ± 374,1 g. A sensibilidade do ultrassom foi de 87,5%, comvalor preditivo positivo (VPP) de 65,1%, e valor preditivo negativo (VPN) de 75,0%. Para a ressonância magnética, a sensibilidade foi de 92,9%, com VPP de 76,5% e VPN de 75,0%. O índice kappa para concordância entre os dois testes foi de 0,69 (intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 0,26-1,00).
O ultrassom e a ressonância magnética apresentaram sensibilidade e especificidade semelhantes no diagnóstico do acretismo placentário.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2012;34(1):34-39
DOI 10.1590/S0100-72032012000100007
OBJETIVO: Comparar os resultados maternos e perinatais de pacientes portadoras de placenta prévia, após adoção do internamento materno prolongado, com os de uma série histórica ocorrida em 1991. MÉTODOS: Estudo retrospectivo comparando 108 casos da doença - em pacientes hospitalizadas em uma instituição de ensino do estado do Ceará, nordeste do Brasil, no período de primeiro de janeiro de 2006 a 31 de dezembro de 2010 - com 101 casos ocorridos em 1991, na mesma instituição. Os seguintes dados maternos e perinatais foram coletados: idade materna, paridade, idade gestacional no momento do parto, via de parto, tempo de internamento materno, escores de Apgar ao primeiro e quinto minutos, peso ao nascimento, adequação do peso ao nascer, tempo de hospitalização neonatal, morbidade materna e neonatal e mortalidades (materna, fetal, neonatal e perinatal). As variáveis categóricas foram analisadas utilizando-se os testes do χ² de associação e exato de Fischer. Os resultados foram considerados significativos quando p<0,05. RESULTADOS: Em 1991, 1,1% dos casos (101/8.900) apresentou placenta prévia. No presente estudo, a prevalência foi de 0,4% (108/24.726). Nenhuma morte materna foi observada nas duas séries. Em relação às pacientes de 1991, as da série atual foram significativamente mais jovens, com menor paridade e ficaram mais tempo internadas. Para os resultados perinatais observaram-se melhores índices de Apgar ao primeiro e quinto minutos, maior tempo de internamento neonatal e redução das mortalidades fetal, neonatal e perinatal. CONCLUSÃO: Os resultados perinatais, em pacientes com placenta prévia, foram significativamente melhorados entre o ano de 1991 e os anos de 2006 e 2010. Não podemos afirmar, entretanto, ter sido esta melhora necessariamente decorrente do maior tempo de internamento materno.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2001;23(7):417-422
DOI 10.1590/S0100-72032001000700002
Objetivo: investigação dos fatores de risco associados ao acretismo em pacientes com placenta prévia (PP). Métodos: foi realizada uma análise retrospectiva caso-controle de todos os prontuários de pacientes com diagnóstico de PP que tiveram seus partos na Maternidade Escola Vila Nova Cachoeirinha (São Paulo) entre 1986 e 1998. O grupo com acretismo foi comparado ao grupo sem acretismo quanto à idade, paridade, antecedentes de abortamentos, curetagens e cesarianas, o tipo de PP e a área predominante de inserção placentária. Para avaliar a associação entre a variável dependente (acretismo placentário) e as variáveis independentes (características maternas e placentária) foram utilizados o teste do chi², análise univariada e multivariada, considerando-se significantes os valores de p < 0,05. Resultados: o levantamento de 245 casos de PP evidenciou que os fatores de risco, significativamente associados ao acretismo, foram o tipo de PP centro-total (odds ratio (OR): 2,93) e o antecedente de duas ou mais cesarianas (OR: 2,54). Utilizando estes resultados foi possível construir um modelo preditivo para a probabilidade de ter acretismo, segundo o qual uma paciente com PP centro-total e duas ou mais cesáreas teria uma probabilidade de 44,4% de apresentar acretismo placentário. Conclusões: os resultados deste estudo podem ajudar o obstetra a classificar suas gestantes com PP em diferentes categorias de risco para o acretismo, o que possibilita a adoção de medidas apropriadas para lidar com possíveis complicações no parto daquelas pacientes com maior risco de acretismo.