Resumo
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DOI 10.1590/S0100-7203201400050007
Identificar fatores de risco para retenção de peso em mulheres após o parto.
Foi um estudo prospectivo observacional que acompanhou durante seis meses mulheres adultas que realizaram o parto em uma maternidade terciária. Aplicou-se um questionário estruturado antes da alta hospitalar e no período de seis semanas e seis meses após o parto, por meio de visitas domiciliares. O desfecho considerado foi retenção de peso após o parto (se risco >7,5 kg). As variáveis analisadas foram: idade, cor da pele, trabalho na gravidez e atual, renda, escolaridade, estado civil, idade da menarca, idade da mãe no primeiro parto, paridade, tipo de parto, intervalo interpartal, peso pré-gravídico, ganho de peso gestacional, percentual de gordura corpórea e estado nutricional. A verificação dos dados se iniciou com análises bivariadas entre prevalência de retenção de peso aos 6 meses e as diversas covariáveis (p<0,2). Foram calculados os valores da Odds Ratio (OR) bruta e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). A última etapa da análise compreendeu a regressão logística multivariada para controle dos fatores de confusão, com estimativa de OR e IC95%.
A frequência de retenção de peso >7,5 kg após 6 meses após o parto foi de 15%. Na análise bivariada, a retenção de peso se associou às seguintes variáveis: idade da menarca <12 anos (OR=3,7; IC95% 1,1−13,2), ganho de peso gestacional ≥16 kg (OR=5,8; IC95% 1,8−18,6), percentual de gordura corporal no início do seguimento >30% (OR=5,0; IC95% 1,1−23,6) e estado nutricional 6 semanas após o parto >25 kg/m2 (OR=7,7; IC95% 1,6−36,1). A partir da análise multivariada, somente o ganho de peso gestacional excessivo (OR=74,1; IC95% 9,0−609,6) permaneceu como fator de risco. CONCLUSÃO: O ganho de peso excessivo durante a gestação deve ter atenção especial na assistência pré-natal, tendo em vista a sua associação com a retenção de peso e possível excesso ponderal em mulheres após o parto nessas mulheres.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(12):536-540
DOI 10.1590/S0100-72032013001200002
OBJETIVO: Avaliar a retenção de peso 12 meses após o parto e seus fatores associados entre mulheres que realizaram o pré-natal em Unidades de Saúde da cidade de Porto Alegre. MÉTODOS: Gestantes no terceiro trimestre gestacional foram identificadas em 20 Unidades de Saúde, e dados socioeconômicos, demográficos e antropométricos foram coletados. Seis e 12 meses após o parto, realizou-se visita domiciliar às mulheres participantes para obtenção das medidas antropométricas. O ganho de peso gestacional foi avaliado considerando-se o índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional. A retenção de peso foi obtida pela subtração do peso pré-gestacional, e o peso aferido 6 e 12 meses após o parto. Para análise dos dados, utilizou-se o Teste de McNemar, a ANOVA com as comparações múltiplas de Bonferroni e a regressão linear múltipla. RESULTADOS: Das 715 gestantes entrevistadas, 545 foram avaliadas 12 meses após o parto. A prevalência de excesso de peso 12 meses após o parto foi superior comparado ao período pré-gestacional (52,9 versus 36,7%) e 30,7% das mulhere retiveram ≥10 kg. A retenção de peso 12 meses após o parto foi superior nas mulheres que apresentavam sobrepeso pré-gestacional (9,9±7,7 kg) em comparação àquelas eutróficas (7,6±6,2 kg). Maior IMC pré-gestacional, maior ganho de peso gestacional e ser adolescente foram associados com maior retenção de peso 12 meses após o parto (p<0,001). CONCLUSÃO: É necessária a adequada assistência pré-natal para minimizar os efeitos adversos do ganho de peso excessivo durante a gestação na saúde da mulher.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(2):90-96
DOI 10.1590/S0100-72032014000200008
Avaliar a frequência dos distúrbios do sono, como apneia obstrutiva do sono, síndrome das pernas inquietas e insônia, em pacientes na pós-menopausa com sobrepeso/obesidade no ambulatório de distúrbios do sono no climatério.
Foram selecionadas 34 pacientes na pós-menopausa, e os seguintes critérios de inclusão foram adotados: idade entre 50 e 70 anos, mínimo de 12 meses de amenorreia, Índice de Massa Corporal igual ou superior a 25 kg/m2, pacientes com queixas relacionadas ao sono e que tivessem sido submetidas a pelo menos uma polissonografia. As pacientes responderam a seis questionários sobre características do sono e sintomas do climatério e uso de medicações. Foram aferidos o peso e a altura em balança padronizada e as medidas das circunferências do abdome e do quadril. Para a análise estatística, o teste do χ2 foi utilizado para variáveis qualitativas, e o teste t de Student, para análise das variáveis quantitativas.
A média de idade foi de 60,3 anos, o Índice de Massa Corporal médio de 31,6, o tempo de pós-menopausa médio de 11,6 anos e o Índice Menopausal de Kupperman médio de 19. Da amostra, 85,2% apresentou relação cintura/quadril igual ou superior a 0,8; metade apresentou escore igual ou superior a 9 na Escala de Epworth; 68% apresentou distúrbio do sono de acordo com o índice de Pittsburgh e 68% dos casos foram classificados como de alto risco para apneia do sono pelo Questionário Berlin. Na polissonografia, 70,5% apresentou eficiência do sono menor que 85%; 79,4% com latência do sono menor que 30 min; 58,8% com latência para sono REM menor que 90 min e 44,1% com apneia leve. Comparando os grupos, houve associação linear média entre IMC e IAH e relação entre IMC elevado e uso de medicações para distúrbios da tireoide.
Foi observada alta prevalência de distúrbio respiratório do sono, sono fragmentado e insônia de início, bem como maior incidência de distúrbios da tireoide no grupo com IMC mais elevado.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2012;34(10):442-446
DOI 10.1590/S0100-72032012001000002
OBJETIVOS: Avaliar a prevalência dos transtornos mentais comuns em mulheres diagnosticadas com síndrome dos ovários policísticos e compará-las com controles pareadas sem a doença. MÉTODOS: Estudo transversal com Grupo Controle. Participaram mulheres entre 18 e 30 anos que não faziam uso de antidepressivos e procuraram o Serviço de Ginecologia dos locais de pesquisa. Para cada mulher diagnosticada com a síndrome dos ovários policísticos, buscou-se outra sem este diagnóstico com mesma idade, condição de escolaridade e presença ou ausência de parceiro sexual fixo. No total, 166 pacientes aceitaram participar, sendo 95 diagnosticadas com a síndrome e 71 no Grupo Controle. Para o diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos, foi necessário existir dois dos três critérios: oligomenorreia ou amenorreia; hiperandrogenismo clínico ou bioquímico; ovários policísticos na ecografia transvaginal e excluir presença da síndrome de Cushing, hiperplasia adrenal congênita e tumores secretores de androgênio. Peso e altura foram aferidos para calcular o índice de massa corporal, enquanto o indicativo de transtorno mental comum foi avaliado pelo Self-Reporting Questionnaire com 20 itens. Foi realizado o teste do χ²em análise estratificada por categoria de índice de massa corporal para comparar as prevalências dos transtornos mentais comuns no grupo de mulheres com e sem a síndrome. RESULTADOS: Não houve diferenças significativas quanto à idade, escolaridade, presença de parceiro sexual fixo, cor da pele, nível socioeconômico, uso de medicação psiquiátrica e procura por consulta em saúde mental entre os grupos estudados. A prevalência de mulheres obesas e com indicações de transtornos mentais comuns foi significativamente maior no grupo de mulheres com síndrome dos ovários policísticos do que no Grupo Controle. No grupo com índice de massa corporal saudável, a diferença de proporções referentes ao indicativo de transtorno mental comum entre mulheres com e sem a síndrome foi estatisticamente significativa (p=0,008). CONCLUSÕES: As mulheres com o diagnóstico desta síndrome apresentam proporção quase três vezes maior de transtornos mentais comuns quando comparadas com àquelas sem a doença. Mesmo as mulheres com a síndrome e o índice de massa corporal saudáveis apresentam maior risco de comorbidade psiquiátrica.