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Review Article
Uso de análogo de GnRH na redução de mioma submucoso na histeroscopia cirúrgica: Revisão sistemática e meta-análise
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(10):649-658
21/12/2020
Resumo
Review ArticleUso de análogo de GnRH na redução de mioma submucoso na histeroscopia cirúrgica: Revisão sistemática e meta-análise
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(10):649-658
21/12/2020Visualizações80Ver maisResumo
Objetivo
Análogos de hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH-a) têm sido usados no pré-operatório de miomectomia histeroscópica para reduzir o tamanho e vascularização dos miomas, mas a evidência que suporta essa prática é fraca. Nosso objetivo foi analisar o uso de GnRH-a na redução do mioma submucoso como um facilitador de histeroscopia cirúrgica em ensaios clínicos publicados.
Fonte de dados
Estudos de bases de dados eletrônicas (Pubmed, Scielo, EMBASE, Scopus, PROSPERO), publicados entre 1980 e dezembro de 2018. As palavras-chave usadas foram fibroid, GnRH analogue, submucous, histeroscopy, histeroscopic resection e seus correspondentes em português.
Seleção dos estudos
Os critérios de inclusão foram ensaios clínicos controlados que avaliaram o tratamento com GnRH-a antes da ressecção histeroscópica de miomas submucosos. Quatro ensaios clínicos foram incluídos na meta-análise
Coleta de dados
Dois autores revisores extraíram os dados, sem modificarem os dados originais, usando a forma acordada. Nós resolvemos as discrepâncias através de discussão ou, se necessário, consultando um terceiro autor.
Síntese dos dados
A meta-análise incluiu um total de 213 mulheres e não demonstrou diferença estatisticamente significativa no uso de GnRH-a comparado com o grupo controle para ressecção completa de mioma submucoso (risco relativo [RR]: 0.94. índice de confiança [IC] 95%;: 0.80-1.11); tempo cirúrgico (diferença de média [MD]: - 3.81; IC95%;: -3.81-2.13); absorção de fluidos (MD: - 65.90; IC95%;: - 9.75-2.13); ou complicações (RR 0.92; IC95%;: 0.18-4.82).
Conclusão
A presente revisão sistemática não suporta o uso pré-operatório rotineiro de GnRH-a antes de miomectomia histeroscópica. No entanto, não é possível determinar sua inferioridade quando comparado aos outros métodos devido à heterogeneidade dos estudos existentes e ao pequeno tamanho da amostra.
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Original Article
Fatores associados às complicações da miomectomia por histeroscopia
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(8):476-485
25/09/2020
Resumo
Original ArticleFatores associados às complicações da miomectomia por histeroscopia
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2020;42(8):476-485
25/09/2020Visualizações97Ver maisResumo
Objetivo
Avaliar os fatores associados a miomectomia por histeroscopia completa em um único procedimento e as suas complicações.
Métodos
Estudo de corte transversal com mulheres submetidas a histeroscopia para exérese de miomas submucosos. As variáveis dependentes foram a miomectomia completa realizada em um tempo cirúrgico único, e a presença de complicações precoces relacionadas ao procedimento.
Resultados
Analisamos 338 mulheres que foram submetidas a miomectomia histeroscópica. Em 89,05% dos casos, o mioma a ser tratado era único. Quanto à classificação da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (Fédération Internationale de Gynécologie et d’Obstétrique, FIGO, em francês), a maioria era de grau 0 (66,96%), seguidos pelos graus 1 (20,54%) e 2 (12,50%). As miomectomias foram completas em 63,31% das mulheres, sendo que os fatores independentemente associados à miomectomia completa foram o diâmetro do maior mioma (razão de prevalência [RP]: 0,97; intervalo de confiança de 95% [IC95%]: 0,96-0,98) e a classificação FIGO grau 0 (RP: 2,04; IC95%: 1,18-3,52). Foram observadas complicações precoces em 13,01% dos procedimentos (4,44% apresentaram sangramento excessivo durante o procedimento, 4,14%, perfuração uterina, 2,66%, falso pertuito, 1,78%, intoxicação hídrica, 0,59%, laparotomia exploradora, e 0,3%, infecção pósoperatória). O único fator independentemente associado à ocorrência de complicações precoces foi a realização de miomectomia incompleta (RP: 2,77; IC95%: 1,43-5,38).
Conclusão
Nossos resultados mostram que as complicações da miomectomia por histeroscopia podem ocorrer em até 13% dos procedimentos. A chance de ressecção completa é maior em miomas pequenos e completamente intracavitários; mulheres com miomas maiores e com maior grau de penetração miometrial têm maiores chances de desenvolver complicações.
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Artigos Originais
Miomectomia em gestação de segundo trimestre: relato de caso
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(4):198-201
02/07/2010
Resumo
Artigos OriginaisMiomectomia em gestação de segundo trimestre: relato de caso
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2010;32(4):198-201
02/07/2010DOI 10.1590/S0100-72032010000400008
Visualizações53Ver maisOs leiomiomas uterinos caracterizam-se por doença benigna e são evidenciados em 2 a 3% de todas as gestações normais. Destes, cerca de 10% podem apresentar complicações durante a gravidez. Apresentamos um caso de paciente gestante que procurou o pronto-socorro obstétrico na 17ª semana, queixando-se de fortes dores, apresentava palpação abdominal dolorosa e descompressão brusca positiva. À ultrassonografia, apresentava nódulo de mioma medindo 9,1 x 7,7 cm, foi internada, medicada e devido à piora do quadro, submetida a laparotomia exploradora e miomectomia. O seguimento pré-natal se deu sem mais anormalidades, com resolução da gestação na 39ª semana. O recém-nascido pesou 3.315 g com Apgar 9 e 10. Deve-se sempre tentar o tratamento clínico nesses casos, e intervenções cirúrgicas devem ser consideradas para casos selecionados, principalmente na impossibilidade de tratamentos conservadores ou quando o quadro clínico da paciente exige intervenção imediata. Neste caso, a miomectomia mostrou-se eficaz para complicações obstétricas materno-fetais.
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Artigo de Revisão
Tratamento atual dos miomas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2007;29(6):324-328
08/10/2007
Resumo
Artigo de RevisãoTratamento atual dos miomas
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2007;29(6):324-328
08/10/2007DOI 10.1590/S0100-72032007000600008
Visualizações51Leiomiomas são tumores benignos. Eles surgem no miométrio e contêm quantidade variável de tecido conjuntivo fibroso. Cerca de 75% dos casos são assintomáticos, encontrados ocasionalmente durante exame abdominal, pélvico bimanual ou ultra-sonografia. Os sintomas são relacionados diretamente ao tamanho, ao número e à localização dos miomas. Nessa revisão, são apresentadas as abordagens terapêuticas atuais clínicas (anticoncepcionais orais, progestágenos e antiprogestágenos, análogos do hormônio liberador das gonadotrofinas (GnRH), e antiinflamatórios não esteróides) e cirúrgicas (histerectomia, miomectomia e embolização) para o tratamento de leiomiomas.
Palavras-chave: Embolização terapêuticaHisterectomiaHormônio liberador de gonadotropinaLeiomiomaMiomaReceptores de progesteronaVer mais -
Relato de Caso
Torção de útero não-grávido
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 1999;21(3):167-169
13/03/1999
Resumo
Relato de CasoTorção de útero não-grávido
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 1999;21(3):167-169
13/03/1999DOI 10.1590/S0100-72031999000300008
Visualizações45Ver maisA torção uterina é uma patologia bastante rara, de diagnóstico difícil e está geralmente associada ao aumento do volume uterino em combinação com outras alterações dos órgão pélvicos. Este trabalho relata o caso de uma mulher idosa, desnutrida, com quadro de abdome agudo e diagnóstico intra-operatório de miomatose e torção de 360º para a direita do útero que apresentava sinais de grave isquemia.
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Artigos Originais
Expressão dos protooncogenes c-fos, c-myc e c-jun em miométrio normal e mioma humanos
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2006;28(10):590-595
07/02/2006
Resumo
Artigos OriginaisExpressão dos protooncogenes c-fos, c-myc e c-jun em miométrio normal e mioma humanos
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2006;28(10):590-595
07/02/2006DOI 10.1590/S0100-72032006001000004
Visualizações36Ver maisOBJETIVO: Comparar a expressão gênica (mRNA) e protéica dos protooncogenes c-fos, c-myc e c-jun em miométrio normal e mioma humanos. MÉTODOS: Foi realizado um estudo do tipo caso-controle. O material foi coletado de 12 pacientes submetidas a histerectomia no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A expressão do mRNA específico para c-myc, c-fos, c-jun e beta-microglobulina foi avaliada pela técnica de RT-PCR, utilizando primers específicos para cada gene. A expressão protéica destes protooncogenes foi avaliada através de Western blot com anticorpos específicos. RESULTADOS: Não houve diferença significativa para expressão gênica desses protooncogenes entre miométrio normal e mioma (c-myc: 0,87 ± 0,08 vs 0,87 ± 0,08, p = 0,952; c-fos: 1,10 ± 0,17 vs 1,01 ± 0,11, p = 0,21; c-jun: 1,03 ± 0,12 vs 0,96 ± 0,09, p = 0,168, respectivamente). Não houve diferença significativa para expressão protéica desses protooncogenes entre miométrio normal e mioma (c-myc: 1,36 ± 0,48 vs 1,53 ± 0,29, p = 0,569; c-fos: 8,85 ± 5,5 vs 6,56 ± 4,22, p = 0,434; e c-jun: 6,47 ± 3,04 vs 5,42 ± 2,03, p = 0,266, respectivamente). CONCLUSÃO: A expressão gênica (transcrição) e a expressão protéica (tradução) dos protooncogenes c-myc, c-fos e c-jun em mioma e miométrio normal são semelhantes.
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Artigos Originais
Gravidez e parto após embolização arterial para tratamento de leiomioma uterino
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2006;28(10):596-600
07/02/2006
Resumo
Artigos OriginaisGravidez e parto após embolização arterial para tratamento de leiomioma uterino
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2006;28(10):596-600
07/02/2006DOI 10.1590/S0100-72032006001000005
Visualizações34Ver maisOBJETIVO: Analisar a evolução da gestação e partos após tratamento de leiomioma uterino por embolização das artérias uterinas. MÉTODOS: Foram incluídas na avaliação inicial 112 pacientes submetidas a embolização de artérias uterinas para tratamento de mioma uterino. Destas, somente nove desejavam o tratamento conservador para manter a capacidade reprodutiva. Este procedimento foi indicado para estas nove pacientes, pois elas não eram susceptíveis ao tratamento conservador cirúrgico. Submeteram-se a embolização das artérias uterinas com partículas de álcool polivinílico ou embosferas com diâmetro de 500 a 700 µm e evoluíram sem intercorrências. RESULTADOS: Durante o acompanhamento dessas nove pacientes houve boa resposta clínica, com redução significativa no volume do útero e dos miomas. Dessas nove, quatro engravidaram, sendo que duas tiveram abortamento precoce e duas evoluíram normalmente até o final da gestação com parto a termo, sendo um deles gemelar. CONCLUSÃO: A embolização de artérias uterinas é uma opção para o tratamento de miomas uterinos e apresenta bons resultados clínicos e anatômicos, permitindo manter a capacidade reprodutiva.
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Trabalhos Originais
Miomas submucosos: classificação pré-operatória para avaliação da viabilidade da cirurgia histeroscópica
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2004;26(4):305-309
20/07/2004
Resumo
Trabalhos OriginaisMiomas submucosos: classificação pré-operatória para avaliação da viabilidade da cirurgia histeroscópica
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2004;26(4):305-309
20/07/2004DOI 10.1590/S0100-72032004000400007
Visualizações42Ver maisOBJETIVO: desenvolver uma nova classificação pré-operatória dos miomas submucosos para avaliação da viabilidade e do grau de dificuldade da miomectomia histeroscópica. MÉTODOS: conduzimos um estudo onde quarenta e quatro pacientes foram submetidas a ressecção histeroscópica de 51 miomas submucosos. Foram considerados a possibilidade da ressecção total do mioma, o tempo cirúrgico, o balanço hídrico e a incidência de complicações. Os miomas foram classificados pela classificação da sociedade Européia de Cirurgia Endoscópica (CSECE) e pela Classificação Proposta (CP) pelo nosso grupo, que, além do grau de penetração do mioma no miométrio, adiciona como parâmetros a extensão da base do mioma em relação à parede do útero, o tamanho do nódulo em centímetros e a topografia na cavidade uterina. Para análise estatística foram usados o teste de Fisher, o teste t de Student e a análise de variância. Foi considerado estatisticamente significativo quando o valor de p-valor foi menor que 0,05 no teste bicaudal. RESULTADOS: em 47 miomas a cirurgia histeroscópica foi considerada completa. Não houve diferença significativa entre os três níveis (0, 1 e 2) da CSECE. Pela CP, a diferença quanto ao número de cirurgias completas foi significativa (p=0,001) entre os dois níveis (grupos I e II). A diferença da duração da cirurgia quando se compara as duas classificações foi significativa. Em relação ao balanço hídrico, apenas a CP mostrou diferenças entre os níveis (p=0,02). CONCLUSÕES: a CP inclui mais dados sinalizadores das dificuldades da miomectomia histeroscópica do que a CSECE, atualmente em uso. Deve ser enfatizado que o número de miomectomias histeroscópicas usado para essa análise foi modesto, sendo interessante a avaliação do desempenho dessa classificação em séries maiores de casos.