Resumo
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DOI 10.1590/S0100-72032013000300002
OBJETIVO: Comparar características prognósticas e preditivas entre os componentes in situ e invasivo de carcinomas ductais da mama. MÉTODOS: Selecionamos 146 amostras mamárias consecutivas com carcinoma ductal in situ (CDIS) associado com carcinoma invasivo (CI) adjacente. Avaliamos grau nuclear e a expressão imunoistoquímica de receptor de estrogênio (RE), receptor de progesterona (RP), receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2), citoqueratina 5/6 (CK5/6) e o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) em ambos componentes, in situ e invasor, e a porcentagem de células marcadas pelo Ki-67 no componente invasivo. CDIS e CI foram classificados nos tipos moleculares, determinados pelo perfil imunoistoquímico, como luminal (RE/RP-positivo/HER2-negativo), triplo-positivo (RE/RP/HER2-positivo), HER2-puro (RE/RP-negativo/HER2-positivo) e triplo-negativo (RE/RP/HER2-negativo). A discriminação entre luminal A e Luminal B não foi feita por motivos estatísticos. Correlações entre as categorias dos dois grupos foram feitas pelo método de correlação de Spearman. RESULTADOS: Houve significante associação entre grau nuclear (p<0,0001), expressão de RE/RP) (p<0,0001), superexpressão de HER2 (p<0,0001), expressão de EGFR (p<0,0001) e perfil molecular (p<0,0001) entre os componentes in situ e invasivo. CK5/6 mostrou distribuição distinta em CDIS e CI, apresentando significante associação com o fenótipo triplo-negativo em CI, mas uma associação negativa ente os CDIS. CONCLUSÕES:Nossos resultados sugerem que as características prognósticas e preditivas clássicas dos CI estão já determinadas no estágio pré-invasivo da doença. Entretanto, o papel da CK5/6 no carcinoma invasivo pode ser diferente daquele das lesões precursoras.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2009;31(2):54-60
DOI 10.1590/S0100-72032009000200002
OBJETIVO: avaliar características clínicas, patológicas e moleculares de carcinomas mamários em mulheres muito jovens em comparação a tumores de mulheres na pós-menopausa. MÉTODOS: foram selecionados 106 casos de câncer de mama de mulheres jovens e 130 casos de mulheres pós-menopausa. Foram analisados dados clínicos (idade ao diagnóstico, estadiamento, ocorrência de metástases, tempo de sobrevida global e livre de doença), anátomo-patológicos (tamanho do tumor, tipo e grau histológico do tumor primário) e marcadores moleculares (receptores de estrógeno e progesterona, HER2, p53, p63, citoqueratinas 5 e 14 e EGFR) com uso da imunoistoquímica empregando microarranjo de tecido. Foi analisada a relação entre as características clínico-patológicas, imunoistoquímicas e de sobrevidas global e livre de doença. RESULTADOS: as pacientes muito jovens apresentaram maior frequência de nuliparidade (p=0,03), maior diâmetro dos tumores (p<0,000), estadiamento clínico mais avançado (p=0,01), maior número de linfonodos positivos (p=0,001) e tumores pouco diferenciados (p=0,004). A maioria das pacientes jovens recebeu tratamento com quimioterapia (90,8%) e radioterapia (85,2%) e em menor proporção com tamoxifeno (31,5%), comparado às mulheres na pós-menopausa. Observamos baixa positividade para o receptor de estrógeno (49,1%; p=0,01) e alta positividade para a proteína HER2 (28,7%; p=0,03) nas mulheres jovens. O fenótipo triplo-negativo foi observado em 29,6% no grupo jovem e em 20% nas mulheres na pós-menopausa. Os tumores de fenótipo basal foram mais frequentes nas mulheres jovens (50%). As metástases sistêmicas ocorreram em 55,3% dos casos nas jovens e em 39,2% nas idosas. As sobrevidas global e livre de doença em cinco anos foram, respectivamente, 63 e 39% para as mulheres jovens e 75 e 67% para o grupo de mulheres na pós-menopausa. CONCLUSÕES: carcinomas mamários de mulheres muito jovens têm características clínicas, patológicas e moleculares mais agressivas quando comparadas às mulheres acima de 50 anos.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2005;27(4):222-227
DOI 10.1590/S0100-72032005000400010
O câncer de ovário é a neoplasia ginecológica mais letal e a sobrevida global é inferior a 40% em cinco anos. Isto ocorre principalmente porque a maioria das pacientes apresenta estadios avançados no momento do diagnóstico. Nestes casos as opções terapêuticas - citorredução e quimioterapia - são apenas parcialmente efetivas. Quando diagnosticado precocemente, por outro lado, a sobrevida em cinco anos é superior a 90% e a cirurgia geralmente é o único tratamento necessário. No entanto, em função da baixa prevalência do câncer de ovário na população, mesmo testes muito específicos produzem altas taxas de resultados falso-positivos e aumento de intervenções cirúrgicas para abordar massas anexiais assintomáticas. Com base nestes fatos, é essencial a busca de métodos e estratégias para se detectar estes tumores em estádios iniciais e ao mesmo tempo evitar intervenções desnecessárias. Neste artigo são revisadas as bases e as possíveis conseqüências de estratégias para a detecção precoce dos tumores ovarianos. São discutidos os principais métodos disponíveis e os resultados de alguns estudos com este objetivo.