Resumo
. ;:512-517
Carcinomas mamários triplo-negativos representam um grupo heterogêneo de neoplasias, embora geralmente exibam fenótipo clinicamente mais agressivo e sejam mais prevalentes em mulheres jovens. Até o presente, terapias-alvo para esses grupos não foram definidas. O objetivo deste estudo foi avaliar a frequência do subtipo apócrino em carcinomas mamários triplo-negativos de mulheres na pré-menopausa, definido pela expressão imuno-histoquímica do receptor de androgênio, e sua associação com tipo histológico, grau histológico, atividade proliferativa, expressão do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) e o fenótipo basal-símile.
Foram selecionadas 118 amostras de tecido tumoral de pacientes com até 45 anos de idade. As amostras foram revisadas quanto a tipo e grau histológicos e expressão do Ki-67. A expressão imuno-histoquímica de receptor de androgênio, citoqueratina basal ⅚, e do EGFR foram analisadas em amostras de microarranjos de tecido. O subtipo apócrino foi definido pela positividade do receptor de androgênio. O fenótipo basal-símile foi caracterizado pela expressão da citoqueratina ⅚ e/ou do EGFR.
O perfil apócrino foi identificado em 6/118 (5,1%) casos. Este subgrupo apresentou menor fração de expressão do Ki-67 (17,5% versus 70,0%, p= 0,02) e uma tendência a menor grau histológico (66,7% versus 27,9%, p= 0,06).
O subtipo apócrino dos carcinomas mamários triplo-negativos é raro em mulheres na pré-menopausa, e tende a se apresentar como carcinomas de menor grau e menor atividade proliferativa, sugerindo fenótipo biológico menos agressivo.
Resumo
. ;:82-87
Observar a expressão dos marcadores imuno-histoquímicos p16 e Ki-67 em neoplasias intraepiteliais cervicais e sua influência na concordância entre observadores diferentes e, entre o mesmo observador.
Foram incluídas no estudo 184 pacientes com neoplasias cervicais intraepiteliais confirmadas por biópsia realizadas durante os anos de 2005 e 2006. As biópsias foram revistas, primeiramente, por três patologistas utilizando-se apenas a coloração de Hematoxilina-Eosina. Foi realizado um consenso acerca do diagnóstico. Posteriormente, foi realizado o estudo imuno-histoquímico e analisada a expressão de p16 e Ki- 67 nesses casos.
A comparação entre os patologistas revisoresmostrou uma concordância apenas regular (k = 0,44. A concordância foi melhor quando analisada apenas a capacidade de diferenciar lesões de alto grau (NIC 3) (k = 0,59). A marcação de p16 mostrou alto valor preditivo negativo e sensibilidade, porém baixa especificidade. Em geral, tanto p16 qualitativo, quanto p16 quantitativo e Ki-67 quantitativo mostraram baixa acurácia geral. A concordância entre os diagnósticos antes da imuno-histoquímica obteve k = 0,47, e após o auxílio da imuno-histoquímica houve um aumento do Kappa para 0,68. A marcação de p16 mostrou alto valor preditivo negativo e sensibilidade, porém baixa especificidade. Em geral, tanto p16 qualitativo, quanto p16 quantitativo e Ki-67 quantitativo mostraram baixa acurácia geral.
Nosso estudo mostrou que a concordância no diagnóstico tradicional de lesões intraepiteliais cervicais é regular e que pode ser melhorada como o auxílio da imuno-histoquímica.