Resumo
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Identificar os fatores associados à mortalidade infantil por modelo hierárquico segundo determinantes socioeconômicos, assistenciais, obstétricos e biológicos em uma capital do Nordeste brasileiro.
Estudo observacional, de coorte retrospectiva, com base em dados secundários de nascimentos e óbitos de crianças menores de um ano, de mães residentes no município de Teresina (PI).
Para o nível distal de determinação da mortalidade infantil, as características que se mantiveram estatisticamente significativas foram idade materna, escolaridade materna e ocupação materna, com p< 0,001. No intermediário, todas as variáveis apresentaram significância estatística, com destaque para o tipo de gravidez e de parto, com p< 0,001. O sexo do bebê representou a característica do nível proximal que não obteve associação significativa com o desfecho, enquanto as demais variáveis desse nível estavam associadas, com p< 0,001.
Além da determinação da mortalidade infantil pelos fatores biológicos, destacou-se a importância da condição socioeconômica e da assistência à saúde materno-infantil.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(7):303-309
DOI 10.1590/SO100-720320140005012
Identificar padrões espaciais da distribuição da mortalidade neonatal nas microrregiões do estado de São Paulo e verificar o papel das causas evitáveis na composição desse indicador de saúde.
Este estudo ecológico e exploratório utilizou dados sobre mortalidade neonatal obtidos do Departamento de Informações e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no período entre os anos de 2007 e 2011. A malha digital das microrregiões do estado de São Paulo foi obtida do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram calculados os coeficientes de Moran, que indicam o grau de correlação espacial, para taxa de mortalidade neonatal total e para taxa por causas evitáveis; foram construídos mapas temáticos com essas taxas e com a diferença entre elas; foi construído o Box Map.
A taxa de mortalidade neonatal total foi 8,42/1.000 nascidos vivos e a taxa de mortalidade neonatal por causas evitáveis de 6,19/1.000 nascidos vivos. Os coeficientes de Moran (I) para essas taxas foram significativos (valor p<0,05) - para a taxa de mortalidade neonatal total I=0,11 e para taxa de mortalidade por causas evitáveis I=0,19 -, e os óbitos neonatais se concentraram na região sudoeste e no Vale do Paraíba. Se as causas evitáveis fossem abolidas, haveria uma redução significativa da taxa média de mortalidade neonatal total, de 8,42 para 2,23 óbitos/1.000 nascidos vivos, representando uma queda de 73%.
Foi possível mostrar que, se as causas de mortes evitáveis fossem de fato abolidas, a taxa de mortalidade neonatal se aproximaria da taxa de países desenvolvidos.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2009;31(4):171-176
DOI 10.1590/S0100-72032009000400003
OBJETIVO: aplicar técnicas de geoprocessamento para a análise espacial do perfil de nascimentos por município. MÉTODOS: foi um estudo ecológico e exploratório com dados do Sistema de Informações de Saúde sobre nascidos vivos de 2004 e utilizando técnicas de geoprocessamento. Foram estimadas as autocorrelações espaciais das variáveis: parto cesáreo, escolaridade materna, baixo peso ao nascer, escore de Apgar de cinco minutos, prematuridade, número de consultas e mães adolescentes, além do mapa com o índice de desenvolvimento humano. Foi utilizada a estatística I de Moran para detecção de agregados de eventos no espaço, pelo programa TerraView 3.1.3 (desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE e de acesso público). Foram construídos mapas espaciais com estas variáveis e estimados os coeficientes de correlação de Pearson. RESULTADOS: os resultados mostraram que as proporções de nascidos vivos de mães com escolaridade acima de primeiro grau e de cesáreas, apresentaram padrão espacial visualmente identificável e autocorrelação espacial significativa. O baixo peso ao nascer, a prematuridade, o índice de Apgar, o número de consultas de pré-natal e o de mães adolescentes apresentaram padrão espacial aleatório, demonstrando que, nesta escala de análise, estes indicadores não discriminaram grupos de risco, apesar do seu inquestionável valor preditivo para morbimortalidade infantil em nível individual. Houve correlação positiva entre parto cesáreo e escolaridade, e entre parto cesáreo e índice de desenvolvimento humano e correlação negativa entre mães adolescentes e índice de desenvolvimento humano, com significância estatística (p<0,05). CONCLUSÕES: esta metodologia permitiu identificar aglomerados espaciais para as variáveis parto cesáreo e escolaridade materna, além de aprofundar o conhecimento sobre o perfil de nascimentos nos municípios, apresentando potencial no direcionamento de ações voltadas para áreas específicas.