Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2019;41(11):647-653
20/12/2019
O presente estudo tem como objetivo comparar os desfechos maternos e fetais das parturientes com e sem diagnóstico de diabetes gestacional.
Estudo caso-controle, incluindo parturientes com (casos) e sem (controle) diagnóstico de diabetes gestacional, que tiveram parto em um hospital de ensino no Sul do Brasil, entre maio e agosto de 2018. Foram utilizados dados primários e secundários. Análise bivariada e regressão logística multivariada condicional retrógrada foram utilizadas para fazer comparações entre casos e controles, expressas por razão de probabilidades (RP), com intervalo de confiança de 95% (IC95%) e nível de significância estatística de 5%.
Os casos (n=47) tiveram maior chance de ter idade superior a 35 anos em comparação com os controles (n=93) (p<0,001), chance 2,56 vezes maior de estarem acima do peso (p=0,014), e chance 2,57 vezes maior de terem história familiar positiva de diabetes mellitus (p=0,01). Não houve diferença significativa relacionada ao ganho de peso, história pregressa de diabetes gestacional, estatura ou via de parto. O peso médio ao nascer foi significativamente maior nos lactentes de mães com diabetes gestacional (p=0,01). Houve 4,7 vezes maior chance de macrossomia (p<0,001), e 5,4 vezes maior chance de hipoglicemia neonatal (p=0,01) em lactentes de mães com diabetes gestacional.
Portanto, idade materna, história familiar de diabetes tipo 2, obesidade e excesso de peso pré-gestacional são importantes fatores associados a uma maior chance de desenvolvimento de diabetes gestacional.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2016;38(1):04-08
01/01/2016
Avaliar a precisão da determinação ultrassonográfica da estimativa de peso fetal recorrendo apenas a parâmetros lineares (comprimento do fémur - FL - e espessura de tecido mole a meio da coxa fetal - STT), no período precedente ao parto.
Realizamos umestudo prospectivo que incluiu gestações simples de termo, comfeto cefálico, nas quais o parto ocorreu nas 48h seguintes à avaliação ecográfica. A inclusão no estudo foi feita nomomento de admissão ao bloco de partos para cesariana eletiva, indução do trabalho de parto ou trabalho de parto espontâneo. Foram excluídas todas as grávidas não caucasianas, com diagnóstico de diabetes gestacional ou evidência de rotura de membranas. A estimativa de peso fetal foi calculada através de uma fórmula previamente publicada [estimativa de peso fetal = [1]1687,47 + (54,1 x FL) + (76,68 x STT). A relação entre o peso real e o peso estimado foi analisada através da correlação de Pearson. O desempenho desta fórmula foi avaliado através do cálculo da percentagem de erro absoluto e não absoluto. Os recém-nascidos foram divididos em3 grupos consoante o peso real: < 3000 g; 3000 g - 4000 g; e > 4000 g; para cada grupo foi calculada diferençamédia entre a estimativa de peso e o peso real e a percentagem de erro associada.
Incluímos 145 casos no estudo, cuja estimativa de peso e peso real se correlacionaram significativamente, apesar do valor de correlação ser pouco elevado (p < 0,001; R2 = 0,197). Globalmente, a percentagem de erro absoluto foi 10,6%. A percentagem de erro mais baixa correspondeu ao grupo com peso real entre 3000 g e 4000 g.
Comeste estudo demonstramos uma correlação fraca entre o peso real e a estimativa de peso fetal ultrassonográfica, quando calculada combase numa fórmula que usa o comprimento do fémur e a espessura de tecido mole a meio da coxa fetal, ambos parâmetros lineares. Ainda que a exclusão de parâmetros circunferenciais no cálculo da estimativa de peso fetal se venha a provar benéfica, esta não parece ser uma fórmula simultaneamente simples e precisa no cálculo da estimativa de peso fetal.