Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2009;31(5):235-240
29/07/2009
DOI 10.1590/S0100-72032009000500006
OBJETIVO: estudar a prevalência de infecções por Chlamydia trachomatis (CT) e Neisseria gonorrhoeae (NG) entre mulheres adolescentes e jovens em ambulatório de planejamento familiar. MÉTODOS: um total de 230 mulheres com idade menor ou igual a 24 anos e antecedente de até quatro parceiros sexuais foram acompanhadas por até 48 meses, com coletas de urina para pesquisa de CT e NG pelo método da reação em cadeia da polimerase nos meses 1, 12, 24, 36 e 48. As variáveis estudadas foram faixa etária, escolaridade, estado marital, número de gestações, abortos e filhos vivos, idade de início da vida sexual, uso anterior e atual de condom, uso anterior de dispositivo intrauterino, número de parceiros nos últimos seis meses e tempo de seguimento. Realizou-se análise bivariada das variáveis segundo os testes positivos para CT e NG e análise múltipla por regressão logística. RESULTADOS: a frequência de infecções por CT foi de 13,5% e por NG de 3%, duas mulheres apresentaram ambos os testes positivos. O antecedente de uso de dispositivo intrauterino foi associado aos testes positivos para NG. CONCLUSÕES: as prevalências de infecção por CT e NG foram altas na faixa etária estudada e o rastreamento de mulheres jovens deve ser considerado em nossos serviços para controle da disseminação e prevenção de sequelas das doenças sexualmente transmissíveis.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2008;30(12):614-619
06/02/2008
DOI 10.1590/S0100-72032008001200005
OBJETIVO: este trabalho buscou estimar a prevalência das infecções pela Chlamydia trachomatis e pela Neisseria gonorrhoeae em gestantes de seis cidades brasileiras e identificar sua associação com variáveis socioeconômicas e demográficas. MÉTODOS: este estudo faz parte de uma pesquisa multicêntrica, de âmbito nacional, transversal, com amostra de gestantes atendidas entre 2004 e 2005 nos serviços de pré-natal da atenção básica de seis cidades brasileiras (Manaus, Fortaleza, Goiânia, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre). Amostras cérvico-vaginais foram coletadas de todas as gestantes e submetidas posteriormente à técnica de captura híbrida para identificação da clamídia e do gonococo. As informações sociodemográficas, médicas, sexuais e obstétricas foram coletadas por meio de questionários específicos. Para avaliar os fatores de risco associados à infecção por gonorréia e clamídia, foi utilizado o Odds Ratio (OR). A análise estatística foi feita com a utilização do teste t de Student, o χ2 e o teste exato de Fischer. RESULTADOS: foram recrutadas 3.303 gestantes, cuja idade média foi 23,8 anos (±6,9). As prevalências da infecção por clamídia e pelo gonococo foram, respectivamente, 9,4 e 1,5%. Dez por cento das gestantes com infecção por clamídia apresentaram presença simultânea do gonococo. O risco de apresentar uma dessas infecções foi duas vezes maior para as gestantes com menos de 20 anos. Os principais preditores da infecção foram: idade menor de 20 anos, raça/cor negra, ser solteira ou separada e relato de mais de um parceiro no último ano. CONCLUSÕES: este estudo observou prevalências elevadas da infecção pela Chlamydia trachomatis e pela Neisseria gonorrhoeae em gestantes brasileiras. O principal fator de risco para a infecção foi ter menos de 20 anos de idade.