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Original Article
Autocuidado e atenção à saúde em puérperas com obesidade: Um estudo qualitativo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(1):19-25
27/03/2020
Resumo
Original ArticleAutocuidado e atenção à saúde em puérperas com obesidade: Um estudo qualitativo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(1):19-25
27/03/2020Visualizações70Ver maisResumo
Objetivo
Explorar as vivências de mulheres com obesidade sobre o autocuidado e os cuidados recebidos da família e da equipe de saúde após o parto.
Métodos
Estudo clínico-qualitativo realizado no Ambulatório de Revisão Puerperal do Hospital da Mulher da Universidade Estadual de Campinas, Brasil. A amostra foi selecionada de acordo com os critérios de saturação, com 16 mulheres com obesidade até 6 meses após o parto.
Resultados
A análise de conteúdo compreendeu três categorias: 1) autocuidado pósnatal; 2) apoio familiar para a mulher após o parto; e 3) atenção do serviço de saúde à mulher com obesidade no pós-parto.
Conclusão
Asmulheres comobesidade necessitamde acolhimento e do apoio da equipe de saúde e de suas famílias após o parto, quando são absorvidas pelo cuidado exaustivo do recém-nascido. Este estudo revela o quão importante é para os profissionais de saúde ampliar sua percepção e cuidado após o parto às mulheres comobesidade para que estas possam melhorar sua qualidade de saúde e de vida.
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Original Articles
Conhecimento, atitude e prática dos obstetras brasileiros em relação à episiotomia
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(11):636-646
20/12/2019
Resumo
Original ArticlesConhecimento, atitude e prática dos obstetras brasileiros em relação à episiotomia
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(11):636-646
20/12/2019Visualizações82Resumo
Objetivo
Determinar o nível e os fatores associados a conhecimento, atitude e prática (CAP) dos obstetras brasileiros em relação à episiotomia.
Métodos
Foi realizado um estudo de corte transversal do tipo inquérito CAP com obstetras atuantes no território brasileiro. Foi criado um formulário eletrônico com perguntas estruturadas e previamente avaliadas pelo método Delphi, que foi enviado por e-mail pelo sistema Google Docs. Foi realizada uma análise multivariada de regressão logística múltipla para determinação dos principais fatores associados ao conhecimento, à atitude e à prática adequados. Para cada variável dependente (conhecimento, atitude e prática) codificada como adequada (1 = sim; 0 = não) foi construído um modelo de regressão logística múltipla. Todas as variáveis independentes ou preditivas foram codificadas binariamente (1 = sim; 0 = não). As razões de prevalência (RPs) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (ICs95%) foram calculados como medidas do risco relativo, com um nível de significância de 5%.
Resultados
Dos 13 mil obstetras contatados, foram obtidas 1.163 respostas, sendo 50 participantes excluídos. A média da taxa de episiotomia relatada foi de 42%. Verificou-se que 44,5% dos médicos tinham conhecimentos adequados, 10,9% tinham atitudes adequadas e 26,8% tinham práticas adequadas.
Conclusão
A maioria dos participantes tinha conhecimento, atitudes e práticas inadequadas em relação à episiotomia. Embora alguns fatores como idade, ensino, trabalho no setor público e participação em congressos melhorem o conhecimento, a atitude e a prática, é preciso reconhecer que as taxas de episiotomia permanecem bem acima do que se considera ideal. O conhecimento adequado é mais prevalente do que a atitude ou a prática adequadas, indicando que a melhora do conhecimento é crucial, mas insuficiente para mudar o panorama das episiotomias neste país.
Palavras-chave: atitudes em saúdeconhecimentos em saúdeEpisiotomiaObstetríciaPartoPeríneopráticas em saúdeVer mais -
Original Article
Sabemos como evitar as LOEAs em posições de parto não supinas? Uma análise de coorte retrospectiva
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(10):581-587
07/11/2019
Resumo
Original ArticleSabemos como evitar as LOEAs em posições de parto não supinas? Uma análise de coorte retrospectiva
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(10):581-587
07/11/2019Visualizações70Ver maisResumo
Objetivo
Avaliar a associação entre as posições maternas verticais e supinas ao nascimento e a taxa de incidência de lesões obstétricas do esfíncter anal (LOEAs).
Métodos
Estudo coorte retrospectivo que analisou os dados de 1.728 gestantes que tiveram parto vaginal cefálico simples com peso ao nascer de 2.500 g. Análises de regressão múltipla foram usadas para investigar o efeito de posições supinas ou verticais sobre a taxa de incidência de LOEAs após o ajuste para fatores de risco e intervenções obstétricas.
Resultados
No total, 239 (13,8%) nascimentos ocorreram nas posições verticais, e 1,489 (86,2%), nas posições supinas. Lacerações graves de grau III ocorreram em 43 (2,5%) pacientes, e de grau IV, em 3 (0,2%) mulheres. As posições supinas tiveram um efeito protetor significativo contra lacerações graves, razão de probabilidades [Intervalo de Confiança de 95%]: 0,47 [0.22-0.99], ajustado para o uso de Fórceps 4.80 [2.15-10.70], nuliparidade 2.86 [1.44-5.69], e peso ao nascer 3.30 [1.56-7.00]. Anestesia (p<0.070), aumento de ocitocina (p<0.228), distocia de ombro (p<0.670), e episiotomia (p<0.559) não estiveram associados à incidência de laceração grave.
Conclusão
As posições de parto verticais não estiveram associadas a uma menor taxa de ruptura perineal. A interpretação dos achados referentes a essas posições levantou dúvidas sobre a proteção perineal que ainda aguardam respostas.
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Original Article
Validação de face e conteúdo da Escala Mackey de Avaliação da Satisfação com o Parto, transculturalmente adaptada para o português brasileiro
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(6):371-378
22/07/2019
Resumo
Original ArticleValidação de face e conteúdo da Escala Mackey de Avaliação da Satisfação com o Parto, transculturalmente adaptada para o português brasileiro
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(6):371-378
22/07/2019Visualizações63Ver maisResumo
Objetivo
O objetivo deste estudo foi determinar a validação de face e conteúdo da Escala Mackey de Avaliação da Satisfação com o Parto (MCSRS, na sigla em inglês), transculturalmente adaptada para o português brasileiro.
Métodos
O MCSRS é um questionário com 34 itens relacionados à satisfação com o parto. As versões traduzida e retrotraduzida foram comparadas com o material original, e 10 especialistas analisaram cada item de acordo com os seguintes critérios: clareza, equivalência semântica, pertinência e relevância cultural. A versão final foi apresentada a 10 mães para validação de face, para garantir que o questionário fosse adequado à população-alvo.
Resultados
O total de 34 itens avaliados por especialistas para clareza, equivalência semântica, pertinência e relevância apresentou concordância positiva de 0,85, 0,92, 0,97 e 0,97; concordância negativa de 0,13, 0,09, 0,04 e 0,04; e concordância total de 0,75; 0,85, 0,94 e 0,94, respectivamente. A modelagem linear multinível foi aplicada com efeitos aleatórios cruzados e com efeitos aleatórios aninhados para cada juiz. A intercepção de cada critério foi a seguinte: clareza, 0,87; equivalência semântica, 0,92; pertinência, 0,96; e relevância cultural, 0,96. A média geral de concordância foi de 92,8%. A mensuração da validade de face foi 80% de concordância nos itens, todos claramente entendidos.
Conclusão
A versão final do questionário MCSRS do português brasileiro teve validade de face e conteúdo confirmada. Este instrumento de avaliação da satisfação materna durante o parto foi validado para ser aplicado na população femininabrasileira.
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Original Article
Fatores associados à cesárea intraparto em mulheres submetidas a indução do parto
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(6):363-370
22/07/2019
Resumo
Original ArticleFatores associados à cesárea intraparto em mulheres submetidas a indução do parto
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(6):363-370
22/07/2019Visualizações65Ver maisResumo
Objetivo
Avaliar os resultados da indução de trabalho de parto e determinar os principais fatores associados à realização de cesarianas intraparto em pacientes do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), Florianópolis, SC, Brasil.
Métodos
Trata-se de um estudo epidemiológico transversal que incluiu todas as gestantes de feto único e comidade gestacional > 22 semanas, submetidas a indução de trabalho de parto no HU-UFSC no período de 2013 a 2016.
Resultados
No período proposto, 1.491 gestantes foram submetidas ao protocolo de indução. Em 1.264 casos (84,8%), a indução resultou em trabalho de parto, com 830 (65,7%) progredindo para o parto vaginal. Gestação ≥ 41 + 0 semanas foi a causa mais comumde indicação de indução de trabalho de parto (55,2%),emisoprostol foi o método mais utilizado (72,0%). Nessas gestantes, o índice de cesariana foi de 34,3%. Considerando os casos de falha de indução, o índice de cesariana sobe para 44,3%. Os fatores associados às cesarianas foram: história prévia de cesárea (RP [razão de prevalência] = 1,48; IC [índice de confiança]: 95% 1,51-1,88), fetos com restrição de crescimento intrauterino (RP = 1,82; IC95%: 1,32-2,19), índice de Bishop ≤ 6 (RP = 1,33; IC95%: 1,01-1,82) e tempo de indução < 12 horas (RP = 1,44; IC95%: 1,17-1,66), ou > 36 horas (RP = 1,51; IC95%: 1,22-1,92) entre o início da indução e o parto.
Conclusão
A indução de trabalho de parto foi bem-sucedida na maioria das pacientes. Naquelas em quem o desfecho final foi a cesariana, os fatores mais fortemente associados foram: história prévia de cesárea, presença de fetos com restrição de crescimento intrauterino, e tempos muito curtos ou muito longos de indução.
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Review Articles
Uso do pessário na prevenção de parto pretermo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(1):53-58
15/04/2019
Resumo
Review ArticlesUso do pessário na prevenção de parto pretermo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(1):53-58
15/04/2019Visualizações84Ver maisResumo
Objetivo
O parto com idade gestacional < 37 semanas é a complicação gestacional mais associada à mortalidade e morbidade perinatal, sendo necessária a identificação de seus fatores de risco e a tentativa de sua prevenção. Os benefícios do pessário na prematuridade estão sendo investigados. Nosso objetivo foi analisar os estudos publicados sobre uso do pessário na prevenção do parto pretermo e comparar sua eficácia perante outros métodos.
Métodos
Foramselecionados estudos clínicos randomizados publicados entre 2010 e 2018, extraídos de bases eletrônicas de dados. Estudos de gestações múltiplas foram excluídos.
Resultados
Dois estudos semostraram a favor do pessário comométodo preventivo, um estudo foi contrário ao método, e outros dois não demonstraram diferença estatisticamente significativa. A meta-análise não mostrou diferença significativa no
Conclusão
Os dados agrupados disponíveis até o momento parecem mostrar uma falta de eficácia do pessário cervical na prevenção do parto pretermo, embora a heterogeneidade dos estudos tenha dificultado as comparações.
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Original Article
Gasometria do cordão umbilical, atuação obstétrica e desfecho neonatal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(12):740-748
01/12/2018
Resumo
Original ArticleGasometria do cordão umbilical, atuação obstétrica e desfecho neonatal
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2018;40(12):740-748
01/12/2018Visualizações76Ver maisResumo
Objetivo
Avaliar se o pH da artéria umbilical (pHua) ≤7,00 e o déficit de bases da artéria umbilical (BDua) ≥12,00 mmol/L são preditores de desfechos neonatais adversos.
Métodos
Estudo observacional, longitudinal e retrospectivo, realizado no Serviço de Ginecolocgia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Tondela Viseu durante o período de setembro de 2013 a setembro de 2015. Foi realizada a análise de toda a coorte e de dois subgrupos: grupo A-mulheres cuja gasometria do cordão umbilical (UCBGA, na sigla em inglês) foi realizada por traçado cardiotocográfico não tranquilizador, descolamento prematuro de placenta normalmente inserida, ou distócia de ombros; e grupo B -todas as outras. A análise estatística foi realizada com o programa SPSS for Windows, Versões 20.0 e 21.0 (IBM Corp., Armonk, NY, USA)
Resultados
Um total de 428 UCBGAs cumpriram os critérios de inclusão. A análise de grupo revelou uma associação entre o grupo A e pHua ≤7,00 (p = 0,002), e entre BDua ≥12,00 mmol/L e índice de Apgar ao 1o minuto ≤4 (p = 0,011). Após a aplicação dos modelos de regressão logística na análise da coorte total, pHua ≤7.00 teve impacto na ocorrência de hipóxia neonatal aguda (razão de probabilidade [RP]: 6,71; 95% índice de confiança [IC]: 1,21-37,06; p = 0,029); verificou-se maior risco de recém-nascido com índice de Apgar ao 1o minuto ≤4 e hipóxia neonatal aguda nas multíparas (RP: 5,38; 95% IC: 1,35-21,.43; p = 0,017; e RP: 2,66; 95% IC: 1,03-6,89; p = 0,043, respectivamente); e de recém-nascido com índice de Apgar ao quinto minuto ≤7 nas mulheres com problemas urológicos na gravidez (RP: 15,17; 95% IC: 1,29-177,99; p = 0,030); e a ocorrência de distócia de ombros aumentou 15 vezes o risco de hipóxia neonatal aguda (RP: 14,82; 95% IC: 2,20-99,60; p = 0,006).
Conclusão
OpHua e o BDua são preditores de desfecho neonatal adverso, e a UCBGA é uma ferramenta útil no rastreio dos recém-nascidos em risco. A realização universal de UCBGA deve ser considerada emtodos os partos, visto ser umteste de rastreio objetivo de hipóxia neonatal.
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Systematic Review
Pré-eclâmpsia pré-termo e o melhor momento para a resolução da gestação: revisão sistemática da literatura
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(11):622-631
01/11/2017
Resumo
Systematic ReviewPré-eclâmpsia pré-termo e o melhor momento para a resolução da gestação: revisão sistemática da literatura
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2017;39(11):622-631
01/11/2017Visualizações27Ver maisResumo
Introdução
A pré-eclâmpsia, doença multifatorial e com fisiopatologia ainda não totalmente estabelecida, é importante causa de morbimortalidade materna e perinatal, especialmente quando pré-termo. O diagnóstico é realizado quando há associação entre hipertensão arterial e proteinúria ou evidência de gravidade. Existem questionamentos na literatura se, frente ao diagnóstico de pré-eclâmpsia, a resolução da gravidez deve ser imediata ou postergada, considerando o risco de desenvolvimento de complicações maternas versus os resultados perinatais associados à prematuridade. O objetivo desta revisão sistemática é estabelecer o melhor momento de resolução da gestação em mulheres com pré-eclâmpsia antes das 37 semanas.
Metodologia
Revisão sistemática da literatura, realizada na base de dados PubMed, usando os termos preeclampsia parturition e timing of delivery, para encontrar estudos feitos entre 2014 a 2017. Foram selecionados estudos que comparassem os desfechos maternos e perinatais de mulheres submetidas a resolução imediata ou a postergação do parto, na ausência de evidência de pré-eclâmpsia grave.
Resultados
Foram localizados 629 artigos; após leitura dos títulos, 78 foram selecionados. Realizada avaliação dos seus resumos, 16 foram avaliados na integralmente e, finalmente, 6 estudos preencheram os requisitos de inclusão (2 ensaios clínicos randomizados e 4 estudos observacionais). Os resultados foram apresentados conforme a faixa de idade gestacional (± 34 semanas, e entre 34 e 37 semanas) e a avaliação dos desfechos maternos e perinatais. Antes das 34 semanas, os resultados maternos foram semelhantes; entretanto, os desfechos perinatais foram significativamente piores quando houve resolução imediata. Entre 34 e 37 semanas, a progressão para doença materna grave foi discretamente maior entre as mulheres submetidas a conduta expectante; entretanto, os desfechos perinatais forammelhores quando o parto foi postergado.
Conclusões
Na ausência de evidências de pré-eclâmpsia grave ou de prejuízo da vitalidade fetal, o parto deve ser postergado, principalmente antes das 34 semanas, com vigilância materna e fetal rigorosas. Entre 34 e 37 semanas, a decisão deve ser compartilhada com a gestante e sua família, após esclarecimento sobre os desfechos adversos associados à pré-eclâmpsia e prematuridade.