Resumo
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Avaliar o grau de discordância entre biópsia percutânea e cirúrgica da mama em pacientes com diagnóstico de cicatriz radiada/lesão esclerosante complexa (CR/LEC) por meio de uma revisão sistemática.
Foi realizada uma revisão sistemática segundo as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA, na sigla em inglês). As bases de dados primárias consultadas foram PubMed, SciELO, Cochrane e Embase, combuscas conduzidas até novembro de 2020, utilizando palavras chaves específicas (cicatriz radiada OU lesão esclerosante complexa, câncer de mama, anatomopatológico de biópsia percutânea E/OU biópsia cirúrgica).
A busca dos artigos resultou em um total de 584 estudos, sendo 8 selecionados, os quais incluíam mulheres submetidas a biópsia com diagnóstico histológico de CR/LEC e posteriormente submetidas a exérese cirúrgica para avaliar como desfecho o grau de subestimação de lesões atípicas e malignas.
A seleção dos estudos foi conduzida por dois pesquisadores, com experiência na elaboração de revisão sistemática. Os oito artigos selecionados foram lidos na íntegra e submetidos a uma análise comparativa.
Cicatrizes radiadas/lesões esclerosante complexas foram associadas com lesões atípicas e malignas após a exérese cirúrgica. O grau de subestimação geral foi calculado pela porcentagem de lesões atípicas e malignas no anatomopatológico após a exérese cirúrgica dentre o total de CR/LEC diagnosticadas, enquanto o grau de subestimação de lesões invasoras foi calculado considerando-se apenas os carcinomas invasivos. O grau de subestimação geral dos estudos selecionados variou de 1,3 a 40%, e o de lesões invasoras de 0 a 10,5%.
O diagnóstico histopatológico de CR/LEC na mama não é definitivo, podendo subestimar lesões atípicas e malignas, cujo tratamento é distinto, tornando a exérese cirúrgica etapa fundamental na investigação diagnóstica.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(10):458-463
DOI 10.1590/S0100-72032013001000006
OBJETIVO: Analisar o tempo desde o primeiro sintoma até o tratamento de pacientes tratadas para o câncer de mama em hospitais públicos do Distrito Federal, no Brasil Central. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal analítico. Foram entrevistadas 250 mulheres com diagnóstico de câncer de mama tratadas em 6 hospitais da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (Brasil) no período de novembro de 2009 a janeiro de 2011. Os intervalos de tempo estudados foram o período entre a detecção do sintoma e o tratamento, subdividido nos intervalos até a primeira consulta e após. As outras variáveis analisadas foram: a idade, o estado menopausal, a cor, o nível de escolaridade, a renda familiar média mensal, a procedência, o motivo da primeira consulta, o estadiamento, o tamanho do tumor, a lateralidade, a metástase para linfonodos axilares, a realização de quimioterapia neoadjuvante e o tipo de cirurgia. Para verificar a associação das variáveis com os intervalos de tempo até o tratamento, foi utilizado o teste de Mann-Whitney. RESULTADOS: A média de idade foi de 52 anos, predominando mulheres brancas (57,6%), residentes no Distrito Federal (62,4%), com renda familiar de até dois salários mínimos (78%), que estudaram por até 4 anos (52,4%). O estadiamento da doença em 78,8% das mulheres variou de II a IV. O tempo entre o primeiro sintoma e o tratamento foi de 229 dias (mediana). Após a detecção do primeiro sintoma, 52,9% das mulheres compareceram a uma consulta em até 30 dias e 88,8% tiveram demora de mais de 90 dias para iniciar o tratamento. As mulheres com nível primário de escolaridade apresentaram maior atraso para início do tratamento (p=0,04). CONCLUSÕES: Houve um importante atraso para iniciar o tratamento das mulheres com câncer de mama em hospitais públicos do Distrito Federal sugerindo que esforços devem ser feitos para a redução dos tempos necessários para agendar a consulta médica, diagnosticar e tratar essas pacientes.