Resumo
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Capsulite adesiva é uma afecção caracterizada por dor e limitação dos movimentos do ombro. O tratamento do câncer de mama está relacionado ao desenvolvimento dessa doença por meio de mecanismos ainda pouco conhecidos. O objetivo do estudo foi identificar os fatores associados ao desenvolvimento de capsulite adesiva em pacientes com câncer de mama.
Um estudo caso-controle foi realizado com mulheres em tratamento para câncer de mama em um centro único. A amostra foi consecutiva e não-probabilística. A capsulite adesiva foi pré-definida como dor constante e diminuição da amplitude de movimentos em elevação anterior, rotação externa em 0°/90° abdução e rotação interna em 90° abdução. O grupo caso foi constituído por pacientes com dor e limitação de todos os movimentos do ombro, enquanto o controle por pacientes sem qualquer alteração nesta articulação. Variáveis sociodemográficas e clínicas foram coletadas. Foi realizada uma análise de regressão logística univariada para avaliar a influência das variáveis em relação ao desfecho estudado. Para valores de p< 0,20, realizou-se a análise de regressão logística multivariada. A probabilidade de se rejeitar a hipótese nula foi de 5%.
Foram avaliadas 145 mulheres, sendo 39 casos (26,9%) casos e 106 controles (73,1%). Na análise multivariada, as variáveis associadas ao desfecho estudado foram imobilização do ombro (OR = 3,09; 95% IC: 1,33–7,18; p = 0,009), linfedema (OR = 5,09; 95% IC: 1,81–14,35; p = 0,002) e obesidade (OR = 3,91; 95% IC: 1,27–12,01; p = 0,017).
Linfedema, imobilização pós-cirúrgica e obesidade são fatores preditores associados ao desenvolvimento de capsulite adesiva em pacientes com câncer de mama.
Resumo
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Descrever o processo de tradução e adaptação transcultural para o português (Brasil) do instrumento Lymphoedema Functioning, Disability and Health Questionnaire for Lower Limb Lymphoedema (Lymph-ICF-LL).
O processo foi realizado em cinco fases: tradução, retro-tradução, revisão por um comitê de especialistas, pré-teste e tradução final. A tradução inicial foi realizada por dois profissionais e a retro-tradução por dois tradutores. Um comitê de especialistas avaliou a semântica, equivalências idiomática, cultural, e conceitual das questões. Foi realizado um pré-teste em 10 pacientes com linfedema.
Durante o processo de tradução e retro-tradução, foram identificadas pequenas diferenças que foram revisadas pelo comitê. Os pacientes incluídos no préteste identificaram 10 questões como sendo de difícil compreensão, as quais foram reavaliadas pelo mesmo comitê de especialistas.
Os resultados obtidos após o processo de tradução e adaptação transcultural permitiram a criação de uminstrumento que necessita ser validado emdiferentes populações brasileiras.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2014;36(6):244-250
DOI 10.1590/S0100-720320140005004
Este estudo investigou alterações de curto prazo na composição corporal, na força de preensão palmar e na presença de linfedema em mulheres submetidas à cirurgia do câncer de mama.
Noventa e cinco mulheres participaram de um estudo transversal, sendo divididas em dois grupos: Controle (n=46), mulheres saudáveis, e Experimental (n=49), mulheres seis meses após cirurgia do câncer de mama. O Grupo Experimental foi subdividido em mastectomia total direita (RTM, n=15), mastectomia total esquerda (LTM, n=11), quadrantectomia direita (RQ, n=13) e quadrantectomia esquerda (LQ, n=10). Também foi redistribuído entre mulheres com presença (n=10) ou ausência (n=39) de linfedema. Foram avaliadas a presença de linfedema, a força de preensão palmar e a composição corporal.
A massa magra de tronco e a força de preensão palmar estavam diminuídas no Grupo Experimental. Massa magra total estava aumentada na LTM comparada à RTM ou LQ. Força de preensão palmar esquerda na LTM estava diminuída comparada à RTM e RQ e em LQ comparada à RTM e RQ. Finalmente, massa magra total, magra e gorda de tronco e massa magra de braço esquerdo e direito estavam aumentadas em mulheres com linfedema.
Sobreviventes do câncer de mama possuem alterações na composição corporal e na força de preensão palmar seis meses após a cirurgia, porém a interação entre o tipo de cirurgia e seu impacto não está clara. Além disso, mulheres que desenvolveram linfedema neste período mostraram alterações mais significantes na composição corporal, mas que não foram suficientes para causar prejuízo na força de preensão palmar.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2013;35(4):171-177
DOI 10.1590/S0100-72032013000400007
OBJETIVO: Avaliar as alterações do sistema venoso axilo-subclávio e do sistema linfático em mulheres com linfedema após linfadenectomia axilar para o tratamento do câncer de mama. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de série de casos, envolvendo 11 mulheres com linfedema unilateral de membro superior após linfadenectomia axilar para o tratamento do câncer de mama. O estudo foi realizado em hospital universitário do Brasil Central no período compreendido entre os meses de março de 2010 e março de 2011. Avaliou-se a presença de alterações venosas nas veias subclávia e axilar, por meio do exame de ultrassonografia com dopplervelocimetria, e de alterações linfáticas, pela linfocintilografia, em ambos os membros superiores. O teste Exato de Fisher foi utilizado na comparação entre os membros. RESULTADOS: No membro superior com linfedema, detectou-se diferença significativa na veia subclávia, em relação ao membro contralateral, quanto ao volume do fluxo (p<0,001), sendo que 54,6% das mulheres apresentaram fluxo aumentado. Já, na veia axilar, 45,4% apresentaram fluxo aumentado e 45,4% reduzido, com diferença significante (p<0,01) na comparação entre os membros. Também foram observadas alterações linfáticas significativas (p<0,05), em relação ao membro contralateral, representadas pelo trajeto do vaso (não visibilizado), número de vasos linfáticos (nenhum), linfonodos axilares (ausentes) e refluxo dérmico (presente). No membro superior contralateral sem linfedema, não foram encontradas alterações venosas ou linfáticas. CONCLUSÃO: As mulheres submetidas à linfadenectomia axilar para o tratamento do câncer de mama apresentam tanto alterações venosas quanto linfáticas no membro superior com linfedema.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2011;33(2):75-80
DOI 10.1590/S0100-72032011000200004
OBJETIVO: determinar a prevalência e os fatores associados ao linfedema em pacientes com câncer de mama. MÉTODOS: este estudo de corte transversal incluiu 250 mulheres com mais de seis meses de tratamento para o câncer de mama, que compareceram ao Ambulatório de Mastologia e Oncologia para consulta de seguimento em um Centro de Referência em Oncologia, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Elas foram entrevistadas e submetidas à avaliação física. Foram colhidos dados de prontuário relacionados ao tratamento da neoplasia, à intervenção axilar e ao tumor. Diagnosticou-se linfedema quando a diferença entre os membros superiores foi maior ou igual a 2 cm pela perimetria. Os grupos de mulheres com e sem linfedema foram comparados em relação aos possíveis fatores de risco, e as medidas de tendência central, dispersão e prevalência foram obtidas admitindo o nível de significância de 95%. RESULTADOS: Cento e doze mulheres (44,8%) apresentaram linfedema. Foi encontrada diferença significativa entre os grupos de mulheres com e sem linfedema em relação à mediana de linfonodos retirados (p=0,02); apresentação de trombose linfática superficial no braço homolateral à cirurgia (p<0,01); quimioterapia e local de aplicação da radioterapia (p<0,01 para ambos); retirada de cutícula da mão com alicate e carregamento de peso após o tratamento (p<0,01 e p=0,05, respectivamente). CONCLUSÕES: a associação entre o linfedema e os fatores citados requer a abordagem interdisciplinar dessa morbidade. Faz-se necessária a conscientização das equipes de saúde e das pacientes quanto à prevenção e formas de tratamento para essa complicação, muitas vezes, subvalorizada.
Resumo
Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. 2001;23(4):205-208
DOI 10.1590/S0100-72032001000400002
Objetivo: avaliar a taxa de linfedema em pacientes tratadas cirurgicamente para câncer de mama e sua relação com o tipo de cirurgia, idade e peso das pacientes. Métodos: foram estudadas 109 pacientes portadoras de câncer de mama, submetidas à mastectomia radical modificada com conservação do músculo peitoral maior ou de ambos os peitorais. Considerou-se como linfedema quando houve diferença maior que 2,0 cm entre as circunferências dos membros superiores, mensurados acima e abaixo do olécrano. Resultados: observou-se uma taxa total de 14% de linfedema (15 casos). Entre as pacientes em que foram conservados ambos os músculos peitorais, a taxa foi de (9%), ao passo que quando se empregou a conservação apenas do grande peitoral, a taxa foi de 15% (p<0,4). Notou-se uma relação significativa entre a freqüência de linfedema e o peso e a idade das pacientes. O linfedema foi observado em apenas uma das 34 pacientes com menos de 46 anos e nenhuma das 19 pacientes com até 50 kg de peso apresentou linfedema. Conclusão: Na presente série, o linfedema de membro superior esteve associado a pacientes mais idosas e de maior peso.