Resumo
. ;:369-371
O hemangioma é uma neoplasia benigna que pode afetar a vulva e pode causar incapacidade funcional ou emocional. Este artigo relata o caso de uma paciente de 52 anos com história de úlcera genital nos últimos 3 anos, submetida a diversos tratamentos com cremes e pomadas. A paciente foi biopsiada e diagnosticada com hemangioma vulvar e subsequentemente submetida a excisão cirúrgica da lesão. Ressaltamos a importância de seguir as etapas do diagnóstico diferencial e proceder a uma abordagem cirúrgica somente se necessário.
Resumo
. ;:524-528
A doença de Paget extramamária (DPEM) é uma neoplasia maligna incomum que pode acometer a vulva, e que tem manifestações comuns a doenças benignas como prurido, dor e eczema. Isto leva a atraso no diagnóstico e, consequente, piora do prognóstico. O diagnóstico de certeza se dá pela biópsia de vulva que evidencia células de Paget. O tratamento de escolha é a excisão com margens amplas, que leva a sequela funcional e estética. A recidiva é frequente. Este artigo relata o caso de uma paciente do sexo feminino, de 48 anos, com história de prurido vulvar há 2 anos com diversos tratamentos para patologias benignas. A biopsia da paciente confirmou diagnóstico de DPEM extensa sendo submetida a vulvectomia. Este artigo visa chamar a atenção para a necessidade de biópsia das lesões vulvares pruriginosas que não respondem ao tratamento habitual.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(12):575-582
DOI 10.1590/S0100-72032013001200008
O angiomixoma agressivo é tumor raro de tecidos moles, de lento crescimento e que geralmente ocorre na pelve e nas regiões perineais de mulheres em idade reprodutiva, com forte tendência à recorrência local. Devido à sua raridade, ele é frequentemente mal diagnosticado. A exerese cirúrgica é a modalidade principal para o tratamento do angiomixoma agressivo. Descrevemos aqui um caso de angiomixoma vaginal agressivo em mulher de 47 anos de idade, que foi diagnosticado apenas após exame histológico. Descrevemos também a etiologia e apresentação, bem como o diagnóstico e tratamento desse raro tumor. O angiomixoma da vulva e vagina constitui doença rara. Devido à raridade desse tumor e à ausência de elementos diagnósticos, o diagnóstico pré-operatório é difícil, mas deveria ser considerado na presença de qualquer massa na região genital, perianal e pélvica de mulheres em idade reprodutiva. Portanto, esses casos deveriam ser submetidos a propedêutica radiológica completa antes da exerese, uma vez que um pré-diagnóstico pode modificar a modalidade de tratamento e o prognóstico do paciente.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2008;30(8):420-426
DOI 10.1590/S0100-72032008000800008
A neoplasia intraepitelial da vulva (VIN) é uma denominação que foi introduzida incialmente pela International Society for Study of Vulvo-vaginal Diseases (ISSVD) e reconhecida posteriormente pela International Society of Gynaecological Pathology (ISGYP) e Organização Mundial da Saúde. É uma entidade patológica a que correspondem as VIN de tipo usual (verrucoso, basalióide e misto) e as VIN de tipo diferenciado. A incidência das lesões de VIN tem aumentado progressivamente, principalmente em mulheres jovens. A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) de alto risco, pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), o tabagismo e a neoplasia intraepitelial do colo do útero, da vagina e região anal são factores de risco estabelecidos para as VIN. Não existem sintomas e sinais característicos das VIN, mas a doença se traduz sempre por lesões clinicamente identificáveis. A biópsia com o auxílio do colposcópio permite o diagnóstico. O tratamento da doença está sempre justificado pelo elevado risco de progressão para cancro invasivo. A excisão alargada das lesões ou a sua destruição com laser CO2 têm sido os métodos mais populares de tratamento. Independentemente do método terapêutico utilizado, as taxas de recidiva são elevadas, pelo que está aconselhada a vigilância apertada das doentes após tratamento. A terapêutica tópica com imiquimod se afigura promissora no tratamento das VIN. As vacinas profiláticas contra os tipos de HPV de alto risco prometem se tornar armas poderosas na prevenção primária da doença.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2005;27(7):407-414
DOI 10.1590/S0100-72032005000700007
OBJETIVOS: avaliar a prevalência de lesões escamosas intra-epiteliais vulvares em pacientes infectadas pelo HIV atendidas em rede pública na cidade do Rio de Janeiro e estudar os fatores associados a essas lesões. MÉTODO: 374 pacientes infectadas pelo HIV e atendidas em serviços públicos na cidade do Rio de Janeiro foram submetidas a exame ginecológico, colheita de citologia e exame colposcópico do colo uterino e vulva. A associação do diagnóstico de HIV com lesão intra-epitelial da vulva foi analisada de acordo com de variáveis clínicas (idade e presença de lesões cervicais), laboratoriais (contagem de CD4) e comportamentais (número de parceiros e hábito de fumar). Consideraram-se como variáveis de estudo (independente) os dados epidemiológicos, o status imunológico e o resultado da propedêutica ginecológica. Assim foram selecionados: idade, hábito de fumar, número de parceiros, contagem de linfócitos T CD4 e lesão intra-epitelial cervical. Uma análise bivariada foi inicialmente efetuada, objetivando avaliar a associação entre a presença de lesões intra-epiteliais vulvares (variável de desfecho) e as variáveis independentes (idade, tabagismo, número de parceiros, citologia, colposcopia e contagem de CD4). Em seguida, os resultados de significância estatística (p<0,05) foram submetidos à regressão logística múltipla, estabelecendo-se as razões de chances com os respectivos intervalos de confiança a 95%. RESULTADOS: a prevalência de lesões intra-epiteliais vulvares foi de 40%. Na análise multivariada mostraram-se significativas: contagem de CD4 abaixo de 500 cels/mm³, OR=2,69 [IC 95%: 1,61-4,52]; colposcopia anormal, OR=1,64 [IC 95%: 1,01-2,67] e idade abaixo de 26 anos, OR=1,98 [IC 95%: 1,18-3,30]. Na análise do subgrupo de pacientes que apresentaram lesões simultâneas no colo e na vulva, mostraram-se significativas no modelo final apenas a idade abaixo de 26 anos, OR=3,30 [IC 95%: 1,65-6,59], e contagem de CD4 abaixo de 500 cels/mm³, OR=4,15 [IC 95%: 1,92-8,96]. CONCLUSÕES: é alta a prevalência de lesões intra-epiteliais vulvares em pacientes infectadas pelo HIV. A imunodeficiência, a presença de lesões intra-epiteliais no colo e a idade inferior a de 26 anos estão associadas à presença de lesões intra-epiteliais da vulva.